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TELEVISÃO

Depois de 2 anos fora do ar, Angélica volta a grade da Globo com "Simples Assim"

A apresentadora exalta a busca pela felicidade no programa que estreia dia 10 de outubro

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Angélica tinha apenas quatro anos de idade quando pisou em um estúdio de gravação pela primeira vez. Ao longo de mais de quatro décadas, além de mostrar muita versatilidade como apresentadora, tornou-se uma das maiores estrelas infantis do país, emplacou algumas músicas de sucesso e foi protagonista bissexta de séries e filmes. Em 2018, entretanto, após ficar 12 anos recebendo celebridades no “Estrelas”, Angélica saiu do ar. Entre boatos de que a possível candidatura de seu marido, Luciano Huck, à Presidência da República, estava dificultando sua volta ao vídeo, ou que, simplesmente, não existia mais espaço para ela dentro da Globo, a loura se voltou mesmo foi para sua família. “Nunca tinha experimentado ter esse tempo para mim. Foi libertador. Me desliguei da rede de fofocas e foquei mesmo em estar presente para os meus filhos e meu marido. Mas, uma hora, comecei a sentir falta da tevê. É algo que está em mim desde sempre”, conta a apresentadora, que volta ao lugar que lhe é tão natural no próximo sábado, dia 10 de outubro, com o “Simples Assim”. “É um programa que mistura o atual momento da minha vida com tudo o que fiz ao longo da carreira. Vou atuar em esquetes, receber anônimos e famosos e propor uma reflexão sobre o que realmente importa para se viver bem”, resume.

Com estreia inicialmente prevista para o último mês de abril, o “Simples Assim” foi “atropelado” pela pandemia de coronavírus. Ao lado do diretor Geninho Simonetti e da redatora Mariliz Pereira Jorge, Angélica começou a trabalhar no conceito de seu retorno à tevê aberta no final do ano passado. Com episódio piloto aprovado e dois programas gravados, o lançamento foi adiado pela Globo. Ao longo da quarentena, a apresentadora e sua equipe começaram a pensar em quais adaptações seriam necessárias para adequar os trabalhos aos protocolos de segurança da Organização Mundial da Saúde. “É um programa que precisa das pessoas para acontecer. Então, substituímos todas as sequências externas pelo estúdio. Convidados anônimos e famosos são testados e, caso alguém esteja impossibilitado de participar, a gente troca o tema e adapta o cronograma. Já tivemos algumas surpresas, mas a temporada está garantida”, explica Simonetti, que tem se divertido com a volta das gravações, ocorrida em meados de setembro.

A busca pela felicidade é o elo entre os 12 episódios confirmados do “Simples Assim”. Angélica já sentia necessidade de falar sobre os anseios da vida moderna mesmo antes do coronavírus paralisar o mundo. Agora, a apresentadora acredita que o conceito do programa, que passeia por assuntos como fé, diversidade, vaidade, amor, dinheiro e família, ganhou ainda mais força e apelo. “A escolha dos temas foi baseada em pesquisas que apontam os fatores que mais contribuem para a felicidade, como a qualidade das relações com a família, com os amigos e com os colegas de trabalho, além de outros que interferem em nossa autoestima e em nossas conquistas individuais e coletivas. Outro critério foi incorporar assuntos que refletem as mudanças necessárias pelas quais a sociedade passa para que seja mais inclusiva, justa e harmoniosa”, conceitua Mariliz, experiente redatora com passagens por programas como “Fantástico” e “Encontro com Fátima Bernardes”.

Entre as maiores apostas do programa estão os esquetes onde Angélica marca seu retorno à atuação. Ao lado de convidados como Marcos Caruso e Paulo Gustavo, ela mostra que se sente à vontade com sua porção atriz no novo programa. Recentemente, inclusive, a participação da apresentadora nos capítulos finais de “A Dona do Pedaço” movimentou as redes sociais. “Costumo falar que brinco de atuar. E sei que tenho jeito. Então, me sinto segura e o resultado é muito divertido”, avalia. Ao lado dos anônimos, o quadro preferido da apresentadora é o “Dilemas da Vida Real”, onde junto com familiares e amigos dos convidados, ela tenta encontrar uma possível solução para problemas e impasses que surgem no dia a dia, como “ter ou não ter filhos?”, “viajar ou fazer uma festa tradicional de casamento?”. Apesar da pauta um tanto invasiva, a direção trata logo de defender e diferenciar o “Simples Assim” de produções mais popularescas. “O programa não é uma autoajuda. Porém, a identificação com as histórias pode provocar um bem-estar no público. Estamos propondo um experimento social que leve o telespectador a uma reflexão”, valoriza o diretor.

MÚSICA REGIONAL

Márcio de Camillo canta músicas de Geraldo Rocca em seu novo trabalho

Os dois me levam de volta ao Litoral Central, definição cunhada por Geraldo Roca para traduzir um pedaço de Brasil onde a água doce domina uma vastidão de terra que, supõe-se, um dia foi mar

01/04/2025 10h00

"O punhal afiado da poesia de Geraldo Roca corta manso na voz de Márcio de Camillo, sem perder o fio, nem a capacidade aguda de ferir de morte o senso comum" Foto: Divulgação/Márcio de Camillo

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Recebo mensagem de Márcio de Camillo me avisando sobre seu novo trabalho. “Márcio de Camillo canta Geraldo Roca”. Um show ao vivo que virou disco e já está disponível nas plataformas digitais.

Aproveito a estrada entre a minha casa e o trabalho para ouvir o disco. Ouvir Roca na voz de Camillo é quase um delírio. Uma surpresa, uma saudade imensa, muitas lembranças. Os dois me levam de volta ao Litoral Central, definição cunhada por Geraldo Roca para traduzir um pedaço de Brasil onde a água doce domina uma vastidão de terra que, supõe-se, um dia foi mar.

A praia pantanal me serve de ponte para unir, em mar aberto imaginário, o Rio de Janeiro – lugar de nascimento – ao coração do Brasil, onde Geraldo Roca se fez e se desfez desse plano. Seu coração, irrigado por sangue pantaneiro, fazia dos campos alagados, das fronteiras paraguaia e boliviana seu berço metafísico. E foi assim sempre.

Talvez isso também sirva pra explicar por que a passagem meteórica dele por aqui tenha início figurado e fim real nestas plagas, onde aprendemos desde cedo a sonhar em Guarany e poemar em Manoelês.

Os carros passam por mim em alta velocidade. Eu ouço Camillo cantando Roca. E me transmuto. O punhal afiado da poesia de Geraldo Roca corta manso na voz de Márcio de Camillo, sem perder o fio, nem a capacidade aguda de ferir de morte o senso comum. Não, Geraldo não cabe em uma única caixinha. E Márcio sabe disso. 

Às vezes, ele encarna um bardo. Um Dylan pantaneiro em letras incomuns, longas e lisérgicas. Em outras, reúne numa só figura a essência folk de Crosby, Still, Nash & Young. Mas nesse universo BeatFolkPolkaRock há espaço para a mansidão de um Caymmi fronteiriço, para a sutileza urbana de um Jobim. Geraldo, como eu disse, não cabe numa caixinha.

E tudo isso se transforma em mais, muito mais, na homenagem à altura dos arranjos, das violas, da flauta, do celo reunidos por Márcio de Camillo nesse show que vira disco e que se torna eterno de agora em diante. Pra gente não se esquecer. Nunca. 

Quando Geraldo Roca decidiu sair de cena, fechar as portas desse mundo, que já lhe arreliara o suficiente, era muito cedo pra isso. Foi o que todos pensamos. Mas ele era dono de seus próprios rumos. Sua poesia e sua música seguem aqui. Pra nossa sorte, a desassossegar nossos ouvidos e almas. Agora, mais ainda, na voz também infinita de Márcio de Camillo. 

P.S.: Márcio. A foto da capa é uma obra de arte. É você nele... É ele em você. Uma fusão, uma incorporação. Cara... que disco!!!

Brasília, 25/3/2025

"Souber ler a música de fronteira"

O cantor, compositor e instrumentista Márcio de Camillo estreou o show “Do Litoral Central do Brasil: Márcio de Camillo Canta Geraldo Roca”, no Teatro Glauce Rocha, no dia 24 de setembro de 2024. Com direção de Luiz André Cherubini, o show é uma homenagem ao “cantautor” Geraldo Roca, falecido em 2015, considerado um dos principais compositores da música regional de Mato Grosso do Sul.

Roca é autor, em parceria com Paulo Simões, da música “Trem do Pantanal”, sucesso na voz de Almir Sater. Considerado maldito por seus pares, era chamado de príncipe por Arrigo Barnabé. Sua produção musical pode ser considerada pequena, se tomarmos como referência a quantidade de composições e discografia, mas analisada a fundo, perceberemos um artista de voz potente e marcante, com composições inspiradas e profundas.

São polcas, rocks, chamamés, guarânias e até baladas, e Márcio de Camilo, amigo e admirador de Roca, aprofundou-se na pesquisa para definir o repertório como “uma panorâmica deste artista reverenciado, cantado e gravado por amigos que, assim como ele, fizeram parte da ‘geração de ouro’ da música pantaneira sul-mato-grossense: Paulo Simões, Alzira E, Geraldo Espíndola, Tetê Espíndola, Almir Sater, entre muitos outros”, como afirma Camillo.

“Além de um músico que eu admirava muito, não só como compositor, mas como violonista, violeiro e cantor, Roca influenciou muito a música da minha geração”, conta o músico. “Além disso, ele era meu vizinho, morava em frente à minha casa. A gente saía para jantar, para conversar, éramos amigos. Conheço a obra dele e vejo a obra dele na minha, compusemos uma canção juntos, em parceria com outros compositores, chamada ‘Hermanos Irmãos’”, relembra Camillo.

“Também dividimos uma faixa no CD ‘Gerações MS’ chamada ‘Lá Vem Você de Novo’. Roca é referência e pedra fundamental na construção da moderna música sul-mato-grossense. Ele soube ler a música de fronteira, mesclando elementos do rock, do pop, do folk, criando um estilo único. Ele é um verdadeiro representante do folk brasileiro”, conta.

A arte visual do show, com fotos feitas por Lauro Medeiros, foi baseada no álbum “Veneno Light”, que Geraldo Roca lançou em 2006. A foto principal de divulgação do show faz referência direta à capa deste álbum, cuja foto original é assinada pelo cineasta Cândido Fonseca. (Da Redação)

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Curiosidades

1º de abril: verdades sobre a origem do Dia da Mentira

Existem várias versões sobre o surgimento da data onde é "permitido" pregar peças

01/04/2025 07h00

1º de abril, dia da Mentira

1º de abril, dia da Mentira pathdoc / Shutterstock.com

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Mentir é um ato provavelmente tão antigo que podemos considerá-lo milenar. No entanto, o Dia da Mentira passou a ser celebrado oficialmente em 1º de abril a partir da instituição do Calendário Gregoriano, no século 16, em substituição ao Calendário Juliano, determinado no Concílio de Trento (o conselho ecumênico da Igreja Católica), na Itália.  

O calendário Gregoriano divide o ano em quatro estações distribuídas ao longo de 12 meses, ou 365 dias, de acordo com o movimento da terra e estabelece o primeiro dia do ano em 1º de janeiro. 

Historiadores contam que, com a instituição do novo calendário pelo papa Gregório XIII, em 1582, parte da população francesa se revoltou contra a medida e se recusou a adotar o 1º de janeiro. Os resistentes à mudança sofriam zombarias pelo resto da população, que os convidavam a festas e comemorações inexistentes no dia 1º de abril. Eram chamados de “tolos de abril”, já que este é o mês que a Páscoa acaba ocorrendo na celebração católica, evento que, anteriormente, iniciava o ano. 

Desse modo, nascia a tradição de zombaria e pregação de peças nesse dia, como uma forma bem humorada de protestar contra novas mudanças. 

Já a Encyclopedia Britannica, do Reino Unido, defende que as verdadeiras origens do Dia da Mentira não são totalmente conhecidas, já que a data é próxima à data de festivais como a Hilária, da Roma Antiga, em 25 de março e a celebração de Holi na Índia, que termina em 31 de março, que podem ter influenciado esse marco. 

No Brasil, a tradição de pregar peças no Dia da Mentira foi introduzida no ano 1828, quando o jornal mineiro A Mentira resolveu fazer uma brincadeira “mentirosa” e trouxe, na sua primeira edição, a morte de Dom Pedro I na capa, sendo publicado justamente no dia 1º de abril. Porém, o monarca só viria faleceu anos depois, em 1834, em Portugal. 

Em todos os casos, a ideia central do Dia da Mentira é fazer alguém acreditar em algo que não é verdade, sendo “feito de bobo”. Hoje, é comum receber ou enviar mensagens com brincadeiras aos mais próximos para dizer que a pessoa “caiu no 1º de abril”. 

Quando se torna um problema clínico

Apesar de ser “permitido” nessa data, a mentira pode se tornar um hábito e comprometer e degradar relações sociais. Notícias falsas ou com dados manipulados, por exemplo, podem ser considerados fake news e são punidas legalmente. 

Para o psiquiatra Fernando Monteiro, existem vários níveis de análise para a questão da mentira. Para ele, mentira é dar alguma informação ou omitir alguma informação de forma deliberada para uma outra pessoa.

“Imagine, por exemplo, uma pessoa que fala que existe uma conspiração da máfia chinesa para matá-la. Se essa pessoa realmente acredita nisso, dizemos que ela está ‘delirando’. Mas se ela não acredita nisso de verdade, ela está ‘mentindo’.Agora, imagine uma pessoa que diga que o Sol é um planeta. Mas ela está dizendo isso pois não teve acesso às descobertas científicas atuais. Nesse caso, ela não está 'mentindo', ela só está 'equivocada'. Como nossa mente é limitada, podemos cometer erros não intencionais. E isso é diferente de 'mentir', comenta o médico.

Fernando continua dizendo que a mentira, assim como diversos comportamentos, faz parte do espectro normal do ser humano.

“Como diria o Dr. House, "todo mundo mente". Não que isso seja certo ou errado, mas é um fato”, afirma e complementa dizendo que devemos tomar cuidado para “não transformar em doença, aquilo que é apenas um comportamento humano.” 

No entanto, existe um ponto onde esse comportamento pode se tornar estranho e anormal, quando deixa de ser algo normal do ser humano e se torna algo “patológico”. O médico explica que, quando uma pessoa desenvolve uma perturbação clinicamente significativa, causando prejuízos na vida social, educacional, profissional, ela desenvolveu um transtorno ou doença mental. 

“Para a mentira alcançar níveis preocupantes do ponto de vista Psiquiátrico, dois fatores são fundamentais: 

  • A pessoa precisa ter uma perda do controle do comportamento. (Exemplo: ela não tem absolutamente nenhum motivo para mentir, mas o impulso de mentir é tão forte que ela o faz.)
  • O comportamento precisa estar afetando várias áreas da vida (relacional, profissional, educacional, etc)”, finaliza. 

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