Não sei se sou da corrente mais popular entre os fãs de Star Wars, afinal meu impacto veio com a trilogia original e minha reação às prequels e sequels foram mornas.
Dentro desse cenário, considero o filme Rogue One um dos três melhores de toda franquia, mas mesmo assim comecei assistindo Andor me preparando para não me empolgar. Afinal, Obi-Wan Kenobi me agradou (sou raridade), mas claramente esticou um argumento de três ou quatro episódios em seis, e muitos acharam o resultado fraco.
Não estou entre eles, mas entendo quem tenha reclamado. No entanto, Andor é, sem dúvida nenhuma, ao lado de The Mandalorian, a melhor das séries da Disney no universo de Star Wars até o momento. Que bom que terá uma segunda temporada (e pena que apenas em 2024).

O episódio final da 1ª temporada é nada menos do que perfeito e emocionante. Amarra pontas importantes da Rebelião, deixa tramas a serem desenvolvidas na próxima etapa. E nada forçado.
Tony Gilroy assina o roteiro e, com a direção de Benjamin Caron, faz um episódio final ímpar em qualidade de narrativa e personagens.
É uma tensão crescente, bem costurada e completamente perfeitamente contextualizada. Inimigos que se cruzam sem perceber, amigos que se tornam oponentes.
Para quem vem acompanhando a série, vemos que Cassian (Diego Luna), abalado com a notícia da morte de sua mãe, Maarva (Fiona Shaw), toma a decisão esperada por seus inimigos: volta para o funeral dela.
O Império contava com isso e há uma conversão de quase todos personagens para o planeta Ferrix. Isso mesmo, desde os agentes imperiais Dedra (Denise Gough), Syril (Kyle Soller), Partagaz (Anton Lesser) e Blevin (Ben Bailey Smith) a Luthen (Stellan Skarsgard), Cinta (Varada Sethu) e Vel (Faye Marsay), todos estão nas ruas procurando por Cassian Andor.
No entanto, enquanto os imperialistas querem pegar Cassian vivo, os rebeldes querem eliminar nosso protagonista.
Há inúmeras qualidades para ressaltar sobre Andor, mas o segredo de seu sucesso é justamente reverter expectativas. Além de mostrar o cotidiano dos “homens comuns” da rebelião, sem incluir Siths ou Jedis, traz uma história mais “realista”, profunda, sem mocinhos e vilões tão claros.
Há sujeira nos dois lados da luta. Cassian Andor (Diego Luna) é, como falei antes, o melhor anti-herói de toda franquia. Ele não apenas volta para honrar sua mãe. Embarca na missão kamikaze para salvar Bix (Adria Arjona).

Com um lado triste, desesperançoso, mas paradoxalmente corajoso, Diego Luna se conecta com o público. Cassian está longe do heroísmo de Luke Skywalker (Mark Hamill), mas lembrem que é ele quem vai ajudar a roubar os planos para destruir a Estrela da Morte, a missão que fez de Luke a lenda que amamos até hoje.
Não vou entrar em detalhes nas reviravoltas para evitar ainda mais spoilers. São todas perfeitas. A vulnerabilidade de segundos de Dedra e, acima de tudo, a cena do discurso de Maarva, unida com a leitura do manifesto de Nemik (Alex Lawther) fazem de Cassian o líder rebelde que conhecemos em Rogue One. É de arrepiar.
Uma dica? Não pule os créditos. Eles explicam (confirmam) o que Andor e os prisioneiros de prisioneiros de Narkina-5 estavam construindo. Maravilhoso. A Força está com Andor Cassian.