Durante agenda na manhã desta quarta-feira (06), às vésperas do leilão de rodovias da Rota da Celulose, o governador de Mato Grosso do Sul se mostrou confiante no processo após uma verdadeira novela desse certame, que envolveu desde tentativas desertas até alterações no projeto.
Na abertura do 1º Congresso Estadual de Licitações e Compras Públicas de MS (Licicomp) hoje (06), o chefe do Executivo do Estado, Eduardo Riedel, foi questionado em coletiva a respeito dos bancos e gestores habilitados para o leilão, desta quinta-feira (07), mostrando-se confiante no certame.
"Passou [o frio na barriga] porque as propostas foram colocadas, então vai ter leilão", celebrou Eduardo Riedel hoje (06) na véspera do certame.
Vale lembrar que as propostas estão partindo de fundos ligados ao banco BTG Pactual e à empresa e corretora XP Investimentos, um consórcio entre o gestor de ativos Kinea, a K-Infra, empresa que tem concessões de rodovias no estado do Rio de Janeiro, e a Way (que já administra duas concessões em Mato Grosso do Sul).
Entre velhas conhecidas de Mato Grosso do Sul e demais entidades, em análise da situação, Riedel considera que os resultados do leilão podem se refletir em benefícios diretos à população sul-mato-grossense.
Quatro grandes grupos vão participar do leilão... isso para o usuário, em última análise, é muito positivo. Todas formando consórcios, grandes empresas se unindo, liderado por esses grupos mas em torno da concessão da rota de celulose.
Eduardo Riedel agora aguarda o leilão, marcado para acontecer amanhã (06) na Bolsa de Valores de São Paulo (a B3), que deve contar com a presença do ministro dos Transportes do Brasil, José Renan Vasconcelos Calheiros Filho.
Relembre
Em dezembro houve a primeira tentativa de leiloar trechos das rodovias que ligam Campo Grande ao estado de São Paulo, tentativa que devido ao momento econômico acabou dando "deserta" e não atraiu empresas privadas.
Ainda no segundo semestre do ano passado houve um chamado "roadshow" em São Paulo, realizado pelo Governo de Mato Grosso do Sul com o intuito de atrair investidores da iniciativa privada.
Nessa época até mesmo a Way estava entre as empresas participantes, além de um dos maiores fundos de investimento do mundo, o BlackRock, também ter enviado representantes ao evento.
Entretanto, mesmo com esse esforço não houve interessados no certame no ano passado.
Entre os projetos ofertados naquele período de leilão de concessões estava a Rota Verde, que passa por Rio Verde, Goiânia e Itumbiara, em Goiás, e o leilão das Rodovias Integradas do Paraná, que inclui trechos estaduais e da BR-369, além da Ponte São Borja, sobre o Rio Uruguai, na fronteira entre São Borja, no Brasil, e Santo Tomé, na Argentina, e mais um bloco das Rodovias Integradas do Paraná, desta vez ligado à BR-163.
Já em 30 de janeiro de 2024, com o intuito de melhorar o projeto da Rota da Celulose e atrair investidores, um novo edital para privatização de rodovias alterou o cronograma de obras a serem feitas, entre outros quesitos.
Houve mudança o valor total do investimento na rodovia, saltando de R$ 8,8 bilhões para dez bilhões de reais, mantendo porém a ideia de duplicação do trecho entre Campo Grande e a fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo e a previsão de um contorno rodoviário de 15 km em Bataguassu, o que exigirá R$ 90 milhões.
Além disso, uma nova alteração longe cerca de um mês da data do leilão alterou o trecho do texto inicial que exigia que a empresa concorrente estivesse instalada no Brasil, com a ideia de atrair mais participantes estrangeiros.
**(Colaboraram Glaucea Vaccari e Judson Marinho)


