Cidades

MATO GROSSO DO SUL

Riedel ameniza o tom na defesa de Bolsonaro e se diz 'legalista'

Governador de MS havia criticado prisão preventiva, disse que "não tinha nenhum elemento" e, agora, volta atrás alegando que "os fatos falam por si"

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Diante das imagens que apareceram ligadas à prisão preventiva de Jair Bolsonaro, pela tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, após inicialmente sair em defesa e lamentar o ocorrido, o governador por Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), amenizou o tom diante do ato do ex-presidente de atentar contra o equipamento com um ferro de solda. 

Riedel cumpriu uma série de agendas internas na manhã de hoje (24), entre elas a entrega de veículos à vigilância em saúde e o Dia D 'Caixa Encantada - Doe um Brinquedo. Compartilhe Magia!", e foi questionado em quebra-queixo sobre o desenrolar dessa situação, destacando que sempre tentou deixar sua posição muito clara.

"Eu sinto uma pena, no Brasil se você olhar desde o início dos anos 2000, ou a gente teve presidente com impeachment, ou preso ou afastado, isso é muito ruim para a democracia brasileira", disse o governador hoje.

Em seu primeiro lamento, Eduardo Riedel ressaltou inclusive que Jair Messias Bolsonaro teria comorbidades e precisaria de cuidados especiais de saúde: 

Reprodução/Redes sociais

Agora, Riedel reforçou que, segundo ele, quando houve a prisão, "não tinha nenhum elemento ainda", o que justificou sua manifestação como alguém que entende a necessidade de se esgotar as questões jurídicas.

"A gente está num momento muito acirrado da política e isso acaba repercutindo no judiciário, nas ações das instituições de uma maneira geral. Agora, acho que os fatos [tentativa de romper a tornozeleira] eles falam por si, o processo vai decorrer normalmente com todas as instâncias se manifestando", disse o governador em complemento. 

Na sequência de sua fala, já mirando o ano de 2026, o governador agora pelo Partido Progressistas reforçou a esperança de que consiga "avançar por um pleito eleitoral menos polarizado". 

"Eu sou uma pessoa legalista, agora, do meu ponto de vista político, a gente tem que pôr cada vez menos tensão no processo para poder abrir espaço para uma discussão mais de mérito da sociedade brasileira, do que a gente está precisando. Não ficar numa discussão só politizada, esse é o meu pensamento", concluiu Riedel.

Apoio à Bolsonaro em MS

Já na manhã de sábado (22), após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e decreto da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, houve uma forte reação entre diversas lideranças da direita sul-mato-grossense; 

Ex-titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil durante a gestão de Bolsonaro, a campo-grandense membro do Partido Progressistas (PP) usou as redes sociais para "lamentar profundamente" a prisão preventiva de Jair Messias. 

Para Tereza Cristina, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e cumprimento do mandado de prisão foram uma ação "inesperada e abusiva". 

"Uma sequência de arbitrariedades. Todos sabemos da fragilidade de sua saúde. Minha total solidariedade a ele e sua família. É fundamental que o devido processo legal seja rigorosamente respeitado. O Brasil precisa de segurança institucional; não de mais instabilidade - e de respeito, sempre, aos direitos e garantias constitucionais. Força presidente Bolsonaro!", disse ela. 

Outros nomes, de menor influência no cenário nacional, porém com suas determinadas representatividades na política local, também manifestaram apoio ao ex-presidente, entre eles: Rafael Tavares (PL); Rodolfo "Gordinho do Bolsonaro" Nogueira (PL); Luiz Ovando (PP); Nelsinho Trad (PSD) e Marcos Pollon (PL), por exemplo. 

Prisão 

Bolsonaro já havia sido condenado a 27 anos e três meses em primeira instância por tentativa de golpe, mas o processo ainda não transitou em julgado.

Ele cumpria monitoramento eletrônico através da tornozeleira e deveria acatar uma série de exigências exigidas pelo legislativo, como: não se ausentar de sua residência, ter o passaporte retido, não receber visitas que estivessem portando celular ou aparelhos eletrônicos, entre outras. 

No último sábado, às 01h08, o sistema de monitoramento registrou uma violação na tornozeleira eletrônica de Bolsonaro, o que Moraes classificou como um “fato novo” e que reforça o risco de evasão. 

Outro ponto considerado foi uma vigília de oração convocada pelo filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro, em frente ao condomínio do pai. 

A junção dos fatores levou Moraes a avaliar que o plano da família era causar tumulto e confrontos, gerando um ambiente favorável a uma eventual fuga, semelhante aos acontecimentos de 2022. 

A proximidade de Bolsonaro com embaixadas, especialmente dos Estados Unidos também pesou na análise no ministro, juntamente com a movimentação recente de aliados como a fuga de Alexandre Ramagem para Miami e a saída do país de Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, avaliando que os episódios revelam um padrão organizacional de evasão que poderia se repetir.

A decisão ocorre no contexto do inquérito que investiga possível atuação de Eduardo Bolsonaro junto a autoridades americanas para coagir o STF durante o julgamento da ação penal do golpe. 

 

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CNH

Congresso derruba veto de Lula e retoma exigência de exame toxicológico para primeira CNH

O veto é derrubado dias após a aprovação de uma reformulação no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para eliminar a obrigatoriedade de aulas

04/12/2025 21h00

Foto: Divulgação

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O Congresso Nacional rejeitou, em sessão conjunta realizada na tarde desta quinta-feira, 4, um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que barrava a exigência de exame toxicológico para os candidatos à primeira habilitação de condutores nas categorias A (motos e ciclomotores) e B (veículos de passeio).

O veto é derrubado dias após a aprovação de uma reformulação no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para eliminar a obrigatoriedade de aulas;

A exigência do exame toxicológico representa, na verdade, uma ampliação: a realização do exame já é obrigatória para motoristas das categorias C, D e E (transporte de cargas e passageiros).

Na justificativa do veto, de junho deste ano, o governo Lula argumentou que a exigência do exame para as categorias A e B aumentaria os custos para tirar a CNH, o que poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação - estimativas indicam que há cerca de 20 milhões de pessoas nessas condições.

"Em que pese a boa intenção do legislador, a inclusão do artigo para prever que os condutores de todas as categorias de veículos sejam obrigados a realizar exame toxicológico para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) contraria o interesse público, pois importaria em aumento de custos para a sociedade e poderia influenciar que mais pessoas optassem por dirigir sem a devida habilitação, o que comprometeria, por consequência, a segurança viária", justificou o Planalto, no veto.

Parte dos parlamentares entendeu que o argumento, porém, ficou ultrapassado, uma vez que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editou recentemente uma resolução autorizando regras menos rígidas para acesso à CNH sem precisar cursar escolas de trânsito.

Em nota, a Associação Brasileira de Toxicologia (ABTox) afirmou considerar a "derrubada do veto ao exame toxicológico obrigatório para a primeira habilitação um avanço decisivo para a segurança viária no País".

"A medida reforça uma política pública que comprovadamente tem impacto positivo na sociedade: desde 2016, quando passou a ser obrigatório para motoristas das categorias C, D e E, o exame evitou ao Brasil uma perda estimada de R$ 74 bilhões em sinistralidades apenas em seu primeiro ano e permitiu que mais de 28 mil condutores inicialmente reprovados retornassem às atividades após tratamento e reabilitação", estima a entidade.

Conforme a ABTox, a decisão também reflete a vontade da sociedade: segundo pesquisa Ipec de fevereiro de 2025, 83% dos brasileiros apoiam a exigência do exame para novos condutores.

Como funciona o fim da obrigatoriedade de aulas para obter a CNH

Como mostrou o Estadão, a nova resolução para facilitar a obtenção de CNH prevê um curso teórico gratuito e digital, maior flexibilidade nas aulas práticas e permissão para que candidatos sejam acompanhados por instrutores credenciados dos Detrans, e não apenas por autoescolas.

O processo também poderá ser iniciado online, pelo site do Ministério dos Transportes ou pela Carteira Digital de Trânsito (CDT).

A mudança mira os altos custos e a burocracia que afastam milhões de brasileiros. Dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) indicam que cerca de 20 milhões de pessoas dirigem sem habilitação, e outras 30 milhões têm idade para tirar a CNH, mas não conseguem arcar com despesas que podem chegar a R$ 5 mil O governo estima que o novo modelo pode reduzir em até 80% o custo total da habilitação.
 

EMPREENDIMENTO

Terceiro porto em município de MS terá investimento acima dos R$ 180 milhões

O novo complexo de Porto Murtinho planeja atender três cadeias estratégicas: grãos, fertilizantes e cargas diversas

04/12/2025 20h18

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A partir de 2026, Porto Murtinho terá um novo Terminal Multifuncional à beira do Rio Paraguai, com investimento previsto acima dos R$ 180 milhões. A empresa responsável pelo empreendimento será a PTP Group. O projeto recebeu o licenciamento ambiental e a licença de instalação para construção, emitidas pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), durante reunião no gabinete do governador Eduardo Riedel, na quarta-feira (3).

O terceiro terminal portuário do município será construído no quilômetro 2.322 do Rio Paraguai, em uma área total de 352,5 hectares, com 9,9 hectares dedicados à fase inicial das operações. 

A estrutura foi planejada para atender três cadeias estratégicas e prevê uma capacidade de movimentação anual em torno de:

  • 1,15 milhão de toneladas de grãos;
  • 1 milhão de toneladas de cargas diversas;
  • 700 mil toneladas de fertilizantes. 

O complexo também contará com infraestrutura para expansão de silos, armazém de 20 mil toneladas e área offshore para atracação e operação de barcaças.

Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), destacou que o PTP Group já atua ao longo da hidrovia do Paraguai com portos na Argentina, Uruguai e Paraguai, o que reforça a integração regional. 

“Estamos falando de um investimento que inicia obras no ano que vem e que, em um ano, já deve estar em operação. É o terceiro porto em implantação em Porto Murtinho, ampliando a capacidade da nossa hidrovia e conectando a produção sul-mato-grossense a mercados do Atlântico e do Pacífico”, afirmou o secretário.

O projeto executivo prevê execução físico-financeira distribuída em dez meses, com Capital Expenditure (CAPEX) total de R$ 181 milhões, incluindo obras civis, infraestrutura portuária e implantação dos sistemas de armazenagem e movimentação de cargas. A Licença Prévia do empreendimento já teve todo o estudo ambiental apresentado ao Imasul, e o processo segue em análise técnica.

Reunião do governador Eduardo Riedel com a delegação de Entre Ríos e a PTP / Crédito: Governo do Estado

Durante a reunião, também foi discutida a ampliação da cooperação internacional com a província de Entre Rios, na Argentina, onde o PTP Group mantém operação portuária. A intenção é fortalecer o corredor logístico entre Mato Grosso do Sul, portos argentinos e o hub de Nueva Palmira, no Uruguai, ampliando as rotas de exportação e criando alternativas de importação via hidrovia. Verruck ressaltou que essa integração também favorece o mercado boliviano, que tem aumentado sua utilização do Rio Paraguai.

O governador Eduardo Riedel propôs que os estados e províncias vizinhas criem um modelo de governança para a hidrovia similar ao desenvolvido na Rota Bioceânica. A ideia é instalar um fórum de governadores subnacionais para tratar conjuntamente de infraestrutura, regulação e expansão das operações ao longo do Rio Paraguai.

Paralelamente, Brasil e Paraguai avançam nas tratativas finais para permitir que, já no próximo ano, seja lançada a primeira licitação hidroviária do trecho entre Corumbá e Porto Murtinho, medida considerada essencial para elevar a navegabilidade e garantir sustentabilidade ao corredor logístico.

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