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TRADIÇÃO

Entre história e mito, gaúchos comemoram o Dia da Revolução Farroupilha

Entre história e mito, gaúchos comemoram o Dia da Revolução Farroupilha

AGÊNCIA BRASIL

20/09/2016 - 08h25
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No dia 20 de setembro, milhares de gaúchos participam dos festejos pelo Dia da Revolução Farroupilha. Por todo o Rio Grande do Sul, a data é comemorada com desfiles, acampamentos tradicionalistas, apresentações artísticas e outros eventos nos quais a cultura gaúcha é exaltada.

Os festejos remetem ao aniversário da revolução que começou no dia 20 de setembro de 1835 e foi a mais longa guerra separatista da história do Brasil. A resistência da proclamada República Rio-Grandense diante do Império do Brasil, que durou quase dez anos, é lembrada com orgulho pelos que se identificam com o gauchismo e com os valores farroupilhas de Liberdade, Igualdade e Humanidade.

No entanto, pesquisadores da história gaúcha afirmam que a percepção popular sobre os acontecimentos da Guerra dos Farrapos está distorcida.

“Hoje a gente tem essa ideia de que os farroupilhas eram abolicionistas, de que eles eram defensores de grandes ideais. Eu acho que se as pessoas soubessem mais a respeito, elas se desiludiriam e se afastariam um pouco das festividades”, afirmou o historiador e jornalista Juremir Machado da Silva, autor do livro História Regional da Infâmia: o destino dos negros farrapos e outras iniquidades brasileiras, ou como se produzem os imaginários.

O pesquisador afirmou que a história está longe de ser o que a tradição propagou no imaginário popular. “Foi uma revolução de proprietários, uma revolta de fazendeiros. A população mais pobre simplesmente foi levada ‘de roldão’. Os negros foram usados como ‘bucha de canhão’ e, depois, foram traídos”, contou.

A percepção ‘romantizada’ dos gaúchos sobre o que foi a Guerra dos Farrapos levou Juremir a acreditar que as pessoas comemoram muito mais um certo 'mito' da vida no campo e das tradições gauchescas do que propriamente a história da revolução. “As pessoas precisam de elementos que sirvam para agregar, para que elas pertençam a uma tribo e possam vibrar em comum. Normalmente, são motivos de ordem histórica aproximativa, um mito fundador que tem uma suposta história de grandeza e de grandes feitos”.

Por isso, apesar da visão crítica sobre o passado farroupilha, o jornalista e historiador não acha que as comemorações de 20 de setembro sejam reprováveis. “Elas podem até ser consideradas positivas na medida em que as pessoas se reúnem, se sentem felizes e organizam clubes de ajuda mútua, como são os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs)”, avaliou Juremir, e concluiu: “Eu não acho que a comemoração seja prejudicial. O que fica é a questão da verdade histórica, que precisa ser amparada naquilo que os documentos permitem dizer”.

Tradição gaúcha

Já para o presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Nairo Callegaro, a comemoração é uma forma de resgatar e preservar valores que estavam presentes na proclamação da República Rio-Grandense pelo general Antônio de Souza Neto. “Ele era um dos mais idealistas e agiu por um ideal de república, de liberdade, de garantia de direitos à população. Pensamentos que, décadas mais tarde, foram confirmados com a proclamação da República do Brasil”, ressaltou Callegaro.

O presidente do MTG disse, ainda, que a celebração da Revolução Farroupilha é um evento da cultura brasileira. “Temos orgulho de ser brasileiros. Nosso movimento não é separatista, mas de preservação de valores culturais e artísticos, da nossa identidade regional, dos nossos costumes”.

Para Callegaro é natural que cidadãos de cada estado brasileiro sintam orgulho de suas tradições e desejem mostrá-las para o resto do País. “Eu recebi cariocas há pouco, pessoas que ficaram encantadas. Elas vêm pra cá em setembro para participar das atividades comemorativas, e os amigos gaúchos daqui vão ao Rio em fevereiro para aproveitar o carnaval de lá. Há uma troca de culturas”, concluiu.

Tarot

Arcano anual de 2025: O que esperar?

Descubras os arcanos anuais e pessoais de 2025

27/12/2024 18h30

Reprodução / IA

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O ano de 2025 se aproxima trazendo consigo uma energia de introspecção e autoconhecimento, regido pelo Arcano do Ano, O Eremita.

Esse período será marcado por uma jornada de amadurecimento coletivo, convidando cada indivíduo a mergulhar em sua essência e descobrir seu propósito único.

Impacto do Eremita em 2025

O Eremita, como Arcano do Ano, influenciará todos os aspectos da vida em 2025. Esse período será propício para:

  • Reflexão e busca por respostas internas
  • Desenvolvimento espiritual e autoconhecimento
  • Desaceleração e valorização do tempo para processos internos
  • Busca por independência emocional nos relacionamentos

Como calcular seus Arcanos Pessoais

Além do Arcano Anual, que rege a todos, cada pessoa possui seus próprios Arcanos: um de nascimento e outro para o ano.

O cálculo do Arcano Pessoal de Nascimento consiste na soma dos dígitos do dia, mês e ano de nascimento. Já para descobrir seu Arcano Pessoal de 2025, some o dia e mês do seu nascimento aos dígitos de 2025.

Se o resultado for maior que 22, some novamente os dígitos até chegar a um número entre 1 e 22. 

Por exemplo, alguém que nasceu em 20/04/1999 tem como Arcano Pessoal de Nascimento O Carro (7) e como Arcano Pessoal de 2025 O Diabo (15).

Arcanos Maiores

Os 22 Arcanos Maiores são uma parte fundamental e profundamente simbólica do Tarot, representando aspectos essenciais da jornada humana e do desenvolvimento espiritual. Eis os principais pontos sobre sua relação com o Tarot:

O Tarot é composto por 78 cartas, divididas em dois grupos principais:

  • 22 Arcanos Maiores
  • 56 Arcanos Menores

Os Arcanos Maiores são considerados o coração do Tarot, carregando mensagens mais profundas e significativas.

Cada Arcano Maior representa um arquétipo universal ou uma etapa significativa na jornada da vida. Eles são ricamente simbólicos, contendo imagens e conceitos que transcendem culturas e épocas.

Em uma leitura de Tarot, os Arcanos Maiores geralmente indicam eventos significativos ou transformadores, lições espirituais importantes e temas abrangentes que influenciam vários aspectos da vida.

Os 22 Arcanos

O Mago (1): Simboliza habilidade, concentração e domínio das situações. Representa força e capacidade de manifestar ideias em realidade.

A Sacerdotisa (2): Representa intuição, mistério e sabedoria interior. Indica reflexão e acesso ao conhecimento oculto.

A Imperatriz (3): Simboliza criatividade, abundância e fertilidade. Representa a frutificação do que foi plantado e o poder feminino.

O Imperador (4): Representa estrutura, autoridade e concretização. Simboliza força, poder e a capacidade de estabelecer ordem.

O Papa (5): Também conhecido como O Hierofante, representa sabedoria, tradição e conformidade. Simboliza a ponte entre o divino e o terreno.

Os Enamorados (6): Simboliza escolha, dualidade e relacionamentos. Representa desejos e possíveis confusões mentais.

O Carro (7): Representa sucesso, determinação e vitória. Indica controle sobre a direção da vida.

A Força (8): Simboliza coragem, controle emocional e superação de desafios internos.

O Eremita (9): Representa introspecção, busca interior e sabedoria adquirida pela experiência.

A Roda da Fortuna (10): Simboliza mudanças cíclicas, destino e oportunidades. Representa os altos e baixos da vida.

A Justiça (11): Representa equilíbrio, decisões justas e a lei de causa e efeito.

O Enforcado (12): Simboliza sacrifício, nova perspectiva e aceitação das dificuldades para transformação pessoal.

A Morte (13): Representa fins, transformações profundas e novos começos. Simboliza a necessidade de deixar o passado para trás.

A Temperança (14): Representa equilíbrio, moderação e a harmonização de forças opostas.

O Diabo (15): Simboliza tentações, vícios e confronto com os desejos ocultos. Representa materialismo e excessos.

A Torre (16): Representa mudanças abruptas, colapso de estruturas falsas e libertação de ilusões.

A Estrela (17): Simboliza esperança, inspiração e renovação. Representa iluminação em tempos difíceis.

A Lua (18): Representa intuição, ilusões e medos ocultos. Simboliza a necessidade de enfrentar a escuridão interior.

O Sol (19): Simboliza sucesso, vitalidade e clareza. Representa realização e harmonia.

O Julgamento (20): Representa renascimento, novos ciclos e transformação eficaz das situações.

O Mundo (21): Simboliza conclusão, realização e integração. Representa o fim de um ciclo e o alcance de objetivos.

O Louco (22): Representa novos inícios, espontaneidade e liberdade. Simboliza situações caóticas e inesperadas, podendo indicar uma libertação ou completa desestabilização.

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Literatura

Procurador une poesia e história em livro sobre Campo Grande

Obra foi construída a partir de pesquisas em jornais do início do século XX

27/12/2024 15h15

Livro

Livro "Ainda Algum", de Oslei Bega Júnior Divulgação

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O procurador estadual, e agora escritor, Oslei Bega Júnior está lançando seu primeiro livro, "Ainda Algum", uma obra que reconstrói literariamente as primeiras décadas do século XX em Campo Grande.

O livro, fruto de uma década de pesquisas em jornais antigos, oferece um olhar único sobre a formação da sociedade campo-grandense, mesclando eventos históricos com uma narrativa envolvente.

O autor revela que a pesquisa ter se tornado um livro não foi algo intencional. "De início, não imaginava um livro... porém, com o tempo, algumas histórias pareciam compor uma 'unidade' que me impulsionaram a pensar em uma 'obra fechada'", explica. Essa percepção levou à rápida escrita de "Ainda Algum".

A obra equilibra cuidadosamente a pesquisa histórica e a criação literária. "Todas as menções entre aspas do livro são retiradas de notícias da época", afirma o autor. Ele buscou manter a prosa dos jornais antigos para capturar a atmosfera das décadas de 1920, 30 e 40, fato este que torna a leitura extremamente imersiva.

Para Oslei, o maior desafio enfrentado foi o tempo. "Fui equilibrando trabalho, o cotidiano, a estruturação do livro e o ato efetivo de escrever", conta o autor. 

"Ainda Algum" estabelece uma conexão intrigante entre o passado e o presente. O autor explica: "Penso que o contemporâneo emerge no modo como a Modernidade era vista naquelas épocas... É um balanço, uma oscilação entre uma sociedade que se formava no 'Brasil profundo' e, por sua constituição e velocidade de crescimento, trazia consigo uma pretensão cosmopolita."

O livro visa promover reflexões sobre a formação social de Campo Grande. "Eu espero que apresentar essas histórias no presente possa representar alguma reflexão sobre como a formação social de Campo Grande, sob certos aspectos, ainda se apresentam na atualidade", diz o autor.

Lançamento

O pré-lançamento de "Ainda Algum" vai até o final de janeiro, com o lançamento oficial programado para fevereiro na sede da editora Hámor, que, segundo o autor, "fez um trabalho primoroso e que engrandeceu a obra".

"Ainda Algum" promete ser uma leitura fascinante para os interessados na história de Campo Grande e na evolução das cidades brasileiras no início do século XX, oferecendo uma perspectiva única sobre o passado que ainda ecoa no presente.

Os interessados em adquirir a obra durante o pré-lançamento podem acessar o site da editora Hàmor. Também está à venda no site a flâmula do livro com a frase "A subversão é companheira antípoda dos anseios moralizantes".

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