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COVID-19

Esforço marca isolamento de famílias com autistas

Mesmo com o estresse causado pela mudança na rotina, famílias com autistas se esforçam e respeitam o isolamento social

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Enquanto para alguns permanecer em casa por causa do isolamento social parece uma ideia absurda, muitas famílias se esforçam para cumprir as orientações do Ministério da Saúde, mesmo com crianças e adolescentes que sofrem extremamente com mudanças de rotina.  

Rosimeire da Silva, mãe dos adolescentes Mateus e Tiago, 13 anos, diagnosticados com autismo, evita ao máximo sair de casa desde que o isolamento social foi indicado. Hiperativos, os dois sofreram com as alterações na rotina – desde a paralisação das aulas até a presença do irmão mais velho em casa. “Meu marido é enfermeiro no Hospital Universitário, então, pela manhã está em casa. Nós nos dividimos. Eu faço atividades acadêmicas, terapêuticas e joguinhos com eles, para ocuparmos a manhã, enquanto meu marido faz o almoço”, explica Meire.  

Desde o ano passado, Meire tem um espaço de acolhimento para autistas (em reforma para adequações). Para distrair os meninos, ela vai todas as tardes até o local, que antes era reservado para os fins de semana. “Lá no espaço tem o parque, o balanço, a caixa de areia e a cama elástica. Meu marido dorme no período da tarde para trabalhar à noite, e eu os levo. É uma dedicação bem grande mesmo, para conseguir que eles superem esse tempo sem muito estresse e sem muitas sensações ruins para os dois”, aponta.

Na hora de distrair os meninos, a tecnologia ajuda. “Eles têm aquele skate elétrico, que eu disponibilizo bastante na área da minha casa. Deixo ligarem o computador, o celular. Mas, mesmo assim, chega uma hora em que eles querem sair, sentem a dificuldade de permanecer só dentro de casa”, frisa.

Quando os adolescentes ficam muito ansiosos, o jeito é dar uma volta de carro. “Saímos com eles no carro para dar uma volta, mas ninguém desce. Damos um passeio por onde eles mais gostam de sair, mostramos que o lugar está fechado ou que o supermercado está cheio. Os dois conseguem compreender e vamos embora. Esse é o único passeio que eles fazem”, frisa.

A rotina é um dos pontos mais importantes dos autistas, eles não gostam de mudanças, mesmo as pequenas. “Meu filho mais velho parou de ir para a faculdade e foi dispensado do trabalho por 15 dias. Só de ele ficar em casa, o Mateus e o Tiago ficaram nervosos. Simplesmente porque ele estava em casa, e não era para estar, não era o momento, a rotina familiar mudou. Mesmo gostando do irmão, isso atinge e causa muito sofrimento para eles”, indica.  

A confeiteira autônoma Helenice Duarte, mãe de Pedro Henrique Duarte Furtado, 10 anos, sentiu o baque da falta de rotina no cotidiano do filho, diagnosticado com autismo severo. “Foi um tanto difícil. A maioria dos autistas precisa de rotinas. Eles se equilibram com as rotinas e quando elas são quebradas ou interrompidas eles se desestabilizam. É necessário que a família os tire do foco, ofertem outras coisas para que eles se concentrem e estabilizem”, esclarece.  

Pedro é um desses garotos cheios de vida que adoram bater perna e aproveitar a escola. “Ele gosta de ir à escola, de ir à casa dos avós, sair aos sábados à tarde. Essa era uma rotina nossa, então essa mudança de hábito, de rotina, alterou, sim, o comportamento. Inicialmente ele se mostrou ansioso. Demonstrou desejo de ir para aula  – quando chegava o horário costumeiro dele ir para escola, ele pegava a mochila e enchia a garrafa dele com água”, explica.  

Helenice acredita que tudo em excesso cansa, não só para os autistas. Porém, mesmo com a dificuldade dos últimos dias, ela se mantém em casa, com o isolamento social recomendado para frear a transmissão do coronavírus. “Todos os dias exigem de nós uma criatividade a mais para não deixarmos os dias enfadonhos e cansativos. Por exemplo, em um determinado horário do dia ele sai com o pai para dar uma voltinha, volta mesmo, sem descer do carro, para distrair um pouco e dar a sensação de que passeou”, indica.

Pedro conta com o companheirismo da irmã, Ana Paula. “A rotina de Pedro Henrique está assim, pela manhã, ele assiste alguns desenhos pelo tablet revezando com o celular do pai. Após o almoço, no qual estaria na escola, pois estuda no período vespertino, nós fazemos atividades com ele: usamos papel, canetinhas, trabalhamos com desenhos dando-lhes nomes e praticamos a escrita. Depois a maninha pula um pouco na cama elástica com ele e finaliza o dia, ora usando computador, ora usando o tablet”, conta.  

Sempre sobra um tempo para o banho de mangueira e uma ajuda extra nas atividades domésticas. “Eu lavo a louça e ele a enxágua, eu seco e ele guarda”, diz. 

Carretas da magia

Caravana de Natal da Coca-Cola passa por Dourados e Itaporã nesta quarta; veja o trajeto

Caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d'água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel

17/12/2025 10h15

Carretas natalinas da Coca Cola

Carretas natalinas da Coca Cola DIVULGAÇÃO/Coca Cola

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Falta uma semana para o Natal e a tradição de sair às ruas para acompanhar a passagem das carretas natalinas da Coca-Cola está de volta.

Caravana Iluminada percorre ruas e avenidas de Dourados e Itaporã nesta quarta-feira (17). 

Os caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d’água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel.

É possível acompanhar ao vivo o lugar que a carreta está neste site.

Confira os trajetos e horários:

DOURADOS - 17 DE DEZEMBRO - 20H30MIN

  • INÍCIO - 20h30min - rua Sete de Setembro
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Delfino Garrido
  • Avenida Weimar Gonçalves Torres
  • Rua Paissandú
  • Rua Monte Alegre
  • Rua Rangel Torres
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Itamarati
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Mozart Calheiros
  • Rua Raul Frost
  • Rua Docelina Mattos Freitas
  • Rua Seiti Fukui
  • Rua Josué Garcia Pires
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Manoel Rasselem
  • Rua Projetada Onze
  • Rua General Osório
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Olinda Pires de Almeida
  • Rua João Cândido da Câmara
  • FIM - Rua Manoel Santiago

Carretas natalinas da Coca Cola

 ITAPORà- 17 DE DEZEMBRO - 17H30MIN

  • INÍCIO - Rotatória de entrada/saída da cidade
  • Avenida José Chaves da Silva
  • Avenida Estefano Gonella
  • Rua José Edson Bezerra
  • Rua Aral Moreira
  • Rua Duque de Caxias
  • FIM - Rotatória de entrada/saída da cidade

Carretas natalinas da Coca Cola

ARTES VISUAIS

Floripa de novo!

Após temporada de sucesso, Lúcia Martins Coelho Barbosa inaugura mais uma exposição em Florianópolis:"Do Pantanal para a Ilha 2" permanece em cartaz até 3 de janeiro e apresenta 20 telas, 6 delas inéditas, com elementos da fauna e flora sul-mato-grossense

17/12/2025 10h00

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês Divulgação

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A artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa apresenta em Florianópolis uma seleção de obras que celebram a potência estética e simbólica do Pantanal.

Reconhecida internacionalmente, especialmente pelas pinturas de onças-pintadas, sua marca registrada, Lúcia construiu uma trajetória sólida ao longo de mais de quatro décadas nas artes visuais, marcada por pesquisa, identidade regional e profunda relação com a fauna brasileira.

Após uma temporada de sucesso em agosto, “Do Pantanal para a Ilha” retorna a Florianópolis, agora em novo local, na Sala Open Cultura, em exposição até o dia 3 de janeiro.

A mostra é composta por 20 telas, seis delas inéditas e outras peças de sucesso do acervo de Lúcia, que já expôs em sete países e quatro estados brasileiros.

“O nome ‘Do Pantanal para a Ilha’ veio da ideia de apresentar o Pantanal para um novo público que está conhecendo meu trabalho, e para isso coloquei nas telas elementos como as flores de aguapé, as árvores do Cerrado e as onças, que são meu carro-chefe”, apresenta Lúcia.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra "A procura da caça", de Lúcia Martins

LEGADO DE MS

Outro elemento regional incorporado nos quadros é a renda nhanduti, um bordado artesanal tradicional do Paraguai cujo nome significa “teia de aranha” em guarani, uma referência à sua aparência delicada e intrincada, utilizada normalmente em peças decorativas e roupas.

Ao todo, foram vários meses de preparação para a exposição, em um longo processo de produção e ressignificação de obras, utilizando as técnicas pastel sobre papel e acrílico sobre tela.

As obras que compõem essa exposição vão refletindo lugares, flores e animais, que talvez não despertem a atenção das pessoas no dia a dia, mas que, de algum modo, acabam fugindo do lugar comum.

Elas são um resumo do que Lúcia vê, vivencia e considera como mais “importante” enquanto legado da natureza de Mato Grosso do Sul para o Brasil e para o mundo.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês“Onça que Chora”, um dos trabalhos inéditos da nova exposição

ESPANTO

A mostra reúne, assim, trabalhos figurativos que retratam, por exemplo, a onça-pintada como símbolo de força, ancestralidade e preservação, convidando o visitante a mergulhar no imaginário pantaneiro e, ao mesmo tempo, nas camadas poéticas que permeiam a trajetória da artista.

Para Lúcia, a arte é como um portão de entrada para um novo mundo, nesse caso o Pantanal sul-mato-grossense.

“O Pantanal não é margem. É centro de novas narrativas. É daqui que falamos ao mundo. O que eu gostaria que essa minha exposição causasse é até um certo espanto ao se ver que aqui também tem gente que faz arte. E nada melhor do que se apresentar quando alguém já tem curiosidade de lhe conhecer”, afirma a mestra das cores e texturas.

“Eu vivo para a arte, se eu não tivesse essa profissão, esse dom de colocar nas telas minhas emoções, meus sentimentos, talvez eu não tivesse nenhuma utilidade para a sociedade. A arte é, acima de tudo, questionadora. O que eu sinto como artista plástica há mais de 45 anos é que estamos ainda abrindo caminho para os artistas que virão. Gostaria muito que o artista fosse respeitado, fosse aceito, fosse útil, pois a arte alimenta a alma”, diz a artista.

PERFIL

Lúcia Martins Coelho Barbosa vive e trabalha em Campo Grande. Formou-se em história pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT). Fez pós-graduação em Comunicação, na área de imagem e som pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Atua na área de artes plásticas, em Campo Grande, há mais de 40 anos e já mostrou suas obras em Portugal, Itália, França, EUA, Japão e Paraguai.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra Florescer no Pântano, de Lúcia Martins

Com o projeto Peretá – “Caminho” na língua tupi-guarani – , a artista exibiu o grafismo indígena e instalações em quatro capitais brasileiras – Brasília, Goiânia, São Paulo e Campo Grande.

Reconhecida por diversas premiações e homenagens, a artista segue expondo seu trabalho em coletivas e individuais. 

Em 2016, Lúcia criou o Múltiplo Ateliê, onde desenvolve trabalhos com artistas e pesquisadores, incluindo gastronomia, educação somática, dança contemporânea, yoga e audiovisual. Como afirma, é “fiel à sua missão de operária da arte”.

>> Serviço

A exposição “Do Pantanal para a Ilha 2”, da artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa, foi inaugurada em 03 de dezembro e está aberta para visitação até 03 de janeiro de 2026, na Sala Open Cultura, do open mall (shopping aberto) Jurerê Open. Av. Búzios, 1.800), Florianópolis (SC). Das 10h às 22h.

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