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CULTURA

Conheça o chamamé, novo bem imaterial de Mato Grosso do Sul

O chamamé nasceu em Corrientes, na Argentina, e introdução no Estado é atribuído à dupla Amambai e Amambay

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O chamamé foi decretado como bem de natureza imaterial de Mato Grosso do Sul nessa quarta-feira (30).

Conforme o decreto, o chamamé será registrado no Livro de Registro dos Saberes, no qual são inscritos conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades.

O estilo musical tem um papel importante na cultura de Mato Grosso do Sul e faz parte da construção da identidade do Estado, segundo a Fundação de Cultura (FCMS).

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Histórico

De acordo com registros históricos, o chamamé nasceu em Corrientes, na Argentina, e chegou ao Mato Grosso do Sul (que na época ainda era Mato Grosso) na primeira metade do século XX, trazido por imigrantes tanto correntinos quanto paraguaios.

O presidente do Instituto Cultural Chamamé MS, Orivaldo Mengual, explica que o gênero musical está enraizado nas tradições sul-mato-grossenses.

“Ele tem antecedentes históricos que remontam ao intenso processo migratório verificado no século XIX, tendo como epicentro a Guerra do Paraguai e na sequência, e o ciclo da ‘erva mate’, protagonizados por incontáveis caravanas de carretas boiadeiras vindouras do norte da Argentina, especialmente da Província de Corrientes”, explicou.

Ao som da sanfona, o chamamé caiu no gosto do povo ao ser tocado, principalmente, em festas populares no Estado e logo se formaram conjuntos típicos.

O presidente da Fundação de Cultura do MS, Gustavo Cegonha, lembra que um dos primeiros músicos locais que popularizaram o chamamé foi o Zé Corrêa, que acompanhava Délio e Delinha nas apresentações de rasqueado.

Considerado o Rei do Chamamé, o músico morreu em 1974, mas deixou um legado de músicas que já foram regravadas por inúmeros artistas. 

No entanto, o mérito da introdução do chamamé no Estado, de acordo com Cegonha, é atribuído a dupla Amambai e Amambay.

Outros artistas são considerados expoentes da arte chamamezeira no Estado, como Helinho do Bandaneon, Dino Rocha, Maciel Correa, Zezinho Nantes, Humbertinho Yule, dentre outros.

Ainda segundo Gustavo, ao lado da polca paraguaia, guarânia e do rasqueado sul-mato-grossense, o chamamé é um dos estilos musicais símbolos do Estado

Orivaldo Mengual ressalta que o sistema de representação cultural do chamamé inclui também a dança de salão, o hábito de tomar o tereré e a degustação de iguarias como a sopa paraguaia e a chipa.

“Consumimos e distribuímos cultura que ultrapassa nossas fronteiras e é comum a outros países”, destacou o presidente do Instituto Cultural Chamamé.

“Por toda essa história ligada ao nosso Estado, considero o decreto um justo reconhecimento do papel do chamamé na cultura sul-mato-grossense”, finalizou o presidente a FCMS.

Bem imaterial

Em 2017, a pedido do Instituto Cultural Chamamé e por decisão do Conselho Estadual de Cultura, o chamamé foi oficialmente declarado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul “Patrimônio Cultural Imaterial do Estado”.

No Mercosul ele também já foi declarado “Patrimônio Cultural” e também foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

O Dia Estadual do Chamamé é comemorado em 19 de setembro. A data foi escolhida 

A escolha do dia 19 de setembro como o Dia do Chamamé decorre ao atendimento de que na Província de Corrientes é comemorado na mesma data, devido ao falecimento de Mario del Tránsito Cocomarola, considerado ícone do chamamé.

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Evento Gratuito

Coral de Natal reúne apresentações de diversas entidades em Campo Grande

Com exibições em novembro e dezembro, o consumidor que for fazer compras no shopping se encantará com hinos tradicionais em diversas versões

27/11/2024 17h45

Crianças do Coral Adventista de Mato Grosso do Sul

Crianças do Coral Adventista de Mato Grosso do Sul Imagem Divulgação

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Em celebração ao Natal, não podem ficar de fora os tradicionais corais com canções que celebram a data festiva, que promove reflexão e resgate da harmonia.

Ainda esta semana, o Shopping Campo Grande iniciou apresentações que vão até o dia 30 de novembro. Está pensando que acabou? As cantatas natalinas retornam de 9 a 25 de dezembro.

O consumidor que estiver fazendo as compras da Black Friday e quiser contemplar a apresentação deve estar perto da decoração temática, na praça de eventos.

Serão diversos corais que apresentarão diferentes versões de “Noite Feliz”, uma das canções mais queridas do período de festas natalinas.

A música foi composta durante a celebração da Missa do Galo; conforme conta a história, o órgão estava quebrado e o sacerdote decidiu criar uma canção para ser interpretada com um violão.

Devido à simplicidade das notas, a música foi traduzida para 330 diferentes idiomas.

Dentre os corais mais esperados está o das crianças da Educação Adventista. Segundo a regente, Alany Steiner, as músicas natalinas têm um papel importante na celebração do Natal.

“Essas apresentações musicais, repletas de melodias e coros, ajudam a resgatar o verdadeiro significado do Natal, enfatizando valores como amor, solidariedade e esperança”, explicou a regente, e completou:

“Além de preservar a essência da celebração, as cantatas reúnem famílias e amigos em momentos emocionantes, que criam memórias duradouras. Elas também têm o poder de tocar os corações, trazendo de volta o encantamento do Natal, que muitas vezes se perde na correria cotidiana.”

Crianças do Coral Adventista de Mato Grosso do SulImagem Divulgação / Coral Adventista de Mato Grosso do Sul

A apresentação faz parte da comemoração de 35 anos do shopping, que promoveu diversas atividades e presenteou o campo-grandense com uma decoração natalina nunca antes vista.

“Nosso objetivo é unir e encantar a todos, e as cantatas têm esse poder: emocionar e promover momentos inesquecíveis, cumprindo nosso papel de disseminador de boas ações e de momentos felizes”, explicou a gerente de Marketing, Gabriella Alves.

Programação 

As cantatas têm apresentação gratuita e aberta ao público.

  • 27 de novembro (quarta-feira) – 19h – Coral Adventista de Mato Grosso do Sul
  • 30 de novembro (sábado) – 14h – Igreja Cristã Maranata
  • 09 de dezembro (segunda-feira) – 16h – ISMAC
  • 10 de dezembro (terça-feira) – 19h30 – Igreja Batista Memorial
  • 11 de dezembro (quarta-feira) – 17h30 – CCI Elias Lahdo
  • 12 de dezembro (quinta-feira) – 19h30 – Corpo de Bombeiros
  • 20 de dezembro (sexta-feira) – 19h30 – Guarda Civil Metropolitana

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Música, dança e gastronomia

Jantar Árabe comemora as bodas de prata do Studio Nidal Abdul

Com banquete de pratos típicos, show de Mohamad Azra e apresentação de dançarinas, evento comemora as bodas de prata de escola, que começou na casa da avó de sua fundadora

27/11/2024 10h00

Os ingressos custam R$ 250 por pessoa e podem ser reservados pelo telefone: (67) 99252-9736. 

Os ingressos custam R$ 250 por pessoa e podem ser reservados pelo telefone: (67) 99252-9736.  Divulgação/Reprodução/Daniel Reino

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É para celebrar os 25 anos de sua escola de dança, mas também para afirmar a cultura de seus antepassados em território sul-mato-grossense, que a dançarina Nidal Abdul realiza neste sábado (30), a partir das 20h, mais uma edição do Jantar Árabe, no Círculo Militar de Campo Grande (Avenida Afonso Pena, nº 107, Amambai). 

Os ingressos custam R$ 250 por pessoa e podem ser reservados pelo telefone: (67) 99252-9736. 

“A proposta do evento é fomentar a cultura árabe, tão presente em nosso estado. Sendo assim, pretendo que as pessoas possam ter de forma genuína um contato com essa rica cultura.

O jantar incluirá os principais pratos da culinária árabe e será unido com apresentações culturais e show com o grande cantor árabe Mohamad Azra.

O público vai encontrar uma festa na qual os costumes da música, da culinária e da dança serão mostrados”, convida Nidal Abdul, de 42 anos.

A dançarina, nascida em Campo Grande, tem 28 anos de carreira, fundou o Studio Nidal Abdul há duas décadas e meia e passou a praticar os bailados tradicionais do Oriente Médio durante a adolescência, por influência da libanesa Antoanete Saliba, sua avó paterna.

Aliás, foi na casa da matriarca, no Jardim dos Estados, que ela não somente ensaiou seus primeiros passos na dança árabe, mas também passou a dar aulas.

Família e colônia

“A iniciativa de criar o estúdio foi por conta do início da minha carreira, em razão da total influência da minha avó, que era uma cantora árabe. Há 25 anos eu abria as portas na sala da casa da minha avó, pois não tinha condições financeiras para ter um estúdio fora dali.

O momento mais marcante da minha trajetória sem dúvidas era ter de ensaiar onde tive minha primeira aluna, no fundo da minha casa [no Conjunto Residencial Octavio Pécora], que não estava terminada, portanto, o chão não só era de cimento, como tinha muitas pedrinhas”, diz.

“Mas ali, com todo o desafio, eu consegui minha primeira aluna e tive a certeza de que vim ao mundo para fazer isso”, conta.

“Minha avó e meu avô [Fuad Abdulahad] paternos vieram do Líbano. Eles vieram fugidos da guerra. Eu nasci aqui mesmo, minha mãe nasceu aqui no Brasil e foi morar no Líbano, onde ficou parte de sua infância. Quando meu avô Fuad morreu, a minha avó retomou a carreira dela como cantora, cantando na América Latina, na Argentina, em vários países”, prossegue a dançarina.

“Ela fez seu último show em 1996 aqui em Campo Grande, no Sírio Libanês. E foi por influência dela, ao ver bailarinas indo aos shows, que eu, no primeiro momento, já apaixonei.

Tive um grande incentivo da minha avó. Tanto que, quando tive a minha primeira aluna, na minha casa, uma senhora chamada Marlene, quando a reforma no fundo ainda não estava terminada, a minha avó falou:

‘Não, vou abrir as portas pra você e você vai vir dar aula na sala da minha casa’, onde fiquei por 11 anos. A colônia árabe em Mato Grosso do Sul é uma das maiores no País, contribuindo de forma direta para o comércio, além de influenciar, com a culinária, a população sul-mato-grossense.

Se você caminhar pelo centro, mesmo após a pandemia, vai encontrar muitos comércios de árabes, assim como casas de esfihas e restaurantes. A cultura árabe deixa sua marca de empreendedorismo em nossa cidade”, diz a professora de dança, que também comenta sobre o atual momento da comunidade árabe na Capital.

DANÇAS E CARDÁPIO

“Não tem sido fácil. Estamos em um momento delicado, pois o Líbano tem sofrido ataques de Israel, e nós temos muitos familiares lá”, lamenta Nidal, informando, em seguida que o acesso ao Jantar Árabe só será possível para quem fizer antes a reserva. Ou seja, não vai dar para comprar as entradas na hora do evento. 

“Os convites são somente antecipados. O traje é esporte fino, e está incluso bebidas, jantar e show”, diz a professora, adiantando os itens do cardápio e alguns números de dança.

“Homus, coalhada seca, caponata, esfiha, arroz marroquino, arroz com lentilha, kafta assada, charuto de folha de uva, kibe cru e tabule. Os pratos são assinados pelo Zahle Buffet Árabe, que por sinal é meu. E no palco teremos apresentações diversas com véu, céu wing, dança de casa e dança folclórica. Convidamos a todos para compartilhar uma festa alegre, com boa comida e apresentações culturais”, convoca Nidal. O cantor e tecladista Mohamad Azra estará acompanhado da banda Layali Alsharq.

 

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