David Júnior é um homem de poucas palavras. Porém, dentro de seu discurso sucinto e direto, é possível notar uma grande empolgação com o que está por vir. É que ele está prestes a estrear em um papel de destaque em “Bom Sucesso”, próxima novela das 19 horas. Na trama escrita por Paulo Halm e Rosane Svartman, o ator viverá Ramon, ex-marido de Paloma, protagonista de Grazi Massafera. Mas o que mais o instigou no papel é o fato de ser um perfil próximo de sua realidade. “Ramon é contemporâneo, vem da periferia e joga basquete. E eu sou de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, e jogava basquete na época da escola. Fazer um personagem que representa a periferia é tudo o que eu sempre quis”, anima-se ele, que já atuou em “Sessão de Terapia”, do GNT, e em “O Tempo Não Para”, “Pega Pega”, “Geração Brasil” e “Cordel Encantado”, da Globo.
Na história, Ramon prefere seguir o sonho de se tornar jogador de basquete e se mudar para os Estados Unidos a criar a filha que tem com Paloma. Apesar da escolha equivocada que seu personagem fez em não acompanhar boa parte do crescimento da garota, David não o enquadra na categoria de vilão. “De maneira nenhuma. O ser humano é dotado de qualidades e defeitos, não gosto de estereotipar ninguém”, afirma. Depois de 16 anos fora, Ramon volta decidido a reconquistar o amor de Paloma e de sua filha. “Ramon fez uma escolha: optou por investir na carreira em prol da família, mas com isso, passou 16 anos longe. Para muitos, isso é intolerável. Já para Ramon, foi o tempo necessário para aprender que tudo o que se precisa é estar ao lado de quem se ama”, salienta.
Foram três testes até David receber a confirmação de que estaria no elenco de “Bom Sucesso”. O processo, no entanto, não provocou muita ansiedade. Afinal, o ator já havia trabalhado com parte da equipe em “Pega-Pega”. “Fiquei feliz de ser considerado para um novo personagem pelo mesmo pessoal. Todos me acolheram e me tranquilizaram para este grande desafio”, conta. Desde então, David está envolvido com as preparações de seu papel. O estudo, ele acredita, irá perdurar até o fim do trabalho. “Temos uma equipe que funciona como uma releitura do que o diretor e os autores querem. Eles nos auxiliam na construção e condução de nossos personagens”, destaca.
Foi como modelo que David iniciou sua carreira. Acabou se apaixonando pela interpretação no meio do caminho, quando foi convidado para fazer uma peça. De lá para cá, não parou mais. Agora, enquanto aguarda a estreia de “Bom Sucesso”, pensa nos próximos planos. “Quero produzir algo sobre o que eu vejo do mundo e como podemos evoluir enquanto seres humanos. Acredito que, através da arte, podemos transformar vidas e quero me sentir útil dentro deste poder” filosofa.