Correio B

NAS UNIVERSIDADES

Gretchen, cabelo crespo e aplicativo de mapa astral: TCCs 'alternativos' viram moda

Gretchen, cabelo crespo e aplicativo de mapa astral: TCCs 'alternativos' viram moda

G1

10/12/2017 - 00h00
Continue lendo...

Motivo de aflição para muita gente que frequenta a universidade, o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) está se tornando solo fértil para a criatividade dos futuros profissionais em busca do tão sonhado diploma nas faculdades do Sul do Rio de Janeiro.

A variedade dos assuntos abordados chama atenção de quem poderia estar acostumado a ouvir sobre temas diretamente relacionados à área de atuação profissional da carreira escolhida.

O fenômeno de popularidade da cantora Gretchen nas redes sociais, o cabelo como fator de transformação dos padrões estéticos e até um aplicativo de celular que faz mapa astral são alguns exemplos que podem ser encarados como sinais desses novos tempos, marcados pela popularização das mídias digitais.

Na maioria dos casos, a justificativa pela escolha passa pelo mesmo argumento. "Quando eu percebi que teria que fazer um TCC, procurei pesquisar sobre algo que fosse interessante, e tivesse a ver comigo, algo que fosse prazeroso realizar", resumiu Letícia Dantas, de 24 anos, que se formou jornalista defendendo um trabalho com o título "Cabelo crespo: uma análise da transformação dos padrões estéticos pela popularização dos influenciadores digitais".

Na hora de avaliar os trabalhos, os professores garantem que não se deixam levar pelo saudosismo. Abertos aos novos tipos de abordagens, eles pedem que, para serem bem sucedidos no que propõem, os textos sejam bem argumentados e se encaixem em algumas regras.

"Os critérios que avaliamos são a relevância e atualidade do tema, a qualidade da pesquisa e da redação, a organização das ideias e formulação das hipóteses. A reflexão e pesquisa dos chamados temas alternativos ou marginais, desde que abordados com rigor científico, tem o nosso total apoio", disse o professor Álvaro Britto, coordenador do curso de comunicação social do Centro Universitário de Barra Mansa (UBM).

"Geralmente os universitários querem falar sobre as blogueiras de moda, grifes e youtubers. Apesar de os temas novos surgirem, a gente não pode ficar cego. É positivo, desde que se tenha consciência e cautela para não se apaixonar pelo tema. Nosso papel como orientador é mantê-los motivados", explicou o professor Douglas Gonçalves, coordenador dos cursos de jornalismo e publicidade e propaganda do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA).

Trabalho sobre Gretchen rende apelido

Quando teve a ideia de desenvolver o trabalho de pesquisa que daria origem à monografia "Gretchen, a rainha da internet: a construção das divas midiáticas", o universitário Roberto da Silva Santos, de 26 anos, que cursa comunicação social com habilitação em publicidade e propaganda, não imaginava que isso lhe renderia brincadeiras e apelidos até dos colegas de trabalho.

"No começo eu estava pensando em fazer algo voltado para o mundo dos memes, mas aí a Gretchen apareceu bombando em um clipe junto com a Katy Perry e não deu para escapar. O meu trabalho aborda a construção do mito da beleza, contando um pouco da história de personalidades como Cleópatra e Carmen Miranda. Também falo sobre o surgimento do termo diva, palavra que surgiu na época das grande óperas. Nos tempos de hoje, a Gretchen é um ícone e soube se renovar com o passar dos anos. Ela encarna isso tudo e atrai cada vez mais atenção, principalmente dos jovens", disse ele, que leva na esportiva a gozação dos amigos, mas se diz assustado com a repercussão do caso nas redes sociais.

Apesar de já ter posado para a foto oficial da turma celebrando a conquista, Roberto ainda aguarda aprovação do trabalho, que tem 73 páginas. A apresentação para a banca de professores está prevista para este sábado (9), na Associação Educacional Dom Bosco, em Resende.

"O natural é belo"

Para elaborar o trabalho "Cabelo crespo: uma análise da transformação dos padrões estéticos pela popularização dos influenciadores digitais", a jovem Letícia Dantas, de 24 anos, se inspirou na cultura negra. Para sustentar a pesquisa, ela entrevistou a youtuber Ana Lídia Lopes, que costuma postar vídeos sobre transição capilar e outros temas relacionados ao assunto.

"Assumir o cabelo muda muito a pessoa, deixa com um jeito diferente. Desde que comecei a procurar um tema para o meu trabalho, identifiquei esse assunto como relevante também pela representatividade cultural que simboliza. Foi um pouco difícil encontrar material de referência, não existem muitos estudos sobre o tema, mas no fim deu certo".

E o que o leitor pode esperar do trabalho, que tem 45 páginas? Segundo Letícia, que atualmente é funcionária de uma rádio de Barra Mansa, e curte a tranquilidade de já ter sido aprovada pela banca, o objetivo é mostrar que o "natural é belo, independentemente se liso ou crespo, e despertar nas pessoas um sentimento de se assumirem como são".

Mapa astral no celular

No caso do universitário Henrique Genestra, de 21 anos, o trabalho não fugiu tanto da realidade do mundo profissional da carreira escolhida. No fim do curso de design, o jovem, que é morador de Volta Redonda, optou por desenvolver um aplicativo de celular. A função do programa, no entanto, chamou a atenção de amigos e professores.

"Eu estudo astrologia há três anos. Fui ouvindo meus amigos falarem que não existia aplicativo que fosse capaz de fazer um mapa astral. Fui amadurecendo a ideia, até que decidi realizar o projeto, colocando em prática os conhecimentos aprendidos durante o curso. Não basta a um aplicativo realizar uma tarefa, é preciso oferecer uma boa experiência, através de uma série de fatores, como cor, alinhamento de texto e botões. Tudo é importante".

Orgulhoso do projeto, Henrique ainda aguarda o resultado da empreitada. "A pessoa pode adicionar um mapa astral, incluindo nome, data, local e hora de nascimento. Aí, o aplicativo gera, automaticamente, o signo, o ascendente, o sol e a lua. Cada detalhe foi pensado para a atrair o usuário".

Carretas da magia

Caravana de Natal da Coca-Cola passa por Dourados e Itaporã nesta quarta; veja o trajeto

Caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d'água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel

17/12/2025 10h15

Carretas natalinas da Coca Cola

Carretas natalinas da Coca Cola DIVULGAÇÃO/Coca Cola

Continue Lendo...

Falta uma semana para o Natal e a tradição de sair às ruas para acompanhar a passagem das carretas natalinas da Coca-Cola está de volta.

Caravana Iluminada percorre ruas e avenidas de Dourados e Itaporã nesta quarta-feira (17). 

Os caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d’água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel.

É possível acompanhar ao vivo o lugar que a carreta está neste site.

Confira os trajetos e horários:

DOURADOS - 17 DE DEZEMBRO - 20H30MIN

  • INÍCIO - 20h30min - rua Sete de Setembro
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Delfino Garrido
  • Avenida Weimar Gonçalves Torres
  • Rua Paissandú
  • Rua Monte Alegre
  • Rua Rangel Torres
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Itamarati
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Mozart Calheiros
  • Rua Raul Frost
  • Rua Docelina Mattos Freitas
  • Rua Seiti Fukui
  • Rua Josué Garcia Pires
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Manoel Rasselem
  • Rua Projetada Onze
  • Rua General Osório
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Olinda Pires de Almeida
  • Rua João Cândido da Câmara
  • FIM - Rua Manoel Santiago

Carretas natalinas da Coca Cola

 ITAPORà- 17 DE DEZEMBRO - 17H30MIN

  • INÍCIO - Rotatória de entrada/saída da cidade
  • Avenida José Chaves da Silva
  • Avenida Estefano Gonella
  • Rua José Edson Bezerra
  • Rua Aral Moreira
  • Rua Duque de Caxias
  • FIM - Rotatória de entrada/saída da cidade

Carretas natalinas da Coca Cola

ARTES VISUAIS

Floripa de novo!

Após temporada de sucesso, Lúcia Martins Coelho Barbosa inaugura mais uma exposição em Florianópolis:"Do Pantanal para a Ilha 2" permanece em cartaz até 3 de janeiro e apresenta 20 telas, 6 delas inéditas, com elementos da fauna e flora sul-mato-grossense

17/12/2025 10h00

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês Divulgação

Continue Lendo...

A artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa apresenta em Florianópolis uma seleção de obras que celebram a potência estética e simbólica do Pantanal.

Reconhecida internacionalmente, especialmente pelas pinturas de onças-pintadas, sua marca registrada, Lúcia construiu uma trajetória sólida ao longo de mais de quatro décadas nas artes visuais, marcada por pesquisa, identidade regional e profunda relação com a fauna brasileira.

Após uma temporada de sucesso em agosto, “Do Pantanal para a Ilha” retorna a Florianópolis, agora em novo local, na Sala Open Cultura, em exposição até o dia 3 de janeiro.

A mostra é composta por 20 telas, seis delas inéditas e outras peças de sucesso do acervo de Lúcia, que já expôs em sete países e quatro estados brasileiros.

“O nome ‘Do Pantanal para a Ilha’ veio da ideia de apresentar o Pantanal para um novo público que está conhecendo meu trabalho, e para isso coloquei nas telas elementos como as flores de aguapé, as árvores do Cerrado e as onças, que são meu carro-chefe”, apresenta Lúcia.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra "A procura da caça", de Lúcia Martins

LEGADO DE MS

Outro elemento regional incorporado nos quadros é a renda nhanduti, um bordado artesanal tradicional do Paraguai cujo nome significa “teia de aranha” em guarani, uma referência à sua aparência delicada e intrincada, utilizada normalmente em peças decorativas e roupas.

Ao todo, foram vários meses de preparação para a exposição, em um longo processo de produção e ressignificação de obras, utilizando as técnicas pastel sobre papel e acrílico sobre tela.

As obras que compõem essa exposição vão refletindo lugares, flores e animais, que talvez não despertem a atenção das pessoas no dia a dia, mas que, de algum modo, acabam fugindo do lugar comum.

Elas são um resumo do que Lúcia vê, vivencia e considera como mais “importante” enquanto legado da natureza de Mato Grosso do Sul para o Brasil e para o mundo.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês“Onça que Chora”, um dos trabalhos inéditos da nova exposição

ESPANTO

A mostra reúne, assim, trabalhos figurativos que retratam, por exemplo, a onça-pintada como símbolo de força, ancestralidade e preservação, convidando o visitante a mergulhar no imaginário pantaneiro e, ao mesmo tempo, nas camadas poéticas que permeiam a trajetória da artista.

Para Lúcia, a arte é como um portão de entrada para um novo mundo, nesse caso o Pantanal sul-mato-grossense.

“O Pantanal não é margem. É centro de novas narrativas. É daqui que falamos ao mundo. O que eu gostaria que essa minha exposição causasse é até um certo espanto ao se ver que aqui também tem gente que faz arte. E nada melhor do que se apresentar quando alguém já tem curiosidade de lhe conhecer”, afirma a mestra das cores e texturas.

“Eu vivo para a arte, se eu não tivesse essa profissão, esse dom de colocar nas telas minhas emoções, meus sentimentos, talvez eu não tivesse nenhuma utilidade para a sociedade. A arte é, acima de tudo, questionadora. O que eu sinto como artista plástica há mais de 45 anos é que estamos ainda abrindo caminho para os artistas que virão. Gostaria muito que o artista fosse respeitado, fosse aceito, fosse útil, pois a arte alimenta a alma”, diz a artista.

PERFIL

Lúcia Martins Coelho Barbosa vive e trabalha em Campo Grande. Formou-se em história pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT). Fez pós-graduação em Comunicação, na área de imagem e som pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Atua na área de artes plásticas, em Campo Grande, há mais de 40 anos e já mostrou suas obras em Portugal, Itália, França, EUA, Japão e Paraguai.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra Florescer no Pântano, de Lúcia Martins

Com o projeto Peretá – “Caminho” na língua tupi-guarani – , a artista exibiu o grafismo indígena e instalações em quatro capitais brasileiras – Brasília, Goiânia, São Paulo e Campo Grande.

Reconhecida por diversas premiações e homenagens, a artista segue expondo seu trabalho em coletivas e individuais. 

Em 2016, Lúcia criou o Múltiplo Ateliê, onde desenvolve trabalhos com artistas e pesquisadores, incluindo gastronomia, educação somática, dança contemporânea, yoga e audiovisual. Como afirma, é “fiel à sua missão de operária da arte”.

>> Serviço

A exposição “Do Pantanal para a Ilha 2”, da artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa, foi inaugurada em 03 de dezembro e está aberta para visitação até 03 de janeiro de 2026, na Sala Open Cultura, do open mall (shopping aberto) Jurerê Open. Av. Búzios, 1.800), Florianópolis (SC). Das 10h às 22h.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).