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ganâncias ilícitas

STF manda extraditar autor de maior escândalo de corrupção da Bolívia

Com um salário de 3.400 bolivianos, Antonio Parada Vaca fugiu para Corumbá e solicitou asilo após ser acusado de criar 800 cargos-fantasmas e movimentar cerca de US$ 1,2 milhão para os Estados Unidos

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Antonio Parada Vaca, ex-diretor de Recursos Humanos da Prefeitura Municipal de Santa Cruz de la Sierra, acusado de comandar o maior esquema de corrupção da Bolívia, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria pela extradição. 

Assim que o governo boliviano iniciou investigações que indicaram que o esquema criou cerca de 800 cargos-fantasmas na prefeitura do país vizinho, Vaca e o irmão fugiram para Corumbá e chegaram a pedir asilo ao governo brasileiro.

A investigação revelou que o patrimônio de Vaca é incompatível com o cargo que ocupava como chefe de Recursos Humanos da prefeitura de 3.400 bolivianos (Bs) – função que exerceu até fevereiro de 2018. Em um “pente-fino”, foram descobertas transferências de US$ 1,2 milhão para os Estados Unidos.

O esquema ocorreu entre março de 2014 e janeiro de 2018.

O Departamento Especializado de Luta Contra a Corrupção de Santa Cruz tomou conhecimento de que, além da transferência exorbitante, Vaca adquiriu mais de 18 veículos e possuía 15 imóveis.

No dia 28 de dezembro de 2021, o Escritório da Interpol na Bolívia lançou um alerta internacional ao incluir o nome de Antonio Parada Vaca na lista de procurados do país pelos crimes previstos no Código Penal boliviano, que incluem:

  • Legitimação de ganâncias ilícitas;
  • Contratos lesivos ao Estado;
  • Descumprimento de deveres;
  • Conduta antieconômica.

Entre irmãos


O papel de Guilhermo Parada Vaca – irmão do ex-secretário – indica que, em 2014, ele teria entrado em contato com algumas pessoas que foram usadas como "fantasmas" para trabalhar na Cooperativa de Água Potável e Saneamento do município.

Dessa forma, essas pessoas passaram a fazer parte da folha de pagamento do governo municipal de Santa Cruz de la Sierra.

"Razão pela qual foram depositados salários mensais nas contas abertas para funcionários municipais na Cooperativa Jesús Nazareno, aproximadamente do mês de março de 2014 até janeiro de 2018, com valores que oscilavam entre R$ 4.952 e Bs 7.000. Essas verbas eram retiradas com os cartões de débito e nunca eram entregues às testemunhas."

O dinheiro, segundo a investigação, era utilizado para o benefício pessoal de Antonio Parada Vaca e de seu irmão, Guillermo Vaca.

O Código Penal boliviano prevê pena máxima de dez anos para o crime citado na “difusão vermelha”, que é um alerta internacional utilizado para capturar fugitivos.

Prisão


No dia 19 de janeiro de 2022, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão do fugitivo, que ocorreu sete dias depois, em 25 de janeiro, na Cidade Branca, com intermédio da Polícia Federal (PF).

A defesa chegou a apresentar um pedido de substituição da prisão preventiva por outras medidas cautelares, alegando que o caso não passava de perseguição política. O pedido foi negado pela Primeira Turma do STF.

Extradição


O ministro Alexandre de Moraes ficou com a relatoria do caso, e a decisão pela extradição foi tomada no dia 14 de março, em sessão virtual.

Após a denúncia, ele e o irmão pediram asilo em Corumbá (MS), no Brasil, e passaram a ser considerados foragidos em seu país natal.

No voto, o ministro pontuou que não havia qualquer indício de perseguição política, tampouco a alegação de que os promotores bolivianos “inflaram” o patrimônio de Vaca.

O voto do relator foi acompanhado de forma unânime pela Primeira Turma do STF, composta pela ministra Cármen Lúcia e pelos ministros Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

Com extradição autorizada a decisão fica a critério do presidente da República.

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COP15: Campo Grande é escolhida como sede para evento sobre espécies migratórias

O Brasil é o país com maior biodiversidade do mundo e abriga uma grande variedade de espécies migratórias, que dependem dos ecossistemas brasileiros para se reproduzir, alimentar e descansar

26/03/2025 14h00

COP15: Campo Grande é escolhida como sede para evento sobre espécies migratórias

COP15: Campo Grande é escolhida como sede para evento sobre espécies migratórias Divulgação

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Nesta quarta-feira (26), o governo brasileiro anunciou que Campo Grande sediará a 15ª Reunião da Conferência das Partes (COP15) da Convenção, o evento que acontecerá nos dias 23 e 29 de março de 2026 reunirá representantes de governos, cientistas, ambientalistas, povos indígenas e comunidades tradicionais para debater estratégias de preservação da fauna migratória em escala global.  

“Sediar a COP15 da Convenção sobre Espécies Migratórias em Campo Grande reforça o compromisso do Brasil com a proteção da biodiversidade por meio da preservação da fauna silvestre migratória. O Pantanal, um dos biomas mais ricos e vibrantes do mundo, será o cenário ideal para esse diálogo internacional sobre conservação e desenvolvimento sustentável”, destacou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

O Brasil, que integra a CMS desde 2015, é o país com maior biodiversidade do mundo e abriga uma grande variedade de espécies migratórias, como a onça-pintada, o falcão-peregrino, diversas espécies de tartarugas marinhas, tubarões, arraias e baleias. Muitas dessas espécies dependem dos ecossistemas brasileiros para reprodução, alimentação e descanso ao longo de suas rotas migratórias.  

No entanto, um relatório divulgado na COP14 da CMS, realizada em 2024 no Uzbequistão, apontou que as espécies migratórias estão cada vez mais ameaçadas. A degradação dos habitats, a caça ilegal, a poluição e as mudanças climáticas têm impactado diretamente esses animais. 

O estudo também revelou que 399 espécies reconhecidamente migratórias ainda não estão incluídas nos anexos da CMS, o que significa que elas não contam com medidas internacionais de conservação.  

Nesta edição, espera-se que os países discutam novos compromissos para ampliar a proteção das espécies migratórias, incluindo a inclusão de novas espécies na CMS, o fortalecimento da fiscalização contra a caça ilegal e a promoção de iniciativas para preservar rotas migratórias e habitats essenciais. 

“Animais migratórios conectam o planeta, cruzando continentes, oceanos e céus em jornadas incríveis a cada ano, mas enfrentam pressões sem precedentes. A COP15 da CMS em Campo Grande é uma oportunidade para fortalecer a cooperação internacional e adotar medidas transformadoras que garantirão o futuro das espécies migratórias e seus ecossistemas vitais”, afirmou Amy Fraenkel, Secretária Executiva do CMS.

Além disso, a conferência deve ampliar a cooperação entre tratados ambientais internacionais, como a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), a Convenção de Ramsar e a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES).  

Por fim, apoiam direta ou indiretamente a prestação de importantes serviços ecossistêmicos como polinização, dispersão de sementes, controle de pragas e doenças e ciclagem de nutrientes, que dão suporte à resiliência e produtividade geral dos ecossistemas. Fornecem, ainda, benefícios econômicos aos povos indígenas e comunidades tradicionais, viabilizando o ecoturismo e a produção de alimentos e equilibrando sua contribuição crucial para a preservação desses animais e seus habitats.

CMS

De acordo com o Governo Federal, a Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS, na sigla em inglês) é um tratado ambiental das Nações Unidas que fornece uma plataforma global para a conservação e uso sustentável de animais migratórios e seus habitats.

O evento reúne governos e especialistas em vida silvestre para abordar as necessidades de conservação de espécies migratórias terrestres, aquáticas e aviárias e seus habitats ao redor do mundo. Desde que a Convenção entrou em vigor, em 1979, 133 países da África, América Central e do Sul, Ásia, Europa e Oceania aderiram. 

COP

Ainda conforme informações do Governo, a conferência das Partes (COP) é o principal órgão decisório da Convenção. Reúne-se uma vez a cada três anos e define o orçamento e as prioridades dos três anos seguintes (o triênio). Também decide sobre a alteração dos Anexos e considera os relatórios submetidos pelas Partes, o Conselho Científico e os acordos estabelecidos sob a Convenção. A última Conferência das Partes, a COP14, foi realizada em Samarcanda, Uzbequistão, em fevereiro de 2024.

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Polícias Civil e Militar dividirão responsabilidade sobre presos; Veja regras

A partir de agora, Polícia Penal, Militar e Civil, terão responsabilidades mais distribuídas, incluindo a questão de custódia em ambientes hospitalares

26/03/2025 13h30

Sejusp define novas regras para escolta de presos em MS

Sejusp define novas regras para escolta de presos em MS Divulgação

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Nesta quarta-feira (26), foi definido novas regras para custódia, escolta e transferência de presos em Mato Grosso do Sul. A medida, assinada pelo secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antonio Carlos Videira, foi publicada no Diário Oficial nesta quarta-feira (26). 

Com o objetivo de otimizar a atuação das forças policiais, a partir de agora, a Polícia Penal ficará encarregada da custódia, escolta e transferência de presos após a entrada do detento no sistema penitenciário, incluindo as transferências interestaduais.

Já a Polícia Militar cuidará da custódia e escolta desde a prisão até a entrega do detido na delegacia da Polícia Civil, inclusive nos casos de prisão em flagrante e cumprimento de mandados de prisão.

Por fim, a Polícia Civil assumirá a custódia e escolta dos presos após o registro da ocorrência pela Polícia Militar, sendo que a responsabilidade pela guarda do preso se encerra quando houver a transferência para o sistema prisional.

A medida também abrange a custódia e escolta de presos em ambientes hospitalares. No entanto, neste cenário, se houver alta demanda ou limitações operacionais, a Polícia Civil poderá solicitar o apoio da Polícia Penal. Em outros casos hospitalares, a Polícia Penal poderá solicitar o apoio da PM.

A resolução prevê ainda a possibilidade de acordos de cooperação técnica entre o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), a Sejusp e a Agepen para ajustar as regras de custódia e escolta de presos durante audiências.

As novas regras buscam alinhar as práticas de custódia e escolta em Mato Grosso do Sul, com a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social. Com a nova resolução, ficam revogadas todas as disposições anteriores que tratam do tema.

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