Cidades

Levantamento

Valor de dívidas representa três vezes o rendimento do devedor brasileiro

A maior parte das dívidas foi feita nos últimos três anos

Terra

17/07/2017 - 09h54
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Uma pesquisa da empresa de recuperação de crédito Recovery, feita pelo Data Popular, mostra que hoje o brasileiro inadimplente deve, em média, três vezes o que ganha e, em alguns casos, acumula até 20 dívidas diferentes.

A maior parte das dívidas foi feita nos últimos três anos – período que coincide com o agravamento da crise econômica. De 2014 para cá, a taxa de desemprego mais que dobrou, atingindo 14 milhões de brasileiros. Ao mesmo tempo, a população teve de conviver com a disparada da inflação, escassez de crédito e juro alto. Foi uma combinação perfeita para o aumento da inadimplência (contas em atraso por mais de três meses), que hoje atinge um contingente de 61 milhões de brasileiros. “É metade da população economicamente ativa”, afirma o presidente da Recovery, Flavio Suchek.

O número de inadimplentes é o maior em pelo menos cinco anos – início do indicador de Inadimplência do Consumidor da Serasa Experian. “Diferentemente de outros períodos, a inadimplência elevada não é resultado de excesso de endividamento – até porque a carteira de crédito está em queda”, diz Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. “Não é que o brasileiro está se endividando além da conta, é justamente o impacto da crise, com o desemprego em nível recorde. Não é que ele não quer pagar – ele não tem é dinheiro.”

Perfil

Na pesquisa feita pela Recovery, o inadimplente tem várias caras e foge de qualquer estereótipo. Um quarto dos endividados pertence à classe alta e 40% têm ensino superior, sendo que 10% são pós-graduados. Na média, cada brasileiro inadimplente tem três dívidas acumuladas, que somam R$ 8.370.

Apesar de a maioria dos inadimplentes ainda estar trabalhando, foram o aumento do desemprego e a queda na renda que turbinaram a escalada do atraso nos pagamentos. De acordo com a pesquisa, 43% dos entrevistados apontaram o desemprego como o grande vilão por não estarem em dia com as contas. Outros 19% disseram não ter renda para pagar a dívida, sendo que 27% deles pertencem à classe baixa.

O diretor do Data Popular, Dorival Mata-Machado, afirma que a pesquisa mostrou uma nova percepção da população brasileira em relação à inadimplência. “As pessoas estão menos preocupadas com o nome sujo e mais com o que é justo.” Isso significa que os devedores têm pleiteado melhores condições de pagamento, com descontos maiores e juros menores. Mas essa percepção só aparece quando a empresa de cobrança bate na porta da casa dos inadimplentes para receber a dívida. “Até então, a maioria não faz ideia de quanto deve e de quanto paga de juros”, diz Suchek. Ainda segundo a pesquisa, 36% dos inadimplentes não sabem o tamanho de sua dívida.

Isso denota que, além de um cenário econômico adverso, pesa na equação – e no bolso – a falta de conhecimento financeiro do brasileiro.

“O brasileiro tem dificuldades para lidar com o dinheiro. Para começar, ele superestima a sua renda, em média, em 8%”, afirma Bruno Poljokan, diretor da plataforma de crédito online Just, do grupo GuiaBolso. “Há ainda falta de informação sobre as modalidades de crédito, principalmente as mais caras, como cheque especial e cartão de crédito”, diz ele. Segundo dados do GuiaBolso, quase 40% dos usuários do aplicativo que pagaram juros mensais de ao menos R$ 5 no rotativo disseram acreditar que não estão endividados.

Esse quadro, aos poucos, vai se modificando. Segundo Mata-Machado, do Data Popular, os jovens são os que mais fazem exigências no acerto de contas, por estarem mais conscientes. “Essa população cresceu num período de bonança. Se estivesse com o orçamento apertado, fazia um bico, se endividava e corria atrás. Hoje eles estão tendo de fazer mais contas.”

De qualquer forma, a maioria dos inadimplentes quer renegociar a dívida, especialmente para voltar a consumir. Embora 79% deva mais para os bancos, é no comércio que o número de dívidas per capita é maior. São 2,59 dívidas por inadimplente.

Embora uma alternativa recomendada para os devedores seja trocar uma dívida cara por uma barata, quando o montante for muito grande, aconselha Poljokan, o ideal é insistir na renegociação, seja do valor, dos prazos ou condições.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

rapper

Oruam visita o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande

Pai do rapper é um dos líderes do Comando Vermelho e cantor se declarou como "a voz dos presidiários"

13/03/2025 16h31

Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande

Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande Foto: Reprodução / Instagram

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O rapper Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no Presídio Federal de Campo Grande. Fotos e vídeos da visita foram compartilhados pelo músico nessa quarta-feira (12), nas redes sociais. Marcinho VP é apontado como um dos líderes da facção Comando Vermelho e está preso desde 1996 por tráfico e homicídio.

Em uma das postagens, Oruam se declarou como "voz dos presidiários", mas apagou a mensagem pouco tempo depois.

"Eu falo pelos presos, eu represento os excluídos. Cadeia é lugar de ressocialização, eu canto para tirar meu pai do crime, coisa que o estado não faz, apenas alimenta a burguesia com mentiras dos pobres. O sistema falhou 'com nós', mas nós não precisamos dele", postou o rapper.

Nas imagens publicadas, Oruam aparece ao lado de outros familiares, vestido de rosa, em frente a Peninteciária Federal de Campo Grande.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por 22 (@oruam)

Conforme reportagem do Correio do Estado, o rapper já declarou que odeia visitar o pai por considerar a situação "desumana".

No documentário "O Grito - Regime Disciplinar Diferenciado", sobre o sistema penitenciário brasileiro, Oruam disse que foi concebido na prisão, durante uma visita intíma, e que nunca conviveu com o pai fora das grades.

"Eu nunca vi meu pai na rua. Nós nunca convivemos com nosso pai em nenhum momento da nossa vida. Quando eu nasci, meu pai já tava preso", disse.

Há pouco mais de um ano, Marcinho VP, foi transferido para a Penintenciária Federal de Campo Grande, onde ainda permanece, e o rapper daz visitas frequentes à capital sul-mato-grossense para vê-lo, mas diz que é constragedor e uma tortura.

"[São] mais de 15 celas. Passa o maior constrangimento para entrar e só fala pelo interfone. Como tu vai ver teu pai por um vidro no meio?", disse na produção da Netflix.

"Não pode nem encostar na pessoa, abraçar, falar. É tortura. Presídio Federal é tortura. Para nós que somos família é desumano. Se eu vou ver meu pai, eu quero encostar, dar um beijo",acrescentou Oruam.

Por fim, o rapper disse que aprendeu a conviver com a saudade. "Na minha mente eu sei que ele não vai estar aqui", concluiu.

Marcinho VP 

Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, é apontado com nome proeminente da criminalidade do Rio de Janeiro há quase três décadas, sendo um dos principais líderes do Comando Vermelho, ao lado de Fernandinho Beira Mar.

Preso desde 1996 , ele está em penitenciárias federais desde 2010, atualmente em Campo Grande.

No entanto, o encarceramento não impediu que Marcinho VP continuasse no mundo no crime. Mesmo de dentro do presídio, ele ordenou uma série de crimes que foram cometidos por outros faccionados.

Nos últimos 14 anos, ele cumpre pena em unidades federais. 

Marcinho VP é pai do rapper Oruam, que já fez manifestações públicas pedindo a liberdade do pai, sendo a mais polêmicas a apresentação no Lollapalooza 2024, onde vestiu uma camiseta que pedia a liberdade de Marcinho VP.

O cantor tem uma tatuagem em homenagem ao pai e também ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.

Decisão.

STF libera R$ 16 milhões do governo estadual por acordo sobre terra indígena de MS

Cabe destacar que o repasse estava autorizado desde o fim do ano passado, e segundo o ministro deve ser concluído o mais breve possível

13/03/2025 16h00

Conflito durante a retomada indígena na região de Antônio João

Conflito durante a retomada indígena na região de Antônio João Foto: Reprodução

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O Supremo Tribunal Federal (STF) por meio do ministro Gilmar Mendes autorizou a distribuição dos R$ 16 milhões depositados em janeiro pelo governo de Mato Grosso do Sul, acordo de regulação da terra Nhanderu Marangatu, e que estava em litígio entre indígenas e fazendeiros em Antônio João, interior do estado. O repasse é referente ao depósito judicial, previsto em repasse aos proprietários das terras. 

Serão R$ 791.062,86 enviados a Salazar Advogados Associados e outros R$ 15.208.937,14 em favor um procurador do grupo de fazendeiros.

“Solicito que esta Suprema Corte seja informada tão logo seja efetivada a referida transferência”, destaca o ministro, que deu o parecer sobre a emissão dos alvarás na última quarta-feira (12).

Cabe destacar que o repasse estava autorizado desde o fim do ano passado, e segundo o ministro deve ser concluído o mais breve possível.  

“No que concerne ao montante depositado pelo Estado do Mato Grosso do Sul (...), determino a imediata expedição de alvarás com as seguintes especificações, ressalvada a responsabilidade das partes, inclusive criminal, pela indicação dos responsáveis pelo recebimento do montante, caso verificada incorreção nas informações apresentadas”, diz outro trecho da decisão.

Ao todo, a União repassou R$ 27.887.718,98  a título das benfeitorias apontadas em avaliação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2005, valores  corrigidos pela inflação e a Taxa Selic.Os proprietários também devem receber indenização, pela União, no valor de R$ 101 milhões pela terra nua.

Cabe destacar que o pagamento indenizatório de R$ 27 milhões aos produtores rurais que viviam na terra situada na fronteira com o Paraguai, próximo à faixa de 150 quilômetros paralela à linha divisória do território nacional foi firmado em acordo indenizatório histórico realizado em setembro do ano passado após o STF determinar que a área é território ancestral indígena.

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