Natural da ZN de São Paulo, Patricia Dejesus (44) começou sua carreira como modelo aos 16. Ela foi descoberta por um olheiro no meio da rua e de lá pra cá tudo aconteceu.
“Ser modelo era algo muito distante pra mim, então eu nunca tive essa visão.
Fui descoberta aos 16/17 anos por um olheiro, no meio da rua, em São Paulo. Fiz um teste e participei de uma campanha para a Benetton, na qual estava o maquiador Mauro Freire.
Foi ele que ligou para FordModels e assim tudo começou”, relembra.
Como modelo foi a primeira negra a pisar nas passarelas da SPFW, maior evento de moda da América Latina e o maior do Brasil.
Além disso, desfilou para marcas mundiais como: Saint Laurent, Versace, Valentino e H&M.
Com uma carreira de modelo consolidada, ela sentiu a necessidade de se reinventar e buscou novos horizontes na televisão.
Começou fazendo uma pequena participação em Belíssima, ainda colhendo os frutos de sua carreira como modelo.
Participou dos três dos maiores sucessos da Record: Caminhos do Coração, Os Mutantes e Promessas de Amor nos anos de 2007, 2008 e 2009, respectivamente.
No ano seguinte estrelou o remake de Uma Rosa Com Amor, no SBT, onde emendou outra participação em Amor e Revolução.
Em 2012 Pathy estrelou na Globo, na novela de maior repercussão da história recente da televisão brasileira, Avenida Brasil. Ela também comandar dois programas da MTV, o Top 10 e o Acesso MTV. Pathy também esteve à frente de entrevistas e quadros na reformulação do consagrado Vídeo Show, da Rede Globo, e foi destaque do Superbonita, no canal a cabo GNT.
Em novelas, seu último trabalho foi interpretando Alceste em I Love Paraisópolis, na Rede Globo.
No auge dos seus 39 anos, Pathy Dejesus foi a primeira negra a estampar a capa da Playboy em sua edição de aniversário e ficou entre as mais sexys do mundo pela renomada GQ.
Patricia Dejesus está de volta as telelinhas da TV Globo como a antagonista Ruth em “Um Lugar ao Sol”.
“A Ruth é uma mulher ambiciosa, pragmática, focada e que ama dinheiro.
É bem-sucedida como engenheira. Ela também é amante do Tulio (Daniel Dantas), um dos genros de Santiago (José de Abreu) que é dono da empresa Redentor.
Juntos os dois acabam formando um casal que se identifica bastante, afinal, são ambiciosos e estarão envolvidos com alguns esquemas indevidos que logo menos vocês vão descobrir na novela. Vocês precisam assistir... risos!”, conta.
Mãe de Rakim, ela adora carnaval e se dedica muito a tudo que faz.
Apaixonada por música (ela também é DJ), Pathy diz que viveu um puerpério terrível e solitário, e que na pandemia apesar de todo um processo de adaptação seguiu à risca e tomou todos os cuidados.
Essa mulher forte e apaixonada pela sua profissão, é a nossa Capa dupla do Correio B+ dessa semana. Em entrevista exclusiva para o B+, ela fala de escolhas, dedicação, pandemia e de sua personagem na nova novela da TV Globo.
CE – Pathy, você foi modelo, inclusive morou em muitos países, mas como tudo isso começou? Ser modelo... Era um sonho?
PJ - Ser modelo era algo muito distante pra mim, então eu nunca tive essa visão.
Fui descoberta aos 16/17 anos por um olheiro, no meio da rua, em São Paulo. Fiz um teste e participei de uma campanha para a Benetton, na qual estava o maquiador Mauro Freire.
Foi ele que ligou para FordModels e assim tudo começou. Sou muito grata por tudo o que a moda me proporcionou.
Sai da periferia de São Paulo para o Brasil e consegui fazer carreira internacional.
Minha primeira viagem internacional foi para Milão, aos 17, trabalhando. Conheci profissionais incríveis que me ensinaram muito. Foram 14 anos de uma carreira sólida.
CE - Como foi trabalhar para nomes como: Saint Laurent, Versace, Valentino e H&M?
PJ - Foi uma honra. Um sonho realizado! Fiquei muito feliz em trabalhar com grandes marcas e representá-las.
CE - É verdade que com seu primeiro cachê comprou uma boneca Barbie Negra?
PJ - Quase isso. Quando eu era criança, nunca tinha visto uma boneca negra, apesar de saber que elas existiam.
E isso pesou muito na questão de representatividade durante minha infância e adolescência.
Viajei para Milão e foi a primeira vez que eu vi uma Barbie negra e não pensei duas vezes, separei uma parte do cachê e comprei a boneca. Acabei tendo uma coleção que guardo até hoje.
CE - Eu li que você foi a primeira negra a desfilar na SPFW e a fazer campanha para uma marca de bronzeador, foi isso mesmo?
PJ - Sim, eu acabei sendo considerada a primeira modelo negra da São Paulo Fashion Week, porque peguei uma entressafra.
As modelos mais experientes tinham parado e eu estava no mercado. Também fui a primeira negra a fazer comercial de bronzeador, além de alguns outros produtos que ainda não usavam modelos negras em sua divulgação.
CE - E o título de uma das mulheres mais sensuais do mundo por uma revista tão respeitada como a GQ? E aos 39 fez PLAYBOY...
PJ - Fiquei muito lisonjeada e surpresa na época, nunca imaginei que soubessem da minha existência! Rs.
Mas gosto de reiterar que beleza está além do físico. O importante é levar a vida com leveza e se amar.
A felicidade é a beleza mais marcante de qualquer pessoa.
Sobre a capa da Playboy, eu tenho um histórico de quebrar barreiras, primeira negra em um rótulo de xampu, a estrelar campanha de protetor solar, campanha impressa de cerveja, e também a primeira negra em uma edição de aniversário da Playboy em sua versão reformulada.
CE - Como a Pathy foi parar nas telinhas da teledramaturgia?
PJ - Chegou um ponto em que eu já estava indo para um caminho mais artístico, então resolvi investir de vez e seguir. Encontrei minha real vocação.
CE - Em seu currículo: Vídeo Show, MTV Brasil, Netflix (Coisa Mais Linda) e Superbonita. Pathy conta sobre essas experiências tão importantes e diferentes...
PJ - Tem Record, SBT, TNT, Amazon, muita coisa… E faltou DJ aí! (Risos).
Obrigada! Eu sou movida a grandes paixões. Sou apaixonada por tudo que faço, me dedico ao máximo. Gosto de desafios e sempre dou o melhor de mim em tudo o que eu me proponho a fazer.
Me considero extremamente dedicada e focada em meus trabalhos e acredito que isso faça a diferença.
CE - Fala um pouco sobre a sua antagonista Ruth na novela da TV Globo ‘Um Lugar ao Sol”.
PJ - A Ruth é uma mulher ambiciosa, pragmática, focada e que ama dinheiro.
É bem-sucedida como engenheira. Ela também é amante do Tulio (Daniel Dantas), um dos genros de Santiago (José de Abreu) que é dono da empresa Redentor.
Juntos os dois acabam formando um casal que se identifica bastante, afinal, são ambiciosos e estarão envolvidos com alguns esquemas indevidos que logo menos vocês vão descobrir na novela. Vocês precisam assistir... risos!
CE - Voltar as novelas Pathy, como está sendo?
PJ - Particularmente, foi muito bom trabalhar e voltar a exercer a minha profissão.
Muito bom estar em atividade depois de muito tempo. A nossa área foi muito afetada pela pandemia, até mesmo antes, por questões políticas.
CE - Quais as expectativas de Um Lugar ao Sol?
PJ - A novela acabou de estrear. É um lugar muito diferente, porque, falando de novela, essa é primeira que foi produzida inteira durante a pandemia, e já está totalmente pronta. Gravamos com sensação de novela, mas a entregar é como se fosse uma série.
Geralmente a novela tem o diferencial de ir caminhando, de irmos entendendo como o público está recebendo a trama.
Desta vez, é o que tem, e estamos ansiosos por essa questão.
O nosso elenco é um experimento de como vai ser lançar um produto todo feito no “novo normal”. Não tem uma fórmula e vamos saber agora como vai ser. Espero que o público goste!
CE - Como foi fazer ‘Rua Augusta’?
PJ - Esse trabalho foi um divisor de águas na minha carreira, um desafio gigantesco.
Existe uma visão machista e preconceituosa desse universo da prostituição. Tentei fugir disso completamente e humanizar ao máximo a minha personagem. Nicole me marcou pra sempre.
CE - Você cresceu na ZN de SP? E ama carnaval certo?
PJ - Isso! Nasci e cresci na zona norte de São Paulo, no Bairro Casa Verde.
É a minha raiz e tenho um orgulho enorme (e apego também!) Meu bisavô paterno, Dionísio, foi um dos fundadores do que se tornou a Camisa Verde e Branco, uma das escolas de samba mais tradicionais do Brasil.
A paixão pelo carnaval vem de berço (risos).
CE - Como é ser mãe após os 40?
PJ - Maternidade já é um tema super complexo. Tardia, ainda mais. Ter sido mãe depois dos 40 me faz ser um pouco mais generosa comigo mesma.
Também me trouxe mais estabilidade emocional para aguentar as responsabilidades, como a de ser a provedora financeira do meu filho.
Não romantizo a maternidade, principalmente a solo.
Mesmo assim, busco me cuidar física e mentalmente para também cuidar do meu filho. Hoje vivo um renascimento.
Minha versão atual é mais desacelerada, aceita as próprias falhas, mas também enaltece as virtudes.
CE - Como é a sua relação com o seu filho Rakim?
PJ - Eu queria muito ser mãe.
E Rakim é um carinha muito especial. Somos super parceiros, ele já entende muita coisa e isso estreita a cada dia nossa relação. Tento ser a melhor pessoa possível, respeitá-lo na sua individualidade e passar melhores exemplos e ensinamentos possíveis para que ele se torne um cara bacana.
CE - Quais as suas grandes paixões Pathy?
PJ - Meu filho, amor da minha vida. Minha arte, que é o que me move e claro, a música, pois acredito que a música é cura.
CE - Como foi pra você lidar com a maternidade e a fase do puerpério?
PJ - Eu amo ser mãe. Rakim de fato, foi a minha maior realização da vida. Meu puerpério foi terrível e solitário.
Comecei a trabalhar quando meu filho estava com dois meses e meio, no ápice do meu puerpério, que foi extremamente difícil.
A mulher fica todo mexida, é hormônio, é a sensibilidade, é o físico. E o serzinho que acabou de chegar e que você não tem ideia de como é. Foi um misto de sensações muito difícil de equilibrar.
É muita coisa envolvida. E tinha o peso de voltar para a personagem que estava fazendo em “Coisa Mais Linda”, a Adélia.
Eu mal sabia quem eu era e tive que pegar um texto e dar vida para uma personagem.
Se você perguntar: como você fez? Honestamente, não sei como eu fiz. Não tive escolha. Sei que é um lugar que eu não visitaria novamente, porque não foi justo comigo.
CE - Como foi a fase da pandemia pra você?
PJ - Segui a quarentena à risca, com muita responsabilidade.
A adaptação foi difícil no começo, principalmente o fato de ficar longe da minha família com um bebê de colo. Comecei as gravações de “Um Lugar Ao Sol” também durante a pandemia, seguindo todos os protocolos necessários.
Não foi fácil, era difícil contracenar sem aquele contato que sempre tivemos, mas deu certo! Estou feliz de começar a retomar a ida a eventos, que contenham todos os protocolos de segurança.
Voltei a fazer minhas corridas, a caminhar para a arejar a mente.
Assim que for possível também quero fazer uma viagem com o meu pequeno, ou para o mar ou para algum lugar que tenha muito verde, para que ele possa brincar.
CE - Como se sente aos 44 anos...
PJ - Ótima! Risos!




