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TRF mantém condenação de empresário e confisca 121 de seus veículos

Reginaldo da Silva Maia, dono do frigorífico Beef Nobre, foi acusado por lavagem de dinheiro e ocultação de bens

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Nesta quarta-feira (15), o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) manteve a condenação do empresário Reginaldo da Silva Maia, dono do frigorífico Beef Nobre, acusado por praticar os crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, previsto no art. 1º da Lei nº 9.613/98.

A primeira condenação determinava que o empresário deveria cumprir pena de cinco anos e oito meses de reclusão, pagando 200 dias-multa, no valor unitário de R$ 440,00. 

Na revisão da sentença, divulgada nesta quarta-feira (15), o desembargador Nino Toldo reduziu a pena e os dias-multa. Agora, o empresário está condenado a cumprir pena de cinco anos, quatro meses e 15 dias em regime semiaberto, 18 dias-multa, no valor unitário de meio salário mínimo. 

Além disso, 121 veículos foram confiscados em favor da União.

Segundo investigações, no período entre julho de 2012 a novembro de 2014, o empresário utilizou sua rede de empresas, localizadas em Mato Grosso do Sul e no Paraná, e o nome de familiares para ocultar dinheiro proveniente da sonegação fiscal e previdenciária.

“Durante as diligências fiscais, em especial em relação à empresa Frigorífico Beef Nobre, apurou-se um esquema de empresas interpostas, tendo como sócios indivíduos 'laranjas' ligados à família Maia, com o objetivo de ocultar patrimônio e o real administrador dessas empresas, Reginaldo da Silva Maia, empresário conhecido do ramo frigorífico”, destaca relatório.

Reginaldo Maia era proprietário das empresas Beef Nobre, Boi Brasil, Boi Branco, Nioaque Alimentos e Meridional. Sua esposa, Adriana Calderaro, era dona da Engenharia Calderaro, que constava da maior parte dos veículos confiscados. A nora, Ana Carolina Egoroff Galli, era oficialmente dona de 12 carros.

A defesa do empresário entrou com apelação, pedindo absolvição do réu, apontando "atipicidade da conduta” e pediu a liberação de todos os veículos. Um dos argumentos era de que a acusação não havia demonstrado vínculo entre a aquisição de veículos pela empresa Calderaro e a suposta prática de crimes cometida pelo réu.

No entanto, Nino Toldo, relator da sentença, determinou o confisco de 121 veículos, em favor da União, e a liberação de outros onze. 

“Conforme ofício do Detran/PR, os veículos que foram declarados perdidos em favor da União eram, em sua maioria, de propriedade da empresa Calderaro Engenharia e de Anna Carolina Egoroff Galli, ambas comprovadamente utilizadas como interpostas pessoas para ocultar a real propriedade dos bens, isto é, o grupo econômico liderado por Reginaldo da Silva Maia, razão pela qual não tem razão a defesa em sua pretensão”, diz documento.

 

Empresas interpostas

Segundo o relatório, as investigações tiveram início a pedido da Receita Federal, que encontrava dificuldades para cobrar débitos de impostos e contribuições previdenciárias de determinadas empresas do ramo de frigorífico.

Enquanto investigava o Frigorífico Beef Nobre, a Receita Federal encontrou outros frigoríficos em situação semelhante, com sócios “laranjas” da família Maia e localização coincidente entre as empresas.

"O Frigorífico Campo Grande, que teve como sócio Reginaldo da Silva Maia, tinha o mesmo endereço do Frigorífico Beef Nobre, enquanto o Frigorífico Boi Brasil estava estabelecido no mesmo endereço da filial do Frigorífico Beef Nobre, que era alugado da empresa RM Participações. A Receita Federal também relacionou o Frigorífico Boi Branco, empresa cujo sócio outorgou procuração com amplos poderes a Reginaldo da Silva Maia e cujos endereços - de filial e matriz - também pertenciam à empresa RM Participações. O endereço da empresa Nioaque Alimentos também coincide com o de uma filial do Frigorífico Beef Nobre, que passou a ser do Frigorífico Big Boi à época das investigações da Receita Federal", retata documento.

"Todos esses elementos demonstram a existência de um grupo econômico envolvendo a família Maia, os diversos frigoríficos, inclusive o Beef Nobre, e a empresa RM Participações Ltda. Tal constatação também foi feita em ações trabalhistas mencionadas nas investigações da Receita Federal, em que foi reconhecida a formação de grupo econômico entre essas pessoas jurídicas e os mesmos sócios".

As investigações também apontaram para a empresa Calderaro Engenharia e Empreendimentos Ltda., que, conforme diz o relatório, possui em seu nome uma frota de mais de 90 veículos registrados, praticamente todos em uso por alguma das empresas frigoríficas do grupo econômico da família Maia.

"Essa empresa tem como sócia majoritária Adriana Calderaro, companheira de Reginaldo Silva Maia, e a investigação também apontou carros de passeio de propriedade da empresa Calderaro Engenharia sendo utilizados por Danielle Maia e Rodrigo da Silveira Maia, evidenciando a confusão patrimonial entre as empresas e a família Maia", acrescenta o relator.

"A dificuldade em delimitar-se o patrimônio de cada empresa (frigorífico) facilitou a prática de crimes contra a ordem tributária, tanto que a própria Receita Federal solicitou auxílio para identificar quem eram as pessoas físicas e jurídicas responsáveis pelos diversos débitos tributários e previdenciários" diz sentença. 

 

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Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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