Sou abertamente fã da série Only Murders in the Building que, desde sua estreia em 2021, conquistou público e crítica ao reinventar a fórmula do mistério com uma mistura inteligente de comédia, suspense e personagens cativantes. Em um momento de mercado onde produções são canceladas sem cerimônia, essa despretensiosa comédia conseguiu longevidade apostando na qualidade, mesmo que as tramas não sejam inovadoras. Na defesa deles, nem Agatha Christie mudava o jogo que estava ganhando, não é?
Ambientada no enigmático prédio Arconia, em Nova York, Only Murders in the Building (Somente Assassinos/Assassinatos no Prédio, em tradução livre) acompanha o trio de podcasters amadores — Charles (Steve Martin), Oliver (Martin Short) e Mabel (Selena Gomez) — que, por acaso, acabam investigando assassinatos que acontecem no seu prédio. Simples e direto assim.
O que muda? O desfile de estrelas: desde Sting à Meryl Streep, quem é quem faz ponta, podendo ser assassino ou assassinado sem cerimônia. Todas as temporadas são ligadas, mas, antes de falar da que vai estrear no dia 9 de setembro na Disney Plus, vale recapitular o que já aconteceu.
Relembrando os assassinatos e mistérios de cada temporada
Na 1ª temporada, o mistério gira em torno do assassinato de Tim Kono, um jovem artista residente no Arconia. Enquanto investigam, Charles, Oliver e Mabel descobrem que Jan (Amy Ryan), que havia namorado Charles, é a responsável. Jan é revelada como uma psicopata que matou Tim para esconder segredos profundos.
Além da trama central, a temporada introduz personagens fixos que se tornariam parte do universo da série, como o carismático porteiro Lester, os excêntricos vizinhos do prédio e os policiais que aparecem para reforçar as investigações.
A 2ª temporada traz o assassinato da síndica Bunny Folger, mergulhando o trio em uma rede de corrupção, crime organizado e intrigas dentro do prédio. Aqui, um policial corrupto e a assistente da podcaster famosa interpretada por Tina Fey se mostram envolvidos no assassinato, ampliando o alcance do mistério para além do Arconia, com conexões perigosas ao submundo do crime. A temporada reforça o papel ambíguo das forças policiais e introduz novas figuras que complicam a vida dos nossos detetives amadores.
A 3ª temporada, para mim, a mais brilhante, tem como vítima Ben Glenroy, um ator que aluga a cobertura do prédio — pertencente ao cantor Sting. A trama se adensa com o envolvimento do mundo teatral, já que Oliver está produzindo uma peça e o assassinato está diretamente ligado a intrigas nos bastidores.
O produtor da peça é revelado como o assassino, que mata Theo para encobrir um esquema de fraudes e vinganças pessoais. Essa temporada aprofunda ainda mais os laços entre os protagonistas e mantém o equilíbrio entre humor e tensão. E, claro, apresenta Loretta (Meryl Streep) que vem a ser o amor da vida do complexo Oliver.
Na 4ª temporada, a vítima é Sazz, a dublê de Charles, interpretada por Jane Lynch. O trio descobre um esquema de controle de aluguéis no prédio vizinho, um local menos glamouroso que o Arconia, expandindo o universo da série para novas camadas sociais e urbanas. Surpreendentemente, Jan, que havia fugido da prisão após os eventos da primeira temporada, não é a assassina desta vez.
O verdadeiro culpado é Marshall Pope (Jin Ha), um escritor e dublê que mata Sazz para impedir a divulgação de um roteiro inspirado na própria série, temendo que verdades incômodas sejam reveladas. O final da temporada traz um choque: o corpo do porteiro Lester é encontrado, abrindo um novo mistério que conecta diretamente o trio a uma ameaça maior.
Personagens recorrentes e o universo do Arconia
O prédio Arconia é um personagem central, com seus moradores excêntricos e mistérios. O porteiro Lester é uma figura constante até sua trágica morte, assim como vizinhos peculiares, policiais que transitam entre ajudantes e antagonistas, e celebridades convidadas que enriquecem o elenco, como Meryl Streep (Loretta), que se casa com Oliver, e Nathan Lane. A química entre Charles, Oliver e Mabel, junto com esse universo de personagens, mantém a série coesa e vibrante.
Cinema B+: O que esperar da 5ª temporada de Only Murders in the Building?Dic - Divulgaçãoas da 5ª temporada
O trailer da nova temporada deixou claro que a série vai entrar em uma fase ainda mais sombria, mergulhando no submundo do crime organizado e em mistérios que envolvem bilionários, máfia e poderosas figuras de Nova York. O assassinato do porteiro Lester, inicialmente tratado como um acidente, se revela um ponto de partida para uma investigação cheia de reviravoltas.
Novos personagens estrelados por Renée Zellweger, Logan Lerman e Christoph Waltz são apresentados como peças-chave nessa nova trama, trazendo uma dose extra de suspense e potencialmente ampliando o alcance dos mistérios para além do Arconia.
O tom da temporada parece mais tenso (mas nunca sério), e com uns toques de despedida. Mantém o humor característico e o ritmo ágil que são marcas registradas da série, mas vindo de duas temporadas onde foram extremamente criativos (a 3ª com o musical da Broadway e a 4ª brincado com a metalinguagem do cinema), fica um pouco aquém do esperado. Não sei ainda quem matou (mas tenho minhas teorias) e até o penúltimo episódio nada é exatamente o que parece ser. Eu quero ainda fazer minhas especulações!
No dia 9, os dois primeiros episódios serão lançados simultaneamente, seguidos por um por semana depois. O trio de detetives está unido e mais testado do que nunca. Afinal, a vida deles mudou e enquanto desvendam conexões obscuras entre o Arconia, o submundo da máfia e novos personagens, todos podem ser tanto aliados quanto inimigos.
Com o charme inconfundível, as homenagens inteligentes ao gênero e o enredo intrincado, Only Murders in the Building segue como uma das melhores séries de comédia e mistério, pronta para surpreender e prender a atenção do público mais uma vez. Eu adoro!


