A atriz Claudia Di Moura é baiana e autodidata.
São mais de três décadas no teatro e no cinema.
Ela começou em 1986. Ela vive de sua arte, um grande previlégio. Sua primeira personagem na TV foi na novela “Segundo Sol” na Rede Globo.
A querida Zefa cativou o público e lhe rendeu indicação a atriz revelação no “Prêmio Melhores do Ano” do Domingão do Faustão.
Quanto mais você conversa com a Claudia, mas você se apaixona por ela e por toda a sua história.
Todos os personagens que interpreta é sempre um grande desafio, seja no cinema, no teatro ou na TV.
“Todas as etapas da minha carreira são desafios. Não consigo imaginar um momento em que eu esteja completamente confortável porque isso não tem nada a ver com o que eu entendo por atuação”, explica.
Claudia Di Moura volta à TV na atual temporada de “Sob Pressão” como Dona Maria, personagem que, segundo Lucas Paraizo, autor da série, pode ser considerada a “Avó do Brasil”.
Claudia, que estreia no sexto episódio (dia 16 de setembro) e ficará até o último capítulo, irá protagonizar a história da avó de um menino gravemente ferido por arma de fogo após tentar protegê-la.
A partir daí ela ficará dia e noite ao lado do neto hospitalizado e não medirá esforços para ajudá-lo diante da insanidade que é a saúde pública em nosso país.
“Dona Maria irá representar a fé e a esperança do povo brasileiro”, afirma Lucas Paraizo.
Para maio de 2022, a atriz se prepara para estrear em “Cara e Coragem”, nova novela das 19h (TV Globo) como Marta, poderosa dona de uma siderúrgica e mãe dos personagens de Tais Araújo e Ícaro Silva.
“Adianto que quem espera um “retorno de Zefa” vai se surpreender. Minha personagem está em outro patamar social, tem outros dilemas e representa novos desafios”, avisa a atriz.
Ainda na TV, Claudia já participou de projetos como “A Postos” (TV Futura), “Destino Salvador”, minissérie da HBO dirigida por Luciano Moura, “Na Pegada” e “Música da Minha Vida”, ambas dirigidas por Gabriela Barreto.
No cinema, depois de ter atuado em mais de vinte filmes, a atriz estará em duas novas produções:
“Terapia da Vingança”, dirigido por Marcos Bernstein, com estreia prevista para 2021, e em “Arcanos”, nome provisório do longa que atualmente está sendo gravado no Maranhão.
Na trama, Claudia dará vida a Nazaré, irmã de Fátima, vivida pela protagonista Lilia Cabral.
“Ainda não posso comentar nada sobre as tramas ou sobre as personagens, mas têm sido experiências maravilhosas. Não vejo a hora de compartilhar essas emoções com o público nas salas de cinema”, ressalta.
Em meio as suas gravações no Maranhão, Claudia fala com exclusividade para o B+ e conta sobre sua trajetória, projetos, desafios na carreira e o que é que a baiana tem...
CE - São mais de três décadas no teatro e no cinema.
Conta pra gente um pouco dessa história, dessa escolha...
De viver da arte.
CM - Viver da arte é um privilégio, mas, ao longo de todos esses anos, muitas vezes, foi difícil, turbulento ou inseguro.
Se não fosse a minha paixão por atuar, seria complicado sustentar uma carreira tão longeva.
E muitos que fazem arte no Brasil sabem do que estou falando, dessa necessidade de perseverar quando as circunstâncias te fazem querer desistir.
CE – Sobre a sua formação...
CM - Sou autodidata, porém sempre fui aprendiz dos grandes mestres com quem tenho a honra de colaborar ou contracenar.
O ofício é, para mim, uma grande escola na qual nunca pretendo estar formada, e sim em eterna formação.
CE – O teatro...
CM - O teatro é onde meu coração habita e a raiz de toda a minha existência como atriz. Nos palcos, na televisão ou no cinema, sempre carrego o teatro comigo.
CE - Eu li em uma entrevista que você menciona a importância não só de termos atores negros, mas também autores e diretores também...
CM – Sim, porque é fundamental que não sejamos apenas funcionários substituíveis a serviço de uma narrativa que não é nossa.
Na verdade, precisamos construir as nossas próprias narrativas, contar as nossas próprias histórias e ampliar a nossa própria voz.
CE - Como foi o convite para fazer a personagem Zefa?
CM – Foi um dos grandes momentos da minha vida quando Vanessa Veiga, então produtora de elenco da Globo, me viu na Bahia e me apresentou ao Dennis Carvalho, diretor.
CE - Fale mais da personagem Zefa x Claudia.
CM – O principal ponto de conexão entre mim e Zefa é a maternidade, seus sacrifícios, suas abnegações e suas recompensas.
No caso da Zefa, foi muito sofrimento e muita espera até que ela pudesse acolher os dois filhos em suas asas amorosas.
Tenho sorte de ter minhas filhas ao meu lado e compartilhar com elas, sem reservas, o meu amor.
CE - E a indicação para Melhores do Ano?
CM – É um prazer ter o reconhecimento do público logo no meu trabalho de estreia na televisão.
Isso reafirma o cuidado que todos nós tivemos com a personagem e me estimula a continuar desenvolvendo minhas habilidades e meus estudos.
CE - São muitos projetos e estreias Claudia:
*Sob Pressão (TV Globo) – Com estreia marcada para o dia 16 de setembro.
CM - Eu estava na Bahia quando recebi o telefonema da Globo me oferecendo essa personagem majestosa que é Dona Maria.
Outras atrizes fizeram audição, mas o diretor ainda não estava convencido.
E, hoje, tenho a alegria de interpretar essa mulher que representa tão bem o nosso povo brasileiro, que sofre demais, mas não perde a esperança.
*A próxima novela da TV Globo, Cara e Coragem.
CM - Adianto que quem espera um “retorno de Zefa” vai se surpreender. Minha personagem está em outro patamar social, tem outros dilemas e representa novos desafios.
*Você tem um lindo currículo no cinema. É uma paixão?
CM - Sim, o cinema é uma das minhas paixões, um caminho delicioso na minha trajetória como atriz.
Nos sets tenho a chance de conhecer pessoas maravilhosas, fazer parte de grandes histórias e evoluir sempre a cada diária.
*Falando em cinema, você vai estrear um longa em 2021 e está gravando outro. Terapia da Vingança e Arcanos.
CM – Ainda não posso comentar nada sobre as tramas ou sobre as personagens, mas têm sido experiências maravilhosas. Não vejo a hora de compartilhar essas emoções com o público nas salas de cinema.
CE - Desafios na carreira?
CM - Todas as etapas da minha carreira são desafios. Não consigo imaginar um momento em que eu esteja completamente confortável porque isso não tem nada a ver com o que eu entendo por atuação.
CE - Atuar x realização?
CM - A pergunta já é uma resposta. De fato, todas as realizações da minha vida, com exceção das minhas filhas, vêm da atuação.
CE - Um papel que gostaria muito de fazer...
CM - Seria limitante usar um único papel como meta profissional. Toda personagem que chega para mim é carinhosamente abraçada e preparada para ser o grande papel da minha carreira.
CE - Você é baiana... E o que é que a baiana tem?
CM - Sou baiana, mulher, preta, mas não posso falar em nome de todas elas.
Eu, Claudia Di Moura, tenho desejos, alegrias, medos, inseguranças, prazeres e alegrias que me fazem única.
E todas essas vivências, de alguma forma, se derramam para dentro da minha interpretação.




