O ator Marcos Pasquim (54), completa 30 anos de carreira com uma trajetória sólida e de sucesso na TV, no teatro e no cinema. Pasquim pode ser visto em diversos trabalhos aclamados pela crítica e pelo público, como na obra 'O Quinto dos Infernos' (Globoplay), interpretando o inesquecível Dom Pedro l, personagem que foi um divisor de águas em sua carreira.
"O Quinto dos Infernos, Dom Pedro I, foi um divisor de águas, foi quando a classe, quando me encontrava, me parabenizava, falava comigo e diziam que estavam gostando muito do meu trabalho. Não só o público, a classe também, a classe artística", relembra.
O ator tem em seu currículo novelas inesquecíveis como: Uga Uga, Malhação: Pro Dia Nascer Feliz e Kubanacan, interpretando o protagonista Esteban, que lhe renderam dois prêmios na categoria de Melhor ator: Conta Mais e Melhores do Ano. Ele foi destaque também em obras como Pé na Jaca, onde viveu o personagem principal da trama.
Com dois novos trabalhos para serem lançados, Marcos poderá ser visto em breve na série Luz, onde protagoniza a história, e no filme 'Morando com o Crush', ambos na Netflix, com previsão de estreia para 2024.
Para relembrar, o artista iniciou sua carreira em uma Boyband em meados dos anos 1980. Mas foi como ator que construiu sua trajetória. Em 1992, estreou na segunda versão do espetáculo Blue Jeans, uma grande oportunidade para o ator. Seu talento e dedicação logo lhe renderam frutos e, em 1995, fez sua estreia na TV na novela Cara e Coroa, da TV Globo, onde permaneceu por anos emendando um trabalho no outro.
Pasquim também tem presença e destaque no cinema, além de suas redes sociais que são um grande sucesso mesmo sendo novidade para o ator. Em entrevista de Capa do Correio B+ desta semana com exclusividade, ele fala sobre suas breves estreias, carreira, trabalhos, fama de galã e cuidados com o corpo
O ator Marcos Pasquim é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Márcio Farias - Diagramação/Capa - Denis Felipe e Denise NevesCE- Marcos, você está completando 30 anos de carreira. Como você avalia a sua trajetória?
MP- Olha, eu avalio que acho que está indo bem. No começo, eu tive sorte, estava no lugar certo, na hora certa e conheci as pessoas certas, e até agora está indo certo e espero que essa trajetória ainda dure por muitos e muitos anos. Mas eu avalio que está nos trilhos, está indo muito bem, graças a Deus.
CE- Poderia destacar alguns momentos marcantes?
MP- O começo, claro, que foi quando eu fiz meu primeiro teste no teatro e passei em primeiro lugar. Foi maravilhoso. Foi quando eu me descobri ator, quando eu me vi em cima do palco. Quando eu fiz minha primeira novela foi bastante difícil, porque eu não tinha experiência nenhuma com televisão.
Depois de anos, eu fui aprendendo, fiz escola fiscal, depois veio a primeira novela com um personagem bom, depois veio a próxima novela com outro personagem melhor, foi o protagonista, aí chgou o 'Quinto dos Infernos', que foi uma divisor de águas, e de lá para cá não parei mais graças a Deus. São alguns momentos marcantes.
CE- Algum trabalho que tenha exigido muito de você?
MP- Todos os trabalhos exigem bastante da gente. O trabalho de você montar um personagem, de você ir atrás, fazer o laboratório, de querer saber, criar as características, dá trabalho. Eu acho que é uma das coisas mais legais nessa profissão e eu mais amo, é montar o personagem.
Claro que fazê-lo é maravilhoso, mas montar é uma parte muito interessante da profissão de ator. Então, eu acho que teve um, foi logo no começo, não foi no começo de carreira, mas quando eu fiz Sai de Baixo, que foi bastante desafiador... Porque, naquela época você chegava de manhã, eles te davam o texto, você estudava ali por uma, duas horinhas rapidinho e já sai ensaiando e à tarde você atuava.
Era tudo em um dia só, então, foi bastante desafiador, difícil, foi bem complicado, mas foi muito gostoso. Foi difícil, mas foi gostoso, os atores, o Miguel Falabella, enfim, todos que estavam lá colaboraram, ajudaram e deram uma força. Eu creio que faziam isso com todos os que faziam participação, então, esse foi um que me exigiu bastante, foi o Sai de Baixo quando eu fiz.
O ator Marcos Pasquim em entrevista ao Danilo Gentilli - Foto: DivulgaçãoCE- Qual o maior desafio na sua profissão?
MP- O maior desafio é você não se repetir. Em televisão, normalmente chamam, te escalam para você fazer personagens que já deram certo, enfim, então você acaba fazendo personagens que têm características parecidas. E o grande desafio é você fazer diferente todas as vezes, uma coisa que é parecida, mas você fazer de forma diferente. E isso é um desafio que exige bastante do ator no meu ponto de vista.
CE- Você já fez diversos trabalhos inesquecíveis para o público inclusive, como em O Quinto dos Infernos, Uga Uga, Malhação, Pro Dia Nascer Feliz, Kubanacan, entre tantos outros. Algum personagem que foi um divisor de águas?
MP- O 'Quinto dos Infernos', Dom Pedro I, foi um divisor de águas. Foi quando a classe quando me encontrava me parabenizava, falavam comigo e diziam que estavam gostando muito do meu trabalho. Não só o público, a classe artística também.
Então, eu acho que o 'Quinto dos Infernos' foi um divisor de águas. Ele foi um dos trabalhos também complementando a outra pergunta mais difíceis que eu já fiz, porque a prosódia era diferente e deu bastante trabalho, porque eram muitas cenas e me exigiu muito fisicamente e mentalmente. Mas foi incrível!
CE- Como é lidar com o título de galã?
MP- Eu fico lisonjeado das pessoas me chamarem para fazer o galã, porque o galã é aquele bonzinho, o politicamente correto que normalmente o espectador se apaixona, torce por ele, então eu acho bacana, fico lisonjeado que me chamem para fazer o galã, e não é fácil, o galã também é bastante difícil, como eu disse na resposta anterior, eu acho que um dos maiores galãs que a televisão já teve foi o Tony Ramos, que fez muitos mocinhos e fez sempre diferentes uns dos outros, esse é o grande lance, então fazer o galã é bacana, mas é muito difícil, então, eu lido muito bem com isso, já fiz alguns galãs e creio eu, fiz todos sempre diferentes uns dos outros, e fico lisonjeado.
Em 'O Quinto dos Infernos', divisor de águas em sua carreira - Foto: DivulgaçãoCE- Como caiu na comédia? Porque você fez muitos personagens cômicos...
MP- Porque eu sempre fui fã do Jerry Lewis, eu assistia muitos filmes dele e gosto da comédia. Os textos, a maior parte deles que eu fiz foram de comédia. E eu lido bem com isso, eu gosto de fazer comédia. Apesar que eu gosto de fazer qualquer tipo de texto, mas a comédia me atrai um pouco. Talvez eu tenha um pouco mais de facilidade pelo fato de ter assistido muito, muito, Jerry Lewis e outros comediantes. E acho que foi por isso que eu caí na comédia.
CE- Você sempre foi vaidoso?
MP- Não, eu não me considero vaidoso, não. Acho que a minha vaidade está bem dentro da normalidade, eu não me considero um cara muito vaidoso, eu só me preocupo um pouco com o cabelo e com a minha saúde. Acredito que a minha vaidade seja algo normal, como eu disse. Eu sempre procurei cuidar da minha saúde e o meu cabelo sempre me incomodou um pouco, então eu sempre tento deixar ele curtinho, mas é só isso, eu nunca fiz nenhum procedimento cirúrgico eu não me considero muito vaidoso não.
CE- Pasquim como você recebeu as redes sociais e o streaming já que não são da sua geração. Já se adaptou com tudo isso?
MP- No começo eu vou dizer que eu não gostei muito não. Eu não tinha Facebook, eu não tinha Instagram, eu não tinha Orkut, eu não tinha nada disso. Eu tive um certo receio de entrar, porque um pouco antes disso teve a época dos paparazzi.
Era muito raro você ter um amigo paparazzi, a gente não curtia muito porque eles invadiam muito a nossa vida, e as redes sociais, eu achava que era mais ou menos isso, a gente tinha que se expor. Depois com o tempo, eu me rendi, porque é o futuro, e hoje eu me divirto com as redes sociais, uso para me divertir.
Agora acho tudo ótimo ter redes sociais, porque pelo menos ela te dá a oportunidade de ter voz, e eu acho isso uma das melhores coisas das redes. A pessoa pode falar o que ela acha e sem passar por ninguém entendeu? Hoje eu gosto, mas uso as redes sociais mais para me divertir mesmo!
CE-Você faz conteúdo para as suas redes. Como é influenciar tantas pessoas que te seguem?
MP- Não sei se influencio, não. Eu espero que elas se divirtam, e eu tenho graças a Deus um feedback muito bom. Muita gente chega em mim e fala que me segue e gosta do que eu posto, do que eu coloco lá. Porque as coisas que eu coloco são para divertir, para rir, não sei se influenciam. Se é para influenciar é para deixar o dia da pessoa mais feliz, mais alegre, mais leve. Eu acho ótimo que as pessoas gostem e se divirtam com as minhas postagens.
Pasquim fez diversos galãs e personagens cômicos - Foto: DivulgaçãoCE-Quem inspira você Marcos?
MP- Bom, quem me inspira são bons atores, bons artistas. Eu me inspiro muito, como eu já disse, no Tony Ramos. Eu acho ele um excelente ator e uma pessoa fantástica. Não tive a oportunidade ainda de trabalhar com ele, mas o conheço.
Já paramos para conversar, para bater papo. Eu acho ele uma pessoa incrível, um artista e um ator fabuloso. Antônio Fagundes também é outro que a disciplina dele me inspira muito também. Eu gosto disso no Fagundes, da coisa dos espetáculos, daquela lenda dos espetáculos dele começarem na hora em ponto.
Eu sou uma pessoa pontual, então eu respeito muito isso. A coisa dele não errar texto também, acho fantástico. Acho isso muito legal dele, porque ele estudou muito para chegar nesse ponto. Glória Pires me inspira por ser uma pessoa ímpar também, uma atriz incrível e uma pessoa fora da curva. E outros tantos artistas que se destacaram e que eu tive a oportunidade de conviver. Essas pessoas me inspiram!
CE- Na TV, cinema e teatro você já fez de tudo um pouco. O que te instiga mais quando aceita fazer um trabalho?
MP- O que mais me instiga é uma boa história. Você receber um roteiro com uma história bacana, uma história legal, que faz você rir, chorar, pensar, tem ação, enfim, isso me instiga, e me instiga muito. Além disso, me instiga também um personagem que eu precise modificar, modificar o meu corpo, eu gosto muito quando eu tenho que engordar, emagrecer, deixar o cabelo crescer, a barba crescer, mudar a minha aparência, isso me instiga bastante também. Mas nada como uma boa história. Me instiga trabalhar com bons profissionais, enfim, é sempre instigante isso, você trabalhar com amigos e com pessoas que você respeita e admira.
CE- Atuar é a sua paixão?
MP- Claro! Graças a Deus, eu trabalho com o que eu amo! Eu amo atuar, eu amo ser artista, eu amo ser ator, amo, amo, amo toda a gama que engloba essa minha profissão. Eu amo tudo nela, adoro a carreira de ator e é uma carreira que graças a Deus me dá oportunidade de trabalhar até o fim da vida. Enquanto o meu corpo aguentar, eu posso trabalhar. Então, eu sou completamente apaixonado pela minha profissão.
Em Kubanacan da TV Globo - Foto: DivulgaçãoCE- E pensando em mais 30 anos pela frente… Que desafios você espera encontrar?
MP- Eu acho que é o desafio do tempo, o desafio do corpo. Enquanto o meu corpo aguentar, eu quero estar trabalhando, então é isso, acho que o maior desafio do ator é ele ter o material de trabalho dele, que é o corpo em ordem.
CE- Pode nos adiantar alguma sobre a série “LUZ” e o filme “Morando com o Crush” da Netflix com previsão de estreia em 2024?
MP- Eu não posso dizer nada com relação a série "Luz", por contrato da Netflix, só que é um seriado infantil/ juvenil. Foi incrível, foi uma delícia ter gravado esse seriado. Foi o diretor Tiago que me chamou pra fazer e eu amei! E é isso que só posso dizer por enquanto!
O elenco tá excelente, a história tá incrível, é só o que eu posso dizer. Já o "Morando com o Crush" é uma historinha divertida, porque fala de dois casais, no caso dois adolescentes e dois adultos, que vão morar juntos, é isso também é tudo que eu posso dizer (risos).
O "Luz" deve estrear em janeiro/fevereiro, por aí, e "Morando com o Crush", acho que agora, final desse ano, em novembro. Acredito que deva ter uma pré-estreia algo assim... Mas tem muita coisa boa chegando em breve!
Marcos Pasquim - Divulgação



