Três mulheres 40+ ficam presas em um elevador e, em apenas dezessete minutos sem sinal, ventilação ou filtros, desabafos, confissões e risadas tomam conta. As angústias do corpo em mudança, a sobrecarga familiar, o desejo em trânsito e a vergonha de falar sobre o óbvio se misturam ao surreal: um pentelho branco ganha voz e os hormônios fazem piquete numa greve. Inspirada em histórias reais, Mulheres em Chamas transforma o medo de envelhecer em humor e reconhecimento.
A peça onde tem a atriz e apresentadora Miá Mello no palco, estreou no dia 2 de julho na capital paulista e fica em cartaz até 28 agosto (quartas e quintas) no Teatro UOL. Miá está ao lado de Juliana Araripe e Camila Raffanti com direção Paula Cohen.
Marília Penariol Melo, é conhecida como Miá Mello, é tamém é publicitária, e estreou no teatro como parte do grupo Desnecessários, destacando-se na televisão no Legendários e em diversos trabalhos no Multishow. No cinema estrelou os sucessos Meu Passado Me Condena e Meu Passado Me Condena 2 com o amigo Fábio Porchat.
Miá em agosto retorna com a peça Mãe Fora da Caixa, saindo em turnê e celebrando mais de 100 mil espectadores. Ela também filmou um longa com Hassum e Letícia Isnard que ainda não tem data para sua estreia, mas já já, ela lança o filme que origina da peça Mãe Fora da Caixa que está pronto e em finalização com todos só no aguardo da estreia.
"Primeiro eu quero agradecer novamente o interesse, a entrevista, dizer que eu adoro a entrevista de vocês. Sempre que eu leio as perguntas eu falo, olha aí, uma jornalista ou um jornalista muito legal, informado, inteligente".
A nossa Capa exclusiva da semana tem tantas novidades, histórias e roteiros interessantes, que novamente após alguns anos deu uma nova e super entrevista exclusiva para o Caderno falando de sua primeira vez no palco, como começou como atriz, tudo sobre Mulheres em Chamas que estreou essa semana em São Paulo e a peça Mãe Fora da Caixa que já já estará nas telonas.

CE - Miá como foi a sua transição da publicidade para a carreira de atriz?
MM - Oiê! Primeiro eu quero agradecer novamente o interesse, a entrevista, dizer que eu adoro a entrevista de vocês. Sempre que eu leio as perguntas eu falo, olha aí, uma jornalista ou um jornalista muito legal, informado, inteligente.
Então, primeiro de tudo, é um agradecimento e eu já emendo aqui na primeira pergunta que me formei em publicidade, trabalhei na área e aí quando eu fiz o último ano da faculdade, como eu já estava habituada a estudar à noite e trabalhar de dia, eu fiquei com um buraco aí à noite, porque eu só ia mais alguns dias para apresentar meu TCC, então a minha mãe viu um curso de teatro no jornal e falou, por que você não faz? Você está com essa noite livre aí? E eis que fui eu lá fazer o curso de teatro, que foi tão significativo.
Foi lá que eu vi que tinha gente que trabalhava com isso gente que não era filho de artista, porque na minha cabeça, eu nunca poderia ser atriz, sabe? Eu nunca tive esse sonho desde pequena porque não era uma possibilidade dentro da minha cabeça, eu achei tão bonito isso. Conversando com a minha mãe esses dias, minha mãe é super artista, ela só não foi efetivamente, mas ela é rsrs!
E ela me disse que quando ela era mais jovem ela assistiu O Inimigo do Povo, do Ibsen, que foi uma peça que marcou muito ela e ela falou essa frase, se eu tivesse um artista na família com certeza eu ia fazer isso, ela falou essa frase e eu achei tão legal.
Então é quase uma crença limitante que a gente carrega de artista só pode ser quem vem de linhagem artística e tudo mais e que sorte que eu tive dessa de ter essa coragem/ignorância/loucura, não sei, que me deu de tentar correr atrás de uma coisa que parecia ser tão distante pra mim, porque eu de fato me encontrei.
E eu lembro que quando eu comecei a perguntar pras pessoas, mas vem cá, você faz isso, como que você faz? E comecei a ir atrás, de tentar fazer uns testes de publicidade, as coisas eram muito estranhas pra mim, nada, nada foi, nada dessa transição foi fácil ou simples, e ainda assim parecia que eu tava no caminho certo, acho isso tão interessante, tão bonito, tão mágico.
CE – Em que momento as artes cênicas entraram na vida e como?
MM - Bom, acho que eu respondi um pouco da primeira pergunta, acabei respondendo um pouco sobre isso, mas o que eu não contei, que é uma coisa que eu acho muito bonita também, é que eu sempre amei cinema.
Eu lembro que eu assistia cinema nacional e me dava uma espécie de um comichão na barriga, que eu não sabia explicar o que era. E que quando eu comecei a entender que eu ia vir a atriz, que eu queria fazer isso como profissão, claro, fui atrás do teatro, porque eu entendi que era a grande base de tudo, mas eu carregava já comigo esse desejo muito grande de fazer cinema.
E eu lembro que meu primeiro trabalho em dramaturgia na televisão foi uma série, a série com o Fábio Porchat. E aí, quando a gente estava fazendo a série, a Marisa Leão, que era a produtora, falou gente, me procuraram para fazer um filme e eu achei que a gente pode fazer a nossa história num navio. O que vocês acham?
Eu lembro que eu ouvi aqui e pensei, calma, Miá, não vai ser tão rápido assim. E aí foi muito rápido, claro, por mérito de tudo, da história ser muito boa, de todo mundo ver o potencial naquele casal, da Marisa Leão ser uma potência como produtora e um nome muito forte do cinema brasileiro.
Mas eu lembro que eu fiquei tão feliz e tão emocionada de estar realizando aquele sonho. E não à toa, né, o comichão lá da barriga era isso, era porque eu tinha que fazer isso. E eu amo o cinema, toda vez que eu faço eu não deixo de me deslumbrar fazendo.
CE – Como foi a sua primeira vez no palco, você se lembra?
MM - Nossa, essa pergunta me deixou tão intrigada, eu não lembro qual foi a minha primeira vez no palco. Não lembro mesmo, porque talvez eu deva ter feito peças na escola, porque eu gostava bastante. Mas uma que eu lembro, eu fiz o Célia Helena, a cada final de semestre a gente apresentava uma peça.
E aí uma que eu lembro, assim, como se chamasse meu pontapé inicial da carreira artística já profissional, eu fiz a gata da Cinderela, numa peça do Zé Wilker. E nossa, eu lembro que eu fiquei muito feliz com o convite.
A Renata Ricci, que na época fazia gata, foi fazer algum musical da Disney, alguma coisa desse tipo, e aí eles me convidaram pra fazer a gata. E eu amei, eu amei, a maquiagem era tão linda, tão legal, essa é uma primeira lembrança profissional de palco.
CE – Teatro, cinema ou TV?
MM - Nem vem com essa pergunta, hein? Não dá, não dá. Cada um tem a sua beleza. O teatro, ele tem um mergulho tão profundo, denso e verdadeiro na arte. E tem um trabalho muito intenso que é feito antes de você apresentar para o público.
Quando você apresenta para o público, claro que tem um ganho grande dessa troca, tem evolução, tem melhoras, tem tudo isso. Mas quando a gente chega ali para mostrar alguma coisa, esse trabalho já foi profundamente feito, refeito e apresentado. Eu acho isso muito lindo do teatro.
Já o cinema foi tudo aquilo que eu contei, meu xodó. Eu amo, eu acho que o cinema faz as coisas com tanto cuidado, com tempo, com uma beleza, com dinheiro muito bom. Não que o teatro não tenha, mas eu acho que o cinema tem um outro lugar de verba para as coisas acontecerem. No cinema é onde a gente dá nome para o personagem, a gente conta uma história de onde ele vem, pra onde ele foi, a gente mostra detalhes. Não que no teatro não dê, mas no cinema eu sinto que é uma beleza muito grande que acontece.
E na TV a gente ganha um alcance, ganha o povo, ganha o público, ganha notoriedade. E claro, às vezes a gente ganha de alguns trabalhos muito incríveis na TV também.
CE – Como nasceu o Mãe Fora da Caixa?
MM - Eu amo essa história porque o Mãe Fora da Caixa começou com o homem, o Pablo Sanábio, meu amigo, ator, ele é um idealizador muito potente e tinha adotado a Manoela e tava naquele hiperfoco da paternidade, onde ele me ligou e falou, você já ouviu falar do Mãe Fora da Caixa, a gente tem que fazer alguma coisa.
E isso que nasceu, todo esse projeto que é tão próspero e tão importante, no meio da conversa, ainda na conversa, eu comprei o livro da Thais Vilarinho, o livro chegou no mesmo dia, eu devorei o livro, o que mais me chamou atenção foi que mesmo quando eram histórias que não diziam a respeito da minha maternidade, faziam eu lembrar da minha maternidade, então eu acho aquilo muito potente e não à toa que a peça tem essa alta poder de identificação, eu sempre digo isso, que muitas vezes a gente não tem filho, mas todo mundo é filho de alguém. Então eu acho que essa aqui é uma potência muito linda desse projeto.

CE – Você volta com a turnê da peça?
MM - Volto com a turnê agora em agosto, eu vou para seis cidades: Ribeirão Preto, Natal, Fortaleza, Brasília, Florianópolis... será que eu tô esquecendo alguém? Bom, mas faço essa turnê e eu tô muito animada porque eu vou fazer essa turnê do Mãe Fora da Caixa em cartaz com Mulheres em Chamas, então eu fico em cartaz quarta e quinta em São Paulo e faço essa turnê pelo Brasil.
Estou achando tão chique, tô contando pra todo mundo que eu vou fazer essa jornada dupla. Então volto com a peça, por enquanto são essas as cidades, mas eu acho que a gente ainda dá uma pinta por São Paulo, todo mundo pede pra gente voltar pro Rio, então eu acho que é uma peça, fico com a sensação que o Mãe Fora da Caixa é uma peça que dá pra fazer por muitos e muitos anos.
CE – São mais de 100mil expectadores? Qual a sensação?
MM - Bom, 100 mil espectadores. Que orgulho, hein? A sensação que eu tenho é essa, que as pessoas gostam de assistir a peça e gostam de voltar com outras pessoas. Eu tenho a impressão de que o que elas gostam é de mostrar o que se passa dentro da nossa cabeça, do nosso corpo. Acho que essa peça exemplifica através do humor, através das cenas que a gente mostra lá, o que mais ou menos acontece nesse período tão intenso que é o Puerpério.
CE – E o filme, quando teremos a estreia? E como foi todo o processo?
MM - Bom, o filme já está pronto e, nossa, eu fiquei tão feliz de assistir porque eu acho que eu vi muita verdade no filme. Eu acho que isso é muito importante quando a gente está falando de maternidade real. Eu acho que ele está previsto para sair até o semestre que vem.
Estou aqui guardando minha ansiedade numa caixinha porque eu não vejo a hora de dividir com todo mundo. E acho que acontece um processo muito interessante, onde a peça nasce do livro da Thais Vilarinho, quando a gente fala de Cláudia Gomes para escrever a peça. A gente aproxima um pouco mais, a gente cria um guarda-chuva e uma história de uma mãe que está ali no banheiro vendo se está grávida do seu segundo filho ou não, mas ainda chama mãe e só.
E quando a gente chama a Patrícia Corso, e eu também assino colaborando o roteiro, a gente aproxima ainda mais dessa história e essa mãe ganha um nome, ganha uma profissão, ganha um marido. E com tudo isso, esses detalhes deixam a história. Rica. Então não vejo a hora de dividir com todo mundo.

CE – Fale um pouco do longa com Hassun e Letícia Isnard?
MM - Vim agora desse filme que eu rodei no Rio de Janeiro, O Alibi, que é a direção do Felipe Joffily, e foi um deleite. É a palavra que eu fico toda hora reverberando pra lembrar de como foi o processo. O Felipe é um diretor muito aberto, eu lembro que eu escutava em cena assim, faz do jeito que você quiser que a câmera te pega. Nossa, isso chega a emocionar, assim, porque é de uma liberdade criativa.
E muitas das vezes a parte que eu mais gosto do meu trabalho é a criação da gênese e da personagem, esse mergulho em pesquisa, dessa nova personalidade dessa pessoa que eu tô criando e tudo mais, mas muitas das vezes a gente fica com esse trabalho muito subjetivo.
Quase ninguém nunca vê esse trabalho, é um trabalho que compõe muito, mas a gente não pode, não tem espaço pra mostrar ele. E tudo certo, é sobre isso mesmo. Mas com o Felipe Joffily, eu tive a oportunidade de colocar muitas.
Coisas que eu criei dessa gênese da personagem, que chama Nath, pra fora, eu consegui mostrar, então eu fiquei muito feliz, assim, achei que foi uma parceria muito legal. Saí de lá falando assim, não vejo a hora de fazer o próximo filme com você.
E que delícia conseguir fazer o filme com o Hassun, né, há tempos que a gente vem tentando trabalhar juntos, falei pra ele que também não valeu, porque a gente fez algumas cenas só, nossos personagens não ficam o tempo todo interagindo juntos, então eu falei, olha, não valeu esse, eu quero outro, hein, e ele é muito legal, um baita companheiro de camarim, cara engraçado, divertido, talentoso, humilde.
Tudo que ele toca vira ouro, então eu tô feliz de estar junto com ele, e Letícia Isnard, era um sonho trabalhar com ela, eu fiquei muito, assim, honrada de estar junto com ela, porque eu acho que ela é uma baita atriz, e eu tinha certeza que seria maravilhoso trabalhar com ela, e foi.
Ela é uma atriz, assim, que faz o que ela faz, ela é uma atriz que faz tudo sem um menor esforço. Ela fala de um jeito que as coisas já são muito engraçadas e divertidas e também uma baita companheira.
Quero deixar também registrado que trabalhar com o Dudu Azevedo foi uma grande revelação. Revelação no sentido de que eu não estava como eu estava com o Hassun e a Letícia, né? Claro que eu gostaria de trabalhar com ele e tudo, mas foi uma dupla tão divertida.
Acho que a gente ganhou tanto com os nossos personagens ali que eu saí de lá falando Dudu, eu acho que a gente tem que fazer um spin-off dos nossos personagens e que virasse um filme só dos dois, porque foi muito divertido. Que ator inteligente, espirituoso, bonito, gente boa. Nossa, foi muito legal trabalhar com ele também.

CE – Você estreou Mulheres em Chama com a Juliana Cohen e Camila Raffanti, conta pra gente sobre o porjeto? Como foi a estreia?
MM - Nossa, a estreia de Mulheres em Chamas foi catártica. Acho que é a única palavra que eu tenho para definir perto do que aconteceu. A gente já estava mergulhado nesse processo há um mês e uma semana, que é pouco, mas ao mesmo tempo parece que foi uma vida.
Fora todo o tempo que a gente escreveu e concebeu a ideia que foram mais ou menos uns dois, três meses. Ou seja, pouco tempo no total para muita coisa conquistada. Um grande acerto foi a direção da Paula Cohen. A gente chamou ela para dirigir, ela foi muito sensível e fez a gente fazer teatro. Tem umas partes tão interessantes da peça. Eu estou muito entusiasmada, sério.
Eu estou quase explodindo de orgulho. Estou com vontade de fazer de novo, que a gente está em cartaz às quartas e quintas. Estou com vontade de fazer hoje de novo já. Então isso é um ótimo sinal. Eu e as meninas a gente está impressionada com a repercussão. E o que a gente mais escuta é: o trio é muito legal, o trio é muito engraçado. Isso é tão interessante para a gente que, imagina, somos totalmente atrizes autorais.
A gente escreveu o texto, a gente concebeu a peça e a gente está atuando. E a gente está com um pé na produção e um pé ali. Também junto com um sócio muito incrível. Então viabilizar teatro dessa qualidade me dá muito orgulho. Eu estou muito satisfeita. Aliás, fica o convite. Quando vier a São Paulo, por enquanto a gente fica até outubro. Você vem assistir.
CE – Você acha que a menopausa ainda é vista como algo que se fala à respeito?
MM - Eu acho que somos a primeira geração a falar disso, quando eu vou conversar com a minha mãe. Tem até uma história maravilhosa que durante essa pesquisa, nesse mergulho, eu fui conversar com a minha mãe e perguntei pra ela, porque eu descobri que você entra na menopausa numa idade muito próxima que a sua mãe entrou, aí eu fui conversar com a minha mãe.
Aí sabe o que que ela me falou? Não tive! Você acredita? Como não teve, mãe? Todo mundo, imagina, você tá viva aqui? Não tive! Um dia eu fui conversar mais a fundo com ela, eu falei, não, mãe, sério, mas e aí? Suas amigas? A Leonor me dava um chá, ela tomava uns chás e a gente também tomava.
Aí eu falei, mas e aí? E sua mãe? Ela, minha mãe? Minha mãe me deu um livro, A Moça e Seus Problemas, quando me instruí pela primeira vez, foi a única conversa que ela teve comigo. Aí eu fui pesquisar, esse livro existe, ele é muito... Estranho, preconceituoso, ignorante, sabe? É muito doido. E olha o nome, né? A Moça e Seus Problemas, mas, enfim. falta muito a se falar ainda e eu acho que a geração passada não pode nem olhar pra isso.
CE – Como foi a criação e construção do texto da peça?
MM - Nossa, a criação desse texto foi algo muito intenso e visceral para mim em algum lugar. Primeiro porque eu já venho buscando esse lugar de roteirista também, de escritora, acho que talvez seja muito, meu Deus, que os deuses do Olimpo me perdoem por usarem uma palavra tão grandiosa, mas uma roteirista, digamos assim.
Então eu colaborei no Mãe Fora da Caixa, no filme, com o roteiro, e dessa vez eu entro para fazer o Mulheres em Chamas como roteirista junto com as meninas, que são duas grandes atrizes e roteiristas. Foram muito generosas nesse lugar de me ensinar, de ter paciência até de me ensinar a mexer no Final Draft, porque até isso elas tiveram que me ensinar, de me credibilizar, a Juliana Araripe tem muito isso, ela muito me credibiliza, ela é muito legal. Uma torcida assim, junto, que é muito legal de ter junto, sabe?

CE - Para vocês como foi compartilhar as histórias?
MM - E o compartilhar das histórias foi algo muito engraçado, onde a gente tinha trocado experiências, tem até um pedaço de uma história de uma pessoa que eu conheço que está na peça, ali misturada nos personagens, nas gênese dos personagens.
E tem muitas coisas que a gente foi extraindo da vida, porque a vida é muito maluca. A vida é, até se você transporta muito, o roteiro vão falar que é louco demais. Tem que dar uma atenuada na vida para o roteiro parecer incrível.
Porque a vida é muito louca. Até esse encontro das três foi muito legal, como a gente brinca que eu comecei com um pedido de amizade para a Juliana, porque a gente já tinha trabalhado juntas, a gente era vizinha, e um belo dia deu um estalo assim, nossa, como que eu saio mais com a Juliana? Ela é minha vizinha aqui, e aí comecei a ver ela andando com uma turma legal, umas mulheres interessantes, engraçadas, aí um dia eu mandei para ela, cara, vamos ser amigas?
A gente mora uma do lado da outra, ela, vamos, lógico, a gente já é, é maravilhoso, e a gente, na segunda vez, sei lá, terceira que eu fui sair com ela, ela me convidou para um aniversário na casa dela, super legal. E quando ela me chamou a terceira vez para sair, ela falou, vou te apresentar a minha melhor amiga, vem aqui. E aí ela me apresentou a Camila Rafante, que é um tesouro.
Uma baita atriz, uma baita roteirista, uma baita amiga. E no final das contas a gente está fazendo uma peça muito legal, mas a gente também está celebrando essa nossa amizade. A gente está toda hora juntas, a gente passou o dia inteiro juntas, porque a gente teve que trabalhar, gravar vídeo, porque isso, a gente está fazendo milhões de coisas.
É um assunto muito próspero. Então a gente vai fazendo várias coisas sobre o assunto já, muito legal. Então a gente está juntas no dia seguinte da peça, só reverberando tudo o que aconteceu.
CE – Quem for assistir vocês no teatro o que podem esperar?
MM - Olha, eu acho que quem for assistir Mulheres em Chamas vai rir muito e vai se identificar. Vai lembrar de quando era jovem, vai lembrar dos medos que ainda tem, vai lembrar de tanta coisa. Eu senti uma peça tão divertida de ver junto, dá vontade de ver com várias pessoas, eu fico com vontade de assistir.
Olha que doido, estou fazendo uma peça que eu queria sentar na poltrona lá e assistir. Porque fazer já é muito divertida, eu acho que é uma peça muito legal, muito divertida. Para falar de um assunto que às vezes dá tanto medo e também é tão bonito de falar. Isso que é a beleza e a arte por teatro, a arte nisso é muito especial.