Cidades

Audiência pública

Usuário da BR-163 é quem pagaria por novo Anel Viário em Campo Grande, afirma diretor da ANTT

Saiba todos os detalhes da nova modelagem de concessão do trecho norte da BR-163 em Mato Grosso do Sul

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Qualquer mudança no projeto do trecho norte da BR-163, deniminada de Rota do Pantanal pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve impactar na tarifa de pedágio e será pago pelo usuário da rodovia, informou o diretor-geral da agência, Rafael Vitale, durante audiência pública em Campo Grande, na Assembleia Legislativa. 

A principal reivindicação levada ao diretor da agência é a construção de um novo anel viário na Capital, embora o projeto da ANTT preveja a duplicação total do trecho da BR-163 que passa por Campo Grande.

O pleito da expansão do Anel Viário é dos moradores dos condomínios de luxo Alphaville, Dhama, da maioria dos vereadores e do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. 

A mudança, se ela for levada adiante, deve encarecer ainda mais o pedágio da futura concessionária da BR-163.

Por tratar-se de audiência pública, onde as sugestões são ouvidas (e nunca refutadas), o diretor da ANTT preferiu não comentar os eventuais impactos, só assegurou que, no caso de qualquer mudança na modelagem, a conta será paga pelo usuário. 

“A obra do Anel Viário é uma obra que tem um custo relevante, trata-se de uma região urbana, em que o custo de desapropriação são maiores. É uma obra de valor elevado”, comentou o diretor da ANTT. 

“Agora, em se tratando de fluidez e segurança, o projeto atual prevê a duplicação do Anel Viário existente, o que também trará mais fluidez e segurança”, contemporizou. 

O diretor da ANTT ainda afirmou que não é possível dizer qual será o impacto da inclusão de um novo Anel Viário no projeto da BR-163. “Vamos registrar as sugestões. Nada está descartado”, lembrou.

Ao mesmo tempo, Vitale destacou que a modelagem para a BR-163 é de uma concessão pública, e que por isso não são admitidos investimentos públicos no trecho. “A gente costuma estruturar as concessões viabilizando todos os investimentos por meio do pedágio”, disse. 

Quando há investimento público e privado, administrado pela iniciativa privada, o nome é outro: parceria público-privada (PPP). 

Investimentos

Para operar em um trecho de 379,6 km, compreendidos entre o entroncamento da BR-163 com a BR-262, na saída para Três Lagoas, em Campo Grande, até a divisa com o Estado de Mato Grosso, em Sonora, a ANTT prevê que a nova concessionária do trecho denominado Rota do Pantanal invista mais de R$ 7 bilhões ao longo dos 30 anos da concessão. 

Do total dos investimentos previstos, R$ 4,3 bilhões seriam em investimentos, como a requalificação do asfalto, duplicação de 63 km de pista e construção de 74 km de faixas adicionais.

Também estão entre os investimentos a construções de 74 dispositivos e intersecções (trevos, viadutos), 14 passarelas de pedestres, a construção de 3 km de vias marginais, e de mais 1 área de descanso para caminhoneiros. 

Outros R$ 2,8 bilhões da concessão seriam aplicados na operação e no atendimento ao usuário, com a construção e instalação de um centro de controle operacional, de serviços de atendimento ao usuário, de instalação de câmeras em 100% do trecho, iluminação em led de trechos importantes, e sistemas de socorro humano, animal e mecânico.

Custo do pedágio

O pedágio seria praticamente mais que o dobro cobrado pela CCR MSVia nos mesmos trechos. As praças continuariam em Jaraguari, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de MT e Pedro Gomes. 

Enquanto atualmente as praças de Jaraguari e Pedro Gomes cobram os maiores preços para a passagem de automóvel ou eixo de caminhão atualmente (R$ 7,80), a nova modelagem começariam a partir de um preço de R$ 19,02 na praça de São Gabriel do Oeste, a mais cara, com previsão de deságio de até 14,28% em leilão (R$ 16,30) e um preço de R$ 15,49 com a tag eletrônica. 

Nas outras praças, o teto de cobrança para o leilão seria Jaraguari (R$ 14,48), Rio Verde de MT (R$ 11,71) e Pedro Gomes (R$ 14,10). 

Localização das praças de pedágio de nova concessionária, e possíveis valores previstos em estudo

Outro trecho

O outro trecho da BR-163, que também é mais longo, e deve abranger parte da BR-267, só deve ter as propostas lançadas dentro de, no máximo, três meses.

O trecho que começa no entroncamento da BR-262, em Campo Grande, e vai até a ponte do Rio Paraná, em Mundo Novo, na divisa com o Estado do Paraná, e também poderá se deslocar pela BR-267 até outra ponte sobre o Rio Paraná, em Porto XV, na divisa com São Paulo, será chamado de Rota do Tuiuiú. 

O diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, disse que pretende voltar ao Estado em, no máximo, três meses. A nova audiência pública, porém, poderá ocorrer na cidade de Dourados. 

Governador

A audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa foi aberta pelo governador Eduardo Riedel (PSDB). Na ocasião, ele alertou que o projeto precisa ser muito bem discutido, para que não se torne uma frustração como foi o projeto da CCR MSVia.

“Por isso é importante entender bem o projeto e a modelagem econômica”, disse.

“O projeto deve ser o melhor possível, mas também deve ser viável”, complementou. 
Eduardo Riedel voltou a frisar a declaração que deu no início de seu mandato, ao Correio do Estado, em primeira mão: de que Mato Grosso do Sul está pronto para assumir as rodovias federais do Estado caso a União não avance com as concessões. 

“Já falei e repito. Se a União não quiser avançar em alguma dessas concessões (BR-163, BR-262, BR-419 e Malha Oeste), o Estado se credencia a assumir pode delegação essas rodovias e ferrovia e fazer a licitação”, afirmou, sendo aplaudido em seguida pelo público presente. 

Histórico

A CCR MSVia assumiu a concessão da BR-163 em 2013. Apesar de a concessão ter 30 anos de duração, a empresa não conseguiu cumprir os encargos estabelecidos em contrato e, há quatro anos, pediu a devolução amigável do trecho. 

Quando assumiu a rodovia, a previsão era de que toda a estrada fosse duplicada em dez anos.

Depois de 2016, porém, os créditos que o governo federal se comprometeu a liberar via Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não foram liberados, a concessionária reduziu os investimentos, e não cumpriu as metas estabelecidas em contrato.  

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Educação

Enade: inscritos devem responder questionários até 23h59 de hoje

Exame teórico será aplicado neste domingo

23/11/2024 20h00

Estudante com prova do Enade

Estudante com prova do Enade Foto: UFT/Divulgação

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Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2024 das Licenciaturas neste domingo (24) devem responder ao Questionário do Estudante até as 23h59 (horário de Brasília) deste sábado (23).

A prova teórica será aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para 283.550 inscritos.

O questionário do Estudante coleta informações que permitam caracterizar o perfil dos estudantes e o contexto de sua formação acadêmica, consideradas pelo Inep como relevantes para a compreensão dos resultados teóricos e práticos dos estudantes no Enade e para subsidiar os processos de avaliação dos cursos de graduação.

O preenchimento completo do Questionário do Estudante é um dos itens que caracteriza a efetiva participação do estudante no exame.

Anualmente, a inscrição no Enade é obrigatória para todos os estudantes de cursos de licenciatura habilitados à avaliação teórica ou à avaliação prática, vinculados às áreas avaliadas, conforme o edital.

A partir desta edição, o exame passa a ter dois tipos de avaliação: a teórica, tradicionalmente realizada, e a nova prova prática dos estudantes de graduações direcionadas à docência.

Cada uma das avaliações terá um cronograma específico.

Áreas de conhecimento avaliadas

O exame das licenciaturas será aplicado em cursos de 17 áreas de conhecimento diferentes. A edição de 2024 avaliará licenciaturas das áreas de artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.

O exame terá foco na avaliação dos cursos que formam professores para a educação básica. O Inep informa que o objetivo é aprimorar as avaliações e a formação de docentes no Brasil.

Aplicação da prova
Para saber o local de aplicação da prova, bem como obter informação sobre atendimento especializado e tratamento pelo nome social, quando for o caso, o participante deve acessar o Cartão de Confirmação de Inscrição, disponível no Sistema Enade, com CPF . O acesso ao documento só é liberado após o preenchimento do Questionário do Estudante.

Neste domingo, os portões de acesso aos locais de provas serão abertos às 12h (horário de Brasília) e fechados às 13h. O início da aplicação será às 13h30, com encerramento às 18h para os participantes regulares. Os estudantes que solicitaram tempo adicional e tiveram o pedido aprovado pelo Inep terão mais uma hora para finalizar a prova.

Orientações para o Enade 2024

Neste domingo, o participante deverá comparecer ao local das provas com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, Cartão de Confirmação de Inscrição e documento de identidade original com foto válido.

Antes da participação na prova, é importante que o inscrito guarde, no envelope porta-objetos, o telefone celular e quaisquer outros aparelhos eletrônicos desligados, além de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, gorro ou similares), e material de papelaria (caneta de material não transparente, lápis, réguas e borracha, entre outros).

Também não é permitido ficar com celulares e quaisquer outros aparelhos eletrônicos descritos no edital ou fone de ouvido.

O envelope porta-objetos deve ser mantido, durante todo o período de prova, debaixo da carteira, lacrado e identificado.

Enade

Realizado anualmente pelo Inep, o Enade é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O exame avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para formação geral e profissional, bem como o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.

Decisão

Caixa demite ex-vice-presidente por assédio sexual e moral

Decisão foi publicada no Diário Oficial da União

23/11/2024 18h00

Agência bancária da Caixa Econômica Federal

Agência bancária da Caixa Econômica Federal Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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Por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), a Caixa Econômica Federal demitiu, por justa causa, o ex-vice-presidente Antônio Carlos Ferreira de Sousa. Funcionário de carreira do banco, ele estava afastado do cargo desde julho de 2022, quando sugiram denúncias de assédio sexual e moral durante a presidência de Pedro Guimarães, que comandou o banco entre 2019 e 2022.

A CGU publicou na sexta-feira (22) a portaria do desligamento no Diário Oficial da União. Durante a gestão de Guimarães, Sousa foi vice-presidente de Estratégia de Pessoas e de Logística e Operações.

Além da demissão, o ex-vice-presidente está impedido de ocupar cargos comissionados ou funções de confiança no Poder Executivo Federal por 8 anos. Desde a divulgação das denúncias, Sousa estava afastado do cargo, mas continuava a trabalhar na Caixa.

Na época da divulgação das acusações de assédio moral e sexual por Pedro Guimarães, que pediu demissão em junho de 2022, a Caixa criou um canal interno de denúncias. Com base nos relatos recebidos no Contato Seguro da Caixa, o banco investigou os casos e constatou várias ocorrências de assédio por parte de Sousa.

Em nota, a Caixa afirma que não tolera nenhum tipo de assédio por parte de dirigentes ou empregados. O banco também informou ter começado a investigar os casos por meio da corregedoria interna e que o processo seguiu as regras de administração pública.

“Com a finalização das investigações feitas dentro dos ritos da governança, o banco enviou o relatório conclusivo à Controladoria-Geral da União (CGU) em outubro de 2023. O ex-dirigente já estava afastado do cargo desde julho de 2022. Com a ciência da decisão da CGU, a Caixa iniciará as providências devidas para o cumprimento”, informou a assessoria de imprensa do banco.

Histórico
Em junho de 2022, surgiram denúncias em série de casos de assédio sexual e moral durante a gestão de Pedro Guimarães na Caixa. Imediatamente após a divulgação dos relatos, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho passaram a investigar os casos. Além do então presidente, vice-presidentes e diretores foram acusados.

Guimarães pediu demissão no dia seguinte à publicação das denúncias, e outros vice-presidentes do banco renunciaram em seguida.

Desdobramentos

Em março de 2023, Guimarães virou réu por denúncias de assédio sexual e moral feitas por funcionárias da Caixa. A ação tramita sob sigilo, e a defesa do executivo nega as acusações.

Em uma outra ação, movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Caixa foi condenada a pagar R$ 3,5 milhões de indenização por um evento no interior de São Paulo em que Guimarães obrigou funcionários a fazer flexões em estilo militar.

Acordos

Em abril do ano passado, a Caixa fechou um acordo com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal para pagar uma indenização de R$ 10 milhões para encerrar a denúncia das funcionárias. Em janeiro deste ano, o banco assinou um termo de ajuste de conduta (TAC), que concedeu vantagens em processos internos de seleção a funcionários que sofreram perseguição na gestão de Guimarães.

O banco foi condenado em outros processos em São Paulo, no Amazonas e no Distrito Federal. Somadas as condenações e os TAC, o banco até agora desembolsou cerca de R$ 14 milhões em indenizações, que poderiam ser mais altas se não houvesse acordo. Sem eles, a instituição financeira teria de pagar multa de até R$ 300 milhões. No ano passado, a Caixa informou que cobraria de Pedro Guimarães, na Justiça, o dinheiro das indenizações.

Em março deste ano, a Comissão de Ética da Presidência da República aplicou uma “censura ética” a Guimarães. Aplicada a autoridades que deixaram o cargo, a penalidade prevê apenas advertência. A ação contra Guimarães na Justiça Federal ainda está na fase de audiências.

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