Correio B

MÚSICA

Ju Souc Trio: brasilidades e protagonismo feminino

De setembro a novembro, Ju Souc Trio percorre quatro cidades (Campo Grande, Naviraí, Ponta Porã e Aquidauana), levando a arte como ferramenta de combate à misoginia

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Na próxima semana, no dia 23 de setembro, às 19h30min, no Teatro Glauce Rocha, na Capital, será realizado o show de estreia do projeto Ju Souc Trio, que vai circular por quatro cidades (Campo Grande, Ponta Porã, Naviraí e Aquidauana) de Mato Grosso do Sul.

A proposta do trabalho é levar música autoral, brasilidades e um forte viés de consciência social. Os shows são gratuitos, com classificação livre. Informações sobre o projeto pelo Instagram @jusouc.music.

Produzido e liderado pela compositora e multi-instrumentista Ju Souc, o trio é formado ainda por Márcio Alves de Jesus (percussão) e Willian Ferreira (baixo). O projeto é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), do Ministério da Cultura (Minc) e do governo federal, por meio de edital da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), da Setesc e do governo do Estado.

Nos palcos, Ju Souc apresenta canções autorais ao lado do trio e também em formato looping (gravação e execução em tempo real), demonstrando seu potencial artístico ao explorar piano, violão, guitarra e bateria. Mais que apresentações musicais, a iniciativa assume uma pauta importante: a cultura como ferramenta de combate à misoginia, de promoção da visibilidade das mulheres e de disseminação de reflexões sociais urgentes.

No município de Aquidauana, a data e local do show estão sendo definidos pela produção do projeto e, em breve, serão divulgados.

Vozes que ecoam

Segundo Rozana Valentim de Godoi, diretora de Popularização da Ciência na UFMS, receber o projeto no Teatro Glauce Rocha é também abrir espaço para reflexão social.

“Receber esse show no Teatro Glauce Rocha, dentro do Festival Mais Cultura, é promover muito mais do que música – é criar espaço de reflexão. Num estado em que ainda há tanta violência contra as mulheres, unir arte, palco acadêmico e música é provocar mudança. O público sai não só emocionado, mas refletindo sobre o papel da mulher na nossa sociedade”.

Amigo da artista e integrante do trio, o percussionista Márcio Alves ressalta a liderança artística de Ju Souc e o engajamento do trabalho. “O que me motivou foi o compromisso da Ju com a nossa música – com verdade, humildade e respeito. É um privilégio tocar sob a direção de uma artista que não se intimida diante de preconceitos, que valoriza cada nota como parte de algo maior”.

Na visão do professor Marco Antônio Costa, diretor do campus da UFMS em Naviraí, a circulação cultural fora da capital tem papel crucial de descentralizar a arte e promover pautas essenciais.

“Aqui no interior, a arte vai além de espetáculo: cria pertencimento. Trazer esse show para Naviraí significa também descentralizar a cultura, mostrar que é possível viver cultura diversificada longe dos grandes centros. É alimentar alma, pensamento e consciência”.

Arte não tem regras

Já para Ju Souc, idealizadora e protagonista do projeto, a proposta é apresentar música sem fronteiras e com responsabilidade social.

“Levar ao público a verdadeira história musical. Que a música não tem limites, que a arte não tem regras, o que existe, sim, é a responsabilidade social com o trabalho desenvolvido”, afirma a artista que adianta ao público seu propósito de “levar canções autorais que desmistificam paradigmas da música sul-mato-grossense. O show é leve e intenso ao mesmo tempo. Três pessoas, vários instrumentos no palco. Haverá piano, violão, guitarra, bateria e voz. De clássicos a composições inéditas. Será dividido em três partes, com uma participação especial surpresa no fim”.

Bastidores

Apesar do tom de celebração musical, o projeto também chama atenção para a dura realidade em que se insere Mato Grosso do Sul. Isso porque ele segue entre os estados com os maiores índices de feminicídio no País.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado este ano, MS tem a segunda maior taxa nacional de violência contra a mulher, conforme taxas registradas em 2024, perdendo apenas para Mato Grosso.

Para se ter uma ideia, só até este mês de setembro, já foram registradas 27 mulheres vítimas de feminicídio, conforme publicado no site Monitor de Violência Contra a Mulher, do governo do Estado.

“É nesse contexto que iniciativas culturais como o Ju Souc Trio ganham ainda mais relevância, promovendo voz, empoderamento e reflexão por meio da arte”, conclui a professora da UFMS, Rozana Valentim.

Serviço

Projeto Ju Souc Trio – Shows

• Campo Grande – 23 de setembro, às 19h30min – Teatro Glauce Rocha (UFMS).
• Naviraí – 2 de outubro, às 21h – Campus UFMS.
• Ponta Porã – 3 de outubro, às 19h30min – Fronteira Criativa.

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Carretas da magia

Caravana de Natal da Coca-Cola passa por Dourados e Itaporã nesta quarta; veja o trajeto

Caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d'água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel

17/12/2025 10h15

Carretas natalinas da Coca Cola

Carretas natalinas da Coca Cola DIVULGAÇÃO/Coca Cola

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Falta uma semana para o Natal e a tradição de sair às ruas para acompanhar a passagem das carretas natalinas da Coca-Cola está de volta.

Caravana Iluminada percorre ruas e avenidas de Dourados e Itaporã nesta quarta-feira (17). 

Os caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d’água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel.

É possível acompanhar ao vivo o lugar que a carreta está neste site.

Confira os trajetos e horários:

DOURADOS - 17 DE DEZEMBRO - 20H30MIN

  • INÍCIO - 20h30min - rua Sete de Setembro
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Delfino Garrido
  • Avenida Weimar Gonçalves Torres
  • Rua Paissandú
  • Rua Monte Alegre
  • Rua Rangel Torres
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Itamarati
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Mozart Calheiros
  • Rua Raul Frost
  • Rua Docelina Mattos Freitas
  • Rua Seiti Fukui
  • Rua Josué Garcia Pires
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Manoel Rasselem
  • Rua Projetada Onze
  • Rua General Osório
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Olinda Pires de Almeida
  • Rua João Cândido da Câmara
  • FIM - Rua Manoel Santiago

Carretas natalinas da Coca Cola

 ITAPORà- 17 DE DEZEMBRO - 17H30MIN

  • INÍCIO - Rotatória de entrada/saída da cidade
  • Avenida José Chaves da Silva
  • Avenida Estefano Gonella
  • Rua José Edson Bezerra
  • Rua Aral Moreira
  • Rua Duque de Caxias
  • FIM - Rotatória de entrada/saída da cidade

Carretas natalinas da Coca Cola

ARTES VISUAIS

Floripa de novo!

Após temporada de sucesso, Lúcia Martins Coelho Barbosa inaugura mais uma exposição em Florianópolis:"Do Pantanal para a Ilha 2" permanece em cartaz até 3 de janeiro e apresenta 20 telas, 6 delas inéditas, com elementos da fauna e flora sul-mato-grossense

17/12/2025 10h00

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês Divulgação

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A artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa apresenta em Florianópolis uma seleção de obras que celebram a potência estética e simbólica do Pantanal.

Reconhecida internacionalmente, especialmente pelas pinturas de onças-pintadas, sua marca registrada, Lúcia construiu uma trajetória sólida ao longo de mais de quatro décadas nas artes visuais, marcada por pesquisa, identidade regional e profunda relação com a fauna brasileira.

Após uma temporada de sucesso em agosto, “Do Pantanal para a Ilha” retorna a Florianópolis, agora em novo local, na Sala Open Cultura, em exposição até o dia 3 de janeiro.

A mostra é composta por 20 telas, seis delas inéditas e outras peças de sucesso do acervo de Lúcia, que já expôs em sete países e quatro estados brasileiros.

“O nome ‘Do Pantanal para a Ilha’ veio da ideia de apresentar o Pantanal para um novo público que está conhecendo meu trabalho, e para isso coloquei nas telas elementos como as flores de aguapé, as árvores do Cerrado e as onças, que são meu carro-chefe”, apresenta Lúcia.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra "A procura da caça", de Lúcia Martins

LEGADO DE MS

Outro elemento regional incorporado nos quadros é a renda nhanduti, um bordado artesanal tradicional do Paraguai cujo nome significa “teia de aranha” em guarani, uma referência à sua aparência delicada e intrincada, utilizada normalmente em peças decorativas e roupas.

Ao todo, foram vários meses de preparação para a exposição, em um longo processo de produção e ressignificação de obras, utilizando as técnicas pastel sobre papel e acrílico sobre tela.

As obras que compõem essa exposição vão refletindo lugares, flores e animais, que talvez não despertem a atenção das pessoas no dia a dia, mas que, de algum modo, acabam fugindo do lugar comum.

Elas são um resumo do que Lúcia vê, vivencia e considera como mais “importante” enquanto legado da natureza de Mato Grosso do Sul para o Brasil e para o mundo.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês“Onça que Chora”, um dos trabalhos inéditos da nova exposição

ESPANTO

A mostra reúne, assim, trabalhos figurativos que retratam, por exemplo, a onça-pintada como símbolo de força, ancestralidade e preservação, convidando o visitante a mergulhar no imaginário pantaneiro e, ao mesmo tempo, nas camadas poéticas que permeiam a trajetória da artista.

Para Lúcia, a arte é como um portão de entrada para um novo mundo, nesse caso o Pantanal sul-mato-grossense.

“O Pantanal não é margem. É centro de novas narrativas. É daqui que falamos ao mundo. O que eu gostaria que essa minha exposição causasse é até um certo espanto ao se ver que aqui também tem gente que faz arte. E nada melhor do que se apresentar quando alguém já tem curiosidade de lhe conhecer”, afirma a mestra das cores e texturas.

“Eu vivo para a arte, se eu não tivesse essa profissão, esse dom de colocar nas telas minhas emoções, meus sentimentos, talvez eu não tivesse nenhuma utilidade para a sociedade. A arte é, acima de tudo, questionadora. O que eu sinto como artista plástica há mais de 45 anos é que estamos ainda abrindo caminho para os artistas que virão. Gostaria muito que o artista fosse respeitado, fosse aceito, fosse útil, pois a arte alimenta a alma”, diz a artista.

PERFIL

Lúcia Martins Coelho Barbosa vive e trabalha em Campo Grande. Formou-se em história pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT). Fez pós-graduação em Comunicação, na área de imagem e som pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Atua na área de artes plásticas, em Campo Grande, há mais de 40 anos e já mostrou suas obras em Portugal, Itália, França, EUA, Japão e Paraguai.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra Florescer no Pântano, de Lúcia Martins

Com o projeto Peretá – “Caminho” na língua tupi-guarani – , a artista exibiu o grafismo indígena e instalações em quatro capitais brasileiras – Brasília, Goiânia, São Paulo e Campo Grande.

Reconhecida por diversas premiações e homenagens, a artista segue expondo seu trabalho em coletivas e individuais. 

Em 2016, Lúcia criou o Múltiplo Ateliê, onde desenvolve trabalhos com artistas e pesquisadores, incluindo gastronomia, educação somática, dança contemporânea, yoga e audiovisual. Como afirma, é “fiel à sua missão de operária da arte”.

>> Serviço

A exposição “Do Pantanal para a Ilha 2”, da artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa, foi inaugurada em 03 de dezembro e está aberta para visitação até 03 de janeiro de 2026, na Sala Open Cultura, do open mall (shopping aberto) Jurerê Open. Av. Búzios, 1.800), Florianópolis (SC). Das 10h às 22h.

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