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CULINÁRIA

De um acidente culinário à versatilidade na cozinha, confira receitas de risoto

Da lenda de um acidente culinário no século 16 à versatilidade na cozinha contemporânea, o risoto conquistou o mundo e ganhou sabores brasileiros

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De origem italiana, a palavra risotto significa literalmente pequeno arroz ou arrozinho. A introdução do grão na Itália é atribuída aos sarracenos (árabes ou muçulmanos) no século 11, que dominavam o sul do país e levaram o arroz para a Sicília, de onde ele se espalhou para o norte.

A receita mais famosa, porém, teria surgido apenas no século 16, em Milão, envolta em uma curiosa lenda. Conta-se que Valério de Fiandra, o mestre responsável pelos vitrais da Catedral de Milão, usava açafrão para criar pigmentos amarelos.

Durante os preparativos do casamento de sua filha, teria deixado, por acidente ou intenção, o açafrão cair no arroz que seria servido. Para surpresa geral, o resultado foi um sucesso entre os convidados, e nascia, naquele momento, o risotto alla milanese.

No Brasil, o risoto chegou com a imigração italiana, a partir do século 19. Inicialmente, até por volta da década de 1980, era muitas vezes preparado com sobras de arroz e alimentos do dia a dia, sendo mais conhecido como arroz de forno. Com o tempo, foi ganhando status e ingredientes típicos de cada região do País, como carnes, crustáceos e queijos, tornando-se protagonista em lares e restaurantes.

A ARTE DO BOM RISOTO

O risoto tradicional exige atenção e técnica. Seguir alguns passos é fundamental para obter o resultado cremoso e perfeito.

O segredo da cremosidade está no amido. Use sempre arroz de grão curto, como o arborio, o carnaroli ou o vialone nano. Eles liberam amido durante o cozimento, dando a textura característica ao prato sem que fique empapado.

Todo o caldo (seja de legumes, frango ou carne) deve ser mantido em fervura durante o preparo. Adicioná-lo aos poucos e sempre quente é crucial para que o cozimento seja lento e uniforme.

Assim como uma massa bem preparada, o arroz do risoto deve ficar al dente, macio por fora, mas oferecendo uma ligeira resistência ao morder.

O toque final, conhecido como mantecatura, consiste em acrescentar manteiga e queijo parmesão ralado com o fogo já desligado, mexendo vigorosamente para incorporar ar e criar uma textura aveludada.

Risoto clássico (risotto bianco)

Ingredientes

> 400 g de arroz arborio;
1 cebola pequena picada;
> 80 g de manteiga;
> 140 ml de vinho branco seco;
> 2 litros de caldo de legumes (mantido quente);
100 g de queijo parmesão ralado;
> Sal e pimenta-do-reino a gosto.

Modo de Preparo

Leve o caldo de legumes à fervura em uma panela e mantenha-o aquecido;
Em uma panela grande e funda, derreta cerca de um terço da manteiga e refogue a cebola picada em fogo baixo, sem deixar dourar;
Adicione o arroz arborio (sem lavar) e refogue por uns 2 minutos, mexendo para que os grãos fiquem levemente transparentes nas pontas;
Acrescente o vinho branco e mexa até que o álcool evapore completamente;
Com uma concha, adicione o caldo quente aos poucos. Mexa sempre e acrescente a próxima concha apenas quando o líquido anterior tiver sido quase totalmente absorvido pelo arroz;
Repita o processo até que o arroz esteja cozido, mas ainda firme (al dente). Leva cerca de 17 a 20 minutos;
Desligue o fogo. Agregue o restante da manteiga e o queijo parmesão ralado, mexendo bem até ficar cremoso;
Tempere com sal e pimenta-do-reino moída na hora. Sirva imediatamente.

Risoto de calabresa

Ingredientes

> 2 xícaras de arroz arborio;
> 1 linguiça calabresa cortada em cubinhos;
> 1 cebola picada;
> 1 dente de alho picado;
> 2 colheres (sopa) de manteiga;
> 200 ml de vinho tinto seco;
> 1 litro de caldo de legumes natural (mantido quente);
> Sal a gosto.

Modo de Preparo

Em uma panela, aqueça a manteiga e refogue a cebola, o alho e a calabresa picada até dourar;
Acrescente o arroz arborio e mexa bem por mais um minuto;
Adicione o vinho tinto e mexa até evaporar;
Adicione o caldo de legumes quente, uma concha de cada vez, mexendo sempre e esperando absorver antes de adicionar mais;
Continue o processo até que o arroz esteja cremoso e al dente;
Ajuste o sal e outros temperos a gosto. Sirva quente.

Risoto de camarão com limão-siciliano

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Ingredientes

> 400 g de arroz arborio;
> 500 g de camarões médios limpos;
> 1 cebola picada;
> 2 dentes de alho picados;
> Suco de 2 limões-sicilianos;
> Raspas de 1 limão-siciliano;
> 200 ml de vinho branco seco;
> 1,5 l de caldo de peixe;
> 4 colheres (sopa) de azeite;
> 1 maço de coentro picado;
> Sal e pimenta-branca a gosto.

Modo de Preparo

Tempere os camarões com sal e metade do suco de limão;
Aqueça o caldo de peixe em uma panela separada;
Refogue a cebola e o alho no azeite até dourar;
Adicione o arroz e mexa por 2 minutos;
Acrescente o vinho e mexa até reduzir;
Adicione o caldo quente concha por concha;
A 5 minutos do fim, adicione os camarões;
Finalize com o restante do suco de limão, raspas e coentro. Ajuste os temperos e sirva;
Tempere com sal e pimenta-branca moída na hora. Sirva imediatamente.

 

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B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

"Não é influência positiva, é propaganda de misoginia". Especialista em relacionamentos, a Dra. em psicologia Vanessa Abdo explica como a ideologia do movimento afeta nos direitos das mulheres e contribui para o incentivo à violência

13/12/2025 17h00

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz Foto: Divulgação

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O termo “red pill” tem gerado em muitos debates nas redes sociais devido à denúncia de agressão e tentativa de estupro de Thiago Schutz, conhecido como “Calvo do Campari”. O coach foi detido em Salto (SP) no último dia 29 de novembro, após ser denunciado para a Polícia Civil pela namorada. Thiago Schutz é considerado influenciador do movimento “red pill”, por produzir conteúdos e ser autor de livro que aborda o tema.

Mas afinal, você sabe o que significa o movimento “red pill” e por que ele afeta violentamente as mulheres? Para responder a essa pergunta e esclarecer outras dúvidas sobre o tema, conversamos com a doutora em Psicologia Vanessa Abdo.

Sobre o termo

O nome “red pill” (pílula vermelha, em português) vem de um conceito fictício do filme “Matrix” (1999), em que a pílula vermelha seria a escolha para "despertar" e ganhar "consciência" da realidade do mundo.

Com essa narrativa, o movimento red pill passou a criar teorias da conspiração que incentivassem os homens a “acordem para a realidade” e não serem “dominados” pelas mulheres.

“O red pill se apresenta como uma ‘verdade sobre as relações’, mas na prática é um conjunto de ideias que reduz mulheres a objetos, corpos, funções ou serviços e coloca os homens como dominantes e superiores. É uma ideologia que traveste controle e desprezo como se fossem ‘ciência comportamental’. Quando os nossos corpos são objetificados, não tem graça. Isso não é sobre relacionamento, é sobre poder”, afirma a psicóloga Dra. Vanessa Abdo.

Qual a relação do red pill com a misoginia?

“A base do red pill é a crença de que as mulheres valem menos, sentem menos, pensam menos ou merecem menos. Isso é misoginia. O movimento estimula o desprezo pelas mulheres, especialmente as fortes e independentes, justamente porque homens que aderem a esse discurso precisam de parceiras vulneráveis para manter no seu controle. A misoginia não é efeito colateral do red pill, é sua espinha dorsal.”

Por que o red pill é tão perigoso para toda a sociedade, principalmente para as mulheres?

“Porque ele normaliza a violência. Quando você cria uma cultura em que mulheres são tratadas como objetos descartáveis, a linha entre opinião e agressão se dissolve. Esse tipo de discurso incentiva violências físicas, psicológicas, sexuais e digitais, que são camufladas como humor ou “liberdade de expressão”. Uma sociedade que naturaliza o desprezo por mulheres adoece, retrocede e coloca todas em risco.” 

Nas redes sociais, muitos homens fazem uso de um discurso de ódio às mulheres disfarçado de humor. Qual a diferença da piada para a incitação à violência?

“A piada provoca riso, não medo. A piada não tira a humanidade do outro. Quando o ‘humor’ reforça estereótipos, desumaniza mulheres e legitima agressões, ele deixa de ser brincadeira e se torna uma arma. A diferença está na intenção e no efeito. Se incentiva o desrespeito, a dominância ou a violência, não é humor, é incitação.

É importante reforçar que combater a misoginia não é sobre guerra dos sexos, é defesa da vida. Toda vez que normalizamos piadas que objetificam mulheres, abrimos espaço para violências maiores. Precisamos ensinar homens, especialmente jovens, a construir relações baseadas em respeito, não em dominação. E precisamos dizer claramente que humor não pode ser usado como máscara para ódio.”

Na internet, muitas pessoas consideram quem prolifera o movimento red pill como “influenciadores digitais”. Qual a sua opinião sobre isso?

“Influenciadores pressupõem responsabilidade social. Quem difunde ódio e objetificação influencia, sim, mas influencia para o pior. Não podemos romantizar a figura de alguém que lucra reforçando violência simbólica e emocional contra mulheres. É preciso nomear corretamente: isso não é influência positiva, é propaganda de misoginia.”

Sobre o caso de Thiago Schutz, surgiram muitos julgamentos sobre as mulheres que tiveram um relacionamento com ele mesmo cientes do posicionamento que ele adota nas redes sociais. Como você avalia isso?

“Culpar mulheres é repetir a lógica da violência. O discurso misógino desses movimentos é sedutor exatamente porque se disfarça de humor, lógica ou ‘verdade inconveniente’. Relacionamentos abusivos não começam abusivos, eles começam carismáticos. Além disso, mesmo quando uma mulher percebe sinais de risco, ela pode estar emocionalmente envolvida, vulnerável ou acreditar que será diferente com ela. O foco não deve ser questionar as mulheres, mas responsabilizar quem propaga discursos que desumanizam e ferem.”

Como uma mulher pode identificar um homem misógino?

“Existem sinais claros:

* Desprezo por mulheres fortes ou independentes.

* Humor que sempre diminui o feminino.

* A crença de que mulheres devem ser controladas ou colocadas ‘no seu lugar’.

* Incômodo com a autonomia da parceira.

* Falas generalizantes, como ‘mulher é assim’ ou ‘toda mulher quer…’.

Desconfie de homens que desprezam mulheres, especialmente as fortes. Eles precisam que a mulher seja vulnerável para se sentir poderosos.”

Como uma mulher pode identificar que está dentro de um relacionamento abusivo?

“O abuso aparece em forma de controle, medo e diminuição. Se a mulher começa a mudar sua vida, roupas, amizades ou rotina para evitar conflitos, se se sente culpada o tempo inteiro; se vive pisando em ovos, se sua autoestima está sendo corroída, se há chantagem, humilhação, manipulação ou isolamento, isso é abuso. Não precisa haver agressão física para ser violência.”

Como podemos ajudar uma mulher que é vítima de um relacionamento abusivo?

“O principal é acolher, não julgar e não pressionar. Ela já vive em um ambiente de medo e culpa. Oferecer apoio prático, ouvir, ajudar a montar uma rede de proteção, encaminhar para serviços especializados e incentivar ajuda profissional é mais efetivo do que dizer: ‘saia desse relacionamento’. O rompimento precisa ser planejado. Segurança vem antes de tudo.”

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Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Médica-veterinária explica que cães e gatos não têm o mesmo comportamento alimentar dos humanos e aponta possíveis razões para recusarem a ração

13/12/2025 15h30

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento Foto: Divulgação

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Não é raro os responsáveis por pets observarem que seu animalzinho perdeu o interesse pelo alimento oferecido, e a primeira coisa a se pensar é que ele enjoou da ração. Afinal, a ideia de comer a mesma coisa todos os dias, em todas as refeições, não parece muito atrativa para nós, seres humanos. E como os pets, de modo geral, costumam ter uma única fonte de alimento, o desinteresse seria um sinal de que está na hora de trocá-lo.

Para quem se pergunta se o animal de companhia “enjoa” da ração, a resposta, do ponto de vista biológico, é que cães e gatos não precisam de trocas frequentes de alimentos apenas por variedade de sabor. Estudos mostram que os cães têm menos botões gustativos do que os humanos e são muito mais influenciados pelo olfato, pela textura e pela forma como o alimento é apresentado do que pela “novidade” do sabor em si.

Já os gatos são reconhecidamente mais seletivos, especialmente em relação ao aroma, à textura, à crocância e ao formato do alimento, o que ajuda a explicar por que podem recusar determinadas rações com mais facilidade.

“Enquanto os cães têm o olfato e a audição muito apurados em comparação aos seres humanos, o paladar é menos desenvolvido, de modo que eles tendem a aceitar bem uma dieta constante, sem necessidade de trocas frequentes apenas para evitar um suposto “enjoo”. Já os gatos, por serem mais exigentes quanto ao aroma e à textura, podem recusar o alimento quando há mudanças na formulação, no formato ou na crocância”, explica a médica-veterinária Amanda Arsoli.

Outro ponto importante é que os alimentos de qualidade são formulados para oferecer alta palatabilidade, uma combinação de fatores que envolve o aroma, a textura, o sabor e até a forma como é processado e apresentado. Esse conjunto de características estimula o consumo e garante que cães e gatos se alimentem de forma adequada, mantendo sua saúde e vitalidade.

Mas se os pets não costumam enjoar do alimento, por que então podem passar a recusá-lo? Amanda Arsoli explica que a falta de apetite é um sinal de alerta. “A redução ou até a recusa da alimentação pode estar ligada a fatores como estresse, alguma doença, mudanças no ambiente ou na rotina, chegada de outro animal ao convívio ou ainda alterações na formulação do alimento.

Diante de uma recusa persistente, é importante consultar o médico-veterinário de confiança, para que avalie o histórico do animal, realize os exames físicos e laboratoriais necessários e oriente, de forma adequada, sobre a necessidade – ou não – de mudança do alimento”.

Para complementar, Amanda Arsoli lista algumas razões que podem fazer com que o pet passe a recusar o alimento oferecido:

- Armazenamento incorreto, o que pode fazer com que o alimento perca aroma e outras características importantes. O ideal é que a ração seja mantida na embalagem original, pois ela foi desenvolvida para preservar as propriedades do produto. Além disso, a embalagem deve estar bem fechada e em local fresco e arejado, longe da luz, umidade e de produtos químicos;

- O comedouro estar em local inadequado, como ambientes muito quentes ou próximo de onde o animal faz suas necessidades;

- O alimento ficar muito tempo exposto no comedouro, perdendo suas características e atraindo pragas que possam contaminá-lo;

- Em dias muito quentes, o animal pode não ter vontade de comer nos horários de costume. O ideal é oferecer o alimento pela manhã e final do dia, por serem horários mais frescos;

- Oferecer petiscos em excesso, o que pode prejudicar o apetite e fazer com que o pet rejeite a ração.

 

Entender o comportamento alimentar dos pets, ficar atento ao quanto o animal está ingerindo diariamente e manter consultas periódicas ao médico-veterinário são atitudes essenciais para preservar a saúde e o bem-estar de cães e gatos ao longo de toda a vida.

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