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Só novo contrato pode dar estabilidade ao transporte público, diz Consórcio Guaicurus

Repactuação da concessão pode ser caminho mais provável para destravar as melhorias necessárias no setor na Capital

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Após a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do transporte coletivo expor o descumprimento do contrato celebrado em 2012, tanto pela prefeitura como pelo Consórcio Guaicurus, o atual diretor-presidente do grupo gestor do serviço, Themis de Oliveira, acredita que apenas um novo termo entre as partes poderia resolver o problema e que este seria o momento ideal para se discutir um novo contrato de concessão.

“Estou disposto e disponível para conversar com a prefeitura, a Câmara Municipal e o Ministério Público para fazer uma grande negociação e chegar a um acordo de repactuação de contrato”, declarou Themis de Oliveira.

O diretor-presidente também acrescentou, em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, que nesta repactuação seria possível acertar e propor soluções para os itens do contrato de concessão que não foram cumpridos pela prefeitura, como a efetivação dos corredores de ônibus e as reformas nos terminais.

Além disso, com a implementação por completo das melhorias no transporte mencionadas, o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus entende que o tempo que os ônibus levam para chegar ao destino pode diminuir com o ganho de quilometragem dos veículos.

“Com o processo de repactuação, vai melhorar para todo mundo, tanto para o Consórcio Guaicurus como para a população. Se a velocidade média avançar, por exemplo, com ganho de 10 minutos, uma linha onde preciso de seis ônibus por dia, que leva 60 minutos para concluir a rota, pode começar a rodar com cinco, levando 50 minutos, assim, posso retirar um ônibus da linha e, tirando um ônibus, eu baixo o meu custo. Baixando o meu custo, o valor da tarifa pode diminuir, com a população andando mais rápido”, exemplificou o diretor- presidente do consórcio.

A modalidade não é uma novidade, já que este mesmo método, chamado de modelo de otimização, foi utilizado para modernizar o contrato da Motiva (antiga CCR MSVia) na concessão da BR-163, mantendo a empresa na gestão dos investimentos e na manutenção da rodovia por mais 29 anos.

“Particularmente no transporte urbano, esta repactuação vem sendo feita em várias cidades, porque, depois da pandemia, com o surgimento do home office, diminuiu o número de passageiros no Brasil inteiro e mudou o equilíbrio econômico-financeiro de todos os contratos. Então, a gente precisa de novo sentar com a prefeitura para conversar e ver o que faz sentido manter ou não no contrato”, acrescentou.

CPI

No dia 18 de junho, Themis de Oliveira foi um dos ouvidos pela CPI do Ônibus. Na ocasião, o diretor-presidente do Consórcio Guaicurus estava no comando da empresa há apenas cinco meses, já que desde janeiro deste ano ele está no cargo.

Analisando a sua participação na CPI, Themis de Oliveira entende que esta comissão, coordenada pelos vereadores, pode contribuir para a melhoria do transporte coletivo da Capital.

“Esta CPI é muito importante. Quando ela foi proposta, tinha um viés bem restrito, de olhar como estava a qualidade dos ônibus do Consórcio Guaicurus e, depois, ela foi ampliada para discutir todo o contrato e a situação do transporte coletivo de Campo Grande. Eu acho que a CPI chegou a uma compreensão que é um momento propício para discutir a mobilidade urbana, nas últimas oitivas ficou claro que o transporte não é só ônibus”, opinou.

PLANO DE MOBILIDADE

O diretor-presidente da concessionária também reforçou a necessidade de o município criar um novo projeto de mobilidade urbana, tema que já foi tratado em reportagem do Correio do Estado sobre a possibilidade de a CPI do Ônibus propor um marco legal da mobilidade urbana no relatório final.

“A primeira coisa que deveria ser feita é a prefeitura ver a questão da mobilidade urbana como prioridade, mobilidade da qual nós somos uma parte deste todo. Um estudo amplo de mobilidade, se for feito, pode revelar quais são as principais necessidades urbanísticas, deixando um legado para a cidade”, declarou.

Themis citou algumas mudanças que um estudo de mobilidade pode estabelecer: criar vias ou rotas exclusivas para tráfego de ônibus, táxis e motoristas de aplicativo; ampliar vias para ônibus; criar mais calçadões para pedestres; construir pequenos terminais de ônibus de integração na cidade; e estudar a possibilidade de implementação de uma rede de veículos leves sobre trilhos (VLT), entre outras propostas.

Durante o andamento das oitivas da CPI realizadas na quarta-feira, a doutora em Geografia Humana Maria Lúcia Torrecilha, que é professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), afirmou de forma contundente que “Campo Grande não foi projetada para o transporte coletivo”.

Durante sua participação na CPI, a especialista criticou a inadequação das vias por onde circulam os ônibus, observando que muitas delas não seguem os parâmetros mínimos previstos na Lei de Uso e Ocupação do Solo e no Código Nacional de Trânsito. 

“O sistema viário deveria contemplar calçadas acessíveis, faixas apropriadas para ônibus e circulação segura para pedestres. Mas a cidade privilegia o carro particular”, enfatizou a especialista.

Saiba

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ônibus segue com as oitivas nesta quarta-feira, recebendo a secretária especial de Planejamento e Parcerias Estratégicas, Catiana Sabadin, a diretora-adjunta da Agência
Municipal de Transporte e Trânsito, Andréa Luiza Torres de Figueiredo, e o titular da Sisep, Marcelo Miglioli.

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Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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