O produtor musical Art Rupe, cuja gravadora Specialty Records foi um selo de ponta durante os anos de formação do rock'n'roll e ajudou a lançar as carreiras de Little Richard, Sam Cooke e muitos outros, morreu aos 104 anos.
Rupe, que foi integrado ao Hall da Fama do Rock em 2011, morreu na sexta-feira, 15, em sua casa em Sana Barbara, Califórnia, nos Estados Unidos, de acordo com a Fundação Arthur N. Rupe, que não especificou a causa da morte.
Nascido em Greensburg, Pensilvânia, foi contemporâneo a Jerry Wexler, Leonard Chess e outros empresários e produtores brancos que ajudaram a trazer a música negra ao público geral.
Ele fundou a Specialty em Los Angeles em 1946 e deu as primeiras chances a artistas como Cooke e seu grupo gospel, Soul Stirrers, Little Richard, Lloyd Price, John Lee Hooker e Clifton Chenier.
"Paralelamente, a Specialty Record cresceu, e talvez tenha definido a evolução da música popular negra, da música 'de raça' dos anos 1940 ao rock'n'oll dos anos 1950", diz o historiador musical Billy Vera em The Specialty Story, um conjunto de cinco discos lançado em 1994.
A mais importante e lucrativa assinatura de contrato de Rupe se deu com Little Richard, intérprete de Rhytm & Blues e gospel desde sua adolescência, que se esforçava para ganhar destaque comercialmente.
Em uma entrevista de 2011 aos arquivos do Hall da Fama do Rock, Rupe explicou que Little Richard (nome artístico para Richard Penniman, nascido em Macon, Georgia) ficou sabendo da Specialty por meio de Price, enviou um demo e por ficou esperando por meses tentando descobrir se alguém havia ouvido o material.
Ele finalmente solicitou conversar com Rupe, que cavou a fita em sua pilha de rejeitados.
"Tinha algo na voz de Little Richard que eu gostei", disse Art Rupe. "Eu não sei. Era tão exagerada, tão além do emocional. E eu disse: 'Vamos dar uma chance para esse cara e talvez possamos fazê-lo cantar como B. B. King'".
As primeiras sessões de gravação foram pouco inspiradas, mas durante um intervalo de almoço em um local próximo, Little Richard sentou-se a um piano e tocou uma música que tinha performado em clubes: Tutti Frutti, com seu imortal grito de abertura: "A-wop-bop-a-loo-mop-a-wop-bam-boom!".
Lançado em setembro de 1955 e um dos primeiros grandes hits do rock, Tutti Frutti foi uma versão maníaca, mas mais limpa que a original, que continha rimas como "Tutti Frutti/Good Booty".
Rupe notou que a performance de Little Richard se transformava quando ele era acompanhado por um piano.
"Até aquele ponto, Bumps (o produtor Robert Bumps Blackweel) tinha Little Richard apenas como sendo vocalista. Seu osso do pescoço era conectado ao osso do joelho ou algo do tipo; sua voz e sua forma de tocar meio que lhe davam um impulso", disse Rupe


Ryan Keberle, trombonista - Foto: Divulgação / Alexis Prappas

Marcio Benevides, Maria José falcão e Fabiana Jallad
Andreas Penate e Monica Ramirez


