Correio B

HOMENAGEM

Artistas recebem pela primeira vez
o título de doutor honoris causa

UFMS concedeu a honraria a Humberto Espíndola, Almir Sater e Isaac de Oliveira

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“Esse reconhecimento é uma atitude política de apoio à cultura e à própria universidade”, acredita o artista plástico, Humberto Espíndola. Com mais de 50 anos de carreira, de uma obra expressiva e que explora um dos temas mais emblemáticos do Estado, a bovinocultura, Espíndola recebeu na noite de ontem (22), o título de doutor honoris causa, uma honraria concedida a poucos, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ao lado de Espíndola, o também artista plástico, Isaac de Oliveira e o músico Almir Sater receberam o título, inédito entre profissionais da área. A homenagem aconteceu como parte da programação da 71ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Cofundador e diretor do Museu de Arte e de Cultura Popular de Mato Grosso e ex-gestor do Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul, Humberto Espíndola tem uma carreira longa na criação e gestão das artes plásticas. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Católica do Paraná, começou a pintar motivado pelas aulas de História da Arte e participou da I Exposição de Pinturas dos Artistas Mato-grossenses. Fundou, junto a amigos, a Associação Mato-grossense de Artes, da qual foi diretor técnico. Entre diversas participações em exposições e mostras estão o XVII Salão Nacional de Arte Moderna e o convite para o VII Salão Nacional de Artes Plásticas. Entre as premiações está a indicação à VI Bienal de Paris. Espíndola já levou a arte de Mato Grosso do Sul para a Itália, Colômbia, Havana, Venezuela, Chile, Equador, Bolívia e Nova Iorque. 

Sobre o título da UFMS, confessa que foi surpreendido. “É uma ação interessante da universidade e eu fiquei muito honrado com esse reconhecimento, que chegou em vida e a três artistas. Acredito que nós estamos vivendo em uma época de crise para a cultura e essa atitude é muito interessante porque mostra um apoio e uma união entre a universidade e a arte de Mato Grosso do Sul”, afirma Espíndola. 

O título de doutor honoris causa foi concedido a 27 personalidades, principalmente pesquisadores, desde a fundação da universidade, há 40 anos. 

Segundo a assessoria de imprensa da UFMS, essa é a primeira vez que artistas são contemplados com a homenagem. 
Para o artista plástico Isaac de Oliveira, a valorização da classe artística é fundamental para a construção do conhecimento. “Eu gostei justamente porque a homenagem é voltada para a arte. Na realidade, eu estou encantado, enaltecido, porque não é uma coisa que eles fazem sempre”, esclarece. O artista plástico é natural de Itajuípe, na Bahia, mas passou a infância, adolescência e juventude em Campinas, interior de São Paulo. Isaac atuou como publicitário e veio para Campo Grande em 1978, justamente para fundar uma agência de publicidade. 

Porém, quando começou a conviver de perto com os ipês, tudo mudou. Na Cidade Morena, começou a se dedicar à pintura e a comercializar quadros profissionalmente. A influência regional se torna evidente a partir da década de 1980, quando o artista se volta a uma série de pinturas de índios e animais da região e, posteriormente, indígenas do Brasil. Por gostar muito de pescar no Pantanal, passa a pintar também peixes; em seguida, fauna e flora e, posteriormente, frutas e verduras, tudo a partir da observação direta. O artista conta que este foi um período de intensas buscas por técnicas, formas e materiais de qualidade que dessem conta de expressar as cores e estilo próprio que procurava. Entre outras homenagens, teve um quadro premiado como aquisição no III Salão de Artes Plásticas MS. Em 2013, abriu uma galeria e escritório de Arte – uma tendência dos artistas contemporâneos –, advinda da necessidade de espaço para expor e vender suas obras.

Almir Sater

O músico Almir Sater talvez dispense apresentações. Campo-grandense, Almir começou a se dedicar à música quando cursava o antigo terceiro científico, no Rio de Janeiro (RJ).

Na cidade, pediu aulas para Paulo Simões que, após três encontros, encerrou o curso e convidou Almir para tocar com ele. Cursou Direito, conheceu a viola de perto, formou a dupla Lupe e Lampião, participou do Festival da Record e deixou a faculdade para se dedicar à música. Sater retornou a Campo Grande em 1976. Foi aprovado e cursou pouco mais de um ano de Educação Física na UFMS, até mudar-se novamente, agora para São Paulo, em 1978. Acompanhou o grupo Tetê e O Lírio Selvagem e integrou o show “Vozes e Violas”, onde foi convidado a gravar o primeiro disco de sua carreira, “Almir Sater”, em 1981. 

Na discografia, traz também os álbuns “Doma”; “Prata da Casa”, primeiro disco coletivo gravado em MS produzido pela UFMS; “Almir Sater instrumental”; “Cria”; “Rasta Bonito”; “Instrumental II”; “Almir Sater Ao Vivo”; “Terra de Sonhos”; “Caminhos Me Levem”; “7 Sinais”; e “AR”, com Renato Teixeira.

Com este último álbum, recebeu em 2016 os prêmios de melhor dupla regional na 27ª edição do Prêmio da Música Brasileira e de Melhor Álbum de Raízes em Língua Portuguesa no 17º Grammy Latino. Em 2018, os dois se reuniram novamente para lançar o disco “+AR” e ganharam de novo o Grammy Latino na mesma categoria.

Além do Festival MPB Shell, teve canções na trilha da novela “Pantanal” e como tema do Globo Rural. Integrou o projeto “Comitiva Esperança”, com Paulo Simões e Zé Gomes. Participou também dos curtas-metragens “As Bellas de Billings” e “Caramujo Flor”, sobre o universo poético de Manoel de Barros; atuou nas novelas “Pantanal”, “Rei do Gado”, “Bicho do Mato” e protagonizou “A História de Ana Raio e Zé Trovão”. 

Carretas da magia

Caravana de Natal da Coca-Cola passa por Dourados e Itaporã nesta quarta; veja o trajeto

Caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d'água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel

17/12/2025 10h15

Carretas natalinas da Coca Cola

Carretas natalinas da Coca Cola DIVULGAÇÃO/Coca Cola

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Falta uma semana para o Natal e a tradição de sair às ruas para acompanhar a passagem das carretas natalinas da Coca-Cola está de volta.

Caravana Iluminada percorre ruas e avenidas de Dourados e Itaporã nesta quarta-feira (17). 

Os caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d’água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel.

É possível acompanhar ao vivo o lugar que a carreta está neste site.

Confira os trajetos e horários:

DOURADOS - 17 DE DEZEMBRO - 20H30MIN

  • INÍCIO - 20h30min - rua Sete de Setembro
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Delfino Garrido
  • Avenida Weimar Gonçalves Torres
  • Rua Paissandú
  • Rua Monte Alegre
  • Rua Rangel Torres
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Itamarati
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Mozart Calheiros
  • Rua Raul Frost
  • Rua Docelina Mattos Freitas
  • Rua Seiti Fukui
  • Rua Josué Garcia Pires
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Manoel Rasselem
  • Rua Projetada Onze
  • Rua General Osório
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Olinda Pires de Almeida
  • Rua João Cândido da Câmara
  • FIM - Rua Manoel Santiago

Carretas natalinas da Coca Cola

 ITAPORà- 17 DE DEZEMBRO - 17H30MIN

  • INÍCIO - Rotatória de entrada/saída da cidade
  • Avenida José Chaves da Silva
  • Avenida Estefano Gonella
  • Rua José Edson Bezerra
  • Rua Aral Moreira
  • Rua Duque de Caxias
  • FIM - Rotatória de entrada/saída da cidade

Carretas natalinas da Coca Cola

ARTES VISUAIS

Floripa de novo!

Após temporada de sucesso, Lúcia Martins Coelho Barbosa inaugura mais uma exposição em Florianópolis:"Do Pantanal para a Ilha 2" permanece em cartaz até 3 de janeiro e apresenta 20 telas, 6 delas inéditas, com elementos da fauna e flora sul-mato-grossense

17/12/2025 10h00

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês Divulgação

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A artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa apresenta em Florianópolis uma seleção de obras que celebram a potência estética e simbólica do Pantanal.

Reconhecida internacionalmente, especialmente pelas pinturas de onças-pintadas, sua marca registrada, Lúcia construiu uma trajetória sólida ao longo de mais de quatro décadas nas artes visuais, marcada por pesquisa, identidade regional e profunda relação com a fauna brasileira.

Após uma temporada de sucesso em agosto, “Do Pantanal para a Ilha” retorna a Florianópolis, agora em novo local, na Sala Open Cultura, em exposição até o dia 3 de janeiro.

A mostra é composta por 20 telas, seis delas inéditas e outras peças de sucesso do acervo de Lúcia, que já expôs em sete países e quatro estados brasileiros.

“O nome ‘Do Pantanal para a Ilha’ veio da ideia de apresentar o Pantanal para um novo público que está conhecendo meu trabalho, e para isso coloquei nas telas elementos como as flores de aguapé, as árvores do Cerrado e as onças, que são meu carro-chefe”, apresenta Lúcia.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra "A procura da caça", de Lúcia Martins

LEGADO DE MS

Outro elemento regional incorporado nos quadros é a renda nhanduti, um bordado artesanal tradicional do Paraguai cujo nome significa “teia de aranha” em guarani, uma referência à sua aparência delicada e intrincada, utilizada normalmente em peças decorativas e roupas.

Ao todo, foram vários meses de preparação para a exposição, em um longo processo de produção e ressignificação de obras, utilizando as técnicas pastel sobre papel e acrílico sobre tela.

As obras que compõem essa exposição vão refletindo lugares, flores e animais, que talvez não despertem a atenção das pessoas no dia a dia, mas que, de algum modo, acabam fugindo do lugar comum.

Elas são um resumo do que Lúcia vê, vivencia e considera como mais “importante” enquanto legado da natureza de Mato Grosso do Sul para o Brasil e para o mundo.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês“Onça que Chora”, um dos trabalhos inéditos da nova exposição

ESPANTO

A mostra reúne, assim, trabalhos figurativos que retratam, por exemplo, a onça-pintada como símbolo de força, ancestralidade e preservação, convidando o visitante a mergulhar no imaginário pantaneiro e, ao mesmo tempo, nas camadas poéticas que permeiam a trajetória da artista.

Para Lúcia, a arte é como um portão de entrada para um novo mundo, nesse caso o Pantanal sul-mato-grossense.

“O Pantanal não é margem. É centro de novas narrativas. É daqui que falamos ao mundo. O que eu gostaria que essa minha exposição causasse é até um certo espanto ao se ver que aqui também tem gente que faz arte. E nada melhor do que se apresentar quando alguém já tem curiosidade de lhe conhecer”, afirma a mestra das cores e texturas.

“Eu vivo para a arte, se eu não tivesse essa profissão, esse dom de colocar nas telas minhas emoções, meus sentimentos, talvez eu não tivesse nenhuma utilidade para a sociedade. A arte é, acima de tudo, questionadora. O que eu sinto como artista plástica há mais de 45 anos é que estamos ainda abrindo caminho para os artistas que virão. Gostaria muito que o artista fosse respeitado, fosse aceito, fosse útil, pois a arte alimenta a alma”, diz a artista.

PERFIL

Lúcia Martins Coelho Barbosa vive e trabalha em Campo Grande. Formou-se em história pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT). Fez pós-graduação em Comunicação, na área de imagem e som pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Atua na área de artes plásticas, em Campo Grande, há mais de 40 anos e já mostrou suas obras em Portugal, Itália, França, EUA, Japão e Paraguai.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra Florescer no Pântano, de Lúcia Martins

Com o projeto Peretá – “Caminho” na língua tupi-guarani – , a artista exibiu o grafismo indígena e instalações em quatro capitais brasileiras – Brasília, Goiânia, São Paulo e Campo Grande.

Reconhecida por diversas premiações e homenagens, a artista segue expondo seu trabalho em coletivas e individuais. 

Em 2016, Lúcia criou o Múltiplo Ateliê, onde desenvolve trabalhos com artistas e pesquisadores, incluindo gastronomia, educação somática, dança contemporânea, yoga e audiovisual. Como afirma, é “fiel à sua missão de operária da arte”.

>> Serviço

A exposição “Do Pantanal para a Ilha 2”, da artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa, foi inaugurada em 03 de dezembro e está aberta para visitação até 03 de janeiro de 2026, na Sala Open Cultura, do open mall (shopping aberto) Jurerê Open. Av. Búzios, 1.800), Florianópolis (SC). Das 10h às 22h.

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