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Rodovias de Mato Grosso do Sul passam no teste da Confederação Nacional do Transporte

MS tem a 2º malha rodoviária com menos pontos críticos no país, atrás apenas do Distrito Federal

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A Confederação Nacional do Transporte (CNT) realiza, desde 1995, a Pesquisa CNT de Rodovias, que tem como objetivo avaliar a condição da malha rodoviária brasileira.

Segundo o levantamento “Os Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras”, de 2021, Mato Grosso do Sul é a segunda Unidade Federativa com menos pontos críticos do país, com 0,02 ocorrências a cada 100 quilômetros, atrás apenas do Distrito Federal, que teve índice de 0,0. 

Foram identificadas 30 ocorrências no estado, sendo 83,3% delas de buracos grandes, 6,7% de erosão na pista, 3,3% queda de barreira, e outros (6,7%).

Em Mato Grosso do Sul, maiores problemas foram identificados nas proximidades de Cassilândia e Campo Grande. Reprodução: CNT

Destas, 27 ocorrências foram encontradas em jurisdição federal, número que corresponde a 90% das rodovias analisadas durante o estudo.

O número de pontos críticos analisados em 2021 foi o menor da série histórica (0,02), que considera levantamentos realizados desde 2012. Na época, o número de ocorrências a cada 100 quilômetros era de 0,12. No ano seguinte, em 2013, o índice reduziu para 0,05.

Nos anos de 2014 e 2015, foram 0,07 ocorrências a cada 100 quilômetros percorridos. Em 2016, o índice subiu para 0,18. Em 2017, houve uma nova redução, para 0,04. Em 2018 e 2019, o índice foi de 0,16.

A média de densidade durante a série histórica, calculada em 0,10, posiciona Mato Grosso do Sul como a 3º unidade federativa com a menor quantidade de pontos críticos na malha rodoviária, atrás do Distrito Federal (0,03) e São Paulo (0,08).

Gerson Oliveira/Correio do Estado

Segundo a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Seilog) e a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), no ano de 2021 foram investidos cerca de R$ 837 milhões em rodovias estaduais. Em 2022, o investimento saltou para R$ 1,3 bilhão.

Os recursos foram destinados pelo Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul (Fundesul). 

Segundo o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Hélio Peluffo Filho, é necessário planejamento e investimento para impedir que os pontos críticos prejudiquem o setor de transportes e a sociedade em geral. 

“Além de aumentar o custo do frete, impactam negativamente na segurança dos usuários. Por isso, investimentos na manutenção, conservação e recuperação são fundamentais para dar qualidade às rodovias e devem ser constantes, já que melhoram, inclusive, a produtividade dos setores econômicos”, relatou.


BR-163

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, a BR-163 passará por relicitação, prevista para o início de 2023. Em janeiro de 2022, a  Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) incluiu os 247 quilômetros da BR-267 - entre Nova Alvorada do Sul e a divisa com São Paulo - no processo de relicitação.

A inclusão do trecho aconteceu devido a integração da BR-267 na Rota Bioceânica, que irá ligar a cidade sul-mato-grossense de Porto Murtinho, localizada a 439 quilômetros da Capital, e a cidade paraguaia de Carmelo Peralta.

Na época, a nova licitação estava prevista para março de 2023, e exigiria duplicações da pista, recuperação, manutenção e conservação das rodovias em todo o trecho concedido, além de oferecer diversos serviços aos usuários. 

A empresa vencedora terá de realizar intervenções estruturais no pavimento e melhorias funcionais e operacionais. Entre eles, reparos no pavimento e acostamento, adequação da sinalização, recuperação dos elementos de segurança, recuperação emergencial de pontes, viadutos e drenagem, implantação dos Serviços de Apoio ao Usuário  (SAU), tratamento da faixa de domínio, cadastro de todos os elementos da rodovia e realização de estudos de acidentes. 

De fora

Algumas rodovias federais de Mato Grosso do Sul, que estão em péssimo estado de conservação, acabaram ficando de fora do estudo, realizado em 2021: a BR-487, em Itaquiraí com a divisa com o Paraná, e a BR-436 entre Aparecida do Taboado e a ponte sobre o Rio Paraná, na divisa com São Paulo.
 

A nível nacional

A Pesquisa CNT percorreu 109.103 quilômetros de rodovias em todo o País. O objetivo do estudo é analisar os principais pontos críticos das rodovias brasileiras, identificados como: quedas de barreira, buracos grandes, erosões na pista, pontes caídas, pontes estreitas e “outros”. 

De 2012 a 2021 a densidade de pontos críticos (ocorrências a cada 100 quilômetros) aumentou 481,5%.

Entre 2019 e 2021, essa densidade cresceu 42,7%. Em 2012, o usuário encontrava, em média, um ponto crítico a cada 372,4 quilômetros. Em 2021, essa extensão se reduziu para 63,8 quilômetros.

No ano de 2021, foram registrados 1.739 pontos críticos, conforme indicado na Tabela a seguir:

 

PONTO CRÍTICO QUANTITATIVO DE OCORRÊNCIAS EM 2021
Buraco grande 1.363
Erosão na pista 303
Queda de barreira 40
Ponte estreita 18
Outros 10
TOTAL 1.739


Tipos de Pontos Críticos

QUEDAS DE BARREIRA: são considerados quedas de barreira os deslocamentos do material de encostas e taludes sobre a plataforma da rodovia, provocando a obstrução de um ou mais sentidos de circulação e/ou do acostamento da via.

A maioria das quedas de barreira registradas de 2012 a 2021 (50,0%) ocorreu na região Sudeste e se concentra em vias sob gestão pública.

Foram observados 40 locais com esse tipo de ponto crítico em 2021. Desse total, nove (22,5%) apresentavam condições adequadas de sinalização, nove (22,5%), sinalização deficiente, e 22 não estavam sinalizados (55,0%). Além disso, 17,5% das quedas de barreira registradas em 2021 já haviam sido registradas em edições anteriores da Pesquisa.


EROSÕES NA PISTA: considera-se erosão na pista a ruína total ou parcial da pista de rolamento ou do acostamento, comprometendo a estabilidade da via e a segurança dos usuários.

No ano de 2021 foram encontrados 303 pontos com erosões em toda a extensão pesquisada (109.103 quilômetros), sendo a maioria destes na região Norte.

Em 2021, apenas 7,6% dessas ocorrências apresentaram condições adequadas de sinalização, e 30,0% das erosões na pista registradas em 2021 já haviam sido apontadas em outras edições do levantamento – sendo o tipo de ponto crítico com maior
permanência dentre os analisados.


BURACOS GRANDES: também chamados de panelas, são cavidades no revestimento asfáltico cujas dimensões, segundo critérios da Pesquisa de Rodovias, são iguais ou maiores que o tamanho de um pneu do veículo padrão da coleta.

O maior quantitativo de buracos grandes ocorreu nas rodovias do Nordeste (56,1% em 2021), com destaque para o Maranhão (16,3%). O Sudeste é a região com o menor quantitativo desse tipo de ponto crítico no período de 2012 a 2021: apenas 2,2% de todas as ocorrências.

Notou-se um aumento da quantidade de buracos grandes ao longo dos anos em toda a malha rodoviária e a sua concentração em rodovias sob gestão pública. Em 2021, apenas 0,3% das ocorrências apresentavam condições adequadas de sinalização. Dos buracos grandes observados em 2021, 21,2% já haviam sido registrados em anos anteriores.


PONTES CAÍDAS: é toda obra (ponte ou viaduto) que apresente dano estrutural em algum de seus elementos que impossibilite a transposição e ocasione a interrupção do fluxo de tráfego.

A região Norte apresentou o maior quantitativo de pontes caídas (48,1%) ao longo dos 10 anos considerados.

As pontes caídas registradas ocorreram quase que exclusivamente em rodovias sob gestão pública. Em 2021 foram registradas cinco pontes caídas, sendo apenas duas delas com condições adequadas de sinalização.


PONTES ESTREITAS: são consideradas pontes estreitas ou viadutos estreitos as obras que possuem apenas uma faixa de rolagem. Nelas, o fluxo ocorre em um sentido de circulação por vez, com potencial prejuízo à fluidez e à segurança.

Em 2021, foram identificadas 18 pontes estreitas, das quais apenas uma apresentava condições adequadas de sinalização.

 

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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