Por Denise Neves – Colaboradora B+ RJ
Edição – Flávia Viana
A divertidíssima Evelyn Castro coloca todo o seu humor e alto astral em tudo que faz.
Rosto conhecido do famoso “Porta dos Fundos” e vivendo agora a personagem Deusa em sua primeira novela, “Quanto Mais Vida, Melhor!” na TV Globo, a atriz vem conquistando espaços importantes e divertindo o público na televisão, no teatro e também no cinema.
Além de atriz, Evelyn Castro também é cantora e se revelou ao público através do programa “Fama 4”, no qual participou e já conquistou os telespectadores com o seu carisma.
A sua relação com a música vem desde a infância, por influência da sua família. “Tudo era motivo para o meu pai cantar, principalmente quando faltava luz na minha casa”, conta.
Também foi logo cedo que a artista se descobriu comediante, fazendo teatro no colégio. “Na escola eu participava de todos os momentos de apresentações e sempre me transformava para fazer a plateia rir. (...) Eu sempre levava para o humor, e como dizia minha vó: ‘Evelyn, arroz e ovo, alegria do povo’”, lembra aos risos.
E foi assim que nasceram os personagens de Evelyn, que arrancam risadas do público, a começar pelos trabalhados realizados pela artista no programa conhecido do grande público o humorístico “Porta dos Fundos”, além da engraçada Marraia Carey da série “Tô De Graça”, que já vai para a sua 5ª temporada no Multishow também do grupo Globo.
No cinema, a atriz está em cartaz como a Suzie em “Juntos e Enrolados”, que possui em seu elenco os atores Cacau Protásio e Rafael Portugal. Imagina se você não vai se divertir!
A atriz também pode ser assistida em horário nobre na TV, vivendo a Deusa de “Quanto Mais Vida, Melhor!” na Rede Globo.
A novela foi toda gravada durante a pandemia. Na trama, a atriz interpreta Deusa, uma empregada divertida que vive um romance com o motorista Odaílson, personagem do ator Thardelly Lima.
Sempre muito atrelada ao teatro e à música, a artista também realizou trabalhos marcantes nos palcos, sobretudo em musicais como “Tim Maia”, “Cássia Eller” e “Vamp”.
“O teatro é um lugar mágico onde me sinto em casa”, ressalta ela.
Mãe, atriz, cantora, comediante... Evelyn busca conciliar sempre a sua rotina multitarefa com o trabalho e sua vida pessoal.
Durante entrevista exclusiva ao Correio B+, a artista contou detalhes da sua carreira e da sua história de vida que tem como sua grande base o humor.
Leia na íntegra a entrevista de Evelyn Castro para o Caderno B+:
CE: Você sempre quis ser atriz?
EC: “Desde a minha infância. Sempre quis e ainda falava que queria trabalhar no teatro e fazendo rir e cantando também.”
CE: Como é o seu dia a dia?
EC: “Agitadíssimo (risos). Sou mãe e trabalho em lugares diferentes. Então, às vezes eu nem vejo o meu dia passar.
Me divido entre decorar textos, fazer as tarefas de casa e dar atenção para o pequeno.”
CE: Como começou a sua relação com a música?
EC: “Na família. A minha família sempre foi voltada para música.
Eu sempre ouvi o meu pai, o meu tio e o meu avô cantando, e eles cantavam muito bem. Tudo era motivo para o meu pai cantar, principalmente quando faltava luz na minha casa.”
CE: E com o teatro?
EC: “Com o teatro, foi na escola. Lá, fiz teatro e foi amor à primeira vista, não queria saber de outra coisa. Adorava criar personagens, e assim foi...”
CE: Como foi participar do “Fama 4”?
EC: “Um sonho, um choque e um divisor de águas (risos). Ficar confinada não é brincadeira e tendo que cantar ao vivo todo sábado, pior ainda.
Cresci muito ali. Amadureci e entendi que eu não poderia viver de outra coisa senão da arte.”
CE: Pode contar um pouco sobre os seus papéis nos musicais "Tim Maia", "Cássia Eller" e "Vamp"? E a importância de cada um?
EC: “Em ‘Tim Maia’ eu fiz a mãe do Tim quando ele era criança até adolescência e depois a americana que o recebia nos EUA. Ali, cantávamos a primeira composição feita por Tim Maia. Cresci muito ali como atriz. Posso dizer que Tim Maia me trouxe a atriz de volta.. Em ‘Cássia Eller’, arrematei sempre com a estética com o conceito do diretor João Fonseca, onde a atuação é a grande protagonista e não os cenários e figurinos mirabolantes. É a atuação de forma nua e crua. Transformávamos de personagem em cena. Posso dizer que sou formada na escola João Fonseca, onde ele tira o melhor de nós. Eu fiz a mãe da Cássia e a primeira mulher dela, que era sua produtora, e lançou Cássia no mercado. Com ela, Cássia viveu um ‘trisal’. E em ‘Vamp’, realizei um dos meus sonhos tendo o prazer de viver miss Alice Pen Taylor, vivida pela rainha Vera Holtz na novela. Eu era fissurada em ‘Vamp’ na infância, sonho realizado pensar que iria viver ela anos depois. Fui dirigida por Diego Moraes, amigo e diretor maravilhoso. O teatro é um lugar mágico onde me sinto em casa. Saudade monstra.”
CE: Como surgiu a oportunidade de fazer parte do “Portas dos Fundos”? Como é fazer um humor tão engraçado, real e inteligente?
EC: “Surgiu a partir do Fábio Porchat, que assistiu o trailer do meu primeiro filme, ‘Apaixonados’, e achou que eu tinha a ver com o canal. Mais um sonho realizado. A partir disso, comecei a fazer participações em esquetes, fui passando por todos os atores, atrizes e sócios, e depois de seis meses, fui contratada.
CE: O Porta dos Fundos divide muito a opinião das pessoas em alguns assuntos, como religião, por exemplo. O que você acha disso?
EC: “O ‘Porta dos Fundos’ é exatamente o tipo de humor que eu gosto de fazer. Gosto de fazer pensar e da ironia... E dividir opinião faz parte, não tem como agradar a todos. Gosto também de levantar discussões de forma saudável através do humor. Bom, pelo menos a gente tenta, e nem sempre as pessoas entendem, mas faz parte também. E é justamente aí que está o diferencial. Sou muito feliz ali.”
CE: Quando você descobriu a sua “vocação” para a comédia?
EC: “Na escola. Eu participava de todos os momentos de apresentações e sempre me transformava para fazer a plateia rir. Quando comecei a cantar na noite, gostava de falar e ver o público rindo e não só de cantar as músicas. Eu sempre levava para o humor, e como dizia minha vó: ‘Evelyn, arroz e ovo, alegria do povo’ (risos). Quando saí de um musical e as pessoas que vinham falar comigo diziam que tinham se escangalhado de rir, eu fiquei mais feliz do que ouvir que eu cantava bem. Gosto de ser palhaça. Gosto de fazer rir.”
CE: Em "Tô de graça", você vive a divertidíssima “Marraia Carey”. Como foi o processo de construção da personagem? Você mesma que a criou? Gosta da cantora "original"?
EC: “Eu trouxe muita bagagem do musical ‘Cássia Eller’ para construir a Marraia, além da minha convivência com ambientes masculinos. A maior parte da minha vida eu trabalhei com homens, e ali eu fui pegando um pedacinho de cada um. Eu mesma a criei, a partir do briefing do Rodrigo Santana. E sim, acho que a Mariah Carey uma excelente cantora, não tem como não achar.”
CE: Você está no cinema como a Suzie em “Juntos e Enrolados”... Para quem ainda não assistiu, pode adiantar um pouco sobre a personagem?
EC: “Suzie é uma cerimonialista bem agitada, que dá a vida pelo evento, ainda mais sendo de sua melhor amiga. Ela topa tudo, joga juntíssimo com a amiga e está pronta para o que der e vier. Só é descompensada emocionalmente por conta de uso abusivo de medicação duvidosa. Aí vocês vão ter que ver agora (risos).”
CE: Como tem sido interpretar a Deusa em "Quanto Mais Vida Melhor?
EC: “Deusa é um grande presente que Deus me deu. É uma delícia viver uma mulher tão real, tão solar e tão divertida, onde eu tive liberdade e confiança para a sua construção. Fora a parceria do Thardelly Lima, que é uma coisa de vida. Ganhei um amigo e parceiro que admiro demais e que tive senão um dos maiores jogos cênicos da minha vida. A gente se entendia no olhar, criava junto... Ou seja, a Deusa da Evelyn só ganhou com o Odaílson de Thardelly. Fora todo o meu núcleo, direção e equipe... Fizemos tudo com muito amor e dedicação.”
CE: Como é fazer novela na TV Globo?
EC: “É uma grande oportunidade de mostrar o meu trabalho para massa brasileira e até para fora do país. E sendo com a Deus, então, é uma oportunidade!”
CE: O que a Evelyn e a Deusa têm em comum?
EC: “O jeito irônico de fazer piada principalmente com coisa ruim. Ela nos alivia da tensão do momento. A Deusa também gosta de cantar, é trabalhadora e independente, e eu também sou assim. Temos muito em comum.”
CE: Há algum tipo de personagem que você gostaria de interpretar nas telinhas?
EC: “Uma vilãzona. Ou alguma personagem que seja muito tímida. Também gostaria de fazer algo mais sério como uma bandida, por exemplo.”
CE: Se você fosse gravar um álbum hoje, o que o público poderia aguardar para ouvir da Evelyn?
EC: “Sinceramente, eu sou uma mistura de muitas coisas... Quem sabe um rock, pop, funk ou sertanejo... (risos).
CE: Há projetos musicais em vista para esse ano?
EC: “Sim. Pretendo voltar aos palcos com o meu show solo.”
CE: E na teledramaturgia?
EC: “Tem alguns projetos por aí... Posso dizer que se trata de uma série, mas é segredo ainda.”
CE: Há algum(a) artista que inspire você na sua carreira? Se sim, quem?
EC: “Tenho muitos, mas alguns nomes são Andréa Beltrão, Fernanda Torres, Ana Lucia Torre, Thardelly lima, Bárbara Colen, Suzy Lopes, Mateus Solano, Alice Braga, Mariza Orth, Lázaro Ramos, Wagner Moura, Viola David, Octaviano Spencer, Anitta, Iza, Gloria Groove... Fora os meus colegas de trabalho no ‘Porta dos Fundos’ e ‘Tô De Graça’, aprendo demais com eles.”
CE: Curiosidades da Evelyn que poucos sabem...
EC: “Sou uma mãe raiz babona e também choro por achar que estou fazendo tudo errado (risos). Acordar cedo para mim é invocar o meu pior lado, não sei nadar, sou péssima em esporte, amo treinar, sou lenta na cozinha, faço desenhos, sou viciada em estampas, fiz faculdade de Design Gráfico, não saio na rua sem brinco, não faço unha, o meu lugar é a praia e amo ficar lá conversando com Deus, amo Cristo e Maria, não tenho religião, tenho crises de riso, e... Não pegue a minha batata frita (risos).”
CE: Um sonho...
EC: “Ver o meu filho crescer e se tornar um adulto um cara maneiro com pessoas evoluídas. E, claro, que eu tenha saúde para isso. Esse é o meu sonho hoje.”



As pinturas de Isabê também estarão na Casa-Quintal 109 de Manoel de Barros, museu na antiga residência do poeta, no Jardim dos Estados - Foto: Divulgação


Filme lança hoje - Foto: Divulgação


