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Rafael Cortez: "O CQC foi um divisor de águas na minha vida. Ele me apresentou para o público e principalmente para a comédia"

Como músico, ele gravou o seu primeiro álbum autoral de violão intitulado de 'Solo' em 2005 e em 2011 lançou 'Elegia da Alma'

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Rafael de Faria Cortez (45), mais conhecido como Rafael Cortez, é paulistano e se formou em jornalismo pela PUC - SP. 

Multifacetado, ele é ator, músico e comediante. Rafael ficou bastante conhecido quando passou a integrar o elenco de repórteres do programa "CQC " (Custe o Que Custar) na Band em 2008. 

Em sua vida um momento importante, um divisor de águas.  

Cortez já trabalhou para veículos como "Veja São Paulo", CNT e TV Gazeta. Foi apresentador do programa "Got Talent Brasil" e "Me Leva Contigo" na RecordTV.

Como músico, ele gravou o seu primeiro álbum autoral de violão intitulado de 'Solo' em 2005 e em 2011 lançou 'Elegia da Alma', com 15 composições de violão gravadas durante 7 anos. 

Rafael também participou de peças infantis como "Os Saltimbancos" (2004) e "O Mágico de Óz" (2007). No cinema já atuou no filme "Amor em Sampa", lançado em 2016, e também já gravou áudiolivros de obras célebres da literatura brasileira como "Dom Casmurro" e "O Alienista", ambas do autor Machado de Assis.

Rafael participou do programa de culinária “Super chefs Celebridades” e ficou em último lugar, porque é péssimo na cozinha (risos).  

Na TV atualmente, podemos ver Cortez na TV Cultura no programa Matéria Prima e também no streaming Disney Plus, mas seu principal papel no último mês e mais importante até aqui, é o de pai da Nara de quem ele fala com muita emoção.  

“Eu sou profundamente apaixonado por ela, ela é tão boazinha, tão bonitinha... Eu a amo profundamente. Amo cada coisinha dela. Ela é muito preciosa”, fala.

Tive o prazer de assistir o Rafael Cortez em São Paulo no mês passado e foi um stand up incrível, engraçado e inteligente como tudo que ele faz.

Cortez é a Capa do Correio B+ desta semana. Ele deu uma entrevista para o Caderno que vale a pena ler do início até o final. Rafael fala de seu início, do CQC, como está vivendo a paternidade, sobre TV, entre tantas outras coisas... Confere aí!  

CE: Rafael, você sempre se viu trabalhando com comunicação?

RC: “Desde criança, eu sempre soube que iria ser ator. É realmente algo que eu desejava. E a comunicação está muito ligada ao artista. Um artista que não se comunica bem, se trumbica, como já diria Chacrinha. A minha grande dúvida durante os meus primeiros anos de carreira foi sempre se eu seria um ator, ou um músico, ou um desenhista, ou um performer... O que foi realmente ‘chocante’, no bom sentido, foi eu me descobrir um comediante. Nem nos meus maiores sonhos de adolescência e juventude, foi imaginar que eu me tornaria conhecido por parte do público pela comédia. Essa foi uma grata surpresa.”

CE: E a música? Como aconteceu pra você? Ou sua primeira opção era a música?

RC: “Na verdade, a música veio primeiro. A música foi o meu grande despertar artístico. Eu tive uma infância maravilhosa, mas tive uma adolescência muito ruim por conta de problemas que eu tive na minha casa. E eu estava quase embarcando numa depressão profunda, quando aos 17 anos eu conheci um grupo de apoio que tocava violão. E a gente ia a reuniões de terapia, e eu via os jovens tocando violão. E eu percebia que aquilo era libertador. E eu via que eles ali eram os mais descolados. E aí, eu comecei a estudar violão porque eu queria ser descolado também. Então, o meu primeiro chamado com o violão foi esse, de me libertar, de socializar e me tirar daquela depressão. Só que aí, eu enlouqueci com o violão... Eu comecei a estudar com 17, depois fui para o violão clássico e até os 22 eu fiquei corroído da ideia de ser um profissional. E aquilo foi hipnotizante para mim. Eu só não me tornei um profissional de violão porque eu não passei em um vestibular específico de música, por conta de Física, Química e Matemática. A música, para mim, é uma carreira paralela. Eu não tenho mais aquela aspiração em ser um profissional de música, mas eu nunca deixei de tocar. Tanto que eu tenho seis discos lançados, e não é pouca coisa. De 2005 para cá foram seis discos e eu não paro de pensar em outros.”

 

CE: Você ficou conhecido pelo humor?

RC: “Sim. Especificamente, graças ao CQC. O programa foi um grande divisor de águas na minha vida. O CQC me apresentou ao Brasil como uma figura pública, mas, acima de tudo, e principalmente, me apresentou de fato para a comédia. O CQC foi o casamenteiro entre eu e a comédia. Ele foi o padre. Até então, eu não pensava em fazer comédia. Me colocou em contato com comediantes etc. Em comecei lá em 2008 e em 2009 eu já comecei a fazer stand-up, e foi um encontro maravilhoso, de alma. De lá para cá, já fiz centenas de shows, fui pro México, Japão, Estados Unidos... Realmente, tenho vivido uma carreira de comediante maravilhosa.”

CE: E suas experiências na comunicação até chegar no CQC, como foram?

RC: “As minhas experiências na comunicação com o CQC foram muito importantes para mim. Quando eu tinha 20 e poucos anos, eu trabalhei numa produtora de vídeo e fazia vários programas de televisão para pequenos casais. Lá, eu fui tudo o que se possa imaginar... Cabo man, chefe de estúdio, produtor de convidados, produção de merchandising, produtor executivo, assistente de produtor... Foram anos incríveis. Foi uma aula para mim. Eu pude ver tudo o que acontece no entorno do fazer TV. Antes do CQC, eu também passei anos como produtor teatral, de festinha de criança, passei anos trabalhando em um espaço circense... Eu tenho uma carreira bem bonita na produção cultural de um modo geral, e isso me ajudou profundamente quando eu fui para a frente da câmera. Porque quando eu cheguei no CQC, eu me vi num protagonismo de repórter.”

 

CE: Como aconteceu o convite para o CQC?

RC: “Foi muito incrível. Eu tinha um currículo rodando todo o mercado. E meu currículo como produtor era muito forte. Inclusive, me procuraram para ser produtor e não comediante. Eu aceitei ir até à entrevista, pesquisei sobre o que o programa se tratava e me interessei. Chegando lá, disse que não queria a vaga para produtor, mas queria muito tentar para ser repórter. Eles ficaram surpresos, porque nem estava aberta a vaga de repórter ainda. Eu insisti, me deixaram fazer o teste e aí eu passei.”

CE: O que o CQC mudou quando estreou na Band?

RC: “Tudo na minha vida. Eu sou profundamente grato. Mais do que mudar a minha vida, o CQC lavou a minha alma. Foi o meu redentor. Me redimiu de várias humilhações que eu tinha vivido. Eu comecei a trabalhar na carreira artística com 17 anos e só aos 31 que eu fui reconhecido como um artista. Graças ao CQC. Então, imagina, dos 17 para os 31, quanta água rolou, quanto eu ralei... Quando eu era anônimo, um artista raçudo, ganhei muito mal, fui muito mal tratado por contratante, passei muito perrengue. Então, de repente você se vê em um projeto que o Brasil inteiro ama, que é um sucesso, e os caras passam a te pagar bem, a te prestigiar, aquilo foi redentor, eu lavei a alma mesmo. O CQC resolveu toda a minha vida financeira naquele começo, eu lembro que eu estava quebrado mesmo, e consegui quitar todas as minhas dívidas. Foi graças ao CQC que eu consegui comprar o meu apartamento, que eu descobri uma carreira de comediante, que é o que me sustenta até hoje. Foi um sonho que se realizou. Eu tive o privilégio de viver nessa vida um sonho acordado. Eu cheguei lá e isso ninguém tira da minha história.”

 

CE: Uma reportagem que foi bastante importante pra você...

RC: “Quando eu cobri a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul. Eu fui morar lá para cobrir futebol, que é um tema que eu desconheço, tenho a menor familiaridade, não tenho time etc. Eu morei 46 dias em Johanesburgo e foi o melhor e o pior momento que eu passei no CQC. Eu decidi, já que estava ali, a fazer as melhores matérias da minha carreira.”

CE: Você passou pela Record e pela TV Globo depois do CQC, como foram esses convites e experiências?

RC: “O convite foi muito legal mas eu fui com o pé atrás, porque eu lembro que me procuraram definindo um grande plano de carreira para mim, e essa é a vantagem de ter começado fazendo sucesso mais tarde... Eu comecei no CQC com 31 anos de idade e fui para a Record com 38. E, dessa maneira, você fica mais desconfiado e sensato às promessas... Eu lembro que havia de fato um desenho da emissora para que eu fosse um dos grandes apresentadores da TV aberta, mas eu e o meu empresários ficamos muito desconfiados e não nos deslumbramos com essa possibilidade, o que foi muito bom, porque dois anos depois, nada daquilo havia acontecido e eu simplesmente saí da emissora com dois programas que foram muito legais de fazer. Depois, voltei para a Band. Ir para a Globo em 2016 foi um sonho que eu realizei acordado. Tive dois anos incríveis lá. Fui repórter no ‘Video Show’ cobrindo basicamente o Projac, e eu, que nunca tinha entrado no Projac, me vi trabalhando ali, vendo de perto as novelas, as cenografias, as maquiagens, os figurinos etc, foi incrível. Fiz o ‘Pop Star’ e o ‘Superchefs Celebridades’. Foi demais!”

 

CE: Meu Azar com as Mulheres e Memórias de Zarabatanas. Conta pra gente?

RC: “São os livros que eu escrevi. O ‘Meu Azar Com As Mulheres’ em 2015 é de comédia. Falo sobre namoradas, chefes que eu tive, as clássicas piadas de sogra... Mas, eu acho um livro bem sexista, já está publicado, está aí para quem quiser ler, mas, se eu pudesse reeditar, eu faria muita coisa diferente ou simplesmente não lançaria. É um livro machista e eu não sinto orgulho dele. Mas o ‘Memórias de Zarabatanas’, é de prosa e poesia lançado em 2018 e desse eu tenho um orgulho profundo, acho que é um dos trabalhos mais bonitos que eu já fiz na minha vida. São meus poemas e crônicas, que, juntos, vão contando um pouco da minha biografia. É um livro apaixonante.”

CE: Você cozinha bem? Passou pelo “Super Chef Celebridades”?

RC: “Não. Eu sou péssimo na culinária. Não sei fazer nada. Eu tenho essa coisa de violonista, né... Acho que as minhas mãos são mãos de músico mesmo. Ora muito delicadas, ora muito tensas. A culinária é algo muito manual... Eu tenho medo de usar faca e me gostar, por exemplo. Então, eu já não gosto. Além de achar que a minha mão desliza mal pela comida, porque ela é uma mão instrumento. E eu não tenho dom mesmo, sou péssimo. Quando eu fiz o ‘Super Chef Celebridades’, fiquei em último lugar, porque eu sou ruim mesmo. E lá eu tive aula de tudo o que você possa imaginar... Aprendi a fazer risoto, ovo pochê, massas, assados, cozidos, e eu não lembro de nada.”

 

CE: Você gosta de atuar?

RC: “Olha, eu atuo. E até tenho uma carreira bonita para as poucas coisas que eu já fiz de atuação. Mas, confesso que de todas as artes, é a que mais me intimida, porque eu tenho referências de atores e atrizes muito grandes na minha família. O meu irmão mais velho, que é um ótimo ator, é o Leonardo Cortez. Minha tia materna é uma atriz sem tamanho e temos também o Raul Cortez, que foi primo do meu pai. O nível é alto. Eu atuo também, mas vou com muito mais esmero e cuidado. Eu não sou um ator que relaxa, eu vou sempre muito tenso. Mas me sinto muito orgulhoso, porque ao longo desses anos eu fiz boas peças de teatro infantil onde eu formei um nome legal entre 2004 e 2007, fiz sitcom, fiz longa-metragem que estreia esse ano, e lacrei a vida recentemente ao ser convidado pelo Luiz Fernando Carvalho para fazer um papel na série ‘Independências’, que fala sobre os 200 anos de independência do Brasil.”

CE: E o “Talk Show”?

RC: “É uma matéria-prima e o projeto da minha vida. É a grande realização pessoal. Em 2012, eu tive a ideia de fazer o ‘Talk Show’ e eu só consegui realmente estreá-lo na TV aberta em 2021, ou seja, 11 anos depois. Mas foi e segue sendo o grande projeto da minha carreira. Foi o típico filho que eu desenvolvi e fiquei tentando convencer todo mundo de abraçar. Cheguei a fazer duas temporadas na internet, mas quando foi para a TV, foi quando de fato o sonho se realizou.”

 

CE: Como você vê o crescimento dos streamings?

RC: “Eu vejo com curiosidade. Confesso que quando eu vi esse fenômeno ficando cada vez mais forte, eu achei que seria ruim, por ser de TV aberta, eu achava que fosse roubar o nosso trabalho, mas, com o tempo, pudemos perceber que a gente também pode trabalhar no streaming. Então, se eu tinha uma desconfiança no começo, com o tempo, passei a ter um entusiasmo. O crescimento dos streamings me felicita pela possibilidade de me dar mais trabalhos.”

CE: O “Matéria Prima” é um programa que você idealizou e faz basicamente tudo na TV Cultura, como foi o processo?

RC: “Sim. É um programa que eu concebi, que eu apresento, que eu faço o roteiro final, que eu faço a edição... É um programa de pai, mesmo. Tem uma equipe que trabalha comigo, mas é o meu filho, e eu acompanho tudo de perto. Eu trabalho todos os dias por esse programa e ralo muito por ele. Não tem nada que aconteça no ‘Matéria Prima’ que eu não esteja sabendo. A única coisa nele que não me pertence, é o nome. Que é da TV Cultura há muitas décadas já.”

 

CE: Eu assisti o seu stand up e é muito bacana... É tudo verdade?

RC: “O stand up tem a função de transformar a realidade em algo ainda mais engraçado. A ilustração que eu faço, é de que a gente sempre está com o pé no acelerador. Muitas das coisas que eu falo no meu show são verdadeiras, mas às vezes eu dou uma exagerada para que a coisa fique engraçada. Eu faço muita ‘caricatice’, contando as histórias levando para alguns extremos que eu sei que vão funcionar em termos de comédia.”

CE: Você sempre quis ser pai?

RC: “Sim. Sempre quis, mas tive momentos em que quis mais e em que quis menos. De uns tempos para cá, comecei a ficar com vontade de novo, e a minha esposa e eu resolvemos encarar e deu no que deu, a nossa filha está aí.”

 

CE: Você acabou de ser pai, conta essa experiência pra gente?

RC: “Eu sou profundamente apaixonado por ela, ela é tão boazinha, tão bonitinha... Eu a amo profundamente. Amo cada coisinha dela. Ela é muito preciosa. Estou cansado, sem dúvidas, mas eu acordo pra esquentar uma mamadeira ou trocar uma fralda e não faço isso com raiva e nem nada, ela acorda no meio da noite e a gente fica feliz, porque faz parte do jogo. Todos os dias, desde que a minha filha nasceu, eu choro com ela. Choro de emoção, de gratidão, de felicidade, por achá-la linda e me sentir profundamente abençoado por ser pai dela.”

CE: Sei que todo mundo pergunta isso, mas é inevitável... Novos projetos?

RC: “Uma palestra que eu escrevi esse ano sobre atitude transformadora, em outras palavras, sobre ser cara de pau. Eu acredito que é o meu melhor projeto para o mercado corporativo. Tem muito a agregar pros executivos de vendas e pros times comerciais como um todo, principalmente para as lideranças. Também farei novas ações nas minhas redes sociais, criando conteúdos novos etc, tudo indica que ‘Matéria Prima’ terá uma nova temporada no ano que vem, mas eu quero fazer uma boa reformulação para esse projeto, ainda esse ano já começará tendo um novo cenário, além de um disco que pretendo gravar esse ano ainda... E tem outras coisas que ainda não dá para contar programadas para 2023.”

CE: Uma vontade... Um sonho...

RC: “Uma vontade, de imediato, é sair desse pesadelo, dessa crise econômica que o nosso país está vivendo. Que o Brasil volte a ser o país incrível que por tantas vezes eu vivi em sua plenitude. E um sonho, seria me ver valorizado de novo como um profissional de televisão. Que as pessoas me respeitem mais como apresentador, que me deem mais espaço, que me ouçam mais e que me assistam mais também. Eu já fiz de tudo em TV, exceto uma novela. Isso, eu nunca fiz, por exemplo. E no dia que eu fizer, vou poder dizer que já fiz de tudo na televisão.”

 

FELPUDA

Com a não oficialização do caminho partidário do governador Eduardo Riedel... Leia a coluna de hoje

Leia a coluna desta segunda-feira (28)

28/07/2025 00h05

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HANNAH ARENDT ESCRITORA ALEMÃ

Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam  do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem  para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime”.

FELPUDA

Com o passar dos dias e a não oficialização do caminho partidário que o governador Eduardo Riedel pretende seguir, atento observador disse que a classe política está de mãos atadas  para intensificar as articulações e se encontra como nas filas  de cinema na escolha de filmes, tais como “... E o Vento Levou”  (para aqueles que têm certeza que ele deixará o ninho tucano), “2026 – Uma Odisseia no Espaço” (para os que não acreditam que o governador terá tentativa de reeleição tranquila), “Clube dos Cinco” (para quem crê em palanque reunindo  o ex-presidente Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina,  a prefeita Adriane Lopes, o ex-governador Reinaldo Azambuja  e Riedel), “O Poderoso Chefão” (para os que apostam que ele continuará seguindo os conselhos do ex-governador  Reinaldo Azambuja). O sagaz observador só se referiu  aos nomes dos filmes, não ao enredo. Essa gente...

Adoção

Em parceria com a Coordenadoria da Infância e Juventude,  o Tribunal de Justiça de MS  
vai promover o curso Preparação à Adoção – Nasce uma Família. As inscrições podem ser realizadas até quarta-feira. Mais informações  no site tjms.jus.br.

Adriana Espindola e Fernando Madeira
 Fernanda Marteloe Caue Gazel

 “Facão”

Clima de apreensão tem tomado conta de servidores estaduais comissionados, diante  dos comentários de que há “facão” previsto para agosto, que deverá vir afiado e “cortará fundo como navalha” em diversas áreas da administração. O governo fez previsão de cortar gastos em função da queda de arrecadação e estima que até o fim do ano terá de economizar de R$ 500 milhões a R$ 800 milhões. “Padrinhos” de todos os naipes já estão sendo acionados.

Realidade

As ameaças do PT de lançar candidato ao governo contra Eduardo Riedel, apontando  que este não saberia enfrentar  a oposição, arrancou risos de político antenado que só. Ele lembrou que o petismo comandou Mato Grosso do Sul por oito anos, foi destronado pela oposição, que reunia PSDB e MDB, “se desidratou e está do jeito que está”. Segundo ele, a realidade  é diferente de narrativa e não se pode subestimar adversários.

Exceção

Na real, o time tucano, do qual o governador Eduardo Riedel ainda faz parte, e os emedebistas sempre fizeram oposição ao PT. A exceção foi justamente na atual administração estadual, em que uma das alas do partido decidiu se abrigar e, depois de tomar o comando da sigla, quer impor sua vontade, exigindo apoio  a Lula e a um nome para o Senado. As lideranças do PSDB e do MDB sabem o caminho das pedras  para enfrentar a oposição.  E como sabem...

ANIVERSARIANTES

Aluízio Louzada da Cruz,

Edna Contelli,

Dendry Rios,

Kamila Diniz Mello Falkine,

Kelson Salazar Cação,

Dr. Altino Gonçalves Soares,

Claudio Pagnoncelli,

Jorge Nilson Nunes dos Santos,

Vilto Chiarello,

Valdir de Oliveira Teixeira,

Cicero Lacerda Faria,

Maria Gracia Lopes Villamayor,

Edney Silva Fuchs,

João Silva Leite,

Cristiano Vieira Canato,

Lucila Degani Neder Meneghelli,

Gabriela Fernanda Wagner da Silva,

Sérgio Luiz do Nascimento Cabrita,

Dr. Celso Massaschi Inouye,

Olímpio Stiehler,

José Zani Carrascosa,

Milton Pupin,

Geovana Costa de Souza Pimentel,

Mariluce Anache Anbar Cury,

Victor Manuel Lopes Figueiras,

Danilo Santos Pereira,

Márcio Massato Yanaze,

Carlos Alberto dos Santos Batistote,

Patricia Moraes Gomes,

Renata da Costa Paim,

Ernestina Santana,

Dra. Filomena Aparecida Depólito Fluminhan,

Luiz Borges Filho,

Odete Alves Bueno,

Kelly Arayo,

Félix Nazário Portela,

Regina Helena Neves Sampaio,

Ilka Necenas Oshiro,

Ronaldo Furtado Borges,

Ivanilda Baliego,

Kimiko Yamanada dos Santos,

Marco Túlio Schneider Pereira,

Ramona Bruch Pereira,

Dr. Carlos Augusto de Oliveira Botelho,  

Marlene Rezende Perez,

Arnaldo de Araujo Vilela,

Valter Pereira Alves,

Rosa Gomes de Castro,

Eulália Pereira da Silva,

Júlio Celso de Vasconcelos,

Margarida Nunes Miranda,

Vanessa Oliveira Assis,

Aldilene de Souza Teixeira,

Patricia Andrade Parra,

Vanessa de Oliveira Santos,

Maria Carolina de Souza,

Azanélio José Rezende Junior,

Arão Antônio Moraes,

Ariane Torres Ribas,

Fábio Rogério Canatto Coimbra,

Vanda Miranda Castilho de Oliveira,

Paulo de Souza Taveira,

Franklin Garcia Magalhães,

Silvia Helena Figueiredo da Silva,

Roberto Galante,

Aderli Lappe do Prado,

Adriana Catelan Skowronski, 

Dr. Djalmir Seixas César,

Manoel Góes Pache,

Sérgio Pacheco,  

Antônio Vieira,

Marco Roberto Dibres Sampaio,

Arnaldo Gedro Machado,

Ericson Galeano Paschoal,

Victor Olavarria e Silva,

Fernando Villa de Paula,

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Luiz Fernando Dall’Onder,

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Cristiane Parreira Renda de Oliveira Cardoso,

Vera Lúcia Pereira de Almeida,

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Edson Luiz Nunes,

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Vandir Zulato Jorge,

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Patricia Insfran Carramanho,

Luiz Inácio Abrão,

Luciana Piroli Maia,

Fernando César Bernardo,

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Mayara Bendô Lechuga,

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João Guilherme Barbosa Elias,

Rosely Aparecida Stefanes Pacheco,

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Daniela Maria Vendrame,

Juliano Cavalcante Pereira,

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Leticia Teixeira Sanches,

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Jerdilei Aparecido dos Santos,

Samira Lira Vieira,

Lucilene de Oliveira da Silva.

Correio B+

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia Gaudencio

"Fazer esse trabalho foi extremamente prazeroso porque eu já era fã do Raul Seixas e tive a oportunidade de me aprofundar ainda mais na vida e na obra dele".

27/07/2025 15h30

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia Gaudencio Foto: Matheus Soriedem

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Lívia Gaudencio está festejando seus 15 anos de carreira como roteirista de forma muito especial! A artista é a única mulher na equipe que assina o roteiro da série “Raul Seixas: Eu sou”,  no Globoplay. 

Mineira, Lívia ainda tem no currículo o trabalho de no roteiro do filme “Maria do caritó”, estrelado por Lilia Cabral, a criação e o roteiro da webserie “Steam Girls”, sobre meninas na ciência, e o curta “Lembranças de Barcelona” sobre feminicídio.
 
Dona e diretora da Gautu Filmes, focada na produção de projetos autorais para o mercado audiovisual, ela pretende lançar este ano o curta “Onde está você agora?”, sobre uma mulher que lida com a perda gestacional e, ao mesmo tempo, precisa cuidar da mãe com Alzheimer. Além de protagonizar a produção (que tem uma equipe majoritariamente composta por mulheres), ela ainda é a roteirista e faz codireção.

Lívia também é atriz há 25 anos, e passou por escolas renomadas como a New York University e a Escuela Internacional de Cine y TV, de Cuba. A artista atuou no elogiado filme “Batismo de sangue” e na série “A cura”, da Globo. Nos próximos meses, vai rodar o país apresentando espetáculos da premiada Companhia O Trem, da qual é diretora artística.

Lívia Gaudencio é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e entrevista ao Caderno ela fala da celebração especial que está vivêndo, trabalhos, carreira e estreias.

 

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia GaudencioA roteirista Lívia Gaudencio é Cap exclusiva do Correio B+ desta semana - Fotos: Matheus Soriedem - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Lívia, você integra a equipe de roteiristas da série “Raul Seixas: eu sou”, que chegou em junho no catálogo do Globoplay. Como surgiu a oportunidade de fazer parte desse projeto? Como foi a busca de histórias a serem incluídas na produção?
LG - Eu estava trabalhando em outros projetos com o Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes, quando deram início ao desenvolvimento da série "Raul Seixas, Eu Sou".

Na época eu estava também fazendo mestrado em Estudos Sobre as Mulheres, em Portugal, e eles buscavam um olhar feminino para a narrativa. O convite de integrar a equipe surgiu e eu fiquei encarregada de desenvolver o Episódio 3, porque é quando vemos o primeiro divórcio do Raul, um momento muito traumático e delicado para ele e a ex-esposa, Edith.

A pesquisa para a série partiu de biografias, entrevistas com amigos e familiares e do vasto material disponível na mídia. A partir daí, fomos colocando a nossa digital através das criações ficcionais, principalmente no que diz respeito às cenas de realismo fantástico onde pudemos dar vida às loucuras e criações geniais da mente do Raul.

CE - No processo de criação, o que mais te chamou a atenção sobre a vida de Raul Seixas? Descobriu algo que desconhecia ou que tinha informação errada?
LG - O que mais me chamou a atenção foram as fragilidades do Raul. Todo gênio é incompreendido em sua tentativa de compreender o mundo. Raul sofreu muito por não se encaixar em dogmas culturais e regras sociais e isto o adoeceu. Acredito que a autodestruição dele vem desta dificuldade do não pertencimento.

Eu desconhecia a faceta familiar do Raul e gostei muito de desenvolver as cenas de intimidade dele com suas esposas e filhas. O que sempre chegou para o público foi a persona artística de maluco beleza que ele criou, mas o Raul tinha uma psique complexa e cheia de contradições como todo ser humano e que pudemos retratar na série.

CE - Com tanto conhecimento agora sobre a vida de um dos maiores cantores do Brasil, consegue descrever melhor a razão pela qual ele segue sendo cultuado até hoje?
LG - O Raul era visionário nos sincretismos que fazia. Seja musical, político ou espiritual, tudo era inovador nas misturas que ele fazia. As pessoas que apresentam o novo acabam sendo colocadas neste lugar de líderes. E este foi um grande dilema para o Raul, que ficava dividido entre gostar de ser cultuado ao mesmo tempo em que queria libertar as pessoas das idolatrias e ideologias cegas. 

CE - O que é mais difícil na hora de se roteirizar um projeto sobre a vida de uma personalidade relevante?
LG - Honrar a memória de uma personalidade tão gigante é uma baita responsabilidade, principalmente porque a pessoa não está mais aqui para falar por si e a obra pode ter um efeito de selar uma meia verdade como verdade inteira.

Além disso, eu acho muito delicado retratar a vida de pessoas reais, porque o que pra nós é entretenimento, para elas pode significar traumas e memórias familiares muito sensíveis. Eu sempre fazia o exercício de me colocar no lugar das esposas e das filhas, ou até mesmo dos parceiros profissionais, como o Paulo Coelho. Imaginar estas pessoas se vendo na série era uma forma de não ser maniqueísta na construção das cenas e de respeitar a história daquelas pessoas também. 

CE - “Raul Seixas: eu sou”, aliás, marca seus 15 anos como roteirista. Acredita que esse projeto é um divisor de águas da sua carreira, mesmo já tendo feito trabalhos como o roteiro do filme “Maria do Caritó”, baseado na peça homônima com Lilia Cabral?
LG - Acredito ser um divisor de águas na minha carreira pela visibilidade que, obviamente, a obra tem, mas principalmente porque o processo de criação da série me trouxe a certeza de estar no lugar certo fazendo a coisa certa. O convite para escrever a série aconteceu em um momento em que eu pensava em desistir de trabalhar como roteirista.

Eu estava fazendo mestrado em sociologia, em uma tentativa de mudar de carreira, pensando em talvez seguir na academia. Mas conciliar a escrita acadêmica com a escrita de uma série de tv me deu a perspectiva de que, apesar de adorar a pesquisa científica, minha base é o teatro e a arte é onde me sinto em casa. Foi a partir deste reconhecimento de onde mora minha pulsão de vida que decidi voltar para o Brasil e abrir minha produtora de cinema.

CE - Nesses anos como roteirista, você fez vários projetos com foco em pautas relevantes para mulheres, como feminicídio e perda gestacional. Como analisa o interesse atual do mercado e do público em ver nas telas assuntos urgentes como esses?
LG - Acho que sempre houve o interesse do público em temas que dialogam com as fragilidades humanas. Em termos mercadológicos, o que eu acredito que tem mudado é a expansão das janelas de exibição - através da internet, por exemplo - o que traz mais oferta de obras e temas que atendem a grupos de interesses muito específicos. Acredito que os temas femininos têm ganhado mais espaço no audiovisual na medida em que também têm sido mais discutidos fora das telas. 

Capa B+: Entrevista exclusiva uma das roteiristas da série "Raul Seixas: eu sou" Lívia GaudencioA roteirista Lívia Gaudencio é Cap exclusiva do Correio B+ desta semana - Fotos: Matheus Soriedem - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flávia Viana

CE - Inclusive, você tem uma produtora: a Gautu. Como é ser uma mulher dona de uma empresa que gera conteúdo para o audiovisual? E como enxerga esse crescente número de mulheres atrás das câmeras?
LG - Eu abri a Gautu Filmes este ano, então ainda sou bastante iniciante como produtora audiovisual. Ser uma mulher em papel de liderança tem seus desafios porque o acesso a este lugar é historicamente muito recente para as mulheres, mas acredito muito no potencial de transformação das relações de trabalho que vem da visão feminina no mundo empresarial.

Este ano foi produzido o primeiro curta-metragem pela Gautu Filmes e, propositalmente, priorizei contratar mulheres nas funções principais. Além de fortalecer a presença de mulheres no mercado audiovisual (que ainda é sub-representada e sub-remunerada), eu queria uma atmosfera mais feminina porque a história do curta pedia isso. Acredito que deu muito certo, pois tivemos um ambiente colaborativo e mais horizontal na tomada de decisões e isso possibilitou, inclusive, otimizar o orçamento através de parcerias firmadas através destas mulheres.

CE - Além de escrever, você também atua e já fez trabalhos na TV e no cinema. Pensa em fazer novelas? Acredita que estar no elenco de uma produção da TV aberta ainda é fundamental para uma carreira de sucesso?
LG - Eu quero muito voltar a atuar com mais frequência. Eu andei afastada dos palcos e das telas porque estava dedicada à maternidade, então a escrita era algo mais possível de conciliar com o tipo de maternidade que eu escolhi para minha relação com meus filhos, até este momento. Eu nunca atuei em novelas então eu gostaria sim de viver esta experiência.

Reconheço que o alcance que a novela tem, amplia as possibilidades de atuação dos artistas, mas o mais gratificante pra mim é poder  interpretar personagens que eu me conecte de alguma maneira, que eu enxergue algum sentido em viver aquela história na pele. Não importa se eles vêm através das narrativas de novelas, cinema ou teatro. 

CE - Com 15 anos como roteirista e 25 como atriz, quais seus sonhos profissionais?
LG - Tenho muitos sonhos comuns à profissão. Acredito que todo ator e atriz já se imaginou ganhando um Oscar, por exemplo (risos). Mas prefiro ir desenhando meus caminhos à medida que as possibilidades se apresentam. Realizar meu primeiro projeto de longa ou série autoral seria uma grande realização profissional e, agora, com a Gautu Filmes, é algo possível de acontecer. Depois desta realização, já posso seguir para um sonho maior.

CE - Lívia, quais seus próximos projetos a caminho?
LG - Tenho vários projetos em andamento. Vou dando mais atenção a um, ou a outro, à medida em que vão avançando. Alguns projetos não podemos mencionar por causa de contratos. Mas posso dizer que, no momento, estou focada na finalização do curta-metragem "Onde está Você agora?", que escrevi, co-dirigi e protagonizei. A ideia, a princípio, é circular por festivais e buscar novas colaborações através da Gautu Filmes.

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