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Saúde Mental: saiba lidar com a ansiedade em tempos de pandemia

Especialista dá dicas importantes de qualidade de vida em meio à crise

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Ansiedade, estresse, insônia, são um dos maiores malefícios de viver em meio a correria da rotina. No entanto, nos últimos dias, a pandemia causada pelo novo coronavírus deixou a vida de muita gente de cabeça para baixo, e assim, os malefícios que antes ainda eram considerados “leves” se tornaram doenças psicológicas graves diante da sociedade. 

E como lidar com isso tudo? especialista em saúde mental, a psicóloga Laynara Vilagra destaca ao Correio do Estado, os principais pontos importantes quando a ansiedade se torna doença e dá dicas preciosas de como vencer esse mal em plena pandemia do novo coronavírus. 

Dados apontam que o Brasil é o 16° país que mais sofre com ansiedade, segundo levantamento Tracking the Coronavirus, realizado semanalmente pela pesquisadora Ipsos com entrevistados de 16 países. 

Segundo a pesquisa, quatro em cada dez brasileiros (41%) têm sofrido de ansiedade como consequência do surto do novo coronavírus. As mulheres são as mais afetadas: enquanto 49% se declaram ansiosas, 33% dos homens estão lidando com o sintoma no momento. 

Os dados fazem parte do índice de 41% ranqueia o Brasil na primeira posição entre as nações mais ansiosas. Em segundo lugar, está o México, com 35%. Com 32%, o terceiro posto vai para a Rússia. Por outro lado, Japão (6%), Alemanha (7%) e Coreia do Sul (15%) são os menos impactados pela ansiedade a nível global, segundo os ouvidos do estudo. 

Para a psicóloga, a causa da ansiedade depende dos sentimentos e da história singular de cada pessoa. Seja pelas experiências pessoais e a maneira como é tratada, elas podem causar predisposições que determinam transtornos e doenças psicológicas. 

“Existem diversas causas que, sozinhas ou combinadas, podem vir a desencadear o transtorno de ansiedade, tais como: traumas, estresse, genética, doenças físicas e até mesmo a depressão. É comum o paciente alternar entre quadros de ansiedade e quadros de depressão, pois uma condição pode gerar a outra. Os sintomas são uma mistura de manifestações físicas, psicológicos e emocionais, como suor em excesso, falta de ar, indigestão, náusea, taquicardia, pânico, dificuldades para dormir, dores musculares, irritabilidade e tensão. Eles aparecem com maior intensidade durante uma crise”, explicou. 

No entanto, a ansiedade de vez em quando é comum em situações da vida que a pessoa precisa enfrentar algo, porém quando se torna doença, não tem idade e nem perfil, principalmente na crise em que o país vive, tanto econômica quanto na saúde pública.

“Há uma diferença entre este sentimento passageiro e o transtorno de ansiedade generalizada. O transtorno de ansiedade generalizada é uma doença psicológica caracterizada pela preocupação ou expectativa excessiva. Fantasias de eventos desastrosos antes mesmo da situação se desenrolar são comuns. Assim, a pessoa está sempre em alerta, esperando o pior. A maior diferença entre eles é que o Transtorno de Ansiedade Generalizada é crônico e, eventualmente, se torna parte da identidade da pessoa enquanto o segundo é um estado emocional”, disse Laynara.

Enquanto muitos brasileiros já sofrem desse mal todos os dias, depois do medo e a crise que a pandemia do novo coronavírus gerou, a situação ficou ainda preocupante e o volume de procura por ajuda psicológica ficou ainda mais frequente. 

Ao Correio do Estado, a especialista contou que nesse tempo de pandemia, algumas das demandas nesse momento é também em ansiedade em relação aos pensamentos invasivos e pessimistas, insônia e aumento da ingestão de alimentos. “Quando não se consegue ter condições de controle de previsão do que está por vir e a incerteza em relação ao futuro o nosso nível de ansiedade aumenta. Então, as pessoas estão experimentando sentimento desse tipo, e muitas vezes não sabendo lidar com eles”, contou. 

Ter que se reinventar e a incerteza do que vem pela frente desencadeou um nível de ansiedade maior no professor universitário Igor Domingos, de 28 anos. Sem aulas, o desafio profissional ficou ainda mais difícil e a ansiedade tomou conta da rotina que neste ano está diferente. 

“As mudanças das atividades escolares acaba sendo desafiador e gerou ansiedade e incertezas. Porque, o professor tem um papel como agente ativo fundamental no processo de formação de um cidadão, então diante disso, precisei reinventar nas transmissões de vídeos, gravações de conteúdos que também pode ser visto como algo positivo, mas hoje, eu tento ocupar a cabeça com atividades que me dão prazer e que diminuam o estresse do dia a dia e fugir dos pensamentos negativos”, contou

Como já utilizou bastante da terapia com psicólogos, Igor acredita que uma grande ajuda é buscar auxílio na psicoterapia. “As pessoas ainda enxergam a psicologia como tabu dando margem a visões preconceituosas sobre saúde mental e é importante falar sobre sentimentos, pois o psicólogo (a) irá ajudar a controlar a ansiedade e ter uma melhor qualidade de vida”, disse. 

DICAS

Se relacione: Para a psicóloga, é importante neste momento manter as relações, mesmo com o isolamento social, é possível manter contato com as pessoas por mensagens, ligações e chamadas de vídeo. “Manter nossas relações sociais e ver como estão às pessoas que são relevantes para nós, mesmo que estejam fisicamente distantes, pode ser uma forma de poder dividir nossas angústias e medos”, pontuou. 

Exercícios ajudam: Exercícios físicos ajudam a limpar a mente e organizar os pensamentos. “Priorize atividades agradáveis e praticar o amor-próprio, além de promoverem a saúde mental, aumentam a autoestima e a autoconfiança”. 

Se divirta: Fazer atividades agradáveis, hobbies, pode ser um escape para a ansiedade. “É fundamental ter uma rotina diária com elementos que geram bem-estar, prazer, nem que seja somente por 30 minutos diários”. 

Não se cobre tanto: “É importante também entender que nem tudo depende de nós, para não nos cobrarmos com coisas que não somos inteiramente responsáveis, faça o que esteja ao seu alcance nesse momento, isso serve para amizades, trabalhos e tarefas. Tudo bem errar, tudo bem não der conta, ninguém é perfeito, mas o importante é continuar tentando, e ter consciência de viver um dia de cada vez. 

Procure ajuda: “Não pense que sua ansiedade é frescura ou drama, em função do preconceito e do desconhecimento, é comum as pessoas não darem atenção à transtornos mentais como a ansiedade, que necessitam de tratamento psicológico e às vezes, psiquiátrico. Transtornos mentais não são frescura e podem atingir qualquer um. Não tenha vergonha de buscar ajuda profissional, se sentir necessidade”, finalizou. 

ATENDIMENTO

Em Mato Grosso do Sul, a Sociedade Psicanalítica (SPMS) tem atendimento gratuito para quem busca melhorar a saúde mental em meio a covid-19. Os atendimentos são realizados por por todos os profissionais da sociedade e podem ser solicitados pelo site, telefone  (67) 3325-7770 ou também pelo WhatsApp (67) 99141-4221 sem custo nenhum. 

Saúde

Anvisa tem maioria para manter proibição de cigarros eletrônicos

Medida está em vigor desde 2009

19/04/2024 20h00

Sarahjohnson/ Pixabay

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A maioria dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com esse placar, continua proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento, bem como de publicidade ou divulgação desses produtos por qualquer meio, em vigor desde 2009. 

Dos cinco diretores, três votaram a favor da proibição. Faltam os votos de dois diretores.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, são chamados de vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023) revelam que 4 milhões de pessoas já usaram cigarro eletrônico no Brasil, apesar de a venda não ser autorizada.

O diretor-presidente da Anvisa e relator da matéria, Antonio Barra Torres, votou favorável à manutenção da proibição desses dispositivos.

“O que estamos tratando, tanto é do impacto à saúde como sempre fazemos, e em relação às questões de produção, de comercialização, armazenamento, transporte, referem-se, então, à questão da produção de um produto que, por enquanto, pela votação, que vamos registrando aqui vai mantendo a proibição”.

Antonio Barra Torres leu por cerca de duas horas pareceres de 32 associações científicas brasileiras, os posicionamentos dos Ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Fazenda e saudou a participação popular na consulta pública realizada entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mesmo que os argumentos apresentados não tenham alterado as evidências já ratificadas pelos diretoras em 2022.
Em seu relatório, Barra Torres se baseou em documentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Europeia, em decisões do governo da Bélgica de proibir a comercialização de todos os produtos de tabaco aquecido com aditivos que alteram o cheiro e sabor do produto. Ele citou que, nesta semana, o Reino Unido aprovou um projeto de lei que veda aos nascidos após 1º de janeiro de 2009, portanto, menores de 15 anos de idade, comprarem cigarros.

Ele mencionou ainda que a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (U.S Food and Drug Administration) aponta que, mesmo com a fiscalização, há comércio ilícito desses produtos.

O diretor ainda apresentou proposições de ações para fortalecimento do combate ao uso e circulação dos dispositivos eletrônicos de fumo no Brasil. 
 

Cidades

Justiça recusou 6 pedidos de tratamento para réu que morreu na prisão, diz advogado

José Roberto de Souza, acusado de matar o empresário Antônio Caetano de Carvalho durante audiência no Procon, morreu de complicações causadas por uma pneumonia

19/04/2024 18h30

Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Defesa do ex-policial militar reformado, José Roberto de Souza, que morreu nesta manhã em decorrência de complicações causadas pela Influenza tipo A, alega que a Justiça recusou seis pedidos de atendimento médico ao réu nos últimos oito meses.

O ex-pm está preso desde o dia 16 de fevereiro de 2023, três dias após o crime que resultou na morte do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, no Procon/MS.

A defesa foi informada da morte por volta das 11 horas da manhã desta sexta-feira (19). O último pedido para tratamento médico havia sido feito pouco antes da morte de José, às 8h.

"Este caso deixa tanto a mim quanto a minha equipe, em uma situação extremamente triste, até com uma sensação de impotência. Porque eu e o doutor Jackson, que foi quem manuseou grande parte dos pedidos desde que aconteceu aquele fatídico problema no Procon, temos informado ao juiz da segunda vara do tribunal do júri as complicações físicas da doença que o nosso cliente possuía", declarou o advogado de defesa, José Roberto da Rosa.

Segundo o advogado, além de problemas psiquiátricos, o réu possuía doença renal crônica e diabetes, além de complicações cardíacas. O primeiro pedido para atendimento médico de José foi feito em setembro do ano passado, mas recusado, já que o Ministério Público teria alegado que a defesa não teria conseguido provar que o cliente estava doente.

"Chegou em um ponto que nós interpusemos um habeas corpus junto ao tribunal, não obtivemos a prestação jurisdicional, e antes da saída para o final do ano [2023], nós ingressamos com outro habeas corpus, mais precisamente no dia 22 de dezembro, onde havíamos dito que o nosso cliente estava doente e precisava de tratamento", acrescentou Rosa.

A única medida tomada pela Justiça, segundo o advogado, foi retirar o réu do presídio militar, onde ele não estava recebendo os tratamentos adequados - por falta de escolta e por falta de médicos -, para transferí-lo a outra unidade penal "comum", onde ele poderia receber atendimento médico especializado.

"Ao invés de determinar que ele fosse tratado, o Tribunal de Justiça tirou a condição dele de policial militar e o direito de estar no presídio militar, e o mandou para um presídio comum. Aí ele ficou no Centro de Triagem, com o atendimento dos médicos", explicou o advogado. 

Na última semana, os advogados foram visitar José, que pediu por socorro. Ele teria pedido "doutor, eu preciso de atendimento médico".

"E todos os pedidos rechaçados pelo juiz da segunda vara do tribunal do júri. O habeas corpus, que nós entramos em dezembro do ano passado, até hoje não foi posto em mesa para julgamento. Então, é uma decepção enquanto advogado", afirmou Rosa.

Segundo o advogado, a morte de José pode ser colocada na conta do Poder Judiciário.

"A  conta sobre a morte desse homem é exclusivamente debitada ao Poder Judiciário. Talvez agora, com a certidão de óbito, a gente consiga provar que o nosso cliente estava doente, porque foram oito meses de peticionamento em que promotor disse que nós não conseguimos provar que o nosso cliente estava doente, onde todos os pedidos que foram encaminhados, o juiz de direito, que oficia perante a segunda vaga do Tribunal do Júri, disse que não ia liberar ele para tratamento. Então agora eu vou juntar a certidão de óbito para mostrar que nós tínhamos razão", disse o advogado.

O advogado quer que a família da vítima entre com um processo para culpabilizar o Estado.

"Infelizmente, agora não adianta mais autorizar o tratamento. Ele morreu hoje em decorrência do quadro agravado pelo problema renal crônico. Ele foi contaminado com influenza dentro do presídio, porque o sistema imunológico dele estava muito comprometido, o tratamento que ele precisava receber, ele não recebeu, e infelizmente hoje ele não aguentou", finalizou.

O Crime

No dia 13 de fevereiro deste ano, o empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, foi morto a tiros pelo policial militar reformado, José Roberto de Souza, durante audiência de conciliação realizada no Procon.

A vítima era proprietária da empresa Aliança Só Hilux, especializada em peças de Hilux e SW4, que havia realizado a troca do motor de uma SW4 para José Roberto.

Durante a primeira audiência de conciliação, realizada na sexta-feira anterior, dia 10 de fevereiro, José Roberto pediu que Caetano entregasse as notas fiscais referentes aos serviços prestados pela empresa para a troca do motor de seu veículo blindado, trabalho avaliado em quase R$ 30 mil.

Aproveitando as tratativas, Caetano cobrou do cliente R$ 630 reais devidos, referentes a uma troca de óleo realizada no ano anterior. Na segunda audiência, então, Caetano levaria as notas fiscais e José Roberto o dinheiro que devia.

No entanto, após uma desavença logo no início da audiência de conciliação, José Roberto efetuou três disparos contra Caetano, dois na cabeça e um na nuca. A vítima morreu no local.

Três dias após o crime, José Roberto de Souza se apresentou à polícia.

primeira audiência que investiga o caso foi realizada no dia 3 de julho do ano passado, e ouviu testemunhas de acusação e defesa. Oito pessoas prestaram depoimento, sendo duas delas funcionárias do Procon, uma advogada que presenciou o crime, um funcionário da vítima, o investigador da 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, responsável pelo caso, o filho da vítima e dois conhecidos de longa data do acusado.

Valéria Christina, a conciliadora que trabalhava com o caso, não compareceu para prestar depoimento. Segundo informado durante a audiência, a servidora foi transferida para outro órgão após o ocorrido, e segue afastada desde então por questões de saúde.

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