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Cultura

Livro de Vieira Junior e obra póstuma de Calligaris: conheça os premiados do Jabuti 2024

A 66ª edição do Prêmio Jabuti ocorreu na última terça-feira (19) na Câmara Brasileira do Livro

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A Câmara Brasileira do Livro (CBL) revelou os vencedores da 66ª edição do Prêmio Jabuti na última terça-feira, 19, em uma cerimônia que consagrou Rosa Freire D’Aguiar, ganhadora do Livro do Ano (concedido à obra melhor classificada entre as categorias dos Eixos Literatura e Não Ficção) por Sempre Paris: Crônica de uma Cidade, Seus Escritores e Artistas.

A premiação também contou uma vitória para Itamar Vieira Junior, por seu romance Salvar o Fogo, e um prêmio póstumo para Contardo Calligaris. O psicanalista, escritor e dramaturgo foi reconhecido na categoria Saúde e Bem-Estar pelo livro O Sentido da Vida. A seguir, o Estadão lista uma série de críticas e entrevistas para conhecer melhor os premiados do Jabuti 2024. Confira:



‘Sempre Paris: Crônica de uma Cidade, Seus Escritores e Artistas’



Na obra, Rosa Freire D’Aguiar reúne entrevistas realizadas com grandes escritores, artistas e intelectuais, durante uma janela de cerca de 20 anos, entre o final dos anos 1970, anos 1980 e um pouco da década de 1990, quando viveu em Paris, trabalhando com jornalistas. A partir das conversas, vêm as memórias, e a autora disseca o cenário parisiense que conheceu e chamou de casa, em sua longa estadia. Aparecem na obra personalidades como Alain Finkielkraut, Alberto Cavalcanti, Conrad Detrez, Élisabeth Badinter, Ernesto Sabato, Eugène Ionesco e Norma Bengell. A obra é publicada pela Companhia das Letras.



'Salvar o Fogo'


Em seu livro vencedor da categoria de Romance Literário, Itamar Vieira Júnior acompanha Luzia do Paraguaçu, uma mulher que busca na coragem o caminho para ultrapassar as maiores injustiças. Órfão de mãe, Moisés encontra afeto em Luzia, estigmatizada entre a população por seus supostos poderes sobrenaturais. Para ganhar a vida, ela se torna a lavadeira do mosteiro da região e passa a experimentar uma vida de profundo sentido religioso, o que a faz educar Moisés com extrema rigidez. Salvar o Fogo é publicado pela Todavia. Leia a entrevista em que Vieira Júnior fala sobre o livro, que veio após o bem-sucedido Torto Arado.



'O Ninho’



Ganhador da categoria de Conto, o livro de Bethânia Pires Amaro reúne 15 contos que se aprofundam nas complexidades das relações familiares, acompanhando personagens femininas que enfrentam mazelas diversas. Através de suas histórias, somos lembrados de que a casa não é necessariamente um espaço sacro ou seguro. Publicada pela Record, a obra já havia vencido o Prêmio Sesc 2023.



Vencedor da categoria de Saúde e Bem-Estar, o livro de Contardo Calligaris foi publicado postumamente -- o autor morreu aos 72 anos, em 2021, em decorrência de um câncer. Na obra, publicada pela Paidós, Calligaris reúne reflexões sobre a obrigação da felicidade, o "morrer bem" e o sentido da vida, costurando suas memórias e vivências com estes temas universais. Leia a resenha do livro.



'Baviera Tropical'



Escrito por Betina Anton e publicado pela Todavia, o livro ganhador em Biografia e Reportagem reconta a trajetória de Josef Mengele, o mais infame dos médicos nazistas, e sua vida no Brasil. A autora investiga como foi possível que Mengele, apelidado de "Anjo da Morte", tenha conseguido levar uma vida relativamente pacata por cerca de vinte anos no País. Leia a resenha de Baviera Tropical e saiba mais sobre como a obra e o livro Surazo se debruçam sobre a vida que nazistas procurados tiveram na América do Sul.



Marina Colasanti



A homenageada como Personalidade Literária de 2024 foi Marina Colasanti. Aos 87 anos, e com mais de 50 anos de carreira, a autora ítalo-brasileira - que coleciona nove estatuetas do Jabuti - foi escolhida "por sua contribuição à literatura, com livros que tratam de temas universais de maneira simples e poética, conquistando leitores de todas as idades".

No ano passado, a autora falou ao Estadão sobre ser reconhecida por importantes prêmios literários.

"Cheguei numa idade em que ter a minha estrada vista, enaltecida, representa um ponto avançado de um ciclo, que é a minha própria vida dedicada à literatura. É muito bom", disse.

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27 anos após 'Titanic', Leonardo DiCaprio e Kate Winslet se beijam em evento; veja vídeo

Veja o momento durante o evento em que Kate é chamada ao palco e os dois atores se beijam levando o público a loucura

20/11/2024 18h43

Reprodução Redes sociais

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Leonardo DiCaprio e Kate Winslet relembraram o casal Jack e Rose, de Titanic (1997), ao público que compareceu ao evento do drama biográfico Lee, filme recém-protagonizado pela atriz.

O astro foi responsável por chamá-la ao palco e a cumprimentou com um selinho.

"Minha cara amiga, seu trabalho neste filme foi nada menos que transformador. Continuo impressionado. Continuo a admirar a sua força, a sua integridade, o seu talento e a sua paixão por cada projeto que você cria. Sem mais delongas, um dos grandes talentos da minha geração: a primeira e única Kate Winslet", declarou DiCaprio.



Assim que ela subiu ao palco, os dois se cumprimentaram com um beijo na boca e, na sequência, se abraçaram.

 

 

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Curta-metragem

Corumbá é cenário de 'Les Garçons'

Curta-metragem conta com a participação de artistas e produtores sul-mato-grossenses

20/11/2024 16h24

Divulgação

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Começou nesta terça-feira (19) e segue até o dia 23, em Corumbá, a gravação do curta-metragem ‘Les Garçons’, com a participação de artistas e produtores sul-mato-grossenses e a direção do respeitado Breno Moroni, 70, protagonista do filme 'Katharsys' (1990) com Grande Otelo. Ator, roteirista, dramaturgo, circense, escritor e fluminense de Petrópolis (RJ), Moroni mora há cinco anos em Campo Grande.

O filme de 15 minutos (legendado em inglês e espanhol) é uma comédia, mas aborda sutilmente o abandono e a solidão que acometem os pacientes terminais, entre delírios, amor platônico, angustia, esquizofrenia, conflitos e reflexões dos acasos da vida. Adaptação de uma peça de teatro escrita e dirigida por Moroni em Portugal, da qual o ator luso Francisco Adam (morreu em 2006) foi um dos personagens.

‘Les Garçons’ tem como pano de fundo um velho restaurante francês onde se trava o diálogo entre um jovem garçom e um idoso maitre fragilizado pela guerra na espera de seu amor não correspondido (uma paciente terminal solitária, filha de um aristocrata decadente), almejando o seu último jantar, ao lado desse amor não vivido. Os personagens se inter-relacionam de forma conflitante, entre traumas e decepções.

Em nome da arte

A locação ocorrerá em um espaço emblemático: o grande salão da antiga Beneficência Portuguesa, no centro da cidade, uma construção de estilo eclético com características neocoloniais de meados do século XX, trazendo uma atmosfera histórica e rica à narrativa do filme. O cenário é composto por peças artísticas antigas, algumas centenárias, captadas no Estado e São Paulo.

A produção pantaneira originou-se da aprovação do projeto inscrito pelo corumbaense Salim Haqzan, 54, e aprovado pela Lei Paulo Gustavo de Mato Grosso do Sul. Agente e ativista cultural, com forte atuação artística local e performances que têm por base o teatro, Salim é um dos protagonistas do curta interpretando o maitre, personagem central da trama.

“Não é cumprir o edital, mas mostrar um trabalho produzido por profissionais talentosos do Estado com a experiência e visão artística de um Breno Moroni”, sinteriza Salim, que emagreceu 15 quilos para viver seu personagem. “Compromisso com a arte, com nossa história”, completa ele, que, em 2010, criou a Companhia de Experimentos e Truques Teatrais de Corumbá (GETT).

Abordagem inovadora

O cinema sul-mato-grossense - avalia Moroni, 90 filmes em 50 anos de carreira - ganha um novo capítulo com a produção do curta-metragem. “Contamos com uma equipe de peso, agregando talentos de diferentes regiões do Estado, e promete ser uma adição valiosa ao panorama cultural de Mato Grosso do Sul, celebrando a arte e a diversidade do Estado e trazendo à luz uma narrativa envolvente”, diz.

A equipe técnica conta com o talento dos corumbaenses Bruno Nischino (diretor de fotografia) e Marco Calábria (diretor de cena), da Eureka Audiovisual, conhecida por seus filmes premiados em Portugal, especialmente na área de turismo. Juntos, eles trazem uma abordagem inovadora e estética ao curta-metragem. Também faz parte Deivison Pedrê (“Ninguém Lhe Estenderá a Mão”, premiado na 2ª edição do Bonito CineSur). A trilha autoral é da banda sul-mato-grossense Flor de Pequi.

Além de Salim Haqzan, que também atua em intervenções turísticas apresentando a histórica Corumbá para quem a visita e promove ensaios onde personifica o jeito de ser e o falar do homem pantaneiro na sua essência, o elenco é formado pelo ator Fábio Arruda, de Nova Andradina, mesma cidade da produtora Juliana Zampiere. A assistente de arte, Carolina Brandão Simurro, veio de São Paulo.

Carol Simurro, Breno Moroni e Salim Haqzan
Bruno Nischino, Breno Moroni, Marco Calábria e Salim Salim Haqzan

 

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