Cidades

PANDEMIA

Vulnerável a acidentes de trabalho, enfermagem está exposta à Covid-19

Novo coronavírus já matou 30 profissionais e mais de 4 mil podem estar contaminados no País

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Ao mesmo tempo em que representam a primeira linha de defesa na luta contra o novo coronavírus, os profissionais de enfermagem são também o segmento mais vulnerável desse enfrentamento. Desde que a Covid-19 tornou-se uma pandemia, o Brasil já registra ao menos 30 mortes desse tipo de trabalhador causadas pela doença até a última semana, conforme balanço do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). O levantamento retrata o impacto das infecções do vírus entre enfermeiros, técnicos e assistentes.

Em Mato Grosso do Sul são nove casos suspeitos e três confirmados, segundo o Conselho Regional de Enfermagem (Coren/MS), onde os primeiros episódios do vírus surgiram há um mês, em Nova Andradina, quando três funcionários de um hospital foram testados positivos para Covid-19. Há uma grande preocupação com a vulnerabilidade desses profissionais, principalmente, pela insuficiência de equipamentos de proteção individual (EPIs).

Levantamento divulgado pelo Tribunal Regional do Trabalho em Campo Grande aponta, por exemplo, que os técnicos em enfermagem estão entre as funções que mais tiveram acidentes de trabalho no Estado no ano passado, com 412 ocorrências. Conforme dados da Comunicação de Acidente de Trabalho (Concat) da Previdência Social, a ocupação de saúde ficou atrás apenas dos alimentadores de linha de produção, que registraram 544 acidentes em 2019. Os números demonstram a situação de vulnerabilidade dos profissionais, mais ainda nestes tempos de pandemia.

Para o Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Siems), o alto número de acidentes está diretamente relacionado ao esgotamento físico dos profissionais e à baixa remuneração. “Para manter um ganho mensal satisfatório, eles acumulam dois ou três empregos, sendo que a jornada por si só já é bastante exaustiva, tendo em vista o excesso de trabalho e o volume de pacientes nos hospitais”, avalia Sebástian Rojas, diretor do sindicato. Ele relata que a maioria dos acidentes ocorre com materiais perfurocortantes, em razão de cansaço, redução da atenção e acúmulo de sono. Também são frequentes os afastamentos por doenças ocupacionais na esfera psiquiátrica, como depressão, estresse e síndrome de burnout.

PANDEMIA

O Conselho Federal revela que, nesses dias de pandemia, cerca de quatro mil profissionais estão afastados pela doença, sendo 552 com diagnóstico confirmado e mais de 3,5 mil em investigação. O quadro vem acompanhado de um outro dado bastante preocupante: já são mais de 4,8 mil denúncias por falta de equipamentos de proteção individual. Fiscalizações realizadas pelos conselhos regionais em 3.213 instituições confirmaram a existência de problemas em 90% das unidades.

Em MS, de acordo com o Coren, já passam de 100 denúncias. Ainda segundo a entidade, “em casos em que constatamos condições precárias de trabalho, como, por exemplo, o da UPA de Batayporã, providenciamos doações de alguns EPIs e levamos até os profissionais, além de montarmos equipe para realizar treinamento para enfrentamento da Covid-19 gratuito para os trabalhadores da enfermagem, motoristas de ambulância e técnicos administrativos da unidade”. Uma ação dessa natureza ocorreu na sexta-feira (17).

Sobre as fiscalizações, o conselho sul-mato-grossense informa que estão sendo realizadas vistorias tanto nas unidades hospitalares quanto nas de atenção básica. “Ainda não temos o balanço total, mas podemos citar algumas unidades já fiscalizadas, como o Hospital Regional de Nova Andradina; Hospital Cassems de Nova Andradina; Hospital Unimed Campo Grande; Hospital do Pênfigo – Centro; Hospital do Coração, Proncor – Centro; UPA Batayporã”.

PREOCUPAÇÃO

Diante dos números até agora apurados, o conselheiro federal Gilney Guerra afirma que “os dados refletem o avanço da pandemia e têm nos preocupado muito. O maior problema hoje na enfermagem é a falta de equipamento de proteção individual. Há denúncias de reúso de máscara N95 e outras que são feitas com material duvidoso. Se a pandemia avança e não temos EPI, a tendência é ter um maior número de profissionais contaminados e mais afastamentos”.

Conforme destaca, “fala-se muito que os profissionais de saúde são heróis, mas é preciso lembrar que o herói adoece, precisa de EPI para trabalhar e precisa ser respeitado nas suas limitações”.

Com o agravamento do problema, na sexta-feira o Cofen ingressou com ações civis públicas frente à União e hospitais privados para garantir o afastamento dos profissionais de enfermagem integrantes do grupo de risco das funções que exijam contato direto com casos confirmados ou suspeitos de contaminação pelo vírus. As diretrizes do Conselho para organização dos serviços de Saúde durante a pandemia preconizam que esses profissionais permaneçam na retaguarda, em funções administrativas, que também são imprescindíveis.

O presidente do Cofen, Manoel Neri, reforça que “profissionais de enfermagem são seres humanos, não máquinas”. Para ele, diante da pandemia, “é desumano forçar integrantes de grupos de maior risco a permanecer na linha de frente, sob grave risco de vida, potencializado ainda mais pela escassez de equipamentos de proteção individuais”.

A ação destaca que a equipe de enfermagem está muito suscetível à contaminação, por conta de sua atuação no acolhimento, detecção e avaliação das situações suspeitas de contágio do coronavírus, não apenas em razão da capacidade técnica deste profissional, mas também por representar a maior categoria atuante na área de saúde. 

TRIBUTAÇÃO

Morador de Campo Grande é o que mais gasta com iluminação pública no Brasil

Arrecadação bruta da Cosip da Capital se aproximou de R$ 200 milhões em 2024, três vezes maior que a de Porto Alegre

22/12/2025 09h00

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante Súzan Benites/Correio do Estado

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Entre as grandes cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, Campo Grande é o lugar onde moradores mais gastam com a Contribuição Social para o Custeio da Iluminação Pública (Cosip).

Proporcionalmente, a capital do estado de Mato Grosso do Sul está entre as que mais arrecadam no Brasil e tem uma receita anual com a taxa, cobrada de maneira casada com a conta de luz, maior que a do município de Curitiba (PR), que tem o dobro da sua população.

Levantamento da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) indica que, em todo o ano de 2024, a capital de Mato Grosso do Sul teve uma receita bruta de R$ 196,8 milhões com a Cosip. O custo per capita para os moradores da cidade é de R$ 206,24 – o maior do Brasil.

Na capital paranaense, que tem 1,83 milhão de habitantes, praticamente o dobro dos 960 mil habitantes de Campo Grande, foram arrecadados R$ 154,1 milhões em 2024, resultando em uma Cosip per capita de R$ 84,27.

Foi o suposto mau uso desta verba de centenas de milhões de reais que levou o Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) a desencadear, na sexta-feira, a Operação Apagar das Luzes, que investiga um esquema de corrupção em contratos de iluminação pública da Prefeitura de Campo Grande.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, em um caso que indica a ocorrência de reiteradas fraudes na licitação, além de contratos firmados para a execução de serviço de manutenção do sistema de iluminação pública de Campo Grande, já tendo sido identificado superfaturamento superior a R$ 62 milhões. As empresas envolvidas na operação seriam a Construtora B&C Ltda. e a Construtora JLC Ltda.

A JLC, por exemplo, é a empresa contratada pelo Município para promover a decoração natalina de Campo Grande, por R$ 1,7 milhão. Neste ano, apesar do valor, a decoração se restringiu apenas à área central da cidade.

Em 2024, Campo Grande arrecadou R$ 196,8 milhões com a Cosip, o que significa um custo de R$ 206,24 por habitante

ALTA ARRECADAÇÃO

Os números do levantamento da FNP mostram que na Região Centro-Oeste a arrecadação com a Cosip destoa de outras capitais. Os R$ 196 milhões arrecadados pela Prefeitura de Campo Grande em 2024, que correspondem a 3,6% de sua receita corrente líquida, são mais que o dobro do valor arrecadado em Goiânia.

Na capital de Goiás o município recolheu R$ 98,4 milhões na cobrança casada com a conta de luz. Goiânia, contudo, tem 1,4 milhão de habitantes, o que corresponde a uma Cosip per capita de R$ 65,87, quase um terço dos R$ 206,24 de Campo Grande.

No Centro-Oeste, a segunda e terceira maiores contribuições de iluminação pública estão em Cuiabá (R$ 142,45 per capita) e Dourados (R$ 142,04).

No Brasil, nenhuma cidade com mais de 200 mil habitantes tem uma Cosip per capita superior à de Campo Grande.

CONTRATOS

Como mostrou reportagem do Correio do Estado, dados do site da Transparência da Prefeitura de Campo Grande trazem que a iluminação pública da Capital é dividida em sete contratos independentes, para cada uma das regiões da cidade: Anhanduizinho (Lote 1); Bandeira (Lote 2); Centro (Lote 3); Imbirussu (Lote 4); Lagoa (Lote 5); Prosa (Lote 6); e Segredo (Lote 7).

A Construtora B&C é responsável pelos lotes 4, 5 e 7, que, somados, estão avaliados em R$ 14.885.371,67. Já a Construtora JLC administra a iluminação dos lotes 1, 2 e 3, que resultam em R$ 17.837.068,21.

Avaliado em R$ 4.300.411,70, o Lote 6 ficou sob responsabilidade da MR Construtora. Segundo o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, essa empresa também estaria sendo investigada por estar envolvida nos contratos.

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CAMPO GRANDE

Cavalos invadem avenida e são recolhidos no Terminal Guaicurus

Manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais

22/12/2025 08h45

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Uma cena inusitada chamou atenção, na madrugada desta segunda-feira (22), em Campo Grande: seis cavalos foram recolhidos para dentro do Terminal Guaicurus após serem flagrados perambulando pela região.

Conforme apurado pela reportagem, a manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais.

Em seguida, o Corpo de Bombeiros (CBMMS) flagrou a tropa andando pela pista e resolveu recolhê-los para dentro do Terminal Guaicurus, com o objetivo de mantê-los em segurança e resguardar a vida da população.

A manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Os bombeiros acionaram o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas, o órgão não possui plantão noturno. Também acionaram a Polícia Militar Ambiental (PMA), mas, de acordo com a PMA, só é possível atender animais silvestres.

Logo em seguida, o dono dos animais foi localizado. Ele afirmou aos bombeiros que a porteira ficou aberta e por isso os animais fugira. Com isso, os militares conduziram o animal até o local de origem.

 

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