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VENCEDOR

'Faroeste Caboclo' é eleito melhor filme em prêmio nacional

O filme, baseado em canção homônima do Legião Urbana, foi premiado em sete categorias

folhapress

27/08/2014 - 21h00
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O longa "Faroeste Caboclo" foi o maior vencedor na cerimônia da 13ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, que aconteceu na última terça-feira (26), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
O filme de René Sampaio, baseado em canção homônima do Legião Urbana, foi premiado em sete das 13 categorias nas quais concorria, incluindo melhor longa-metragem de ficção, melhor ator para Fabrício Boliveira e melhor roteiro adaptado para Marcos Bernstein e Victor Atherino. Sampaio pretende levar agora para as telas outra música do Legião Urbana, "Eduardo e Mônica", repetindo a parceria feita em "Faroeste" com a Gávea Filmes e Produções.

Por sua vez, o longa "Serra Pelada", sobre a corrida do ouro no Pará nos anos 1980 que concorria ao lado de "Faroeste" em número de indicações, saiu da cerimônia com apenas três prêmios: melhor ator coadjuvante para Wagner Moura, melhor maquiagem e melhor efeito visual.
Entre outros premiados da noite estão o documentário "Elena", de Petra Costa, vencedor na categoria de melhor documentário, "Uma História de Amor e Fúria", de Luiz Bolognesi, que levou o prêmio de melhor animação, e o longa de Quentin Tarantino "Django Livre", escolhido melhor filme estrangeiro.

O diretor Bruno Barreto recebeu o prêmio de melhor direção por "Flores Raras", filme que também rendeu o prêmio de melhor atriz para Glória Pires. A edição do Grande Prêmio deste ano foi marcada ainda pela criação da categoria de melhor longa-metragem de comédia, que premiou a produção "Cine Holliúdy", de Halder Gomes. Concorria com ela os filmes "Colegas", de Marcelo Galvão, "Mato sem Cachorro", de Pedro Amorim, "Meu Passado me Condena", de Julia Rezende e "Minha Mãe É uma Peça - O Filme", de André Pellenz.

O filme de Gomes foi eleito ainda o melhor longa de ficção pelo voto popular. A cerimônia contou também com uma homenagem ao diretor, ator e dramaturgo Domingos Oliveira, que teve algumas de suas obras lembradas, como "Todas as Mulheres do Mundo" (1967) e "Edu, Coração de Ouro" (1968). O Grande Prêmio do Cinema Brasileiro é entregue pela Academia Brasileira de Cinema e, este ano, premiou 25 categorias do cinema nacional e uma do internacional, além de três escolhidas pelo voto popular.

Entre os mais de 200 sócios da academia estão diretores como Fernando Meirelles, Tata Amaral e Cacá Diegues, além dos atores Rodrigo Santoro, Selton Mello e Denise Fraga, e os produtores Sara Silveira, Fabiano Gullane e Luiz Carlos Barreto. Em outras edições do prêmio, a Academia reconheceu filmes como "Gonzaga - De Pai para Filho" (em 2013), "O Palhaço" (em 2012) e "Tropa de Elite 2" (em 2011).

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Especial B+: Papa Francisco: Um Pontífice do Povo e da Mudança

Papa Francisco, líder reformador, promoveu justiça social e diálogo, deixando um legado de inclusão, compaixão e renovação na Igreja.

21/04/2025 11h00

Especial B+: Papa Francisco: Um Pontífice do Povo e da Mudança

Especial B+: Papa Francisco: Um Pontífice do Povo e da Mudança Foto: Divulgação

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É muito triste que no dia do meu aniversário uma notícia triste seja o que mais me move. O mundo se despediu no dia 21 de abril, de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, um líder que marcou profundamente a história da Igreja Católica e da sociedade contemporânea.

Primeiro papa jesuíta e o primeiro latino-americano a ocupar a posição, Francisco foi um pontífice das transformações, do diálogo e da proximidade com os mais vulneráveis. Um líder especial em momentos tão incertos e que fará falta.

Desde sua eleição em 2013, após a renúncia de Bento XVI, Francisco quebrou protocolos, rejeitou luxos e aproximou o papado do povo.

Seu compromisso com a simplicidade ficou evidente desde o primeiro momento, quando apareceu na varanda da Basílica de São Pedro sem a tradicional estola papal e pediu que os fiéis rezassem por ele antes de conceder sua bênção. Era o prenúncio de um pontificado pautado pela humildade e por um olhar atento às dores do mundo.

Um Papa Reformador

Ao longo de mais de uma década à frente da Igreja, Francisco se tornou um reformador, desafiando estruturas internas e promovendo mudanças significativas. Desde a reforma financeira do Vaticano até a modernização da Cúria Romana, buscou tornar a Igreja mais transparente e menos burocrática.

Além disso, abriu caminhos para maior participação feminina em posições de liderança, um passo que, embora tímido para alguns, foi visto como histórico dentro da instituição.

Francisco também enfrentou de frente os escândalos de abuso sexual no clero, adotando medidas mais rígidas contra os culpados e buscando maior acolhimento às vítimas. Seu pedido de perdão público e sua disposição em ouvir relatos de dor marcaram um esforço inédito de responsabilização dentro da Igreja.

Defensor dos Excluídos e da Casa Comum

Nenhum outro papa falou tanto sobre justiça social e meio ambiente quanto Francisco. Sua encíclica Laudato Si’, publicada em 2015, foi um marco ao trazer a questão ecológica para o centro da doutrina católica, denunciando a exploração desenfreada dos recursos naturais e o impacto da crise climática nos mais pobres.

O Papa também fez da defesa dos migrantes uma de suas principais bandeiras, criticando muros, fronteiras fechadas e políticas excludentes. Visitou campos de refugiados, lavou os pés de prisioneiros muçulmanos e nunca hesitou em condenar discursos de ódio e xenofobia. Para Francisco, a Igreja deveria ser um “hospital de campanha”, acolhendo a todos sem distinção.

O Papa do Diálogo e da Misericórdia

Francisco será lembrado como o papa que abriu portas. Dialogou com outras religiões, aproximou-se de ortodoxos, judeus e muçulmanos e defendeu a necessidade de pontes, não de barreiras.

No campo interno, buscou acolher divorciados, homossexuais e aqueles historicamente marginalizados dentro da Igreja. Suas palavras – “Quem sou eu para julgar?” – sobre fiéis LGBTQ+ marcaram uma nova era na postura da Igreja, gerando tanto entusiasmo quanto críticas dentro do próprio Vaticano.

Seu pontificado não esteve isento de desafios e resistências. Foi contestado por setores ultraconservadores, que viam suas reformas como excessivamente progressistas. No entanto, mesmo diante de opositores, manteve-se firme em sua missão de tornar a Igreja mais inclusiva e compassiva.

O Legado de Francisco

Com a partida de Francisco, encerra-se um capítulo singular na história da Igreja Católica. Seu legado ultrapassa os muros do Vaticano e se estende a todos aqueles que encontraram nele um líder humano, próximo e disposto a questionar o status quo.

Seus gestos, suas palavras e suas reformas continuarão ecoando, desafiando a Igreja a seguir o caminho da renovação sem perder sua essência. Como ele próprio disse uma vez: “Prefiro uma Igreja acidentada por sair às ruas do que uma Igreja doente por ficar fechada em si mesma.”

O mundo se despede de Francisco, mas sua mensagem permanece.

teatro

Espetáculo de dança em Campo Grande chama atenção para o combate ao feminicídio

Unindo performance, dança, teatro, audiovisual e artes visuais, espetáculo solo de Ana Clara Poltronieri, da Cia. Duo Due (PR), transmuta a dor em afeto e beleza para denunciar os horrores da cultura machista

21/04/2025 10h00

Imagens do espetáculo

Imagens do espetáculo "Amana": tributo, denúncia e fortalecimento Divulgação

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Um grito por justiça, pelo combate ao feminicídio e por todos os tipos de violência contra a mulher. A Cia. Duo Due (PR) chega a Campo Grande, pela Bolsa Funarte de Dança Klauss Vianna, para a apresentação do espetáculo “Amana”, nesta quarta-feira, às 19h, no Sesc Teatro Prosa, com entrada gratuita.

No dia 25 de janeiro de 2020, Maria Glória Poltronieri, a Magó, bailarina e capoeirista, decidiu acampar sozinha em uma chácara próxima a Maringá (PR). No fim da tarde, desceu para uma cachoeira e não retornou.

Na manhã seguinte, sua irmã, Ana Clara Poltronieri, encontrou o corpo de Magó, com sinais de violência sexual e estrangulamento. O caso chocou o Brasil e o mundo, gerando manifestações em mais de 17 cidades (Campo Grande foi uma dessas cidades), na América Latina e Europa, em repúdio ao feminicídio e em homenagem à sua memória.

Em meio ao luto e à busca por justiça, Ana Clara reuniu forças para criar “Amana”, um espetáculo que homenageia sua irmã e reflete sobre a cultura do estupro, o machismo e a violência contra as mulheres.

Para dirigir o projeto, Ana convidou Tânia Farias, atriz e diretora da “tribo” de atuadores (é assim que a encenadora denomina seu grupo) öi Nóiz aqui Traveiz (grafado dessa forma mesmo), de Porto Alegre (RS), que trouxe sua vasta experiência para dar vida a essa obra de resistência e ressignificação.

ÁGUA

“Amana” é um manifesto poético contra a barbárie do machismo e da misoginia, utilizando a delicadeza para expressar a urgência do fim da violência contra as mulheres. Por meio do elemento água, o espetáculo evoca o fluxo da memória, da denúncia e da resistência.

As águas representam os corpos das mulheres, o sangue pulsante da artista e o movimento incessante da vida. O espetáculo busca, assim, fazer com que o público perceba que, por trás das estatísticas frias, existem histórias, afetos e subjetividades.

Em “Amana”, Ana Clara mostra toda a força resiliente de Magó, sua parceira da dança e da vida, com uma intensidade que transmite o sentimento sem limite do amor, liberto em música, poesia e movimento. Um palco que tem Magó presente.

Formalmente, o espetáculo cruza as linguagens da performance, da dança, do teatro, do audiovisual e das artes visuais, compondo uma obra fluida e potente. Seu objetivo é garantir que, assim como nunca entramos duas vezes no mesmo rio, possamos deixar um mundo em que nenhuma mulher precise se acostumar com o medo e a violência.

CIRCULAÇÃO

Pela Bolsa Funarte de Dança Klauss Vianna, o espetáculo “Amana” passará por sete cidades brasileiras: Londrina (PR), Curitiba (PR), São Paulo (SP), Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Porto Velho (RO), promovendo o acesso à cultura e expandindo o diálogo sobre temas urgentes, como a violência de gênero, o feminicídio e a resistência feminina, presentes no espetáculo.

Mato Grosso do Sul e Rondônia foram escolhidos a dedo para essa circulação, pois foram os estados com maiores índices de feminicídio nos últimos anos.

OFICINA

“A água que cai do céu também se move dentro de nós”. Partindo poeticamente dessa premissa, a oficina “Corpar o Ser” propõe práticas de movimento com Ana Clara a partir dos atravessamentos do espetáculo “Amana”.

Mais do que técnica, esse encontro oferece um espaço para que o corpo se disponha ao gesto da memória, ao afeto como forma de resistência e ao movimento como ato político. A água, metáfora central de “Amana”, desdobra-se aqui como linguagem: fluida, pulsante, indomada – corpo coletivo em estado de criação.

A oficina é aberta para atores, bailarinos, educadores corporais, fisioterapeutas, professores de Educação Física, entre outros possíveis interessados. Não é necessário ter experiência prévia para participar.

O encontro ocorrerá amanhã, às 19h, no Espaço de Dança Selma Azambuja (Rua Jeribá, nº 866, Chácara Cachoeira). As inscrições estão abertas e devem ser realizadas por meio do link disponível no Instagram @ciaduodue.

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