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INVESTIMENTO

Rota da Celulose enfrenta desafio "ainda maior", avalia governo do Estado

Edital do pacote de rodovias recomeçou processo de licitação, que está marcado para ocorrer no dia 8 de maio

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O governo do Estado iniciou ontem nova caminhada para a concessão das rodovias integrantes da Rota da Celulose em Mato Grosso do Sul. Com alguns ajustes no edital, o novo projeto pode enfrentar um cenário “ainda mais desafiador” que o de dezembro, quando o certame terminou deserto.

A licitação vai ser uma entre dezenas apresentadas pelo governo federal, assim como ocorreu no ano passado, porém, segundo a secretária especial do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) de Mato Grosso do Sul, Eliane Detoni, neste ano, alguns fatores contribuem para que o desafio seja ainda maior que o de 2024. Entretanto, ela se mostra confiante para um resultado positivo dessa vez.

“A gente está em um cenário muito mais desafiador do que a gente estava em 2024, porque a gente tem no primeiro momento uma condição macroeconômica que não é muito favorável, então isso aumenta o risco para o investidor, para o financiador. E também, por outro lado, a gente vai ter novamente uma oferta de muitos projetos de concessão rodoviária no mercado, como aconteceu no ano passado, talvez até mais intensificada do que a gente teve no ano passado”, declarou Eliane ao Correio do Estado.

“Ainda que a gente tenha esse ambiente, esse cenário macroeconômico bastante desafiador, e também acho que a gente vai ter concorrência, mas o projeto está bastante atrativo, está muito equilibrado. Então, eu não tenho dúvidas de que a gente está apresentando agora um projeto que vai atrair o mercado”, completou Eliane.

Conforme o novo projeto apresentado ao mercado, o investimento na rodovia será de R$ 10 bilhões, um pouco maior que o projeto anterior, que previa R$ 8,8 bilhões. Porém, as obras foram postas de forma mais espaçada, dando, assim, uma suavizada nos investimentos que estavam previstos para ocorrer a partir do segundo ano do contrato.

“A gente tinha um volume muito grande, um escopo de projeto para cumprir bastante desafiador, porque as conversas que a gente teve com o mercado, no ano passado e agora no começo deste ano, foi para entender um pouquinho do lado deles, quais eram os principais aspectos que tinham pesado na decisão de não terem participado naquele primeiro momento. Então, a gente revisitou a demanda do projeto. O que a gente fez foi distribuir melhor esses investimentos que estavam muito concentrados nos primeiros anos, e esse foi um ponto trazido por todos os investidores”, explicou.

Um exemplo dessa mudança está na duplicação de um trecho de 31,4 quilômetros prevista para ser realizada em Três Lagoas entre o sexto e o sétimo ano do contrato. Agora, essa melhora na rodovia será realizada, segundo Eliane, a partir do momento que houver necessidade, a partir do aumento do fluxo de veículos na região.

“Nós mantivemos o trecho de duplicação de Arapuá, que é Três Lagoas-Arapuá, só que a gente colocou isso dentro de um mecanismo engatilhado. Ou seja, ele atingindo um volume de tráfego, ele entra para o gatilho e, aí sim, ele vai ser duplicado. Esse mecanismo existe no contrato como um todo, você vai monitorando e, claro, ele precisa cumprir com alguns critérios e detectar esse aumento de demanda nessas rodovias, aí tem uma série de investimentos que precisarão ser feitos, como terceira faixa ou duplicação”, declarou.

No projeto apresentado ontem estão previstos 115 km em duplicações, 457 km de acostamentos, 245 km de terceiras faixas, 12 km de marginais, implantação de 38 km em contornos de municípios, 62 dispositivos em nível, 4 dispositivos em desnível, 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes e implantação de 3.780,00 m² de obras de arte especiais. E todos os 870,3 km da concessão passam a ter 100% de acostamento.

TAXA DE RETORNO

Um dos entraves para o mercado no ano passado, segundo mostrou reportagens do Correio do Estado, foi justamente a taxa de juros alta no País, valor que era maior que a taxa de retorno do investimento.
No ano passado, a Selic – a taxa de juros do Banco Central (BC) – subiu 1% em dezembro, atingindo 12,75% ao ano. 

O conjunto de rodovias de MS estava oferecendo às empresas interessadas uma taxa interna de retorno do investimento (TIR) de 10,37% ao ano, a qual foi calculada em abril do ano passado.

À época, o horizonte no médio prazo para os juros da economia brasileira era bem mais otimista, com a possibilidade de a taxa Selic voltar a ser de apenas um dígito (menos de 10%) já em 2026. Contudo, a expectativa de redução na curva dos juros foi prorrogada por, pelo menos, mais um ano, para 2027.

Na quarta-feira, o Conselho Nacional de Política Monetária (Copom) do BC aumentou a Selic em um ponto porcentual, atingindo 13,25% ao ano. No novo projeto da Rota de Celulose, porém, também houve reajuste no TIR, que subiu para 11,41%.

“Alinhada, vamos dizer assim, a esse momento [do mercado], e está muito condizente com outros projetos que estão sendo ofertados, tanto do governo federal quanto de outros estados. Então, isso, com certeza, vai ser um ponto bastante relevante para aumentar a atratividade do projeto”, avalia a secretária.

LEILÃO

De acordo com o governo do Estado, a entrega das propostas para o novo edital de licitação da Rota da Celulose será realizada no dia 5 de maio na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. A abertura das propostas está marcada para o dia 8 do mesmo mês.

Ontem foi publicado o aviso de licitação no Diário Oficial do Estado (DOE), e as mudanças do edital estão publicadas no site do EPE.

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Cidades

Após 10 anos sem registro, criança morre de coqueluche em Campo Grande

Última morte registrada em Mato Grosso do Sul pela doença havia sido em 2014; Nova vítima tinha 1 mês

28/02/2025 18h16

Prevenção da Coqueluche é feita através da vacinação

Prevenção da Coqueluche é feita através da vacinação Foto: Divulgação

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Uma criança de 1 mês e 29 dias morreu vítima de coqueluche, em Campo Grande. É o primeiro registrado pela doença após mais de 10 anos sem registro de óbitos.

De acordo com comunicação de risco publicada nesta sexta-feira (28) pela Coordenadoria de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-CG), a criança morreu no dia 19 de fevereiro e não apresentava comorbidades, nem tinha histórico de contato ou viagem.

Devido à idade, ela também ainda não tinha a vacina penta, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae B, mas é indicada para crianças a partir dos dois meses de idade. 

Ainda segundo o Cievs, a criança passou por atendimento médico no dia 10 de fevereiro, na Clínica da Família, com quadro de tosse secretiva que já durava três dias, febre e despertares com dispnéia.

No dia 15, o menino foi novamente atendimento, desta vez em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), com febre e tosse seca, dispneia e tiragem intercostal, que é uma dificuldade respiratória grave.

O bebê foi encaminhado ao hospital no dia 16 de fevereiro, já com quadro de bronqueolite e pneumonia associados, com sinais de gravidade, como esforço respiratório e dependência de oxigênio.

No mesmo dia, ele apresentou piora progressiva, necessitando de ventilação pulmonar mecânica.

"Houve piora progressiva com choque séptico e choque refratário. Evoluiu com PCR [parada cardiorrespiratória] e óbito", diz a nota.

O caso foi notificado como suspeito para coqueluche no dia 17 de fevereiro, sendo coletado material e encaminhado para diagnóstico no Laboratório Central (Lacen). 

O resultado saiu no dia 21 de fevereiro, positivo para coqueluche.

Dez anos sem mortes

Conforme dados do painel epidemiológico do Ministério da Saúde, Mato Grosso do Sul não registrava mortes por Coqueluche desde 2014, quando houve três óbitos, sendo um em Campo Grande. 

Nos anos de 2021, 2022 e 2023, sequer foram registrados casos suspeitos da doença na Capital.

No ano passado, foram registrados nove casos na Capital e 75 em todo o Estado, mas todos evoluíram para cura. No Brasil, foram três mortes em 2024, sendo duas em Minas Gerais e uma no Rio Grande do Sul.

Já neste ano, o único caso registrado até então é o da criança que veio a óbito.

A morbidade da coqueluche no país já foi elevada. No início da década de 1980 eram notificados mais de 40 mil casos anuais, número que caiu abruptamente a partir de 1983, mantendo, desde então, tendência decrescente.

 Coqueluche

A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada pela bactéria Bordetella Pertussis. A principal característica são crises de tosse seca e pode atingir, também, traqueia e bronquios.

As crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, podem levar à morte.

A contaminação é por meio de gotículas eliminadas pela tosse, fala, espirro e ocorre ainda por meio de objetos contaminados pela secreção do doente.

Os principais sintomas são febre, mal-estar geral, coriza e tosse seca. Gradualmente, a tosse se torna mais intensa e frequente evoluindo para crises de tosse incontroláveis e rápidas que podem causar vômitos.

É necessário ter uma atenção especial para bebês menores de 6 meses, já que são mais propensos a ter as formas graves da doença.

A melhor forma de prevenir é tomar a vacina pentavalente, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças até 6 anos, 11 meses e 29 dias, mas o ideal é vacinar antes de completar um ano de idade.

São 3 doses aplicadas, aos 2, 4 e 6 meses de idade. É preciso ainda tomar duas doses de reforço da vacina DTP (tríplice bacteriana), uma aos 15 meses de idade e outra até os 4 anos.

Gestantes, mesmo se vacinadas em gestações anteriores, devem fazer uma dose da vacina do tipo adulto (dTpa), a partir da 20ª semana da gestação atual.

A vacinação é importante para imunização passiva (passagens de anticorpos maternos e a transferência passiva de anticorpos para o bebê), até os dois primeiros meses de vida.

Levantamento

Com R$ 2.169, renda domiciliar de MS é 4,8% maior que a média nacional

Conforme levantamento do IBGE, renda média de domicílios do estado ficou a frente do Espírito Santo, Goiás e Minas Gerais

28/02/2025 18h01

Imagem ilustrativa

Imagem ilustrativa Foto: Arquivo, Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul registrou a 8ª maior renda domiciliar per capita do País em 2024. O dado foi divulgado nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

Com o valor alcançado de R$ 2.169, o índice é 4,8% maior do que a média nacional, de R$ 2.069. Vale destacar que atualmente, o salário mínimo nacional é de R$ 1.518.

O índice sul-mato-grossense está apenas atrás do Distrito Federal (R$ 3.444), São Paulo (R$ 2.662), Rio Grande do Sul (R$ 2.608), Santa Catarina (R$ 2.601), Rio de Janeiro (R$ 2.490), Paraná (R$ 2.482) e Mato Grosso (R$ 2.276).

E acima de estados como Espírito Santo (R$ 2.111), Goiás (R$ 2.098), Minas Gerais (R$ 2.001) e Tocantins (R$ 1.737). Confira o ranking completo:

Média nacional do Brasil - R$ 2.069  

Unidades Federativas:

  1. Distrito Federal - R$ 3.444  
  2. São Paulo - R$ 2.662  
  3. Rio Grande do Sul - R$ 2.608  
  4. Santa Catarina - R$ 2.601  
  5. Rio de Janeiro - R$ 2.490  
  6. Paraná - R$ 2.482  
  7. Mato Grosso - R$ 2.276  
  8. Mato Grosso do Sul - R$ 2.169  
  9. Espírito Santo - R$ 2.111  
  10. Goiás - R$ 2.098
  11. Minas Gerais - R$ 2.001
  12. Tocantins - R$ 1.737
  13. Rondônia - R$ 1.717 
  14. Rio Grande do Norte - R$ 1.616
  15. Roraima - R$ 1.538  
  16. Amapá - R$ 1.514  
  17. Sergipe - R$ 1.473  
  18. Pernambuco - R$ 1.453  
  19. Paraíba - R$ 1.401
  20. Bahia - R$ 1.366  
  21. Piauí - R$ 1.350  
  22. Pará - R$ 1.344  
  23. Alagoas - R$ 1.331  
  24. Acre - R$ 1.271
  25. Amazonas - R$ 1.238
  26. Ceará - R$ 1.225 
  27. Maranhão - R$ 1.077

Levantamento

O rendimento domiciliar per capita é calculado como a razão entre o total dos rendimentos domiciliares (nominais) e o total dos moradores. Nesse cálculo, são considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes.

Todos os moradores são considerados no cálculo, inclusive os moradores classificados como pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos.

Os valores foram obtidos a partir dos rendimentos brutos de trabalho e de outras fontes, efetivamente recebidos no mês de referência da pesquisa, acumulando as informações das primeiras visitas da PNAD Contínua feitas no 1º, 2º, 3º e 4º trimestres de 2024.

A PNAD Contínua é uma pesquisa domiciliar, amostral, realizada pelo IBGE desde janeiro de 2012, que acompanha as flutuações trimestrais e a evolução da força de trabalho, entre outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.

No caso específico dos rendimentos, são coletadas as informações referentes ao trabalho em todas as visitas e referentes às outras fontes de rendimento nas primeiras e quintas visitas ao domicílio. Para o cálculo anual do rendimento domiciliar per capita a partir da PNAD Contínua, utiliza-se a primeira visita ao domicílio.

Em 2020 e 2021, houve queda acentuada de taxas de aproveitamento da coleta, principalmente da primeira visita ao domicílio. As menores taxas de aproveitamento das entrevistas refletiam o contexto excepcional, ocasionado pela pandemia de Covid-19 nesses anos, e os procedimentos adotados para minimizar as perdas de informação que poderiam ocorrer devido à pandemia, ao isolamento social e ao acesso dos entrevistadores aos domicílios.

A partir de 2022, já se observava o processo de recuperação do aproveitamento das entrevistas em curso, o que se consolidou em 2023.

Metodologia

Diante desses impactos, para o cálculo do rendimento domiciliar per capita dos anos de 2020, 2021 e 2022, foi adotada a quinta visita ao domicílio, em alternativa ao padrão até então adotado (primeira visita) e temporariamente suspenso em decorrência da pandemia de Covid-19.

A partir de 2023, com o retorno aos níveis de aproveitamento das amostras, o cálculo do rendimento domiciliar per capita volta a ter como referência o banco de primeira visita aos domicílios.

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