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Sem visitas, Adélio Bispo quer
ficar perto da família

Grupo de advogados esteve em Campo Grande na sexta

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Autor da facada contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL), Adélio Bispo de Oliveira padece na Penitenciária Federal de Campo Grande. Isolado numa cela de sete metros quadrados desde o dia oito de setembro do ano passado, o pedreiro não tem contato com a família e recebe poucas visitas dos advogados. A última foi na sexta-feira (19), quando quatro defensores e um perito estiveram na Capital de Mato Grosso do Sul para informar o cliente sobre a sentença que o absolveu.

Conforme o advogado Zanone Oliveira Junior, Adélio está “abatido e magro”. Além disso, recusa-se a receber tratamento, uma vez que se sente perseguido. “Ele acredita que está sob ameaça por ter tentado matar o presidente. Está bastante abatido, mais magro; tirando isso, achei até natural”. Segundo o psiquiatra, “é uma característica do enfermo nessas condições não reconhecer e até mesmo não querer tratamento”, afirmou.

PRISÃO

O pedreiro é de Montes Claros, cidade do Norte de Minas Gerais, a 422 quilômetros de Belo Horizonte, e está detido na Penitenciária Federal de Campo Grande há 10 meses. O local é considerado um dos mais seguros e rígidos do País. As visitas passam por cadastro e avaliação. Mesmo dentro da cela individual, há procedimentos a serem seguidos. O chuveiro liga em hora determinada, e esse é o único horário disponível para o banho do dia. A comida chega através de uma portinhola. A bandeja é recolhida e em seguida vai para inspeção. Tudo que entra e tudo que sai da penitenciária é vistoriado. Até o lixo dos presos é periciado.

Com tantas formalidades, a família de Adélio nunca fez uma visita a ele. “Ele tem irmãs em Minas Gerais, mas é muito complicado para elas virem. Elas não tem condições de se deslocar, tem todo um procedimento para entrar num presídio – nós vamos, inclusive, catalogar isso. Queremos saber quem são os parentes e vamos dar andamento aos documentos para que ele possa receber visitas”, pontuou o advogado.

VISITAS

Zanone conta que um dos maiores desejos de Bispo é ser transferido para perto da família, mas a transferência depende de avaliação médica e pedido formal à justiça.

“Por enquanto, segundo a sentença, ele permanece [em Campo Grande], mas nós vamos verificar a questão da segurança e se a aplicação da medida corresponde às expectativas médicas. Agora a questão não é muito jurídica, é mais médica, porque, como ficou constatada essa questão da insanidade mental, o que a gente precisa é acompanhar os prontuários. Já até peticionamos e eles vão entregar”, explicou.

Adélio é defendido por uma equipe de oito advogados. Questionado pela reportagem sobre quem faz o pagamento de honorários e quanto cada defensor recebe, Zanone afirmou que está proibido de dar declarações. “A OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] vetou, proibiu qualquer informação sobre isso. Então, eu não posso comentar nada”, disse, sem mencionar detalhes da proibição.

ABSOLVIÇÃO E RECURSO

No dia 14 de junho este ano, o juiz Bruno Savino, da 3ª Vara da Justiça Federal em Juiz de Fora (MG), absolveu Adélio Bispo do atentado contra o presidente Jair Bolsonaro. A decisão foi proferida após o processo criminal que considerou Adélio inimputável por transtorno mental.

Na sentença, o juiz aplicou a figura jurídica da “absolvição imprópria”, na qual uma pessoa não pode ser condenada. Como, no caso de Adélio, ficou constatado que ele é inimputável, não poderia ser punido por ter doença mental.

INTERNAÇÃO

O magistrado decidiu também que Adélio Bispo deveria ficar internado em um manicômio judiciário, por tempo indeterminado. No entanto, diante da periculosidade do acusado, ele permanecerá no presídio federal de Campo Grande.

No dia 16 de julho, a justiça informou que não cabe mais nenhum recurso da decisão. A sentença transitou em julgado no dia 12, ou seja, o processo foi encerrado. Bolsonaro e o MPF não recorreram.

Bolsonaro foi esfaqueado por Adélio enquanto ainda era candidato e fazia campanha em Minas Gerais, no dia 6 de setembro do ano passado. 

Acerte seu relógio

Paraguai entra para o horário de Brasília e fica uma hora à frente de MS

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, assinou um decreto nesta quarta-feira (15) para que a população aproveite melhor a luz natural; medida causa confusão na fronteira

15/10/2024 17h45

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras Reprodução/

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Enquanto os brasileiros discutem a possibilidade de retornar o horário de verão devido à crise hídrica que preocupa especialistas, no Paraguai, o presidente Santiago Peña (Partido Colorado) decretou, nesta terça-feira (15), a adoção do horário de verão de forma oficial durante todo o ano.

Buscando fortalecer o comércio no país e aproveitar melhor a luz natural para reduzir o consumo de energia elétrica, o Paraguai adotou o horário de verão em outubro deste ano. Agora, o país terá o mesmo fuso horário de Brasília durante todo o ano.

A partir de agora, com a nova lei, o Paraguai está migrando do fuso horário -4 GMT (quatro horas atrás do Meridiano de Greenwich) para o fuso -3 GMT, o mesmo adotado em Brasília, na Argentina e no Uruguai.

A mudança de horário pode desorganizar ainda mais o comércio na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, uma vez que ambos os municípios operam de forma integrada, separados apenas por uma rua.

No lado brasileiro, a discussão é semelhante. A reinstauração do horário de verão ajudaria a reduzir a conta de luz dos brasileiros, especialmente em um momento em que o país enfrenta uma severa crise hídrica devido às ondas de calor extremo e à falta de chuvas em diversas regiões.

O horário de verão no Brasil foi extinto em 2019, quando o presidente Jair Messias Bolsonaro revogou a prática por meio de um decreto. O texto justificava a medida com base em recomendações do Ministério de Minas e Energia, que indicou a pouca efetividade da prática na economia de energia.

O retorno do horário de verão será decidido a partir de amanhã (16). O tema se tornou um ponto de debate entre senadores e deputados, que argumentam a favor da reinstauração para aproveitar melhor a luz natural e também para alinhar os horários com os demais países do Mercosul.

Se o horário de verão for adotado novamente, Mato Grosso do Sul passará a compartilhar o mesmo horário do Paraguai. Caso a reinstauração do horário de verão não seja aprovada no Brasil, os horários entre os dois países funcionarão com uma hora de atraso em relação ao Paraguai.

Fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero faz da cidade um destino de compras

 

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Mato Grosso do Sul

Tráfico: PF dá sequência à operação que respinga no "mais louco do Brasil"

Operação é desdobramento de investigação que respingou em "prefeito mais louco do Brasil"

15/10/2024 17h38

Polícia Federal desencadeou operação nesta terça-feira (15)

Polícia Federal desencadeou operação nesta terça-feira (15) Divulgação

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A Polícia Federal prendeu uma pessoa e cumpriou mais três mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (15) na cidade de Ivinhema. A ação policial, denominada Operação Defray, é um desdobramento da Operação Lepidosiren, deflagrada em 8 de agosto último. 

Os policiais federais combatem na cidade uma organização de traficantes internacionais, que transportam maconha e cocaína do Paraguai para o Brasil. Conforme os policiais federais existe na cidade “uma associação criminosa responsável pela organização, logística e financiamento do tráfico transnacional de entorpecentes local”.

Casa do prefeito apreendida

A operação que deu origem à ação desencadeada nesta terça-feira (15) respingou no prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), tucano que se autoproclama “o mais louco do Brasil”. A casa que o prefeito mora acabou “apreendida” (bem bloqueado) pela Justiça Federal. 

“Durante as diligências, foram identificados e apreendidos um imóvel no valor de R$ 458 mil e uma caminhonete avaliada em R$ 519 mil, além do bloqueio de bens totalizando R$ 100 milhões, pertencentes aos envolvidos”, informou a Polícia Federal.

Diante dos fatos, os investigados poderão responder pelos crimes de associação criminosa, tráfico transnacional de entorpecentes e financiamento ao tráfico.

A Operação Lepidosiren, que resultou na prisão de Luiz Carlos Honório ocorreu em 8 de agosto deste ano. Segundo a Polícia Federal, ele seria integrante de uma quadrilha e proprietário de um carregamento de  3,4 toneladas de maconha interceptado em junho de 2021.

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