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Saúde

Médica da Capital dá dicas sobre como ter um envelhecimento saudável

"Um envelhecimento bem-sucedido está baseado em procurar o geriatra na quarta ou quinta década de vida", defende a médica Maria Fernanda Guerini, que preside a seção regional da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

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A geriatria é a especialidade médica que cuida das doenças associadas ao processo de envelhecimento. “Frente ao envelhecimento populacional, é uma especialidade fundamental para dar assistência a uma parte do processo de envelhecer”, afirma a médica paulista, radicada em Campo Grande, Maria Fernanda Guerini, de 38 anos.

Autoridade no assunto, a médica defende uma abordagem diferenciada da área médica que escolheu para se especializar, envolvendo o histórico e a biografia do paciente, assim como um diálogo intenso e permanente com familiares e cuidadores, e a recomendação para que as consultas com o geriatra façam parte da rotina de qualquer pessoa bem antes do que se imagina, já na casa dos 40 anos.

“Temos uma mudança de constituição corporal que se inicia aos 35 anos, e não tenho que te dizer que muda para melhor, pois não muda. Iniciamos nossa perda progressiva de massa muscular, e entender isso aos 40, 50 anos, pode mudar o seu 60+”, explica a médica, que preside a regional sul-mato-grossense da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e representa o Estado no congresso que a entidade realiza de hoje até sábado, em Belo Horizonte (MG).

Maria Fernanda graduou-se pela Faculdade de Medicina de Marília (SP), com residência no Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e fellow (treinamento, aperfeiçoamento e especialização) em distúrbios cognitivos associado ao envelhecimento na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ela é casada com o radiologista Alexandre Curado Sobral Costa, com quem teve os gêmeos Maria Alice e Otávio, de seis anos, e conversou com o Correio B sobre o congresso da SBGG e envelhecimento saudável. Confira a seguir.

Como será a sua participação no Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia?

Como sou presidente da regional da SBGG, vou representar o estado de Mato Grosso do Sul em uma mesa redonda sobre Atualizações sobre Cognição e Distúrbios do Sono, com grandes nomes da geriatria e da neurologia. Estou animadíssima.

Como se pode definir a geriatria? 

É a especialidade médica que cuida das doenças associadas ao processo de envelhecimento. Frente ao envelhecimento populacional, é uma especialidade fundamental para dar assistência a uma parte do processo de envelhecer. Tem como bases as grandes síndromes geriátricas, as cinco Is: instabilidade para caminhar e quedas, incontinências, insuficiência cognitiva [demências], iatrogenias [efeitos colaterais de medicamentos ou tratamentos] e imobilidade [ficar acamado].

Todos esses processos envolvem pessoas que envelheceram e adoeceram no meio da sua caminhada e evoluíram com condições que tiraram de alguma forma sua independência ou autonomia. Claro, todos podem estar suscetíveis às doenças, mas hoje eu vejo a importância de se preparar para envelhecer. Acredito que hoje o caminho para se ter um envelhecimento bem-sucedido está baseado em procurar o geriatra antes dos 60 anos, talvez na quarta ou quinta década de vida, para atuarmos em hábitos modificáveis. 

O que seria um envelhecimento bem-sucedido?

Seria aquele em que, mesmo com doenças crônicas controladas, a pessoa passa os anos mantendo sua independência e autonomia, ou seja, a capacidade de cuidar de si e de tomar decisões por si mesmo. E essa ideia não tem relação com um número de idade específico.

O que traz de diferencial na sua abordagem da geriatria?

Minha abordagem envolve um atendimento que aborda os pilares de um envelhecimento bem-sucedido. Envolve falar sobre saúde física, saúde mental, cognição, capacidade funcional, estilo de vida e seus hábitos e histórico de doenças crônicas. Além disso, envolve o histórico e a biografia dessa pessoa, quem ela é, quem ela foi quando mais jovem e com quem ela se relaciona e quem está ao lado dela, pois tudo isso faz muita diferença em como vou elaborar o plano de cuidados. Outro diferencial da consulta é acolher os familiares e cuidadores, que são muitas vezes a parte das mãos, braços e pensamentos da pessoa idosa e também têm que estar envolvidos no cuidado.

A partir da perspectiva da geriatria contemporânea, o que pode e o que não pode o homem ou a mulher com mais de 50 anos?

O que pode ou não pode?... [risos]. Vamos lá, o que o não pode é achar que a genética é majoritariamente responsável por determinar sua forma de envelhecer. Ela corresponde a menos de 20% do processo. Os outros mais de 80% são suas escolhas, hábitos, o que você come, quanto você se movimenta ou o quanto você maneja seu estresse. Durante a consulta, tento mostrar para o paciente que ele é o protagonista do seu cuidado.

Para a maioria das pessoas, ainda parece estranho encarar o geriatra antes dos 40 anos? 

Eu acredito, sim, que uma pessoa com 40 anos deva passar pelo geriatra para entender o processo que o seu corpo está passando e vai passar. Temos uma mudança de constituição corporal que se inicia aos 35 anos, e não tenho que te dizer que muda para melhor, pois não muda. É quando iniciamos nossa perda progressiva de massa muscular, e entender isso aos 40, 50 anos, pode mudar seu 60+. Para as mulheres, esse processo é somado à menopausa, que somada às mudanças hormonais e às da constituição corporal, pode sim aumentar riscos de doenças.

Acredito que temos medo daquilo que não conhecemos. Talvez essa falta de conhecimento com o que acontece com nosso corpo com o passar dos anos seja um dos responsáveis pelo, entre aspas, medo de envelhecer. Ou talvez exemplos de envelhecimentos marcados pela dependência, doenças e limitações sejam mais comuns para a realidade brasileira. Isso seria uma das causas do etarismo ou do estigma da imagem da pessoa idosa como dependente e frágil.

Você tem se destacado ao trazer esses tópicos de um modo bem fundamento e prático. Mas como convencer as pessoas de que é necessário cuidar da, digamos, velhice anterior?

Por isso tenho como missão levar o assunto envelhecimento ao máximo de espaços possíveis, com informações de qualidade e baseadas em evidências científicas, para que mais pessoas entendam o mais cedo possível que é possível envelhecer bem, sem incapacidades e com qualidade de vida. Quero mostrar que envelhecer é natural e pode ser muito bom. Aprendo muito com meus pacientes diariamente.

O congresso: de casas inteligentes a novidades sobre demências

De hoje até este sábado, o 24º Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia (CBGG), principal evento da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), desenvolve o tema Envelhecimento e Tecnologia: Uma Parceria Entre Gerações, com discussões sobre o impacto da tecnologia na saúde, na assistência, na vida das pessoas idosas e na sociedade como um todo. Realizado no Minas Centro, em Belo Horizonte (MG), o congresso reunirá mais de quatro mil participantes.

De acordo com o geriatra e presidente da SBGG, Marco Túlio Cintra, o CBGG contará com as principais referências de cada área, incluindo palestrantes internacionais, que proporcionarão uma verdadeira imersão em diferentes temas relacionados à tecnologia e ao envelhecimento. “Tudo foi planejado com o máximo cuidado para que os visitantes possam ter a melhor experiência possível e, principalmente, adquirirem esse conhecimento fundamental”, explica.

Mais de 250 temas serão abordados, entre eles as inovações tecnológicas, que têm desempenhado um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa, especialmente no que se refere às smarthomes, as chamadas casas inteligentes, e aos avanços no tratamento de condições como osteoporose, diabetes e obesidade. “Essas casas oferecem soluções que aumentam a segurança, a autonomia e o conforto dos idosos, pois dispositivos como fechaduras inteligentes e câmeras de segurança permitem que o morador controle elementos-chave da casa pelo smartphone, garantindo mais tranquilidade aos idosos e os familiares”, comenta a geriatra e diretora da SBGG, Alessandra Tieppo, ao explicar que os sensores de movimento, os detectores de fumaça e os sistemas de monitoramento de saúde integrados podem alertar cuidadores e familiares sobre qualquer problema. “Projetos-pilotos, como o uso de assistentes virtuais para melhorar a assistência domiciliar, têm sido implementados com sucesso, destacando a tendência de integração tecnológica nos cuidados com os idosos”, frisa.

Em relação às novidades nos tratamentos de osteoporose e diabetes, dra. Alessandra revela que estudos recentes indicam que medicamentos como a semaglutida, utilizada no tratamento do diabetes tipo 2 e obesidade, podem estar associados à perda óssea, por conta da rápida perda de peso. No entanto, segundo ela, não há evidências conclusivas de que esses medicamentos são causadores diretos da osteoporose. “A Associação Americana de Diabetes [ADA] recomenda que pacientes com diabetes e baixa densidade mineral óssea considerem o uso de medicamentos antirreabsortivos e agentes osteoanabólicos para preservar a saúde óssea”, relata. 

Quanto à obesidade, ela explica que o manejo desse problema na população 60+ necessita de uma abordagem cuidadosa, já que a ADA destaca a importância de ajustar a terapia antidiabética em pacientes com sobrepeso ou obesidade, visando não apenas o controle glicêmico, mas a promoção da perda de peso saudável e sustentável. “O fato é que essas inovações tecnológicas e os avanços médicos podem transformar, de maneira significativa, a vida dos idosos, promovendo um envelhecimento com muito mais qualidade de vida”, afirma dra. Alessandra.

Situações difíceis e novos fatores de risco para demência; desafios da prática da direção veicular (como avaliar a hora de parar?); cuidados paliativos; nutrição e longevidade; quem são e como estão os idosos do Brasil; utilização da inteligência artificial na geriatria e na gerontologia; ambulatório para cuidadores; perspectivas do novo consenso de sarcopenia; população LGBTQIA+; as diferentes facetas da ansiedade; intervenções no estilo de vida para o tratamento de doenças neurodegenerativas e vírus sincicial respiratório são outros assuntos de destaque no CBGG.

Os trabalhos científicos também terão notoriedade. Profissionais e grupos atuantes em trabalhos acadêmicos e de natureza assistencial que envolvem aspectos de relevância para o envelhecimento submeteram seus estudos para avaliação e, durante os três dias, vão expô-los aos visitantes. Os três primeiros colocados de cada categoria dos temas livres de geriatria e gerontologia serão premiados (valores de R$ 2,5 mil a R$ 10 mil).

De acordo com a geriatra e diretora científica da SBGG, Ana Cristina Canêdo, o nível dos trabalhos enviados superou as expectativas e a comissão teve bastante trabalho para eleger os melhores para serem apresentados ao público. “Isso reforça que os profissionais estão cada vez mais preparados para atuar com as questões ligadas ao envelhecimento e, acima de tudo, enxergam o CBGG como o principal congresso da especialidade”, afirma.

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Cinema B+: Os primeiros sinais do Critics Choice 2026

A lista de indicações revela forças, silêncios e tendências que devem marcar toda a temporada de premiações. Sinners domina, Wagner surpreende e Cynthia fica de fora.

13/12/2025 14h00

Cinema B+: Os primeiros sinais do Critics Choice 2026

Cinema B+: Os primeiros sinais do Critics Choice 2026 Foto: Divulgação

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As indicações ao Critics’ Choice deste ano chegaram com aquela mistura deliciosa de obviedades confirmadas, surpresas estratégicas e ausências que vão ecoar pelas próximas semanas. Não é exagero dizer que, com essa lista, o jogo realmente começou e já com algumas peças bem posicionadas no tabuleiro.

Sinners no comando absoluto

O grande fato é inescapável: Sinners saiu da largada como o filme da temporada. São 17 indicações, um número que não deixa espaço para debate. Ele entra em tudo: Filme, Diretor, Ator, Roteiro, categorias técnicas, Elenco, Trilha, Canção. Quando uma produção aparece em quase todos os campos possíveis, ela naturalmente assume o posto de eixo gravitacional do ano. É aquele combo que a crítica adora: força dramática, acabamento técnico, ambição estética e performances que sustentam o pacote. Sinners não só lidera, ele estabelece o tom.

Logo atrás, One Battle After Another surge com 14 indicações, enquanto Hamnet e Frankenstein empatam com 11. É um grupo que revela o gosto de 2025/2026: cinema com assinatura, com textura, com direção que guia narrativa e atmosfera. Nada de lugar-comum — mesmo quando lidam com obras literárias ou universos de fantasia, esses filmes chegam com personalidade.

Bugônia cresce, Avatar diminui

Entre os movimentos mais reveladores da manhã está Bugônia entrando em Melhor Filme. Até pouco tempo, muitos tratavam a presença de Avatar: Fire and Ash como automática nas listas amplas, mas a vaga ficou com Bugônia. E isso não é acidental: o filme também aparece em Melhor Atriz (Emma Stone) e em Roteiro Adaptado, o que sinaliza que não é um candidato “alternativo”, mas uma força real na temporada. Avatar, ao contrário, ficou restrito ao espaço inevitável: Efeitos Visuais. Para um projeto concebido como megaevento, é um baque. O Critics’ Choice deixa claro que a escala, sozinha, não define relevância este ano.

Wagner Moura atravessa fronteiras

Um dos momentos simbólicos — e históricos — da lista é a indicação de Wagner Moura em Melhor Ator por O Agente Secreto, somada à presença do filme em Melhor Filme em Língua Estrangeira. Não é comum um protagonista de um filme internacional furar a bolha das categorias principais de atuação. Quando isso acontece, desloca a conversa. A indicação reforça tanto a força do filme quanto o impacto da performance. É um marco real para a presença latina nas premiações americanas e abre caminho para que O Agente Secreto circule mais amplamente na temporada.

Melhor Ator: a categoria mais competitiva do ano

A lista de Melhor Ator deixa claro que a corrida está mais apertada do que parecia. Além de Wagner, aparecem nomes que já estavam no radar e outros que chegam para consolidar suas chances:

• Joel Edgerton, por Train Dreams • Ethan Hawke, por Blue Moon • Mais Michael B. Jordan, Lee Byung-hun, George Clooney, entre outros
Com tantos filmes fortes aparecendo também em categorias de topo, essa é uma daquelas disputas que pode mudar semana a semana. Train Dreams, por exemplo, cresceu muito: entrou em Filme, Ator e Roteiro Adaptado e isso automaticamente fortalece Edgerton. Já Hawke, vindo de um filme mais isolado, depende do carinho dos votantes.

A categoria perfeita com o buraco mais comentado: Melhor Atriz

O grupo de indicadas a Melhor Atriz está impecável no conjunto, mas não sem um peso: a ausência de Cynthia Erivo por Wicked: For Good. Com seis vagas, deixar de fora a protagonista de um filme indicado em várias categorias, inclusive Melhor Filme, não passa despercebido. O Critics’ Choice abraça Amanda Seyfried, Emma Stone, Rose Byrne, Chase Infinity e outras grandes performances, mas o silêncio em torno de Erivo fala alto. Ela era tratada como nome praticamente garantido, e essa esnobada agora se torna um fantasma que a temporada precisará exorcizar — ou confirmar — nas próximas rodadas.

Direção: del Toro dentro, outros nomes fortes de fora

Na categoria de Direção, o espaço para Guillermo del Toro por Frankenstein já era esperado: o filme é um projeto de paixão e chegou com a marca emocional e visual que os votantes costumam prestigiar. Mas sua entrada implica ausências significativas: diretores que vinham sendo tratados como fortes na temporada ficaram de fora. Isso reforça uma tendência do ano: a crítica está priorizando obras com assinatura estética e emocional muito clara e sendo mais seletiva com continuações de franquias ou com cinema político mais direto.

Coadjuvantes e roteiros mSinners é o candidato mais completo. • One Battle After Another, Hamnet e Frankenstein consolidam o “centro de prestígio” da temporada. • Bugônia deixa de ser aposta lateral e entra no jogo grande. • Wagner Moura rompe a barreira da atuação internacional. • Cynthia Erivo vira a grande ausência que todos vão vigiar. • Vários filmes médios, autorais e arriscados entram onde era mais difícil — roteiro, coadjuvante, técnica — e ganham fôlego real. É uma lista que, mais do que premiar, define quem está autorizado a continuar a conversa até o Oscar.

E, como sempre, quem fica de fora da conversa sofre mais do que quem perde o troféu. Na segunda teremos as indicações ao Golden Globes e aí sim, os finalistas para o Oscar já ficarão mais evidentes mostram onde a crítica está arriscando.
As categorias de coadjuvante e de roteiro ajudam a desenhar o segundo plano da temporada:

• Amy Madigan e Ariana Grande ganham força em Atriz Coadjuvante. • Jacob Elordi conquista espaço com Frankenstein. • O elenco de Sinners aparece em categorias diversas, reforçando a força coletiva do filme.

Em roteiro, o Critics’ Choice faz escolhas que deixam clara a intenção de ampliar a conversa:


- Weapons e Sorry Baby entram em Original, abrindo espaço para filmes fora do eixo óbvio. • Train Dreams, Bugônia, Hamnet e Nenhuma Outra Escolha formam um Adaptado sólido e variado. Quando um filme vai forte em roteiro, automaticamente fortalece seus nomes de atuação — é o caso de Train Dreams e Bugônia. O que a lista diz, no fim das contas o Critics’ Choice deste ano não só acende a temporada: ele revela um movimento coletivo. 

Sinners é o candidato mais completo. • One Battle After Another, Hamnet e Frankenstein consolidam o “centro de prestígio” da temporada. • Bugônia deixa de ser aposta lateral e entra no jogo grande. • Wagner Moura rompe a barreira da atuação internacional. • Cynthia Erivo vira a grande ausência que todos vão vigiar. • Vários filmes médios, autorais e arriscados entram onde era mais difícil — roteiro, coadjuvante, técnica — e ganham fôlego real. É uma lista que, mais do que premiar, define quem está autorizado a continuar a conversa até o Oscar. E, como sempre, quem fica de fora da conversa sofre mais do que quem perde o troféu. Na segunda teremos as indicações ao Golden Globes e aí sim, os finalistas para o Oscar já ficarão mais evidentes.
 

CULINÁRIA

Motivo de discórdia na ceia natalina, uva-passa traz benefício à saúde

Item obrigatório para uns ou dispensável para outros no cardápio das ceias natalinas, a uva-passa, embora divida opiniões, traz benefícios à saúde; especialista destaca seu valor nutricional e versatilidade no preparo de receitas

13/12/2025 09h00

Além de saudáveis, as uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações, combinadas com maçã, queijos, castanhas e carnes

Além de saudáveis, as uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações, combinadas com maçã, queijos, castanhas e carnes Divulgação

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Todo ano ocorre o mesmo debate nas famílias brasileiras: a inclusão – ou não – da uva-passa nas receitas natalinas. Enquanto uns defendem o toque agridoce que ela agrega aos pratos, outros nem querem ouvir falar da fruta desidratada no cardápio.

Segundo uma pesquisa realizada pela Ticket, marca de vale-refeição e vale-alimentação, 37% das pessoas trabalhadoras no Brasil afirmam que colocariam uva-passa em tudo na ceia de Natal. Outros 43% se dizem indiferentes à fruta, enquanto apenas 20% declaram não gostar. A nutricionista Bárbara Tonsic ressalta que, para além do gosto pessoal, a uva-passa tem, sim, seu valor do ponto de vista nutricional.

“Por ser uma fruta desidratada, ela tem maior concentração de açúcar, sendo uma boa fonte de energia. Além disso, é rica em fibras solúveis, como os frutoligossacarídeos, que favorecem a saúde intestinal. Substâncias como o ácido tartárico ainda auxiliam na fermentação por bactérias boas, contribuindo para o equilíbrio da microbiota”, especifica Bárbara.

A uva-passa também se destaca por oferecer vitaminas e minerais importantes, como vitaminas do complexo B, vitamina A, cobre, ferro, cálcio, potássio e magnésio. Bárbara alerta, entretanto, que o consumo deve ser moderado.

“Por conta da alta concentração de carboidratos, ela pode não gerar saciedade tão facilmente e, nesse caso, é comum ultrapassar a quantidade recomendada”, pontua a nutricionista, que também é professora da área em um curso de ensino superior.

Claras e escuras

Outro ponto que gera curiosidade é a diferença entre as passas escuras e claras. Segundo a professora, as escuras têm maior teor de resveratrol e flavonoides, compostos antioxidantes conhecidos por seus benefícios contra o envelhecimento. Já as claras ou verdes têm menores quantidades desses compostos, mas continuam sendo uma boa opção.

E quanto aos pratos que podem ser enriquecidos com o sabor da uva-passa? Além do tradicional arroz natalino, a especialista sugere outras opções como salpicão, farofas, bolos, tortas e até caponatas.

“As uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações no cardápio natalino. Combinações como uva-passa com maçã ou abacaxi, queijos salgados, castanhas e carnes, como frango ou cordeiro, fazem bastante sucesso”, sugere Bárbara.

Corredores

A professora destaca ainda que o consumo regular de uva-passa pode trazer benefícios à saúde, principalmente por sua ação antioxidante e por melhorar o funcionamento intestinal.

Além disso, pode ser uma opção prática para corredores que precisam repor energia durante treinos ou provas mais longas.

“A verdadeira questão é saber combinar os pratos à sua mesa natalina e aproveitar tanto o sabor quanto os benefícios do alimento. Ame ou odeie, a uva-passa tem muito a oferecer”, reforça a nutricionista.

Benefícios da uva-passa:

> Redução de risco da diabetes tipo 2;
> Prevenção do câncer;
> Prevenção do infarto;
> Diminuição da pressão arterial;
> Prevenção da prisão de ventre;
> Melhora a saúde dos ossos;
> Controle de peso;
> Eliminação de radicais livres;
> Prevenção da anemia;
> Proteção à saúde do coração;
> Promove a saúde dos dentes.

*SAIBA

A origem da uva-passa vem da Roma Antiga, onde era utilizada nas celebrações como símbolo de fartura, alegria e prosperidade.

RECEITA Salpicão com uva-passa

Além de saudáveis, as uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações, combinadas com maçã, queijos, castanhas e carnes

Ingredientes:

> 2 peitos de frango cozidos e desfiados;
> 1 xícara (chá) de uva-passa;
> 395 g de milho-verde;
> 395 g de ervilha;
> 2 cenouras descascadas e raladas;
> 1/2 xícara (chá) de azeitona verde sem caroço e picada;
> 1/2 xícara (chá) de maionese;
> 1/2 xícara (chá) de creme de leite;
> Sal, pimenta-do-reino moída, salsa picada e batata-palha a gosto.

Modo de Preparo:

Em um recipiente, coloque o frango, a uva-passa, o milho-verde, a ervilha, as cenouras e a azeitona e misture;

Adicione a maionese e o creme de leite e mexa para incorporar;

Tempere com sal, pimenta-do-reino e salsa;

Leve à geladeira por 1 hora;

Finalize com a batata-palha e sirva em seguida.

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