Cidades

campo grande

Sem acordo, professores entram em greve a partir de sexta-feira

A prefeitura da Capital ofereceu auxílio-alimentação de R$ 400 e adiantamento de 4,78% do pagamento previsto para o mês de dezembro; a proposta foi recusada pelos educadores, que exigem o reajuste de 10,39%

Continue lendo...

Foi decidido em assembleia geral do Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação (ACP), na tarde de ontem, que a categoria entrará em greve a partir desta sexta-feira.

Por volta de 8 mil professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) reivindicam o reajuste de 10,39%, que deveria ter sido pago pela Prefeitura de Campo Grande em novembro. 

Na reunião desta terça-feira, os educadores votaram em unanimidade contra a proposta enviada pela prefeitura da Capital de adiantar 4,78% do pagamento que está previsto para o mês de dezembro somado a um auxílio-alimentação de R$ 400, sem incorporar o benefício ao salário. 

Após a primeira votação, foi discutida greve, que a princípio iniciaria no dia 1º de dezembro. No entanto, em razão da Lei nº 7.783, de 1989, que dispõe sobre os direitos de greve, a categoria tem 48 horas para notificar à prefeitura sobre a paralisação geral e 72 horas para informar à comunidade escolar sobre a adesão à greve. 

Por não ter prazo suficiente para notificar à comunidade escolar, foi debatido sobre outras datas para o início da greve. A mesa diretora da ACP, primeiramente, propôs início da paralisação geral para o dia 5 de dezembro, mas os professores questionaram a data.

Sendo assim, a mesa diretora indicou um segundo dia para a votação, mudando para 2 de dezembro, que foi aceito pela maioria dos profissionais presentes. 

A greve está programada até o dia 9 de dezembro, e, após o prazo, os educadores devem fazer nova reunião para decidir pela continuidade ou não do movimento grevista. 

Enquanto isso, os professores programam passeatas até a prefeitura, visitas à Câmara Municipal de Campo Grande, para falar sobre o reajuste em plenário, e diálogo com a população sobre o motivo da greve. 

Segundo o presidente da ACP, Lucilio Nobre, a categoria não pode decretar greve por tempo indeterminado, conforme as diretrizes impostas por lei.

“A greve não é impossível de se fazer, mas ela tem de ser feita dentro de regras. Do contrário, a gente já começa perdendo”, comentou o professor. 

HISTÓRICO

Em 2015, os professores entraram em greve por 77 dias, para reivindicar a adesão ao piso nacional da categoria. Na época, o prefeito da Capital era Gilmar Olarte, que, segundo os educadores, fez um acordo e não cumpriu. 

A categoria ficou até abril deste ano sem reajuste, quando conseguiu, por meio da Lei Municipal nº 6.796/2022, a adequação em parcelas ao piso nacional. 

Neste ano, os professores temem um novo acordo, para não repetir o que aconteceu em 2015.

“O abono pode ser dado agora e retirado depois a qualquer momento. Então, não é uma garantia que a gente tem. O reajuste tem de ser integrado no salário”, comentou a professora Franciele Noleto, sobre a proposta da prefeitura. 

A educadora ainda questiona sobre as verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

“Onde está sendo investido o Fundeb? A prefeitura deveria prestar conta. Por que está sempre nesse limite providencial? ”. 

O teto que Franciele menciona é previsto na Lei Complementar nº 101/2000, que estabelece um limite de gastos com a folha de pagamento do município de até 60% da Receita Corrente Líquida (RCL). 

Segundo o presidente da ACP, a lei é o principal motivo defendido pela prefeitura para não pagar os 10,39% de reajuste para novembro. 

Entretanto, a professora Silvania Nogueira informa que na Secretaria Municipal de Educação (Semed) há funcionários que estão na folha e não fazem parte da secretaria.

“A gente sabe que tem motorista que recebe pela Semed, mas ele não é funcionário da Secretaria de Educação. Aí, quando ela [prefeita Adriane Lopes] chega e fala que a folha de pagamento da secretaria está exacerbada, está passando do limite, ela não vê isso”, relatou Nogueira. 

A ACP está desde o dia 1º de novembro em contato com a prefeitura para que o pagamento do reajuste seja feito. Além dos 10,39%, o Executivo pagou uma parcela de 5,03% em abril e terá de pagar outras cinco parcelas até 2024, para ajustar o salário de cerca de 8 mil professores ao piso nacional. 

“Nós queremos trabalhar. Ninguém quer ficar no sol, ninguém quer ficar sem aula. A gente quer trabalhar, só que, se ela não cumprir a lei, infelizmente, é isso que ela vai ter a partir de sexta-feira”, disse a professora. 

O Correio do Estado entrou em contato com a Semed e, até o fechamento desta edição, a pasta não deu retorno. O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos. 

Saiba: O acordo feito pelo ex-prefeito Marquinhos Trad era escalonar em seis parcelas o reajuste, a ser cumprido até outubro de 2024. Ao todo, foram oferecidos 67,13% de aumento aos profissionais da educação.

Com a greve declarada, por volta de 8 mil professores da Rede Municipal de Ensino devem paralisar as atividades.

Assine o Correio do Estado

 

 

Cidades

Campo Grande terá Drive-Thru da Reciclagem entre os dias 20 e 22 de março

Nesta edição também serão oferecidas palestras, jogos e visitas guiadas para professores e estudantes

18/03/2025 13h00

Campo Grande terá Drive-Thru da Reciclagem entre os dias 20 e 22

Campo Grande terá Drive-Thru da Reciclagem entre os dias 20 e 22 Divulgação

Continue Lendo...

O "Drive Thru da Reciclagem" chega a sua 12ª edição em Mato Grosso do Sul, com o tema "Cidades são sustentáveis" - a ação acontecerá entre os dias 6 a 8 de junho nos Altos da Avenida Afonso Pena entre o estacionamento ao lado do Bioparque Pantanal e o Espaço Municipal de Cultura Vila Morena.

Realizado pelo Instituto Lixo Zero e pela ONG Du Bem Negócios Sustentáveis, o evento que faz parte das celebrações pelo Dia Mundial da Água (22 de março) conta com o apoio da AGEMS, e tem como objetivo conscientizar a população para o descarte correto dos resíduos e mostrar os impactos positivos que são gerados com práticas sustentáveis.

Para participar, os condutores poderão entrar com o veículo e fazer o descarte correto sem precisar descer do carro, serão aceitos: papel, papelão, plástico, garrafa pet, vidro, óleo de cozinha usado, sucata de aço, ferro, eletrônicos, tecido, banner, medicamento vencido, ração, acessório e medicamento para pet, além de lâmpada, pilha, bateria, entre outros.

No espaço montado para o projeto também terá um ambiente destinado à captação de doações, onde poderão ser doadas peças de roupa, desde que estiver em boas condições de uso. Além disso, também serão oferecidas palestras, jogos e visitas guiadas para professores e estudantes.

“Sustentabilidade não é apenas um conceito, é um compromisso diário. O Drive-Thru da Reciclagem é uma excelente oportunidade para cada um fazer sua parte e ajudar a construir um futuro mais limpo e sustentável. Convidamos toda a população a separar seus resíduos e contribuir para essa grande corrente do bem pelo meio ambiente”, reforça o diretor-presidente da AGEMS, Carlos Alberto de Assis.

Dados gerais

Desde 2020, nas últimas 12 edições do projeto foram preservados: 63.245.078 de litros de água, mais de 52 toneladas de materiais recicláveis coletados, mais de 17 mil pessoas envolvidas e mais de 13 mil mudas doadas.

Somente na penúltima edição promovida em junho de 2024, houve a preservação de mais de 7 milhões de litros de água. Foram coletados 195 kg de medicamentos, 120 litros de óleo, 54 kg de vidro, 428 kg de papel e papelão, 28 kg de plásticos e 1860 kg de eletrônicos diversos.

Assine o Correio do Estado

 

CASA DE LEIS

Câmara de Campo Grande aprova abertura de 'CPI do Consórcio Guaicurus'

Idade da frota, equilíbrio financeiro da concessionária e fiscalização por parte da prefeitura estão entre os pontos de apuração da Comissão

18/03/2025 12h44

"Papy" anunciou instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o transporte coletiv Reprodução

Continue Lendo...

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (18) a Câmara Municipal de Campo Grande, na figura do presidente da Casa Epaminondas "Papy" Vicente Silva Neto, anunciou instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o transporte coletivo da Capital que é mantido pelo Consórcio Guaicurus. 

Papy leu a conclusão do parecer favorável da Procuradoria Jurídica da Casa de Leis, indicando os três objetivos de investigação da CPI, sendo:

  • Emprego de frota com idade (média e máxima) dentro do limite contratual e o estado de conservação dos veículos, nos últimos cinco anos;
     
  • Equilíbrio financeiro contratual após a aplicação dos subsídios públicos concedidos pelo Executivo Municipal de Campo Grande à empresa concessionária por meio das Leis Complementares 519/2024 e 537/2024;
     
  • Fiscalização da Prefeitura Municipal, pela Agereg e pela Agetran, no serviço de transporte público prestado pelo Consórcio após a assinatura do Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) perante o TCE-MS, em novembro de 2020.

Em parlamento, Papy afirmou após a leitura que o campo-grandense sofre ao usar o transporte coletivo local, que ele classificou como de "baixa qualidade" e, consequentemente, gera atrasos e lotações constantes em veículos que não tem nem mesmo ar-condicionada, com a CPI servindo para "jogar luz" sobre o contrato.  

Essa CPI está acima dos interesses pessoais e de qualquer vaidade. Vamos num caminho coletivo, de uma resposta do Parlamento Municipal, do Poder Legislativo aos anseios da população de CG, a Câmara está do lado das pessoas e é por isso que hoje essa CPI será instaurada para discutir e evidenciar os problemas do transporte público. 

A Procuradoria da Câmara analisou dois requerimentos apresentados - por Dr. Lívio com 15 assinaturas) e Junior Coringa (12 assinaturas), que disputavam o controle da CPI -, com ambos analisados e resultando por fim na instauração da Comissão. 

Nas palavras do procurador da Casa, Dr. Gustavo Lazzari, “eventual CPI a ser instaurada deve englobar ambos os requerimentos”, já que os dois requerimentos abarcam os mesmos fatos determinados.

Durante sessão apenas o PL indicou nome (de Ana Portela, no caso) para compor a Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI essa que será composta por cinco vereadores que devem conduzir os trabalhos pelo prazo de cerca de quatro meses (120 dias totais). 

CG e os ônibus

Com o contrato original firmado em 2012, há tempos  a possibilidade de uma CPI é discutida nos bastidores políticos pela Casa de Leis de Campo Grande, graças aos sinais apresentados pela gestão do transporte coletivo urbano da Capital. 

Após 12 de contrato, dados fornecidos pelo Consórcio Guaicurus indicam, por exemplo, uma queda de quase 25% no total de ônibus em circulação, como abordado pelo Correio do Estado no início do ano. 

Em outubro de 2012, quando assinado o contrato com o Consórcio Guaicurus, a Capital contava com 574 carros atendendo o transporte coletivo, com o balanço mais recente indicando apenas 460 ônibus em operação. 

Na contramão, o número de habitantes saltou de 805.397 para 898.100 moradores, conforme  comparação da estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) à época e os dados do Censo Demográfico realizado pela instituição em 2022.

em 23 de janeiro deste ano a passagem de ônibus subiu 20 centavos, chegando a R$ 4,95 após esse reajuste. 

Antes mesmo do fim de 2024, a mesma Câmara aprovou o projeto de lei que concedia subsídio extra, no valor de R$ 3,3 milhões, ao Consórcio Guaicurus, por parte da Prefeitura.

Isso fez os valores de repasses para a concessionária saltarem de R$ 19,5 milhões para R$ 22,8 milhões, sem contar os valores repassados pelos governos estadual e federal.

 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).