Correio B

CORREIO B

Ambiente em harmonia estimula criatividade e bem-estar no lar

Ambiente em harmonia estimula criatividade e bem-estar no lar

EDUARDO FREGATTO

19/05/2016 - 14h50
Continue lendo...

Mais que moradia, a casa em que vivemos pode ser reflexo do nosso comportamento e estado emocional. Um ambiente escuro, abafado e bagunçado tem poder de desencadear sentimentos negativos, de isolamento e tristeza. Já um local arejado, bem iluminado e harmônico pode estimular a criatividade e o bem-estar.

É isto que defende o arquiteto e escritor Carlos Solano, que ensina uma técnica intitulada “terapia da casa”. Em outras palavras, são “artes do cuidado”, desenvolvidas para morar e viver melhor. 

O arquiteto, que é sul-mato-grossense, nascido em Bela Vista, mas reside em Belo Horizonte – Minas Gerais, afirma que com pequenas alterações é possível melhorar a qualidade do lar. Por exemplo, plantas tem o poder de “limpar” o ar do ambiente, cores quentes são estimulantes e cômodos organizados, sem acúmulo de tranqueiras, transmitem harmonia e satisfação.

Atualmente, com a rotina atribulada, Carlos percebe que as pessoas estão cada vez mais distantes do cuidado do lar. “As pessoas estão voltadas para fora: fora de si mesmo, fora das próprias casas. Almoçam foram, passam o dia inteiro e até os fins de semana longe de casa”, analisa.

O profissional alerta que esse distanciamento pode não ser saudável, pois a casa é mais que um abrigo. “Casa e pessoa interagem constantemente, um influencia o outro”, define.

CUIDADO

A produtora cultural e artista de dança Roberta Siqueira, 47 anos, é uma das pessoas que decidiram adotar as “terapias de casa” para melhorar o ambiente e sua qualidade de vida.

“Tenho praticado a técnica do cuidado, como faxinar com ervas, borrifar aromas, desapegar daquilo que já não é mais útil e, com isso, deixar espaço para o novo e optar por cores mais claras na composição das salas”, relata. 

“Me estimula a clareza e a ordem interna”, afirma Roberta, que mora com o marido, que ajuda nos cuidados diários.

Ela também acredita na importância de incorporar o verde e a natureza em sua residência. “Tenho uma linda árvore jasmim-manga, um pé de jabuticaba que ganhei do marido e um pequeno ervário em vasos, os pássaros estão sempre por aqui, cantando, é muito aconchegante”.

CONFORTO

Para a arquiteta e designer de interiores Ludmila Vasco, deixar o ambiente do jeito que lhe agrade é realmente sinal de uma vida mais tranquila e feliz. “Quando você não está satisfeito onde você mora, tudo te incomoda, então você já fica mais irritado”, pontua.

Em sua experiência profissional, Ludmila relata que muitas pessoas criam projetos de residência levando em consideração a opinião de terceiros, o que pode trazer transtorno e decepção. “A pessoa tem de pensar no próprio conforto. Tive uma cliente que queria fazer um banheiro extra porque a vizinha falou que valorizaria a casa. Eu perguntei: ‘a vizinha vai vir lavar esse banheiro para você?’”, conta. 

A arquiteta destaca que é preciso atenção especial para o quarto da pessoa, pois é o lugar de relaxamento. “As cores influenciam bastante. Se você é uma pessoa irritada, o vermelho pode piorar”, exemplifica.

Sempre que vai conceber um projetou ou realizar alterações em um imóvel, Ludmila senta e conversa com o cliente. “Eu pergunto a rotina inteira, porque muitas vezes as pessoas não têm noção do que é mais confortável para elas. A casa é muito mais que moradia, é o local de conforto da pessoa. Muita gente faz casa pensando nos outros, em receber os amigos. É preciso dosar”, aconselha.

SEM CUSTO

O arquiteto e escritor Carlos Solano afirma que é possível revitalizar sua casa com pouco custo financeiro. Algumas mudanças nem precisam de investimento.

Um dos principais pontos é desapegar. Carlos usa um verbo que ele mesmo inventou, “destralhar”, que é “limpar toda a tralha”.

“Tirar aquelas coisas que são indesejadas, que não tem utilidade. Esse ‘destralhamento’ representa uma liberação, uma renovação”, explica.

Também é possível realizar remanejamentos: pintar paredes com cores mais adequadas, trocar os móveis de lugar, abrir espaços para entrada de iluminação e ar, aumentar as plantas nos ambientes e jardim, consertar peças estragadas. 

“São intervenções muito simples, porém significativas”, defende Carlos. “A gente acredita que a casa não é feita só de tijolos, ela é feita de significados, memórias, vivências e atitudes. Tudo isso também compõe o imaginário da casa”, finaliza.

Correio B+

Cinema B+: Maria Bonita: A Rainha do Cangaço e o Papel Feminino na Resistência Sertaneja

Série estreia no Star+ e traz Ísis Valderde no papel da lendária cangaceira

12/04/2025 13h00

Cinema B+: Maria Bonita: A Rainha do Cangaço e o Papel Feminino na Resistência Sertaneja

Cinema B+: Maria Bonita: A Rainha do Cangaço e o Papel Feminino na Resistência Sertaneja Foto: Divulgação

Continue Lendo...

A série Maria e o Cangaço, que chegou na Disney Plus (na Star Plus), me fez repensar numa mulher que é uma lenda na cultura brasileira: Maria Bonita.

De ‘bonita’, hoje, talvez não seja unanimidade, mas uma mulher tão forte como ela ser lendária em meio do sertão nordestino é muita coisa. Podemos dizer que Maria Bonita é um dos nomes mais emblemáticos da história brasileira.

Conhecida como a “Rainha do Cangaço”, ela rompeu com os padrões sociais da década de 1930 para se tornar uma das figuras centrais do bando de Lampião, ou Virgulino Ferreira da Silva, o mais famoso líder do movimento de banditismo e resistência que atuou no sertão nordestino entre o final do século 19 e meados do século 20.

Lampião e Maria Bonita comandaram um bando de cangaceiros que desafiou as forças policiais e os coronéis da região, utilizando táticas de guerrilha para saquear fazendas, enfrentar tropas do governo e se refugiar na caatinga. Dependendo da ótica, foram heróis populares que lutavam contra as injustiças sociais ou foram criminosos temidos.

A história de Maria, independentemente da de Lampião é fascinante e sua presença no cangaço transformou a dinâmica dos grupos armados que desafiavam o poder estabelecido, trazendo um novo papel para as mulheres na luta contra as adversidades do sertão.

Estrelada por Ísis Valverde, a série foi dirigida por Sérgio Machado (geral), Thalita Rubio e Adrian Teijido (que também é o diretor de fotografia de Ainda Estou Aqui), e usou como base o livro Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço, de Adriana Negreiros, que reconta sua história focando em sua jornada como mulher e mãe.

Origens e Contexto Social

Maria Gomes de Oliveira nasceu em 8 de março de 1911, no povoado de Malhada da Caiçara, no município de Glória, Bahia. Filha de pequenos agricultores, cresceu em um ambiente marcado pela pobreza, seca e violência no sertão nordestino.

Assim como muitas mulheres de sua época, teve um casamento arranjado ainda na adolescência com José Miguel da Silva, um sapateiro. No entanto, o casamento infeliz e a vontade de viver uma vida diferente a levaram a buscar um destino fora das convenções.

O Encontro com Lampião e a Entrada no Cangaço

Em 1929 ou 1930, Maria Bonita conheceu Virgulino Ferreira da Silva, o famigerado Lampião, líder do mais temido grupo de cangaceiros da época.

Encantada por sua figura carismática e por seu estilo de vida aventureiro, Maria decidiu abandonar seu casamento e se juntar ao bando. Essa decisão foi revolucionária, pois até então o cangaço era predominantemente masculino.

A entrada de Maria Bonita no cangaço não foi apenas um fato simbólico; ela abriu espaço para que outras mulheres também fizessem parte dos bandos.

Com isso, o cotidiano dos cangaceiros sofreu transformações: houve uma tentativa de maior organização, regras mais estritas foram estabelecidas para impedir abusos contra as mulheres e a presença feminina trouxe uma nova dinâmica de convívio dentro dos bandos.

A Vida no Cangaço

A vida de Maria Bonita ao lado de Lampião foi intensa e repleta de desafios. Ela enfrentou a fome, a sede, as perseguições das volantes (forças policiais que combatiam os cangaceiros) e os constantes confrontos armados. Ao mesmo tempo, relatos indicam que Maria era uma mulher de personalidade forte, conhecida por sua alegria e determinação. Gostava de cantar e dançar, e fazia questão de se vestir bem, utilizando tecidos sofisticados e joias adquiridas pelo bando.

Maria também teve um papel fundamental nos cuidados com os feridos, auxiliando Lampião e os outros cangaceiros no tratamento de ferimentos e doenças.

Ela e Lampião tiveram uma filha, Expedita Ferreira Nunes, nascida em meio às adversidades do sertão. Contudo, para protegê-la, o casal decidiu entregar a criança a amigos de confiança, garantindo que ela crescesse longe dos perigos do cangaço.

Cinema B+: Maria Bonita: A Rainha do Cangaço e o Papel Feminino na Resistência SertanejaCinema B+: Maria Bonita: A Rainha do Cangaço e o Papel Feminino na Resistência Sertaneja - Divulgação

A Morte na Grota do Angico

O destino de Maria Bonita foi selado na madrugada de 28 de julho de 1938, quando o bando de Lampião foi surpreendido por uma emboscada na Grota do Angico, em Sergipe. As volantes, que vinham caçando o grupo há anos, conseguiram uma informação crucial sobre sua localização e atacaram com grande força.

Durante o ataque, Lampião e Maria Bonita foram alvejados. Testemunhas relatam que Maria teria sido capturada ainda viva, mas brutalmente executada. Suas cabeças, assim como as de outros cangaceiros mortos na emboscada, foram decepadas e levadas para exposição pública, servindo como um aviso contra aqueles que ousassem seguir o caminho do cangaço.

As cabeças ficaram expostas por décadas no Museu Nina Rodrigues, em Salvador, até que, em 1969, foram finalmente sepultadas. A violência com que os corpos dos cangaceiros foram tratados evidencia a forma brutal com que o Estado lidou com essa forma de resistência sertaneja.

Legado e Impacto Cultural

Apesar de sua trágica morte, Maria Bonita tornou-se um ícone da cultura popular brasileira. Sua história é contada em livros, filmes, novelas e músicas, perpetuando seu nome como um símbolo de coragem e rebeldia.

Sua presença no cangaço abriu espaço para uma discussão mais ampla sobre o papel das mulheres em movimentos de resistência, desafiando as concepções tradicionais de feminilidade na sociedade sertaneja.

É interessante retomar a história de Maria depois de tantos anos longe das telas. Em 1982, a série da TV Globo, Lampião e Maria Bonita marcou história por ser a primeira minissérie produzida pela emissora e retratou os últimos meses de vida do casal de cangaceiros, com elogiadas atuações de Nelson Xavier como Lampião e Tânia Alves como Maria Bonita.

Se pensarmos em feminismo, a Rainha do Sertão é uma mulher do seu tempo, ou seja, não se encaixava no padrão de autonomia e liberdade que são esperadas hoje, mas, ainda assim, quebrou paradigmas e se tornou não apenas uma figura histórica, mas também um arquétipo da mulher que desafia estruturas de poder e busca seu próprio caminho em um mundo hostil.

Seu legado inspira estudos acadêmicos, debates sobre a cultura nordestina e a produção artística, reafirmando seu papel como uma das personagens mais fascinantes da história do Brasil. Era hora de voltar a vê-la.

Gastronomia

Terceira edição do Festival Internacional da Carne traz chefs renomados e disputa entre assadores

Fruto da parceria entre a food hunter Márcia Marinho e a Acrissul, terceira edição do evento será realizada de 19 a 21 de setembro, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, com chefs renomados e disputa entre assadores do Brasil e do mundo

12/04/2025 10h00

Proposta do evento é também movimentar o fluxo turístico de moradores do interior

Proposta do evento é também movimentar o fluxo turístico de moradores do interior Divulgação

Continue Lendo...

O Festival Internacional da Carne está de volta para a sua terceira edição e promete ser ainda mais grandioso neste ano. O evento será realizado entre os dias 19 a 21 de setembro, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande. A realização é de Márcia Marinho Produções e da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul). A expectativa é de que o evento atraia milhares de visitantes, reunindo apaixonados pela gastronomia, assadores, chefs e produtores de carne de todo o Brasil e do mundo.

O lançamento oficial da terceira edição do Festival Internacional da Carne ocorrerá neste sábado, a partir das 12h, no estande da Acrissul, durante a Expogrande 2025, no Parque de Exposições Laucídio Coelho. O evento marcará o início da contagem regressiva para o festival e será uma oportunidade para os presentes conhecerem um pouco mais sobre as novidades desta edição.

MEAT MASTER

Nesta edição, o festival contará com uma programação repleta de atrações gastronômicas, com destaque para chefs renomados, assadores de destaque e a Copa Internacional de Assadores – Meat Master, que promete emoção, competição e muito sabor. Além disso, o evento também contará com palestras, shows musicais e diversas atividades para toda a família. De acordo com Márcia, produtora do evento, Campo Grande pode esperar por uma produção ainda mais impactante neste ano.

“O Festival vem se tornando tradição na Capital. Nosso intuito é mostrar a qualidade da carne produzida em Mato Grosso do Sul, qualidade essa que podemos sentir no corte e no sabor. Só no ano passado, reunimos mais de 30 mil pessoas nos três dias de evento. Nossa intenção é, também, movimentar o fluxo turístico de moradores do interior, interessados em experimentar o melhor do churrasco e da música regional”, anuncia a food hunter, que lançou recentemente um curta-metragem sobre o Circuito Gastronômico de Campo Grande.

Guilherme Bumlai, presidente da Acrissul, também compartilha suas expectativas para esta edição do evento: “Esse ano será o terceiro ano do festival na Acrissul, consolidando o festival no calendário de Mato Grosso do Sul. Julgo de suma importância a realização do evento para mostrarmos a qualidade da carne produzida em MS, unindo os elos da cadeia produtiva: produtor, indústria e consumidor”.

VINAGRETE DO ALÊ

Produtores, assadores, chefs e empresários interessados em participar da edição deste ano devem entrar em contato pelo telefone (67) 99640-1249 ou pelas redes sociais. Um dos feras com presença confirmada no terceiro Festival Internacional da Carne é o chef Alê Ciasca (Alexandre Strang Ciasca). O craque dos assados é quem assina a irresistível receita de vinagrete que leva abacaxi no preparo e que você pode dominar na sua aventura do sabor deste fim de semana.

Quem já experimentou chega a dizer “carne pra quê?” depois de saborear o delicioso acompanhamento criado por Ciasca. “A ideia para a receita desse vinagrete surgiu enquanto eu buscava sair um pouco da mesmice ao querer um acompanhamento refrescante para servir aos meus convidados”, conta o chef, que adianta algumas opções de carne para a experiência de degustação do seu vinagrete.

IDEAL PARA MS

“Todo mundo adora e ele vai muito bem com carne suína. A gente faz com carne bovina também, de preferência quando a carne é gorda, porque o abacaxi quebra um pouco da gordura”, recomenda o quituteiro.

“Então, ele é bem interessante, bem refrescante. Pro nosso clima aqui, então, é ideal”, garante o chef, que além de atender clientes em território sul-mato-grossense, costuma levar seu know-how com os assados para outras fronteiras.

O astro sertanejo Sorocaba (da dupla Fernando & Sorocaba) é um dos nomes conhecidos que integram a plateia vip de Ciasca. O chef já marcou presença em eventos de churrasco promovidos pelo músico em São Paulo.

“É um vinagrete que vai muito bem também, além das carnes suínas e das carnes bovinas, com aves. Sem dúvidas, um acompanhamento muito refrescante para o seu churrasco. Uma coisa importante é somente temperar quando for servir”, recomenda Ciasca. Tá falado, chef! Agora, é com você que está lendo a reportagem. Coloque o avental e seja feliz.

SERVIÇO

3º Festival Internacional da Carne

Lançamento oficial para convidados.
Neste sábado, às 12h, durante a Expogrande 2025, no Parque de Exposições Laucídio Coelho.
Rua Américo Carlos da Costa, nº 320, Jardim América.

Vinagrete de abacaxi do chef Alê Ciasca (@aleciasca)

Ingredientes

1 abacaxi maduro sem casca e sem miolo cortado em cubos;
4 tomates maduros sem sementes cortados em cubos; 
2 cebolas roxas médias cortadas em cubos pequenos;
50 g de gengibre ralado;
1/2 pimenta dedo-de-moça picada em cubos bem pequenos;
Salsinha picada a gosto;
Um fio de mel;
Um fio de azeite;
Sal e pimenta-do-reino (somente temperar quando for servir).

Modo de Preparo

Corte todos os ingredientes conforme as instruções na lista.
Misturar tudo e levar para a geladeira.
Retirar 10 minutos antes de servir e, de preferência, salgar somente na hora de servir, evitando, assim, a perda de líquidos.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).