Correio B

MÚSICA

Jardim Secreto Café/Bar realiza, de hoje até sábado, a segunda edição de festival de jazz

Ao todo serão sete shows que reúnem virtuoses consagrados e novidades em clima intimista e despojado; ingressos de R$ 10 a R$ 30

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Faz pouco mais de um mês que a banda Urbem promoveu uma noitada de jazz daquelas no Estação Cultural Teatro do Mundo, dividindo o palco com o trombonista Ryan Keberle, um dos expoentes mundiais em seu instrumento, e outros convidados. De volta do Pantanal, onde se embrenhou com Keberle para a gravação de um álbum, logo após o show realizado na noite de 6 de junho, o quarteto formado por Sandro Moreno (bateria), Gabriel Basso (baixo), Ana Ferreira (piano) e Bianca Bacha (vocal) vai atravessar a rua amanhã.

Atravessar literalmente. É que a Urbem foi escalada como atração de abertura do 2º Festival de Jazz do Jardim Secreto Café/Bar. Inaugurada no verão do ano passado, em um imóvel residencial na Rua São Paulo, no Bairro São Francisco, a casa mudou de endereço há três meses e passou a funcionar na Rua Barão de Melgaço, nº 180, bem em frente ao Teatro do Mundo, em uma convergência de localização que tem tudo para consolidar aquele trecho da via, a poucos metros da Praça dos Imigrantes, em um hot spot da música instrumental na Capital.

Na primeira edição, ainda na Rua São Paulo, em abril de 2024, o festival teve, entre outras participações, shows do crooner Léo Cavallini e do grupo El Trio, que voltam a figurar no lineup do evento deste ano. Mas há muito o que explorar neste segundo festival do Jardim, que promete aquecer a temporada de inverno dos jazzófilos de Campo Grande com sete shows que reúnem um bom tanto da nata do jazz de MS, sem nenhum exagero na afirmação.

ESPÍRITO FREE

Para ficar somente nos bateristas, passarão por lá Sandro Moreno, da Urbem, Adriel Santos, do El Trio, e Mateus Yule, do Jota Trio. De tamanha precisão na condução de suas peles e pratos, e formando uma diversidade percussiva que conjuga, com as suas devidas assinaturas pessoais, o que de melhor se pode ouvir na bateria, desde o hard-bop ao free jazz, sem abandonar a brasilidade que corre na veia dos três, são instrumentistas que fazem o ingresso valer cada centavo já na cozinha – que é como os entendidos chamam as seções rítmicas.

Isso sem falar em Nini dy Castro, que pode integrar a formação do projeto Alma Jazzy, capitaneado pelo multi-instrumentista Otávio Neto, que encerra o festival no sábado. Otávio costuma revezar os membros de sua banda – afinal, a moçada toca pacas e acaba sendo muito requisitada. Portanto, há chance de se ver acompanhando Otávio tanto Nini quanto Adriel (El Trio), parceiro de longa data do bandleader.

De qualquer modo, o elenco previsto garante o programa, com afiadas releituras de temas consagrados a composições autorais. Com a palavra, os próprios artistas. A Urbem, que se apresenta hoje, às 20h, confirma, por exemplo, duas composições originais de seus integrantes – “Pluma” (Sandro Moreno) e “Espiral” (Ana Ferreira).

“Teremos também duas músicas que o Paulo Calasans [parceiro de Djavan] compôs especialmente para a gente, que são ‘Suspiro da Terra’ e ‘Swing Verdejante’. Fora algumas releituras que são a cara da Urbem, como ‘Diz que Deu Diz que Dá’ [referência do músico a ‘Partido Alto’, de Chico Buarque], ‘A Festa’ [Milton Nascimento] e ‘Vaca Profana’ [Caetano Veloso]. Todas encapadas do espírito free do jazz, recheadas de improvisos e criações da banda”, diz Sandro.

DOIS DUOS

“A minha participação na quinta-feira e na sexta-feira [sempre às 19h] será para introduzir a noite, no formato duo. Na quinta-feira, com o Gabriel de Andrade, violão e voz. E na sexta-feira o duo com o Juba, piano e voz. Será bem intimista para introduzir as bandas que chegam depois com bateria, contrabaixo e tal. Cada apresentação deve durar uns 45 minutos”, anuncia o cantor Léo Cavallini.

O crooner também é praticante do saxofone barítono – o mesmo instrumento de gigantes como o norte-americano Gerry Mulligan (1927-1996) ou o brasileiro Aurino Ferreira (1926-2019). Mas Léo assegura que vai deixar o sax em casa, pelo menos para as apresentações desta semana. Mas adianta que não faltarão pérolas da música brasileira em seu repertório, assim como alguns standards de jazz “e uma versão ou outra de uma música mais pop em um arranjo mais intimista”.

MOVIMENTO CRESCENDO

“A gente vai fazer um show voltado para os clássicos, os standards do jazz tradicional, com algumas autorais. Provavelmente vai ter uma autoral de cada um, uma minha, uma do [Gabriel de] Andrade [guitarrista] e uma do [Gabriel] Basso [baixista]”, diz o baterista Adriel Santos sobre o show do El Trio, amanhã, às 20h.

“Vale lembrar que essa é a segunda vez que a gente toca no bar, pela primeira vez no novo espaço. É muito importante esse movimento de jazz nos bares. Ter um bar como o Jardim Secreto fazendo um movimento de quatro dias com um som e bandas de jazz é importante para a gente. E a gente do El Trio fica superorgulhoso de que o movimento esteja crescendo”, exalta o batera, idealizador do Campo Grande Jazz Festival.

Na sexta-feira, além do dueto entre Léo Cavallini e Juba, apresenta-se, a partir das 20h, o Jota Trio – Juninho MPB (baixo e voz), Juba (piano) e Mateus Yule (bateria) –, com sua releitura de canções brasileiras pontuada também por standards.

CONEXÃO

A cantora Navalha define a sua apresentação, a única programada para o horário do almoço, no sábado, como “contemporânea e progressiva. Vai ser muito bonito e estou muito feliz por estar fazendo parte. O Jardim Secreto é um lugar que sempre abre portas para novas personalidades”.

“Faço uma performance como controladora de DJ set e também vou usar uma guitarra. Como é jazz, acredito que a guitarra traga muito dessa linguagem. Vou colocar alguns clássicos do jazz e algumas músicas da MPB que já trabalho no repertório e que vou transformar em jazz, com a minha batida, a minha guitarra e a minha voz em cima. Algumas vão ser só na base de DJ, outras com essa base e a guitarra e outras só na guitarra”, diz Navalha.

Na noite de sábado, Otávio & Projeto Alma Jazzy arrematam o festival, a partir das 20h.

“O jazz sempre teve uma conexão especial com a proposta do Jardim Secreto. Criamos o festival para valorizar a cena musical local e proporcionar ao público uma experiência cultural única, com boa música, gastronomia e um ambiente acolhedor. Queremos que o público se sinta transportado para um espaço onde arte e convivência caminham juntas”, afirma Stefany Castro Lira, proprietária do bar e idealizadora do festival.

“Estamos investindo em uma estrutura ainda mais aconchegante para o público, com um palco especial e espaços pensados para curtir cada detalhe. Buscamos artistas que representassem diferentes vertentes do jazz, do clássico ao moderno, sempre valorizando talentos locais e regionais. Queremos mostrar a diversidade do gênero e criar momentos únicos para quem ama música ao vivo”, diz Stefany. A conferir.

2º Festival de Jazz

Jardim Secreto Café/Bar, na Rua Barão de Melgaço, nº 180, Centro.
Ingressos: R$ 20 (antecipado) e R$ 30 (na entrada).
Reservas: (67) 99933-6713.

Hoje, às 20h: Urbem.
Amanhã, às 19h: Léo Cavallini & Gabriel de Andrade.
Amanhã, às 20h: El Trio.
Sexta-feira, às 19h: Léo Cavallini & Juba.
Sexta-feira, às 20h: Jota Trio.
Sábado, às 13h: Navalha (R$ 10).
Sábado, às 20h: Otávio & Projeto Alma Jazzy.

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Carretas da magia

Caravana de Natal da Coca-Cola passa por Dourados e Itaporã nesta quarta; veja o trajeto

Caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d'água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel

17/12/2025 10h15

Carretas natalinas da Coca Cola

Carretas natalinas da Coca Cola DIVULGAÇÃO/Coca Cola

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Falta uma semana para o Natal e a tradição de sair às ruas para acompanhar a passagem das carretas natalinas da Coca-Cola está de volta.

Caravana Iluminada percorre ruas e avenidas de Dourados e Itaporã nesta quarta-feira (17). 

Os caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d’água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel.

É possível acompanhar ao vivo o lugar que a carreta está neste site.

Confira os trajetos e horários:

DOURADOS - 17 DE DEZEMBRO - 20H30MIN

  • INÍCIO - 20h30min - rua Sete de Setembro
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Delfino Garrido
  • Avenida Weimar Gonçalves Torres
  • Rua Paissandú
  • Rua Monte Alegre
  • Rua Rangel Torres
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Itamarati
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Mozart Calheiros
  • Rua Raul Frost
  • Rua Docelina Mattos Freitas
  • Rua Seiti Fukui
  • Rua Josué Garcia Pires
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Manoel Rasselem
  • Rua Projetada Onze
  • Rua General Osório
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Olinda Pires de Almeida
  • Rua João Cândido da Câmara
  • FIM - Rua Manoel Santiago

Carretas natalinas da Coca Cola

 ITAPORà- 17 DE DEZEMBRO - 17H30MIN

  • INÍCIO - Rotatória de entrada/saída da cidade
  • Avenida José Chaves da Silva
  • Avenida Estefano Gonella
  • Rua José Edson Bezerra
  • Rua Aral Moreira
  • Rua Duque de Caxias
  • FIM - Rotatória de entrada/saída da cidade

Carretas natalinas da Coca Cola

ARTES VISUAIS

Floripa de novo!

Após temporada de sucesso, Lúcia Martins Coelho Barbosa inaugura mais uma exposição em Florianópolis:"Do Pantanal para a Ilha 2" permanece em cartaz até 3 de janeiro e apresenta 20 telas, 6 delas inéditas, com elementos da fauna e flora sul-mato-grossense

17/12/2025 10h00

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês Divulgação

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A artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa apresenta em Florianópolis uma seleção de obras que celebram a potência estética e simbólica do Pantanal.

Reconhecida internacionalmente, especialmente pelas pinturas de onças-pintadas, sua marca registrada, Lúcia construiu uma trajetória sólida ao longo de mais de quatro décadas nas artes visuais, marcada por pesquisa, identidade regional e profunda relação com a fauna brasileira.

Após uma temporada de sucesso em agosto, “Do Pantanal para a Ilha” retorna a Florianópolis, agora em novo local, na Sala Open Cultura, em exposição até o dia 3 de janeiro.

A mostra é composta por 20 telas, seis delas inéditas e outras peças de sucesso do acervo de Lúcia, que já expôs em sete países e quatro estados brasileiros.

“O nome ‘Do Pantanal para a Ilha’ veio da ideia de apresentar o Pantanal para um novo público que está conhecendo meu trabalho, e para isso coloquei nas telas elementos como as flores de aguapé, as árvores do Cerrado e as onças, que são meu carro-chefe”, apresenta Lúcia.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra "A procura da caça", de Lúcia Martins

LEGADO DE MS

Outro elemento regional incorporado nos quadros é a renda nhanduti, um bordado artesanal tradicional do Paraguai cujo nome significa “teia de aranha” em guarani, uma referência à sua aparência delicada e intrincada, utilizada normalmente em peças decorativas e roupas.

Ao todo, foram vários meses de preparação para a exposição, em um longo processo de produção e ressignificação de obras, utilizando as técnicas pastel sobre papel e acrílico sobre tela.

As obras que compõem essa exposição vão refletindo lugares, flores e animais, que talvez não despertem a atenção das pessoas no dia a dia, mas que, de algum modo, acabam fugindo do lugar comum.

Elas são um resumo do que Lúcia vê, vivencia e considera como mais “importante” enquanto legado da natureza de Mato Grosso do Sul para o Brasil e para o mundo.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês“Onça que Chora”, um dos trabalhos inéditos da nova exposição

ESPANTO

A mostra reúne, assim, trabalhos figurativos que retratam, por exemplo, a onça-pintada como símbolo de força, ancestralidade e preservação, convidando o visitante a mergulhar no imaginário pantaneiro e, ao mesmo tempo, nas camadas poéticas que permeiam a trajetória da artista.

Para Lúcia, a arte é como um portão de entrada para um novo mundo, nesse caso o Pantanal sul-mato-grossense.

“O Pantanal não é margem. É centro de novas narrativas. É daqui que falamos ao mundo. O que eu gostaria que essa minha exposição causasse é até um certo espanto ao se ver que aqui também tem gente que faz arte. E nada melhor do que se apresentar quando alguém já tem curiosidade de lhe conhecer”, afirma a mestra das cores e texturas.

“Eu vivo para a arte, se eu não tivesse essa profissão, esse dom de colocar nas telas minhas emoções, meus sentimentos, talvez eu não tivesse nenhuma utilidade para a sociedade. A arte é, acima de tudo, questionadora. O que eu sinto como artista plástica há mais de 45 anos é que estamos ainda abrindo caminho para os artistas que virão. Gostaria muito que o artista fosse respeitado, fosse aceito, fosse útil, pois a arte alimenta a alma”, diz a artista.

PERFIL

Lúcia Martins Coelho Barbosa vive e trabalha em Campo Grande. Formou-se em história pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT). Fez pós-graduação em Comunicação, na área de imagem e som pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Atua na área de artes plásticas, em Campo Grande, há mais de 40 anos e já mostrou suas obras em Portugal, Itália, França, EUA, Japão e Paraguai.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra Florescer no Pântano, de Lúcia Martins

Com o projeto Peretá – “Caminho” na língua tupi-guarani – , a artista exibiu o grafismo indígena e instalações em quatro capitais brasileiras – Brasília, Goiânia, São Paulo e Campo Grande.

Reconhecida por diversas premiações e homenagens, a artista segue expondo seu trabalho em coletivas e individuais. 

Em 2016, Lúcia criou o Múltiplo Ateliê, onde desenvolve trabalhos com artistas e pesquisadores, incluindo gastronomia, educação somática, dança contemporânea, yoga e audiovisual. Como afirma, é “fiel à sua missão de operária da arte”.

>> Serviço

A exposição “Do Pantanal para a Ilha 2”, da artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa, foi inaugurada em 03 de dezembro e está aberta para visitação até 03 de janeiro de 2026, na Sala Open Cultura, do open mall (shopping aberto) Jurerê Open. Av. Búzios, 1.800), Florianópolis (SC). Das 10h às 22h.

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