O pacotão projetado pelo governo de Mato Grosso do Sul para a concessão em conjunto de cinco rodovias, com trechos de rodovias federais, deverá ter andamento nos próximos meses. Segundo o governador Eduardo Riedel (PSDB), o Executivo espera que o governo federal delegue trechos das BRs 262 e 267 até maio deste ano.
O plano do governo estadual é conceder à iniciativa privada trechos das BRs. No caso da BR-262, o trecho pretendido vai de Campo Grande a Três Lagoas, enquanto o referente à BR-267, será de Nova Andradina a Bataguassu.
Além dessas rodovias federais, o governo do Estado quer fazer a concessão da MS-040 – o projeto inicial também citava a MS-338 e a MS-395 –, criando assim a “rota da celulose” e entregando à iniciativa privada praticamente todos os caminhos até o estado de São Paulo.
De acordo com Riedel, o estudo de viabilidade técnica para a concessão das estradas já está em fase final de levantamento. Quando o documento for concluído, só será necessária a delegação por parte da União.
“Está terminando o estudo, e nós vamos apresentá-lo para o governo federal, e aí a discussão estará internalizada lá, para delegar para o Estado. Acho que isso acontece em maio, provavelmente”, afirmou o governador durante evento.
Em agosto do ano passado, o Executivo estadual abriu chamamento público para encontrar empresa interessada em elaborar um estudo de viabilidade técnica para a concessão das rodovias.
A medida já previa um aumento no fluxo de veículos leves e pesados nessas regiões, justamente pela instalação de empresas ligadas ao segmento da celulose. A previsão é de que mais de 900 km de rodovias sejam concedidos.
O grupo Consultores Rodoviários foi escolhido para realizar o estudo de estruturação do projeto destinado à adequação de capacidade, reabilitação, operação, manutenção e conservação das rodovias.
Esse grupo é formado pelas empresas Moysés & Pires Sociedade de Advogados, Proficenter Negócios em Infraestrutura Ltda., Infraplan Consultoria Ltda., Vallya Avisos Assessoria Financeira Ltda.,
Pavesys Engenharia S/S Ltda. e Ecoworld Consultoria e Administração Eireli.
O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, já havia falado em 2023 sobre a necessidade de conceder essas rodovias. “Nós vamos trabalhar paralelamente ao governo federal, tentando modelar [a logística], porque é uma medida urgente”, disse em agosto daquele ano.
DELEGAÇÃO
Em novembro do ano passado, o governo do Estado saiu confiante sobre o acerto para a delegação dos trechos das rodovias federais após reunião com o Ministério dos Transportes.
Segundo o titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), Hélio Peluffo, na época, o ministro dos Transportes, Renan Filho, teria reagido positivamente ao pedido de Mato Grosso do Sul de que trechos das BRs 262 e 267 fossem delegados ao Estado.
Em reunião com Riedel e Peluffo, o ministro teria afirmado que estudaria as questões legais e formais para essa delegação e teria dito que levaria a pauta para o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Saímos satisfeitos da reunião. A explanação do governador Eduardo Riedel e a participação da bancada federal validaram o pedido, para que o Estado tenha a delegação dos trechos das BRs 262 e 267. Essa é uma das pautas que vai ajudar a desenvolver o Estado e a melhorar a logística, para que a gente possa atender o setor produtivo”, afirmou Peluffo na época.
Com o pedido, o governo de MS pretende levar condições melhores para a região, que recentemente recebeu um aumento de plantas destinadas à celulose, o que impactará significativamente o fluxo de veículos pesados entre Campo Grande e as saídas para São Paulo.
As rodovias incluídas no pacote ligam Mato Grosso do Sul ao estado paulista e passam pelas cidades de Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Santa Rita do Pardo e Três Lagoas.