Cidades

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Uma legenda viva

Uma legenda viva

HEITOR FREIRE

16/03/2010 - 07h47
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Campo Grande é uma cidade abençoada, iluminada, pois é constituída por seres brilhantes: os que aqui nasceram, os que aqui chegaram e os que aqui vivem. Hoje, vamos tratar de um desses seres: Antônio Simão Abrão, o Troncoso – amigo de todos e com uma grande capacidade de aglutinação. O seu armazém, na esquina da Rua 7 de Setembro com a 14 de Julho, é um ponto de encontro que nunca perdeu suas características. Os demais pontos de encontro da nossa cidade, Gabura’s e o Bar do Paulo, foram fechados. O Bar do Zé permanece, mas um pouco desfigurado do que era. Nascido em 1931, em Campo Grande, quando tinha 3 anos, Troncoso perdeu o pai. E dona Rafaela, sua mãe, se viu com cinco filhos pequenos para criar. Não esmoreceu. Dedicou-se totalmente aos filhos e ao seu sustento, embora ao enviuvar tivesse apenas 29 anos. Não se casou mais. Fez da educação e do sustento da sua família, a sua razão de viver. Dona Rafaela era daquelas mulheres árabes típicas. Com um sorriso amplo, recebia a todos generosamente e com muita alegria. Tocou o armazém sozinha com a habilidade e a inteligência natural de comerciar, própria dos fenícios, atraindo também as pessoas com a sua maneira franca e fraterna de tratá-las. Aos poucos, o armazém deixou de ser simplesmente um entreposto de mercadorias para ser também um ponto de encontro. E o nosso Antônio crescendo ali, acompanhando, participando e aprendendo com a luta constante da sua mãe, pois a residência deles era nos fundos do armazém. Dona Rafaela recebia a todos servindo a típica comida árabe. Com o passar dos tempos nasceu uma tradição: a reunião aos sábados, que persiste até hoje. Ela foi homenageada pelos amigos de Troncoso com três placas – lá estão – de 1983, 1993 e 2003, que registram com muito carinho o afeto e respeito, que todos lhe devotavam. O apelido, Troncoso, veio de um relacionamento amistoso com dois advogados de São Paulo que tinham fazenda no Pantanal e a abasteciam em seu armazém, e se identificaram de tal maneira com o Antônio que passaram a tratá-lo de parente. Eram da família Troncoso, o Jaime e seu irmão. Parente daqui, parente dali, o apelido foi pegando, sem que houvesse qualquer rejeição por parte do Antônio. Hoje e há muito tempo, é assim que ele é conhecido. No armazém as pessoas passam todos os dias: logo cedo para um café amigo, para um papo, uma troca de ideias, por todo o dia. Particularmente, tenho um episódio vivido com ele – cursamos juntos a faculdade de direito, na gloriosa Fucmat, de 1975 a 1979 – e em 1978 quando tratávamos de eleger uma comissão para arrecadar fundos para a formatura, eu que vinha de algumas atuações significativas (relatei em artigo anterior o caso do Noel com o padre Antunes), considerava que estas me credenciariam como candidato natural. Mas não foi bem assim. Agnaldo Gonçalves lançou a candidatura do Odilon Nakasato, e saiu pedindo voto. E eu não, fiquei ali só assistindo. Ainda não havia aprendido que obrigação de candidato é pedir voto. Resultado: perdi de capote, 66% a 33%. No ano seguinte, o último, Odilon e Agnaldo não se matricularam. O vice-presidente eleito, Haroldo Nascimento dos Santos, me procurou tentando passarme a presidência da comissão, o que não aceitei. Disse-lhe que ele passara a ser o nosso presidente e deveria exercer o seu cargo. Que contasse comigo, eu lhe ajudaria coordenando os trabalhos. E assim fizemos. Procurei o Troncoso, expus a situação e disse que se fizéssemos a rifa de um carro pela loteria federal, ganharíamos o suficiente para arcar com as despesas. Mas o carro tinha que estar comprado e à disposição. Ele concordou. E o que fez? Comprou o carro, pagando do seu bolso. E começamos a vender a rifa. Quem mais comprou números foi o próprio Troncoso. Quando foi feito o sorteio, ele foi o ganhador. E o que fez nosso colega? Doou o carro para a comissão, para que com a sua venda se engordasse o já alentado caixa. Esse episódio é bem demonstrativo da sua forma generosa e amiga de agir. Assim, não é por acaso que seu antigo armazém – hoje desativado, transformado em seu escritório de fazenda – vive cheio de gente. Troncoso é autêntico, um cidadão da comunidade. Foi vice-presidente da Ju nta Comercia l, na administração de Luiz Carlos Iglésias, que fez a sua implantação de forma exemplar. A Junta era considerada pelo Departamento Nacional de Registro Comercial a melhor e mais bem organizada do país. Ao saber que Iglésias seria demitido, por uma questão de lealdade, Troncoso pediu demissão antes. E não aceitou sucedê-lo. Troncoso foi também presidente do Jockey Clube e do Comercial. Hoje é conselheiro do Hospital do Câncer e do Sanatório São Julião. Sem dúvida, é uma legenda viva em nossa cidade.

Programa social

Prazo para recadastramento no Energia Social encerra em dezembro

Famílias que não se recadastrarem até o prazo perderão o benefício

21/10/2024 16h29

Beneficiária do

Beneficiária do "Energia Social: Conta de Luz Zero" Arquivo / Agência MS

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Beneficiários do programa "Energia Social: Conta de Luz Zero" têm até o dia 31 de dezembro para realizarem o recadastramento do benefício que garante a gratuidade da conta de energia elétrica de quem se adequa ao critério de baixa renda.

De acordo com a secretária Patrícia Cozzolino, da Sead (Assistência Social e Direitos Humanos), as famílias que não realizarem o recadastramento no prazo estipulado perderão o benefício

"É muito importante que todos os beneficiários do programa Energia Zero, aquele que vem com a conta de luz de energia quitada pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, se recadastre, porque, pela lei, aquele que não se recadastrar até o dia 31 de dezembro de 2024 não terá mais a sua conta de energia paga", afirma.

Novos cadastros

Famílias que se enquadram nos critérios de elegibilidade do programa ainda podem se cadastrar.

Através do "Energia Social: Conta de Luz Zero" o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul faz o pagamento da conta de energia de famílias de baixa renda residentes no estado.

Critérios

O programa abrange famílias que se enquadram nos seguintes critérios:

  • habitam em imóveis residenciais urbanos ou rurais que possuem consumo mensal de até 220 kWh
  • o proprietário não possui mais de um imóvel residencial
  • é beneficiário do Programa Tarifa Social de Energia Elétrica do Governo Federal
  • a renda mensal per capita é igual ou inferior a meio salário mínimo
  • a renda familiar mensal total é de até dois salários mínimos

Serviço

Recadastramento ou cadastramento do programa "Energia Social: Conta de Luz Zero"

Prazo: 31 de dezembro

Site: www.energiasocial.ms.gov.br/

Locais: Além do site, é possível realizar a regularização em Cras (Centro de Referência em Assistência Social), em uma sede do Mais Social ou em agências da Sanesul

Crime brutal

Irmãos são presos após golpear a cabeça de homem 15 vezes durante discussão

O crime aconteceu no município de Jardim (MS), durante uma discussão sobre facções criminosas. Os suspeitos fugiram do local após matar a vítima, mas foram encontrados na manhã de hoje (21), quando confessaram o crime

21/10/2024 16h00

Pedaço de madeira usada no crime.

Pedaço de madeira usada no crime. Foto: Jardim MS News

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Os irmãos Willerson de Souza Portilho, de 25 anos, e Jean Carlos Souza Portilho, de 28 anos, confessaram que mataram Celso Augusto Chimenes de Oliveira, de 32 anos, com 15 pauladas na cabeça durante uma briga entre facções criminosas, na madrugada deste domingo em Jardim, a 235 quilômetros de Campo Grande. Os irmãos foram presos horas depois, em um imóvel na região central do município.

Aos policiais, Willerson disse que eles estavam na casa de um colega ingerindo bebidas alcoólicas com a vítima e a namorada, quando iniciaram uma discussão sobre facções criminosas.

Durante o bate-boca, Celso agrediu Willerson com socos, o que aumentou ainda mais a tensão entre os dois. Após as agressões, o autor do crime saiu do local em direção à sua residência, onde encontrou o irmão. Em posse de duas madeiras, eles voltaram ao local em uma motocicleta, onde ocorreu a discussão com Celso.

Aos policiais, Willerson disse que, ao encontrar a vítima novamente, iniciou uma nova discussão e, durante o bate-boca, desferiram 15 golpes na cabeça da vítima, fugindo logo depois do local em uma motocicleta modelo Honda.

Desesperados, os moradores do local acionaram o Corpo de Bombeiros, mas, ao chegarem ao imóvel, encontraram Celso sem vida. 

Equipes da Polícia Civil e da Perícia Técnica estiveram na residência para apurar as circunstâncias do crime.

Diante das informações recebidas no local do homicídio, equipes do Setor de Investigação Geral (SIG) conseguiram prender os irmãos em uma residência na região central do município.

A Polícia Militar, Civil e a Perícia estiveram na residência para apurar o crime de homicídio. Em diligências, o Setor de Investigação Geral (SIG), com o apoio da PM, conseguiu prender os suspeitos em um imóvel na área central. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).

O corpo foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML), onde será periciado. Apesar da prisão dos irmãos, acusados do crime, o caso segue em investigação para seu fechamento.

 

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