Cidades

CRISE HÍDRICA

Rio Paraguai chega à sua terceira pior seca em 100 anos

Sala de Situação do Imasul indicou que o nível do rio atingiu a menor marca da história, com -61 centímetros em Ladário, na medição realizada ontem

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Em guarani, Rio Paraguai significa “Rio Grande”. Trata-se da principal veia para formar o Pantanal, estendendo-se por 2.695 quilômetros. Porém, esse grande rio está atravessando neste mês sua terceira pior estiagem em 120 anos. 

A medição do Rio Paraguai, feita diariamente pela Marinha do Brasil, dentro do 6º Comando do Distrito Naval, em Ladário, indicou que o nível do rio ontem chegou a – 60 centímetros. 

Medida menor que essa só ocorreu em 1964, então a pior seca registrada, com – 61 cm. Em 2021, o nível também foi de -60 cm, porém, ocorreu no dia 16 de novembro daquele ano.

O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) também mede o nível do Rio Paraguai e, em seu boletim da Sala de Situação, sugeriu que o nível de -61 cm chegou ontem. A régua da Marinha é utilizada para análise de dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e utilizada como principal referência para a navegação.

Esse índice serve como ferramenta para que pesquisadores, serviços públicos e sociedade possam entender dados sobre o comportamento do Rio Paraguai. 

A Marinha, além da régua em Ladário, também faz medições em Cáceres, Cuiabá e Bela Vista do Norte (todas em Mato Grosso), bem como em Forte Coimbra (município de Corumbá) e Porto Murtinho. Desta forma, há réguas que avaliam o nível do rio em diferentes trechos.

Todos esses dados são computados pelo SGB e ajudam a compor informações que vão ranquear o tipo de estiagem que uma bacia está enfrentando. No caso da Bacia do Rio Paraguai, que caracteriza as condições do Pantanal, a classificação é de seca extrema, o mesmo indicativo que está ocorrendo nas bacias do Rio Amazonas, do Rio Acre, do Rio Madeira e do Rio Xingu. 

No relatório mais recente do monitoramento hidrológico da Bacia do Rio Paraguai elaborado pelo SGB, foi identificado que os recordes históricos mínimos não estão só restritos à régua de Ladário. 

“Os rios da região apresentam níveis abaixo do normal para este período do ano, com exceção dos rios Cuiabá, Miranda e Aquidauana, que apresentam níveis dentro do esperado. A situação do Rio Cuiabá, porém, deve-se à regularização das vazões ocasionada pela operação da UHE [Usina Hidrelétrica] Manso. Em Ladário e Forte Coimbra, o Rio Paraguai apresenta o nível mais baixo do histórico para este período do ano. Em Barra do Bugres [MT] e Porto Murtinho, o Rio Paraguai alcançou o nível mais baixo do histórico de toda a série de monitoramento das estações”, analisou o órgão federal.

Um dos principais pesquisadores do Pantanal e ligado à Embrapa Pantanal, Carlos Padovani observou que os níveis mínimos do rio aparentam estar chegando a um valor definido. 

Essa condição foi identificada após as marcas anteriores a -59 cm serem identificadas por mais de um dia, dando sinais de ficarem estacionadas. 

“Não tenho como confirmar como seria o nível mínimo a ser registrado. O que vem sendo demonstrado, aparentemente, é que a marca não vai ficar muito longe da marca histórica [de 1964]. O que está identificado é que há muita carência de água em todo o sistema [do Rio Paraguai], muita escassez hídrica, e a consequência mais grave disso tudo estão sendo os incêndios florestais, que estão muito noticiados”, analisou o pesquisador.

QUANDO SOBE?

Quando pode ocorrer a elevação do nível do rio Paraguai ainda é uma incógnita. “Ainda não foi possível encontrar na literatura científica, produzida por instituições no Brasil e do exterior, uma previsão para apontar indícios de como vai se comportar o cenário no ano que vem. Se haverá mais estiagem ou não”, detalhou Padovani.

“O que sabemos [historicamente] é que, a partir da década de 1960, foram 11 anos de estiagem. Com relatos de que esse período começou em 1960 e foi até 1970 e outros de que foi de 1962 a 1973. Nesses 11 anos em que já ocorreu [a estiagem], se pensarmos no tempo de agora, estaríamos mais ou menos na metade [do período de estiagem]. Estamos de 2019 até hoje, 2024”, completou.

O SGB sinalizou que há indícios de acumulados de chuva de 31 mm concentrados entre os dias 10 e 17 deste mês. “Caso esse prognóstico se concretize, combinado com a tendência observada nos últimos dias, espera-se no curto prazo a continuidade do processo de vazante em Cáceres, Ladário, Forte Coimbra e Porto Murtinho, além da redução dos níveis em outros locais e possível início da recuperação dos níveis do Rio Paraguai ao fim do mês de outubro”, sugeriu o órgão federal.

“Temos sinais de que o período de chuva está sendo retomado no Brasil, com registros em outras partes do País. Para Corumbá, há sinais [de chuva]. As chuvas que influenciam o nível do Rio Paraguai, especialmente em Ladário, são as chuvas que vão acontecer lá em Mato Grosso, no planalto. Se houver muita chuva por lá capaz de umedecer o solo, poderá começar a ter o efeito de subir o nível. Porém, entre chover lá e elevar o nível do rio aqui, vai em torno de quatro meses”, indicou Padovani.

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TRANSPORTE COLETIVO

Campo Grande: motoristas retomam negociação, mas risco de paralisação permanece

Categoria espera sucesso em mais uma rodada de negociação nesta segunda; ameaça de paralisação se mantém para esta semana

24/11/2024 15h40

Motoristas do Consórcio Guaicurus  haviam programado uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira (25).

Motoristas do Consórcio Guaicurus haviam programado uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira (25). Foto: Gerson Oliveira

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Após adiarem a paralisação anteriormente marcada para ocorrer na próxima segunda-feira (25), os motoristas de ônibus de Campo Grande devem retomar as negociações com o Consórcio Guaicurus a partir de amanhã. No entanto, sem um reajuste salarial, a possibilidade de uma greve não é descartada entre a classe.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano (STTCU), Demétrio Ferreira, a expectativa dos motoristas é que as negociações com a concessionária tenham finalmente uma definição nesta segunda-feira (25). Contudo, segundo o presidente, o acordo só deve ser firmado caso todas reivindicações iniciais sejam cumpridas. 

“Esperamos que amanhã tenha uma definição. Caso não tenha um acordo, durante a semana com certeza devemos fazer a paralisação. As reivindicações são as mesmas, reajuste salarial e benefícios. Não mudou nada”, explicou Demétrio ao Correio do Estado

Anteriormente, o sindicato havia recuado sobre a possibilidade de uma paralisação devido à retomada das negociações com a empresa. Além disso, uma solicitação do Hemosul para adiarem a  greve também foi levada em consideração pelos motoristas.

Paralisação 

No dia 21 de novembro, uma quinta-feira, os motoristas do Consórcio Guaicurus programaram uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira, dia 25 de novembro. 

Sem reajuste salarial, a cada ano, a renovação do contrato entre os motoristas de ônibus de Campo Grande e o Consórcio Guaicurus se torna um ponto central nas discussões sobre o transporte público da capital.

Atualmente, cerca de 1.100 profissionais reivindicam um reajuste salarial de 8%, sob justificativa de que a inflação tem ‘corroído’ seus ganhos, atualmente fixados em R$ 2.749,00. Além disso, a categoria busca um aumento no valor do ticket alimentação, que hoje é de R$ 250,00, para R$ 350,00.

Em contrapartida, o Consórcio Guaicurus, por sua vez, argumenta que a proposta apresentada, com um reajuste de 4% e outros benefícios, já é satisfatória, em razão do cenário econômico atual e das dificuldades enfrentadas pelo setor.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Willian Alves, desde o dia 25 de outubro está encerrada a data base da categoria e não houve indicativo de aumento.

Quais são os benefícios?

  • Vale gás mensal, já que hoje o benefício é ofertado mês sim, mês não;
  • Aumento de R$ 100 no vale alimentação, que iria de R$ 250 para R$ 350;
  • Reajuste de 2% na Participação nos Lucros, que atualmente é de 9% ao mês, acumulada em seis meses;
  • e ampliação na cobertura da assistência à saúde.
     

Reajuste

Devido ao desequilíbrio econômico alegado pela empresa, as contas do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte público de Campo Grande, passam por uma perícia desde outubro. O objetivo da análise é avaliar a necessidade de reajuste na tarifa do ônibus , fixada atualmente em R$ 4,75. O consórcio, no entanto, solicita um aumento para R$ 7,79. 

No entanto, o processo de reajuste, que se arrasta desde o ano passado, foi suspenso em agosto deste ano pelo o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 4ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, que decidiu suspender a revisão do contrato de concessão e o reajuste da tarifa até que a perícia fosse realizada.

Colaborou Daiany Albuquerque*

 

Investigação

Homem morre esfaqueado após discussão em posto de combustível

O autor do crime foi descoberto e, até o momento, não foi encontrado. Ele foi identificado pela polícia por meio das câmeras de segurança do local, que registraram a discussão seguida da morte

24/11/2024 14h30

Delegacia de Polícia Civil de MS

Delegacia de Polícia Civil de MS Divulgação/ PCMS

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Elton Jaqson Ferreira Lopes, de 27 anos, foi morto às facadas na madrugada deste domingo (24), na varanda de um posto de combustível em Eldorado, a 441 quilômetros de Campo Grande. O autor do crime foi descoberto e está sendo procurado pela polícia.

Conforme o boletim de ocorrência, a vítima estava em um posto de combustível quando foi encontrada com o suspeito no pátio do estabelecimento.

Ainda conforme relatos de testemunhas no boletim de ocorrência, o suspeito foi encaminhado por Elton e iniciou uma discussão ríspida entre os dois. Durante a briga, o autor, armado com uma faca, desferiu vários golpes contra a vítima, que morreu no local. Após cometer o crime, o suspeito fugiu do estabelecimento.

Equipes da Polícia Civil foram acionadas e, durante as investigações, tiveram acesso a imagens das câmeras de segurança, nas quais o autor foi identificado como José Carlos Lopes da Cruz, de 34 anos.

Com as informações em mãos, os policiais se dirigiram aos endereços relacionados ao suspeito, mas não o encontraram. No imóvel, os agentes da Polícia Civil encontraram fotos do autor que correspondiam às imagens identificadas pelas câmeras de segurança.

Conforme informações da Perícia Técnica, a vítima foi esfaqueada no peito, na mão e nas costas, totalizando cinco facadas.

O caso foi registrado na delegacia do município, e as investigações foram iniciadas na busca pelo paradeiro do suspeito, que segue foragido.

 

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