Há quase duas décadas, Bonito realiza seu Festival de Inverno em um período considerado de baixa temporada para o turismo – pois os balneários, seus principais atrativos, acabam não recebendo tanta gente nesta estação fria. Uma brecha no clima, no entanto, é a deixa que quem circula no evento cultural espera para procurar um rio para banho, fazer uma trilha ou atividade contemplativa.
A edição deste ano começa hoje e vai até o domingo, com programação intensa. Esses quatro dias serão de sol, como aponta previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Vai ficar favorável abraçar cultura, entretenimento e turismo num giro pela cidade.
Se a ideia pareceu boa, vale uma olhada no menu do ecoturismo local para montar um roteiro. Importante saber antes que nenhum passeio turístico pode ser realizado sem o voucher único por lá. Trata-se de um documento emitido por agências de turismo. A ferramenta é garantia de que as atividades sejam exploradas pelas empresas e desfrutadas pelo turista de maneira responsável, com controle fiscal por parte da prefeitura do município.
NAS ÁGUAS
Locais para banho ficam de 7 a 60 quilômetros do centro bonitense. Os preços de acesso variam conforme a proposta e serviços oferecidos. Os lagos artificiais e os rios cristalinos encontrados são o maior deleite.
As águas das cachoeiras são mais geladas e as dos rios, aproveitadas para flutuação, são mais quentes (já que as águas das nascentes brotam por debaixo das pedras e sobem até a superfície). Quanto a essa primeira opção, o passeio de boia ou de bote, em grupo, são bem cotados entre os visitantes. No caso da flutuação, roupas de neopreme (que, de quebra, aquecem o corpo) e equipamentos são oferecidos para facilitar a prática. Geralmente, guias de turismo acompanham os passeios.
As famosas imagens de pessoas nadando entre as Piraputangas podem ser reproduzidas pelo turista nos locais privados para banho e também no balneário municipal. No espaço público, uma taxa é cobrada na entrada e o visitante dispõe de sanitários, quadra de vôlei de areia, lanchonetes e sorveteria.
CONTEMPLAÇÃO
Conhecer as grutas é a principal atividade contemplativa procurada em Bonito. As opções ficam entre a Gruta São Matheus, a Gruta do Lago Azul e a Gruta São Miguel. Um grupo com restrito número de pessoas é montado para as visitas. Outro atrativo nesse sentido é o Abismo Anhumas, uma caverna de 80 metros de profundidade que finda num lago.
A observação de pássaros é opção de visualizar a diversidade de espécies que voa no céu da região.
ESPORTES
Práticas esportivas, como montain bike, quadriciclo e rapel também têm boa procura. Turismo com emoção!
EM BREVE
O Parque Nacional da Serra da Bodoquena abrange quatro municípios – Bodoquena, Porto Murtinho, Jardim e Bonito. É uma unidade de conservação federal de 77.021,58 hectares e representa uma rara faixa verde que mistura Mata Atlântica e Cerrado.
Visitações periódicas são abertas a pesquisadores e, mais recentemente, também ao público em geral. As edições do ano passado e deste ano do Festival de Inverno de Bonito incluíram trilha e banho nas águas do Rio Perdido do Parque na programação. Um grupo limitado de pessoas já foi fechado. A Secretaria de Municipal de Turismo de Bonito espera lançar, em breve, edital que permitirá uma empresa explorar o espaço para fins turísticos que promovam a consciência sobre conservação ambiental.
MAIS
Museu da Gruta São Miguel
Depois de ir até a bela formação geológica, o turista pode visitar um museu indígena, que conta um pouco da história dos índios da região.
Buraco das Araras
Uma imensa cratera de arenito é o lugar onde diversos pássaros, principalmente as araras-vermelhas, costumam posar e fazer moradia. Observar seu comportamento é um espetáculo. No interior, há fauna e flora bem particulares, além de um lago habitado por jacarés da espécie papo amarelo. O passeio é uma boa para a chegada ou despedida de Bonito.
Cavalgadas
As fazendas de Bonito oferecem a atividade durante passeios rurais que duram cerca de 1 hora e são amostras da vida no campo. Um guia local acompanha o visitante na experiência.


Reprodução obra "A procura da caça", de Lúcia Martins
“Onça que Chora”, um dos trabalhos inéditos da nova exposição
Reprodução obra Florescer no Pântano, de Lúcia Martins


