Correio B

UMA NOVA ESPERANÇA

Porto Esperança pode se tornar ponto turístico em Mato Grosso do Sul

Com construção de estrada, Porto Esperança surge como ponto turístico de MS para o futuro

Continue lendo...

“A água veio e levou

Porto Esperança ficou

Sem esperança de amor”

Cantado nos versos (acima) do poeta, publicitário e compositor Chico Lacerda, um dos fundadores do Grupo Acaba, o distrito de Porto Esperança é um lugar isolado em pleno século 21, embora distante apenas 80 km de Corumbá. 

A falta de acesso por terra e o inviável transporte fluvial deixaram seus moradores à margem, literalmente, dos serviços essenciais – invisíveis e sem dignidade.

Depois de quase um século, o pequeno povoado situado na margem esquerda do Rio Paraguai vai ganhar uma estrada, a ser construída pelo governo do Estado, para chegar à BR-262, rodovia que demanda à Capital do Pantanal e que interliga aquela gente humilde ao mundo, conquista que os mais antigos deixaram de sonhar. 

Afinal, foram tantas promessas não cumpridas.

Natalina Mendes, líder comunitária, chorou com a chegada do governador Reinado Azambuja e sua comitiva, de helicóptero, no dia 10, para assinar a ordem de serviço para implantação de 11,2 km de uma estrada encascalhada com resíduos de minério de ferro cedidos pela mineradora Vale. 

“Estão trazendo prosperidade, uma maneira ilustre de viver a vida”, disse ela.

Últimas notícias

Trilhos da vida

As lágrimas de Natalina acumulam anos de luta, vida precária e sem um horizonte que apontasse mudanças no ritmo de uma comunidade que parou no tempo, sem perspectivas. 

Porto Esperança surgiu depois da Guerra do Paraguai (1864-1870) e prosperou como transbordo de cargas e de passageiros com a chegada da ferrovia Noroeste do Brasil, em 1914.

“Eram tempos efervescentes, o trem e os navios a vapor traziam vida à região, que teve a maior mesa arrecadadora de Mato Grosso”, conta, com orgulho, Moacir Lacerda, irmão de Chico Lacerda, nascido na vila na cheia de 1951. Também poeta, engenheiro e fundador do Acaba, as composições de Moacir falam do lamento, do cotidiano e da infância na terra natal.

O povoado prosperou, dependente daqueles modais de transporte. Contava com cartório, delegacia e agência dos Correios. 

Os trilhos partiam de Bauru (SP) e chegavam à beira do rio trazendo pessoas e mercadorias, as quais seguiam de navios para Corumbá e para Cuiabá. Fernando Viera era uma dessas embarcações, velha canhoneira da Marinha adaptada para o transporte de passageiros após a guerra.

Tempos difíceis

A construção da ponte ferroviária Eurico Gaspar Dutra sobre o Rio Paraguai, inaugurada em 1947 e trafegável a partir de 1952, decretou a decadência do porto, na época com cinco mil habitantes. 

Com o novo traçado da ferrovia para Corumbá, concluído na década de 1950, contornando o povoado, este perdeu seu poder econômico e os seus encantos, como previu reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, em 1948.

A alternativa de renda passou a ser o Trem do Pantanal, que parava na Estação Inocêncio, a 5 km da vila. 

“A gente vendia de tudo, peixe frito, chipa. Quando o [transporte de] passageiro parou [em meados da década de 1990] foi um Deus nos acuda. Muitos, como eu, passaram a viver da pesca, mas foram tempos difíceis”, conta um dos mais antigos moradores, Sérgio Matos, 70 anos, aposentado.

O fim do “passageiro” esvaziou o distrito, muita gente foi embora. Restou o rio para ir à cidade. Porém, o custo da viagem a Corumbá é de R$ 300 – barco até a BR-262 e ônibus. Por décadas, o lugar amargou o abandono e o isolamento. 

Hoje, 130 famílias vivem unicamente da pesca e da ajuda humanitária da prefeitura, que, periodicamente, leva assistência médica e cidadania.

“A água veio e levou

Os trilhos da Noroeste

E as viagens de vapor”

FUTURA ESTRADA

Em 2013, a empresa agropecuária Brahman Beef Show sitiou a vila, alegando que suas terras chegavam à beira do rio. 

Coagidos, alguns moradores venderam suas casas e seus ranchos de palafitas e foram impedidos de usar a estrada velha de acesso à BR-262, aberta pela comunidade. 

Com apoio do deputado Evander Vendramini, o direito à propriedade foi garantido, em ação do Ministério Público Federal.

Os tempos de prosperidade, no entanto, estão de volta com a futura estrada e a estação de tratamento de água construída pela Sanesul, o maior benefício recebido depois da energia elétrica, em 2001. 

“Isso aqui tem muita história, não pode acabar”, diz o líder comunitário José Domingos, 55 anos, que ousou escrever uma carta ao governador pedindo a estrada.

BOCA DE ARMAU

Teve prospecção da Petrobras, nos anos 1950, em busca de petróleo no Pantanal. O cancioneiro Mário Zan compôs a música “Seriema” nas suas barrancas. 

A mãe do controvertido narrador Galvão Bueno nasceu naquelas paragens, onde Martinho da Vila, malandro pescador, compôs “Jaguatirica”. Há quem garanta que os Rolling Stones passaram por lá, e Mick Jagger ganhou o apelido de “boca de armau”.

CORUMBÁ, CIDADE DO PANTANAL

Próxima a Porto Esperança, Corumbá já tem um nome consolidado no turismo brasileiro. O município de Mato Grosso do Sul, conhecido também como Cidade Branca, tem 60% do seu território formado pelo Pantanal. 

Apesar das constantes queimadas na região, ainda há muito do bioma que pode ser explorado pelos turistas.

A cidade em si, abriga uma série de construções históricas que contam uma parte da história de Corumbá, que no passado já foi o terceiro maior porto fluvial da América Latina. 

Os casarões ainda estão na região do Porto Geral, de frente para o Rio Paraguai, onde é possível passear de chalana e aproveitar a culinária típica pantaneira.  

Outro ponto interessante da cidade é o Cristo Rei, que recentemente foi reformado. 

Elencado pelo governo do Estado como um dos 12 pontos turísticos mais importantes de Corumbá, o Cristo Rei do Pantanal voltou a receber a visita de turistas e de moradores da região em agosto deste ano. 

Todas as 72 estátuas que simbolizam a via-sacra, as 14 estações ao longo da subida, além da imagem do próprio Cristo, de 12 metros de altura, foram restauradas. De lá, durante a cheia do rio, é possível ver um pouco do esplendor do Pantanal.  

A Cidade Branca ainda tem inúmeras curiosidades, como a Praça da Independência, que começou a ser erguida em 1915 e originalmente seria um zoológico. 

Assine o Correio do Estado

ALERTA PARA A EXAUSTÃO

A síndrome do dezembro perfeito

16/12/2025 11h30

Divulgação / Renata Carelli

Continue Lendo...

Dezembro traz dois fenômenos digitais que podem afetar o bem-estar: as retrospectivas de um ano supostamente perfeito e a pressão estética pelo chamado corpo de verão. O que deveria servir de inspiração tem se tornado gatilho de ansiedade para quem tenta conciliar o esporte com uma rotina de trabalho exaustiva.

O canal Atleta de Fim de Semana, criado pela produtora audiovisual Renata Carelli para servir de guia a uma prática mais saudável do esporte amador, defende que a matemática dessa comparação é injusta.

O erro comum do amador é comparar sua vida integral, que inclui boletos, trânsito, cansaço e limitações, com os melhores momentos editados de influenciadores ou atletas que vivem da imagem.

A vida é complexa demais para caber em um post. Quando nos comparamos com a retrospectiva de alguém, ignoramos o contexto, como a rede de apoio, o tempo livre e os recursos financeiros.

Essa busca por uma estética ou performance irreal no fim do ano gera uma sensação de fracasso, mesmo para quem teve um ano vitorioso dentro de suas possibilidades.

Para virar a chave em 2026, o Atleta de Fim de Semana sugere trocar a meta do corpo de verão pelo corpo funcional. A ideia é valorizar o corpo não pela aparência na praia, mas pela capacidade de viver experiências, aguentar a rotina e gerar disposição.

Confira três dicas que Renata considera essenciais para sobreviver ao fim de ano sem culpa.

NÃO DESISTIR

Não desistir é a verdadeira medalha: no mundo amador, a consistência vale mais que intensidade. Se você teve um ano difícil no trabalho e, mesmo assim, conseguiu treinar duas vezes na semana, isso é uma vitória.

O importante é celebrar o fato de não ter voltado ao sedentarismo, sem se comparar com quem treinou todos os dias.

FILTRE O FEED

Filtre o feed e a mente. Nesta época, o algoritmo privilegia corpos expostos e grandes feitos. Se isso gera ansiedade, a recomendação é prática: silencie perfis que despertam a sensação de insuficiência. O esporte deve ser sua válvula de escape para o stress, não mais uma fonte dele.

REDEFINA O SUCESSO

Redefina o sucesso para 2026: ao fazer as resoluções de Ano-Novo, evite metas baseadas apenas em estética, como perder peso a qualquer custo, ou em números de terceiros.

Trace metas de comportamento, como priorizar o sono ou se exercitar para ter energia para a família. Quando o objetivo é funcional, a pressão diminui e a longevidade no esporte aumenta.

SAÚDE NO VERÃO

Entenda os efeitos das ondas de calor em mulheres que estão na menopausa

Temperaturas elevadas intensificam ondas de calor e desconfortos da fase marcada pela queda dos níveis hormonais e alterações no organismo da mulher; ginecologista orienta como amenizar os efeitos para enfrentar o verão com mais conforto

16/12/2025 09h00

Temperaturas elevadas intensificam ondas de calor e desconfortos comuns durante essa fase da vida da mulher

Temperaturas elevadas intensificam ondas de calor e desconfortos comuns durante essa fase da vida da mulher Foto: Divulgação/Freepik

Continue Lendo...

A menopausa é um processo natural da vida feminina que marca o fim do período reprodutivo, geralmente entre os 45 anos e os 50 anos. A queda dos níveis hormonais, especialmente de estrogênio, provoca uma série de alterações físicas e emocionais, como ondas de calor, insônia, ressecamento da pele, secura vaginal, depressão, variações de humor, ganho de peso, diminuição da libido e sensação de fraqueza.

Com a chegada do verão e o aumento das temperaturas, muitos desses sintomas tendem a se intensificar. Isso ocorre porque o calor externo potencializa os mecanismos internos de termorregulação, tornando as ondas de calor mais frequentes, intensas e prolongadas.

Segundo a ginecologista Loreta Canivilo, essa combinação pode prejudicar o bem-estar e a qualidade de vida de mulheres que já convivem com os efeitos da menopausa.

“A elevação da temperatura no verão atua diretamente sobre o centro regulador de calor no cérebro, que já está mais sensível durante a menopausa. Por isso, os episódios de fogachos podem se tornar mais desconfortáveis”, explica Loreta Canivilo. Os fogachos são ondas de calor súbitas e intensas no rosto, no pescoço e no peito.

ALIVIANDO OS SINTOMAS

Apesar do desconforto, algumas atitudes simples podem reduzir os impactos da menopausa durante os dias mais quentes.

> Utilizar roupas leves e de tecidos naturais;
Hidratar-se constantemente;
Praticar atividades físicas regulares;
> Priorizar alimentos naturais e ricos em nutrientes;
> Reduzir o consumo de cafeína, bebidas alcoólicas e comidas muito picantes.

METABOLISMO

De acordo com Loreta Canivilo, essas medidas ajudam a estabilizar a temperatura corporal, a melhorar o humor e a favorecer o equilíbrio metabólico.

“Pequenas mudanças na rotina geram grandes resultados. A alimentação adequada e a hidratação, por exemplo, têm impacto direto na redução das ondas de calor e da irritabilidade”, reforça a médica.

TRATAMENTOS E REPOSIÇÃO

Em casos nos quais os sintomas são mais intensos, a reposição hormonal pode ser uma alternativa eficaz. O tratamento, porém, deve ser sempre conduzido com acompanhamento médico criterioso.

Os principais hormônios utilizados são estrogênio e progesterona, mas a testosterona também pode ser indicada em situações específicas, assim como versões modernas da terapia, incluindo o uso de gestrinona.

CADA UMA É UMA

“Cada mulher vive a menopausa de maneira única e nem todas as mulheres podem fazer reposição hormonal. Por isso, antes de iniciar qualquer reposição é indispensável realizar uma avaliação completa, levando em conta histórico médico, exames atualizados e necessidades individuais”, orienta a médica Loreta Canivilo.

A médica reforça que, quando bem indicada e acompanhada, a reposição hormonal reduz significativamente os desconfortos, melhora o sono, aumenta a libido e contribui para o bem-estar geral da paciente.

“Menopower”

(Rita Lee/Mathilda Kovak)

Vestida para matar em pleno climatério
A velha senhora só vai ficar mocinha no cemitério
Chega de derramamento de sangue
Cinquentona adolescente
Quem disse que útero é mangue
Progesterona urgente

Menopower pra quem foge às regras
Menomale, quando roça e esfrega
Menopower pra quem nunca se entrega
Melancólicas, vocês são piegas

Haja fogacho pra queimar essa bruxa em idade média
Em mulher não se pode confiar com menos
de mil anos de enciclopédia
O “chico” é tão incoerente
Ah, me deixa tiririca ao chegar
O “chico” quando vem é absorvente
E quando falta só rezando pra baixar

Menopower!
Pra quem foge às regras
Menomale quando roça e ah, ah, ah, ah
Menopower!
Pra quem nunca se entrega
Melancólicas, você são piegas

Tampax, tabelinha, ora pílulas, ora DIU
Diafragma, camisinha, vão pra mãe que não pariu
Chega do creme de aveia da véia perereca da vizinha
Chega do bom caldo e da “sustância” da galinha

Yeah, yeah yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah

Menopower!
Pra quem foge às regras
Menomale, quando roça e esfrega
Menopower!
Pra quem nunca se entrega
Melancólicas, você são piegas.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).