Cidades

SOLUÇÃO

Vacina testada em MS será vendida até julho e dengue acaba em 10 anos

Grupo de pesquisadores franceses criou vacina que contou com ajuda de infectologista de MS

Gabriela Couto

10/01/2015 - 13h30
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Em no máximo cinco meses, a vacina contra os quatro sorotipos da dengue (1, 2, 3 e 4) já estará disponível para comercialização em todo o mundo. A confirmação é do médico infectologista e diretor da Fiocruz em Mato Grosso do Sul, Rivaldo Venâncio da Cunha, que participou da fase de testes do produto no Brasil. “A vacina está em fase de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e nos demais órgãos responsáveis dos outros países. A expectativa é que até junho ou julho seja liberada”, acrescentou. 

Em Mato Grosso do Sul, 700 pessoas participaram das aplicações que testaram a eficácia da vacina. Os testes também foram feitos em Goiânia (GO), Vitória (ES), Fortaleza (CE) e Natal (RN), totalizando 3,5 mil pessoas no País. Fizeram parte do estudo mundial 21 mil crianças e adolescentes da América Latina (Colômbia, Brasil, México, Honduras e Porto Rico) e  do Caribe, além de 10 mil na Ásia (Tailândia, Filipinas, Vietnã, Malásia e Indonésia). 

“Pela proteção que ela confere e como não vai ter vacina disponível para toda população, já no primeiro ano estimamos uma redução de 1/3 de casos notificados nos três primeiros anos. Em dez anos, a doença deixará de existir”, ressaltou o infectologista.No ano passado, Mato Grosso do Sul registrou 9.113 casos notificados da doença, com quatro óbitos e um ainda em investigação. Só na primeira semana deste ano foram 143 novos casos notificados da dengue. A vacina surgirá para reverter o cenário atual da doença, que segundo a 

Organização Mundial da Saúde (OMS) atinge 390 milhões de pessoas no mundo. “A vacina significa uma luz no fim do túnel e uma opção a mais no controle da dengue. No entanto, não terá quaisquer influências sobre os determinantes sociais e econômicos associados às condições estruturais e ambientais ideais para a proliferação do Aedes aegypti, o principal transmissor do vírus”, disse Rivaldo.

A vacina

Depois de 20 anos de pesquisa, o antídoto criado pela francesa Sanofi Pasteur conseguiu eficácia de 60,8%. O fabricante ainda garante que mesmo se o imunizado for infectado pelo vírus, a redução da hospitalização de doentes será de 80,3%, ou seja, em cada dez pacientes, oito não vão precisar ser internados. Também fica assegurado que a doença não progrida para uma forma mais grave e letal em 95,5% dos casos. A aplicação do antivírus é feita em três doses, com intervalos de seis meses entre cada uma. 

A vacina já é produzida em larga escala na França, vislumbrando o mercado que irá se abrir após a aprovação das agências de regulação da vigilância sanitária dos mais de 100 países onde a doença é endêmica. O Ministério da Saúde ainda não firmou um acordo com a fabricante, já que está aguardando um posicionamento da Anvisa para decidir sobre o uso do produto no calendário gratuito de vacinação. 

O que se sabe é que para este ano o Brasil terá de enfrentar a dengue sem a imunização, já que o surto da doença  é mais frequente entre janeiro e junho, época de chuvas fortes. O jeito é torcer para que em 2016 a vacina seja disponibilizada para a população.

Campo Grande

Fusca avança o sinal e colide violentamente com ônibus em cruzamento

O motorista e o passageiro foram encaminhados à Santa Casa em estado grave. Imagens mostram o Fusca avançando o sinal vermelho e colidindo violentamente contra um ônibus de transporte coletivo

25/11/2024 15h45

A colisão foi tão violenta que o fusca quase entrou debaixo do ônibus

A colisão foi tão violenta que o fusca quase entrou debaixo do ônibus Fotos: Gerson Oliveira

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Duas pessoas ficaram gravemente feridas na tarde desta segunda-feira (25), após um fusca avançar o sinal vermelho e colidir violentamente na lateral de um ônibus de transporte coletivo, no cruzamento das Avenidas Gury Marques e Guaicurus, na região sul de Campo Grande.

Os detalhes do acidente foram revelados por imagens de câmeras de segurança. O vídeo mostra o momento em que um Volkswagen Fusca, aparentemente em alta velocidade, avança o sinal vermelho e colide violentamente com o ônibus coletivo da linha 113 Bálsamo/Centro Oeste, que estava cheio de passageiros. 

O impacto foi tão violento que o Fusca quase ficou debaixo coletivo. O motorista e o passageiro, cujas identidades não foram divulgadas, ficaram presos nas ferragens. O passageiro sofreu ferimentos graves, com fraturas no fêmur e um corte profundo no pescoço, sendo encaminhado à Santa Casa de Campo Grande. O motorista do veículo sofreu apenas ferimentos leves. No ônibus, nenhum passageiro ficou ferido.

Ambos não tinham documentos, por isso suas identidades não foram divulgados

A reportagem do Correio do Estado esteve no local, e a situação precária do fusca chamou a atenção dos pedestres que passavam pela área para ver o acidente.

Equipes da Polícia Civil e da Perícia Científica estão no local, e há suspeitas sendo investigadas sobre as causas do acidente, incluindo a possibilidade de que a situação precária do fusca tenha sido provocada por uma falha no sistema de drenagem.

Aos motoristas que precisam acessar a região, é importante ficar atento, pois o trânsito segue lento devido aos veículos envolvidos no acidente que ainda estão no local. Agentes da Agetran estão no cruzamento, organizando o fluxo de veículos.

A investigação continua para esclarecer as circunstâncias do acidente. 

 

 

 

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Cidades

Caçador leva multa de R$14 mil por matar cateto e queixada em MS

O suspeito foi autuado em flagrante por porte de arma de uso permitido, transporte de espécimes da fauna silvestre sem licença, direção perigosa e por obstruir a fiscalização ambiental

25/11/2024 14h30

Caçador leva multa de R$14 mil por matar cateto e queixada em MS

Caçador leva multa de R$14 mil por matar cateto e queixada em MS PMA

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Cerca de 170kg de carne de animais silvestres e diversos materiais relacionados à caça foram apreendidos na madrugada deste último domingo (24). A ação foi realizada pela 2ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Militar Ambiental (2° BPMA) realizou uma barreira policial na rodovia MS-141, em frente à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), no município de Naviraí. 

A abordagem ocorreu quando um veículo Fiat Siena, conduzido por um indivíduo, desobedeceu à ordem de parada e avançou em alta velocidade contra os policiais. Em seguida, o motorista fugiu pelas ruas e avenidas de Naviraí, avançou por vias preferenciais, ameaçou outros condutores e realizou ultrapassagens acima do limite de velocidade. 

Caçador leva multa de R$14 mil por matar cateto e queixada em MSParte de animais apreendidas em ação - PMA

Após mais de 20 minutos de acompanhamento tático, o veículo foi interceptado em uma estrada vicinal. Antes da abordagem, os passageiros saíram do carro e correram para um matagal próximo, enquanto o condutor permaneceu sozinho no local.

Ao realizarem a vistoria no veículo, a equipe encontrou 173,860 kg de carne de animais silvestres, incluindo partes esfoladas, desvisceradas e divididas em porções pequenas, supostamente pertencentes às espécies cateto (Pecari tapacu) e queixada (Tayassu pecari).

Foram apreendidas também, munições de calibres .22 e 20, cartuchos, estojos deflagrados, uma empunhadura de espingarda, facas e um cilibrim, além de outros materiais utilizados na prática de caça.

Quando questionado sobre a origem do material, o motorista confessou estar envolvido em atividades de caça, em Naviraí, e afirmou não possuir documentos ou licenças para o transporte dos animais ou das munições encontradas. Tanto os materiais quanto o autor foram encaminhados à Delegacia, com apoio das viaturas do 12º BPM.

O suspeito foi autuado em flagrante por porte de arma de uso permitido, transporte de espécimes da fauna silvestre sem licença, direção perigosa e por obstruir a fiscalização ambiental. Por fim, também foi aplicado multas que totalizaram R$ 14.500,00, sendo R$ 10.000,00 pela resistência à fiscalização e R$ 4.500,00 pelo transporte dos nove exemplares de animais silvestres.

Diferença entre cateto x javali x queixada

Queixada

Para a surpresa de alguns, o queixada (Tayassu pecari), conhecido como porco-do-mato, na verdade, não é um porco e sim mamíferos “pecarídeos” da família Taiaçuídeos, nativos das Américas.

Em termos característicos, os queixadas possuem uma coloração escura com pelagem branca no queixo. Pesam aproximadamente trinta quilos e vivem em bandos grandes de até 300 indivíduos. 

Os queixadas habitam praticamente todo o território brasileiro e necessitam de áreas de até sete mil hectares, com riachos e matas preservadas, para sobreviver. Contudo, a destruição gradativa de seu habitat, causada pelo desmatamento, queimadas e caça predatória para a venda de sua carne, coloca a espécie em risco.

Na Mata Atlântica, o queixada está classificado como “Criticamente em Perigo”, no Cerrado como “Em Perigo” e, em âmbito nacional, como “Vulnerável”, segundo a IUCN e o Instituto Chico Mendes (ICMBio).

Embora sejam capazes de consumir invertebrados, fungos e peixes, os queixadas têm uma dieta predominantemente composta por frutos e vegetais, desempenhando um papel importante na dispersão de sementes.

São animais de hábitos diurnos, e as fêmeas dão à luz a um ou dois filhotes após uma gestação de aproximadamente oito meses. Os filhotes permanecem com a mãe até cerca de um ano de idade. Quando nascem, apresentam pelagem nas cores vermelha, marrom e creme, com uma faixa mais escura ao longo do dorso.

Cateto

O cateto (Pecari tajacu) possui uma distribuição geográfica semelhante à dos queixadas, sendo também nativo das Américas e hábitos alimentares e reprodutivos parecidos. Assim como seus parentes, são conhecidos como porcos-do-mato, apesar de não serem porcos de fato. O nome científico Pecari, comum a ambas as espécies, tem origem indígena e faz referência ao comportamento de viverem em bandos nas florestas.

No caso dos catetos, os bandos são menores, com cerca de sete a doze indivíduos, que pesam, em média, 18 quilos. Requerem uma área reduzida para viver em comparação aos queixadas, ocupando cerca de 300 hectares. Sua pelagem é acinzentada, com um característico colar branco ao redor do pescoço.

Geralmente mais ativos em períodos do dia com temperaturas amenas, os catetos também desempenham um papel importante na dispersão de sementes e na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. Além disso, possuem uma ampla gama de vocalizações para diferentes situações, como uma defesa curiosa em que batem os dentes rapidamente e de forma repetitiva.

Apesar de enfrentarem ameaças como a caça ilegal para comercialização de carne e a perda de habitat, o cateto é classificado como uma espécie de "pouca preocupação" quanto à conservação.

Javali

Os javalis (Sus scrofa scrofa), da família Suidae, são porcos selvagens originários da Europa, norte da África e Ásia, que chegaram ao Brasil há mais de 100 anos. Inicialmente criados para consumo, muitos escaparam do confinamento e cruzaram com porcos domésticos, dando origem a um animal híbrido: o javaporco (Sus scrofa).

Esse híbrido se desenvolveu e atingiu maiores dimensões. Enquanto um javali pesa cerca de 80 quilos, o javaporco pode ultrapassar 100 quilos. A espécie se reproduz mais de uma vez ao ano, o que agrava o risco de invasão e descontrole populacional.

A capacidade dos javalis de se adaptar a ambientes diversos, inclusive alterados pelo homem, aliada à ausência de predadores naturais, os colocou na lista das 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo. 

Outra diferença marcante entre javalis e pecarídeos está nos caninos dos javalis, que crescem continuamente ao longo da vida, alcançando até 12 centímetros e projetando-se para fora da boca.

Por fim, os porcos possuem alta taxa de reprodução, com média de 6 a 10 filhotes por gestação, o que acelera a expansão populacional.

 

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