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Campo Grande

Vereador move ação para pedir paralisação da construção do Hospital Municipal

Por falta de estudo socioambiental, a ação pública contra Prefeitura Municipal de Campo Grande pede interrupção da construção do hospital

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O vereador professor André Luís (PRD) entrou com uma ação pública para “barrar” por 180 dias, a construção do Hospital Municipal, a Prefeitura de Campo Grande. 

Um dos motivos que levou o vereador a mover a ação contra a Prefeitura de Campo Grande, na Vara de Direitos Difusos e Coletivos de Campo Grande,  tratava-se do fato de que o Executivo Municipal não apresentou o estudo de impacto que o hospital poderá gerar na região. 

"Verificou-se que no referido projeto apresentado não consta o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), cuja ferramenta serve como meio preventivo a danos ambientais na vizinhança, assim compreendida os residentes no local do empreendimento e seu entorno, bem como aqueles que por ali transitam", aponta a ação.

Em conversa com o Correio do Estado, o vereador professor André explicou que é favorável à construção do Hospital Municipal, entretanto entende que o Executivo Municipal está tratando de forma "atabalhoada" a situação da construção.

Outro ponto, relacionado a localização, conforme o vereador deveria ocorrer o debate relacionado a localização, viabilidade e impacto. 

"A proposta de localização é no bairro Chácara Cachoeira, que, ao nosso ponto de vista, é totalmente inadequado. Um hospital precisa de vias expressas para que, por exemplo, a ambulância chegue rápido. Nós temos aqui em Campo Grande o plano diretor construído pela Planurbe, que estabelece, por exemplo, uma via importante de construção, de crescimento da cidade, à Avenida Norte-Sul, que é Ernesto Geisel", explicou o vereador e completou:

"Ali no [no bairro] Chácara Cachoeira, o espaço é muito pequeno. A rua é coletora. Daqui a 20 anos, ali ninguém passa. Não tem trânsito de fluxo para a ambulância. Enquanto Ernesto Geisel vai manter a capacidade dela de fluxo. Tem terreno vazio para poder fazer futuras ampliações. Então, várias coisas não foram feitas. Por exemplo, o estudo de impacto de vizinhança".

Ainda, conforme o pedido da ação a análise dos impactos sócio ambientais da obra analisam os seguintes fatores: 

  • Tráfego: A construção de um hospital de grande porte pode aumentar significativamente o tráfego na região, impactando a mobilidade e causando congestionamentos.
  • Ruído: A obra pode gerar altos níveis de ruído, afetando a qualidade de vida dos moradores da área.
  • Segurança: A movimentação de máquinas e operários pode trazer riscos à segurança dos residentes e transeuntes.
  • Saúde pública: O aumento da circulação de pessoas pode impactar os serviços de saúde e a segurança sanitária da região. 

Devido ao fato da localidade possuir o Hospital Santa Marina e o Proncor, o vereador entende que o local não é adequado, pois caso a construção prossiga sem os dedivos estudos, poderá acarretar em problemas de mobilidade urbana e afetar diretamente munícipes que vivem na região. 

"Ali é um bairro eminentemente residencial e já tem lá o Santa Marina e o Proncor. Que eu entendo que não são locais adequados para ter um hospital, porque ali é um bairro eminentemente residencial. Precisa ter um estudo de impacto de mobilidade urbana. O número de veículos vai aumentar, o bairro daquela região vai crescer e aquelas vias vão ficar cada vez mais congestionadas, complicando cada vez mais o trânsito em sentido do hospital", pontuou o vereador. 

 

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura Municipal, entretanto, até o fechamento do material não obteve retorno. O espaço segue aberto. 

Projeto

Divulgação

O hospital terá aproximadamente 15 mil metros quadrados de área construída e estacionamento com 225 vagaS.  O prédio  terá quatro pavimentos, sendo um subsolo, térreo, primeiro e segundo andares.

Conforme a previsão, os 259 leitos serão distribuídos em 49 vagas de pronto atendimento, 20 de Centro de Terapia Intensiva (10 pediátricos e 10 adultos) e 190 leitos de enfermaria (60 leitos pediátricos, 60 leitos adultos para homens e 70 leitos adultos para mulheres).

Além disso, terá Unidades de Terapia Intensiva (UTI) adulto e pediátrica, 10 salas de cirurgia, 53 consultórios e 19 salas para a realização de exames. A capacidade será para 1,5 mil internações ao mês; mil cirurgias; 2,5 mil atendimentos no pronto-socorro; e 13,5 mil consultas e exames.

De acordo com a prefeita Adriane Lopes (PP), a previsão é de que a unidade seja entregue em até 24 meses. “Esse é um hospital de 259 leitos, 15 mil metros de construção, um hospital que vai ficar em uma área do município. Já tem vários hospitais na região e a gente está trazendo esse avanço, ampliando o número de vagas para atendimento na nossa Capital. Um projeto esperado, que há 10 anos está no Plano Municipal de Saúde, mas que agora passa a ser realidade”, declarou a prefeita durante o evento de apresentação do projeto. 

** Colaborou Neri Kaspary

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Cidades

Caderneta de Saúde da Criança ganha versão digital; saiba como acessar

Plataforma permite acompanhar dados e orientações em saúde

10/04/2025 21h00

Foto: Divulgação

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O Ministério da Saúde lançou, nesta quinta-feira (10), a Caderneta Digital de Saúde da Criança, integrada ao aplicativo Meu SUS Digital. A plataforma permite o acompanhamento do bem-estar e do desenvolvimento por meio de duas áreas de atenção: registros de saúde e cuidados da família.

As mães, pais e responsáveis por essas crianças continuarão a ter acesso à caderneta na versão física, de papel, entregue nas unidades básicas de saúde. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu que a documentação na versão digital traz praticidade.

"Aquela situação em que o pai ou a mãe chega à unidade de saúde ou à escola e esquece a caderneta física agora está resolvida — ela [caderneta da criança] estará disponível no aplicativo.  A outra [vantagem] é que a caderneta digital terá mensagens ativas, ou seja, vai enviar alertas para o responsável informando que chegou a hora de vacinar ou de tomar uma dose de reforço”,

Para acessar a Caderneta Digital de Saúde da Criança já disponível no Meu SUS Digital, é necessário que tanto o responsável quanto a criança possuam contas ativas no site de serviços do governo federal, o Gov.br.

Aliada das famílias

A Caderneta Digital de Saúde da Criança traz os registros de crescimento, vacinação, saúde bucal e nutrição das crianças. A secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, explicou a modernização do documento.

“A caderneta da criança sempre foi uma aliada das famílias brasileiras. Agora, com a transformação digital do SUS, se torna mais moderna, interativa, acessível e vem apoiar as mães, as famílias, os cuidadores, os professores, os profissionais de saúde de todo o país no cuidado com as nossas crianças.”

Os dados do desenvolvimento infantil e de atendimentos em estabelecimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) serão lançados em tempo real na nova versão digital, por meio da Rede Nacional de Dados em Saúde.

A plataforma da rede permite que médicos e enfermeiros acessem de forma segura e padronizada as informações de saúde de pacientes. O compartilhamento dos dados tem a missão de agilizar e tornar o atendimento contínuo.

“Como diz o pensamento africano, é preciso toda uma aldeia para cuidar de uma criança. E essa aldeia pode ser também digital. A tecnologia ganha muito quando ela é construída em rede, com participação e com compromisso coletivo”, citou Ana Estela Haddad.

Pelo documento, as famílias poderão acompanhar o histórico de vacinas, com previsão para as próximas doses e envio de notificações com lembretes para a hora de vacinar a criança.

Além disso, as mesmas informações da caderneta de papel sobre os cuidados e o desenvolvimento das crianças, desde os primeiros dias de vida, estarão disponíveis na nova versão eletrônica. Entre os conteúdos, por exemplo, o cuidado com bebês prematuros e a proteção das crianças frente às telas.

Cidades

STJ tranca ação contra empresários alvos da operação Ouro de Ofir

Ministro considerou que não houve representação das vítimas na denúncia por estelionato e que não há individualização de condutas na denúncia por organização criminosa

10/04/2025 18h30

Operação Ouro de Ofir foi desencadeada em 2017

Operação Ouro de Ofir foi desencadeada em 2017 Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Messod Azulay Neto, determinou o trancamento de uma ação penal contra Celso Éder Gonzaga Araújo e Anderson Flores de Araújo, alvos da Operação Ouro de Ofir, desencadeada em 2017 contra grupo especiliazado em golpes financeiros, que agia a partir de Mato Grosso do Sul.

Advogados dos empresários entraram com um habeas corpus no STJ pedindo o trancamento da ação de estelionato e organização criminosa e o ministro deu provimento ao recurso.

Segundo Azulay Neto, com relação a denúncia de estelionato, a condição para que haja a procedibilidade é a manifestação inequívoca do interesse da vítima em dar prosseguimento à persecução penal, sendo desnecessárias maiores formalidades.

No caso dos autos, segundo o ministro, o juízo de primeiro grau verificou a inexistência de manifestação inequívoca das vítimas no sentido de representarem contra os acusados, mesmo sendo intimados por vários anos e sem oferecer a representação.

"Com efeito, há no presente caso violação do princípio da duração razoável do processo e comprometimento da segurança jurídica dos acusados, os quais estão por anos aguardando uma eventual representação, enquanto figuram como réus na ação penal", disse o ministro do STJ.

Já com relação a imoutação do crime de organização criminosa, Azulay Neto explica que a denúncia deve narrar os crimes imputados detalhadamente, com todas as suas circunstâncias, e não pode ser recebida se consistir em reprodução do texto legal sem a devida e completa individualização das condutas, com demonstração de que os fatos narrados possuem adequação típica no delito imputado.

No caso, ele analisou que há repetição dos termos previstos genericamente em lei.

"Ao discorrer sobre a prática delitiva de organização criminosa, contém narrativa demasiadamente genérica e não descreve qual a estruturação ordenada da suposta organização criminosa, nem a divisão de tarefas, de maneira suficiente a permitir o pleno exercício da defesa dos acusados", diz.

"Não há sequer a descrição efetiva do elemento subjetivo do tipo, nem do local onde os crimes seriam praticados e também não há menção ao real vínculo estável entre os sujeitos. Não se pode admitir que a imputação do crime de organização criminosa seja efetuada com tamanha generalidade, o que dificulta o seu rebatimento pela defesa, haja vista a indeterminação dos fatos atribuídos. Nessa situação, excepcionalmente, deve ser reconhecida a inépcia da denúncia", acrescentou, na decisão.

Assim, ele deu provimento ao recurso em habeas corpus e determinou o trancamento da ação penal, sendo por decadência e inexistência de condição de procedibilidade quanto ao crime de estelionato, e por inépcia da denúncia quanto ao crime de organização criminosa.

O ministro afirma ainda que nova denúncia pode ser oferecida com a devida narrativa dos fatos imputados e todas as suas circunstâncias.

OURO DE OFIR

Celso Éder Gonzaga Araújo e Anderson Flores de Araújo foram presos pela Polícia Federal no dia 16 de novembro de 2017 por formação de quadrilha especializada em golpes financeiros que agia a partir de Campo Grande.

A prisão foi convertida em preventiva no dia 24 de novembro, após representação do delegado da Polícia Federal, que afirmou que mesmo após a operação, o grupo criminoso continuou realizando atividades voltadas a manter os negócio fraudulentos como se fossem lícitos. Posteriormente, eles foram soltos com uso de tornozeleira eletrônica.

Segundo reportagem do Correio do Estado na época, a organização buscava lucro a partir da falsa existência de uma suposta mina de ouro cujos valores estariam sendo repatriados para o Brasil e cedidos, vendidos ou até mesmo doados a terceiros mediante pagamento. Foram inclusive detectados contratos de doação, mediante pagamento. 

A operação culminou na prisão de Celso, gerente da empresa Company Consultoria Empresarial Eireli,  usada para legitimar os golpes, juntamente com os demais envolvidos.

A ação consistia em “típica fraude para burlar tanto o fisco federal como as supostas vítimas que acreditam estarem investindo num negócio lícito e devidamente declarado, com respaldo das autoridades federais de fiscalização”, lê-se no relatório policial. 

Os investidores aplicavam cotas a partir de R$ 1 mil e chegavam a assinar contratos falsificados, acreditando que futuramente receberiam milhões dos recursos da mina. O valor pago por eles, afirmavam os golpistas, seria apenas para cobrir despesas com o processo. Porém, quanto mais fosse investido, maior seria o benefício.

Durante a operação, a PF descobriu que aproximadamente 25 mil pessoas foram lesadas em todos os estados da federação. Algumas chegaram a aplicar de R$ 500 mil a R$ 1 milhão.

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