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Rafael Cortez: "O CQC foi um divisor de águas na minha vida. Ele me apresentou para o público e principalmente para a comédia"

Como músico, ele gravou o seu primeiro álbum autoral de violão intitulado de 'Solo' em 2005 e em 2011 lançou 'Elegia da Alma'

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Rafael de Faria Cortez (45), mais conhecido como Rafael Cortez, é paulistano e se formou em jornalismo pela PUC - SP. 

Multifacetado, ele é ator, músico e comediante. Rafael ficou bastante conhecido quando passou a integrar o elenco de repórteres do programa "CQC " (Custe o Que Custar) na Band em 2008. 

Em sua vida um momento importante, um divisor de águas.  

Cortez já trabalhou para veículos como "Veja São Paulo", CNT e TV Gazeta. Foi apresentador do programa "Got Talent Brasil" e "Me Leva Contigo" na RecordTV.

Como músico, ele gravou o seu primeiro álbum autoral de violão intitulado de 'Solo' em 2005 e em 2011 lançou 'Elegia da Alma', com 15 composições de violão gravadas durante 7 anos. 

Rafael também participou de peças infantis como "Os Saltimbancos" (2004) e "O Mágico de Óz" (2007). No cinema já atuou no filme "Amor em Sampa", lançado em 2016, e também já gravou áudiolivros de obras célebres da literatura brasileira como "Dom Casmurro" e "O Alienista", ambas do autor Machado de Assis.

Rafael participou do programa de culinária “Super chefs Celebridades” e ficou em último lugar, porque é péssimo na cozinha (risos).  

Na TV atualmente, podemos ver Cortez na TV Cultura no programa Matéria Prima e também no streaming Disney Plus, mas seu principal papel no último mês e mais importante até aqui, é o de pai da Nara de quem ele fala com muita emoção.  

“Eu sou profundamente apaixonado por ela, ela é tão boazinha, tão bonitinha... Eu a amo profundamente. Amo cada coisinha dela. Ela é muito preciosa”, fala.

Tive o prazer de assistir o Rafael Cortez em São Paulo no mês passado e foi um stand up incrível, engraçado e inteligente como tudo que ele faz.

Cortez é a Capa do Correio B+ desta semana. Ele deu uma entrevista para o Caderno que vale a pena ler do início até o final. Rafael fala de seu início, do CQC, como está vivendo a paternidade, sobre TV, entre tantas outras coisas... Confere aí!  

CE: Rafael, você sempre se viu trabalhando com comunicação?

RC: “Desde criança, eu sempre soube que iria ser ator. É realmente algo que eu desejava. E a comunicação está muito ligada ao artista. Um artista que não se comunica bem, se trumbica, como já diria Chacrinha. A minha grande dúvida durante os meus primeiros anos de carreira foi sempre se eu seria um ator, ou um músico, ou um desenhista, ou um performer... O que foi realmente ‘chocante’, no bom sentido, foi eu me descobrir um comediante. Nem nos meus maiores sonhos de adolescência e juventude, foi imaginar que eu me tornaria conhecido por parte do público pela comédia. Essa foi uma grata surpresa.”

CE: E a música? Como aconteceu pra você? Ou sua primeira opção era a música?

RC: “Na verdade, a música veio primeiro. A música foi o meu grande despertar artístico. Eu tive uma infância maravilhosa, mas tive uma adolescência muito ruim por conta de problemas que eu tive na minha casa. E eu estava quase embarcando numa depressão profunda, quando aos 17 anos eu conheci um grupo de apoio que tocava violão. E a gente ia a reuniões de terapia, e eu via os jovens tocando violão. E eu percebia que aquilo era libertador. E eu via que eles ali eram os mais descolados. E aí, eu comecei a estudar violão porque eu queria ser descolado também. Então, o meu primeiro chamado com o violão foi esse, de me libertar, de socializar e me tirar daquela depressão. Só que aí, eu enlouqueci com o violão... Eu comecei a estudar com 17, depois fui para o violão clássico e até os 22 eu fiquei corroído da ideia de ser um profissional. E aquilo foi hipnotizante para mim. Eu só não me tornei um profissional de violão porque eu não passei em um vestibular específico de música, por conta de Física, Química e Matemática. A música, para mim, é uma carreira paralela. Eu não tenho mais aquela aspiração em ser um profissional de música, mas eu nunca deixei de tocar. Tanto que eu tenho seis discos lançados, e não é pouca coisa. De 2005 para cá foram seis discos e eu não paro de pensar em outros.”

 

CE: Você ficou conhecido pelo humor?

RC: “Sim. Especificamente, graças ao CQC. O programa foi um grande divisor de águas na minha vida. O CQC me apresentou ao Brasil como uma figura pública, mas, acima de tudo, e principalmente, me apresentou de fato para a comédia. O CQC foi o casamenteiro entre eu e a comédia. Ele foi o padre. Até então, eu não pensava em fazer comédia. Me colocou em contato com comediantes etc. Em comecei lá em 2008 e em 2009 eu já comecei a fazer stand-up, e foi um encontro maravilhoso, de alma. De lá para cá, já fiz centenas de shows, fui pro México, Japão, Estados Unidos... Realmente, tenho vivido uma carreira de comediante maravilhosa.”

CE: E suas experiências na comunicação até chegar no CQC, como foram?

RC: “As minhas experiências na comunicação com o CQC foram muito importantes para mim. Quando eu tinha 20 e poucos anos, eu trabalhei numa produtora de vídeo e fazia vários programas de televisão para pequenos casais. Lá, eu fui tudo o que se possa imaginar... Cabo man, chefe de estúdio, produtor de convidados, produção de merchandising, produtor executivo, assistente de produtor... Foram anos incríveis. Foi uma aula para mim. Eu pude ver tudo o que acontece no entorno do fazer TV. Antes do CQC, eu também passei anos como produtor teatral, de festinha de criança, passei anos trabalhando em um espaço circense... Eu tenho uma carreira bem bonita na produção cultural de um modo geral, e isso me ajudou profundamente quando eu fui para a frente da câmera. Porque quando eu cheguei no CQC, eu me vi num protagonismo de repórter.”

 

CE: Como aconteceu o convite para o CQC?

RC: “Foi muito incrível. Eu tinha um currículo rodando todo o mercado. E meu currículo como produtor era muito forte. Inclusive, me procuraram para ser produtor e não comediante. Eu aceitei ir até à entrevista, pesquisei sobre o que o programa se tratava e me interessei. Chegando lá, disse que não queria a vaga para produtor, mas queria muito tentar para ser repórter. Eles ficaram surpresos, porque nem estava aberta a vaga de repórter ainda. Eu insisti, me deixaram fazer o teste e aí eu passei.”

CE: O que o CQC mudou quando estreou na Band?

RC: “Tudo na minha vida. Eu sou profundamente grato. Mais do que mudar a minha vida, o CQC lavou a minha alma. Foi o meu redentor. Me redimiu de várias humilhações que eu tinha vivido. Eu comecei a trabalhar na carreira artística com 17 anos e só aos 31 que eu fui reconhecido como um artista. Graças ao CQC. Então, imagina, dos 17 para os 31, quanta água rolou, quanto eu ralei... Quando eu era anônimo, um artista raçudo, ganhei muito mal, fui muito mal tratado por contratante, passei muito perrengue. Então, de repente você se vê em um projeto que o Brasil inteiro ama, que é um sucesso, e os caras passam a te pagar bem, a te prestigiar, aquilo foi redentor, eu lavei a alma mesmo. O CQC resolveu toda a minha vida financeira naquele começo, eu lembro que eu estava quebrado mesmo, e consegui quitar todas as minhas dívidas. Foi graças ao CQC que eu consegui comprar o meu apartamento, que eu descobri uma carreira de comediante, que é o que me sustenta até hoje. Foi um sonho que se realizou. Eu tive o privilégio de viver nessa vida um sonho acordado. Eu cheguei lá e isso ninguém tira da minha história.”

 

CE: Uma reportagem que foi bastante importante pra você...

RC: “Quando eu cobri a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul. Eu fui morar lá para cobrir futebol, que é um tema que eu desconheço, tenho a menor familiaridade, não tenho time etc. Eu morei 46 dias em Johanesburgo e foi o melhor e o pior momento que eu passei no CQC. Eu decidi, já que estava ali, a fazer as melhores matérias da minha carreira.”

CE: Você passou pela Record e pela TV Globo depois do CQC, como foram esses convites e experiências?

RC: “O convite foi muito legal mas eu fui com o pé atrás, porque eu lembro que me procuraram definindo um grande plano de carreira para mim, e essa é a vantagem de ter começado fazendo sucesso mais tarde... Eu comecei no CQC com 31 anos de idade e fui para a Record com 38. E, dessa maneira, você fica mais desconfiado e sensato às promessas... Eu lembro que havia de fato um desenho da emissora para que eu fosse um dos grandes apresentadores da TV aberta, mas eu e o meu empresários ficamos muito desconfiados e não nos deslumbramos com essa possibilidade, o que foi muito bom, porque dois anos depois, nada daquilo havia acontecido e eu simplesmente saí da emissora com dois programas que foram muito legais de fazer. Depois, voltei para a Band. Ir para a Globo em 2016 foi um sonho que eu realizei acordado. Tive dois anos incríveis lá. Fui repórter no ‘Video Show’ cobrindo basicamente o Projac, e eu, que nunca tinha entrado no Projac, me vi trabalhando ali, vendo de perto as novelas, as cenografias, as maquiagens, os figurinos etc, foi incrível. Fiz o ‘Pop Star’ e o ‘Superchefs Celebridades’. Foi demais!”

 

CE: Meu Azar com as Mulheres e Memórias de Zarabatanas. Conta pra gente?

RC: “São os livros que eu escrevi. O ‘Meu Azar Com As Mulheres’ em 2015 é de comédia. Falo sobre namoradas, chefes que eu tive, as clássicas piadas de sogra... Mas, eu acho um livro bem sexista, já está publicado, está aí para quem quiser ler, mas, se eu pudesse reeditar, eu faria muita coisa diferente ou simplesmente não lançaria. É um livro machista e eu não sinto orgulho dele. Mas o ‘Memórias de Zarabatanas’, é de prosa e poesia lançado em 2018 e desse eu tenho um orgulho profundo, acho que é um dos trabalhos mais bonitos que eu já fiz na minha vida. São meus poemas e crônicas, que, juntos, vão contando um pouco da minha biografia. É um livro apaixonante.”

CE: Você cozinha bem? Passou pelo “Super Chef Celebridades”?

RC: “Não. Eu sou péssimo na culinária. Não sei fazer nada. Eu tenho essa coisa de violonista, né... Acho que as minhas mãos são mãos de músico mesmo. Ora muito delicadas, ora muito tensas. A culinária é algo muito manual... Eu tenho medo de usar faca e me gostar, por exemplo. Então, eu já não gosto. Além de achar que a minha mão desliza mal pela comida, porque ela é uma mão instrumento. E eu não tenho dom mesmo, sou péssimo. Quando eu fiz o ‘Super Chef Celebridades’, fiquei em último lugar, porque eu sou ruim mesmo. E lá eu tive aula de tudo o que você possa imaginar... Aprendi a fazer risoto, ovo pochê, massas, assados, cozidos, e eu não lembro de nada.”

 

CE: Você gosta de atuar?

RC: “Olha, eu atuo. E até tenho uma carreira bonita para as poucas coisas que eu já fiz de atuação. Mas, confesso que de todas as artes, é a que mais me intimida, porque eu tenho referências de atores e atrizes muito grandes na minha família. O meu irmão mais velho, que é um ótimo ator, é o Leonardo Cortez. Minha tia materna é uma atriz sem tamanho e temos também o Raul Cortez, que foi primo do meu pai. O nível é alto. Eu atuo também, mas vou com muito mais esmero e cuidado. Eu não sou um ator que relaxa, eu vou sempre muito tenso. Mas me sinto muito orgulhoso, porque ao longo desses anos eu fiz boas peças de teatro infantil onde eu formei um nome legal entre 2004 e 2007, fiz sitcom, fiz longa-metragem que estreia esse ano, e lacrei a vida recentemente ao ser convidado pelo Luiz Fernando Carvalho para fazer um papel na série ‘Independências’, que fala sobre os 200 anos de independência do Brasil.”

CE: E o “Talk Show”?

RC: “É uma matéria-prima e o projeto da minha vida. É a grande realização pessoal. Em 2012, eu tive a ideia de fazer o ‘Talk Show’ e eu só consegui realmente estreá-lo na TV aberta em 2021, ou seja, 11 anos depois. Mas foi e segue sendo o grande projeto da minha carreira. Foi o típico filho que eu desenvolvi e fiquei tentando convencer todo mundo de abraçar. Cheguei a fazer duas temporadas na internet, mas quando foi para a TV, foi quando de fato o sonho se realizou.”

 

CE: Como você vê o crescimento dos streamings?

RC: “Eu vejo com curiosidade. Confesso que quando eu vi esse fenômeno ficando cada vez mais forte, eu achei que seria ruim, por ser de TV aberta, eu achava que fosse roubar o nosso trabalho, mas, com o tempo, pudemos perceber que a gente também pode trabalhar no streaming. Então, se eu tinha uma desconfiança no começo, com o tempo, passei a ter um entusiasmo. O crescimento dos streamings me felicita pela possibilidade de me dar mais trabalhos.”

CE: O “Matéria Prima” é um programa que você idealizou e faz basicamente tudo na TV Cultura, como foi o processo?

RC: “Sim. É um programa que eu concebi, que eu apresento, que eu faço o roteiro final, que eu faço a edição... É um programa de pai, mesmo. Tem uma equipe que trabalha comigo, mas é o meu filho, e eu acompanho tudo de perto. Eu trabalho todos os dias por esse programa e ralo muito por ele. Não tem nada que aconteça no ‘Matéria Prima’ que eu não esteja sabendo. A única coisa nele que não me pertence, é o nome. Que é da TV Cultura há muitas décadas já.”

 

CE: Eu assisti o seu stand up e é muito bacana... É tudo verdade?

RC: “O stand up tem a função de transformar a realidade em algo ainda mais engraçado. A ilustração que eu faço, é de que a gente sempre está com o pé no acelerador. Muitas das coisas que eu falo no meu show são verdadeiras, mas às vezes eu dou uma exagerada para que a coisa fique engraçada. Eu faço muita ‘caricatice’, contando as histórias levando para alguns extremos que eu sei que vão funcionar em termos de comédia.”

CE: Você sempre quis ser pai?

RC: “Sim. Sempre quis, mas tive momentos em que quis mais e em que quis menos. De uns tempos para cá, comecei a ficar com vontade de novo, e a minha esposa e eu resolvemos encarar e deu no que deu, a nossa filha está aí.”

 

CE: Você acabou de ser pai, conta essa experiência pra gente?

RC: “Eu sou profundamente apaixonado por ela, ela é tão boazinha, tão bonitinha... Eu a amo profundamente. Amo cada coisinha dela. Ela é muito preciosa. Estou cansado, sem dúvidas, mas eu acordo pra esquentar uma mamadeira ou trocar uma fralda e não faço isso com raiva e nem nada, ela acorda no meio da noite e a gente fica feliz, porque faz parte do jogo. Todos os dias, desde que a minha filha nasceu, eu choro com ela. Choro de emoção, de gratidão, de felicidade, por achá-la linda e me sentir profundamente abençoado por ser pai dela.”

CE: Sei que todo mundo pergunta isso, mas é inevitável... Novos projetos?

RC: “Uma palestra que eu escrevi esse ano sobre atitude transformadora, em outras palavras, sobre ser cara de pau. Eu acredito que é o meu melhor projeto para o mercado corporativo. Tem muito a agregar pros executivos de vendas e pros times comerciais como um todo, principalmente para as lideranças. Também farei novas ações nas minhas redes sociais, criando conteúdos novos etc, tudo indica que ‘Matéria Prima’ terá uma nova temporada no ano que vem, mas eu quero fazer uma boa reformulação para esse projeto, ainda esse ano já começará tendo um novo cenário, além de um disco que pretendo gravar esse ano ainda... E tem outras coisas que ainda não dá para contar programadas para 2023.”

CE: Uma vontade... Um sonho...

RC: “Uma vontade, de imediato, é sair desse pesadelo, dessa crise econômica que o nosso país está vivendo. Que o Brasil volte a ser o país incrível que por tantas vezes eu vivi em sua plenitude. E um sonho, seria me ver valorizado de novo como um profissional de televisão. Que as pessoas me respeitem mais como apresentador, que me deem mais espaço, que me ouçam mais e que me assistam mais também. Eu já fiz de tudo em TV, exceto uma novela. Isso, eu nunca fiz, por exemplo. E no dia que eu fizer, vou poder dizer que já fiz de tudo na televisão.”

 

Diálogo

A eleição passou, mas a prefeita reeleita Adriane Lopes continua...Leia na coluna de hoje

Por Ester Figueiredo ([email protected])

22/11/2024 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Davi Roballo - escritor brasileiro

"Infelizmente, descobrimos um pouco tarde que devemos viver para deixar saudades, boas lembranças, e não bens, já que tudo perece, menos a alma, que é eterna”.

FELPUDA

A eleição passou, mas a prefeita reeleita Adriane Lopes continua sob a artilharia pesada dos adversários, principalmente de alguns dos derrotados. Esse, digamos assim, fogo cerrado deverá continuar, na tentativa de impedir a sua consolidação como forte liderança, e poderá vir a atrapalhar os planos de muita gente em um futuro não muito distante. Desde já, portanto, estão jogando ainda tachinhas, pregos e similares no caminho político-administrativo da prefeita. Ah, o poder!

Diálogo

Elas

As duas vereadoras que em 2025 atuarão na Câmara Municipal de Campo Grande têm ideologias políticas extremamente diferentes. Luiza Ribeiro, que foi reeleita, é do PT e defende temas que batem de frente com as posições da chamada direita.

Mais

Já Ana Portela, do PL, a qual exercerá o seu primeiro mandato, é verdadeiramente do time do ex-presidente Jair Bolsonaro e tem, portanto, posições políticas que duelam com a esquerda. Os embates entre ambas prometem ser constantes em plenário.

Diálogo
Maria Pedrossian de Abrantes - Foto: Arquivo Pessoal
Diálogo
Paulo Verissimo - Foto: Rafael Cusato

Retorno

Passada a ressaca pela derrota do candidato tucano a prefeito de Campo Grande, que não chegou nem sequer ir para o segundo turno, aqueles que foram nomeados para trabalhar na campanha começaram a voltar para os seus, digamos, “antigos aconchegos”. As nomeações estão saindo aos poucos no Diário Oficial. Dizem, aliás, que tem gente com insônia, pois o tempo passa, o tempo voa, e…

Press trip

Encerra-se hoje a visita ao Pantanal – promovida pela Embratur e pelo Sebrae-MS – de cinco jornalistas do Reino Unido e da Irlanda para conhecerem a região. A press trip pelos destinos e atrativos desse bioma que é Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco teve início no dia 18 e também  contou com o apoio da Fundtur.

Turistas

Segundo o Portal de Dados da Embratur, de janeiro a setembro deste ano, o Estado recebeu 51.173 estrangeiros. No ano passado, entraram pelas fronteiras de MS 70.277 turistas. Entre os dois primeiros semestres de 2023 e 2024, houve um aumento de 18,6% na entrada de visitantes internacionais. Mato Grosso do Sul recebeu turistas principalmente de Portugal, da Inglaterra e dos EUA no primeiro semestre deste ano, tendo destaque os aeroportos de São Paulo (91,9%), de Brasília (2,3%) e do Rio de Janeiro (1,5%) como portões de entrada.

Aniversariantes

  • Dra. Anamélia Wanderley Xavier,
  • Luiz Carlos Santini Júnior,
  • Simplícia (Pimpa) Alves Arruda,
  • Luiz Fernando Buainain,
  • Dra. Thaisa Saddi Tannous Silvino,
  • Marie Rose Jabur Sleiman,
  • Diego Fabricio Cruz Duailibi,
  • Cecílio Lino de Rezende,
  • Rubens Aleyne,
  • Gilberto Henrique de Oliveira,
  • Nirton Froeder,
  • Luciano Dias Ferreira Dutra,
  • Oswaldo Pires de Rezende,
  • Guilherme Roncaglia Seco,
  • Erminio Berto da Silva,
  • Ana Sirlei Vieira Castoldi,
  • Cassia Modena de Souza,
  • Leonardo Marques Ennes,
  • Odorce Bentos da Cunha,
  • Paulo Antônio Serra da Cruz,
  • Gabriel Silva Fernandes,
  • Milene Garcia Busato,
  • Glauco Cortez Mattos,
  • Dr. Leonardo Higa Nakao,
  • Leozitor Floro de Souza,
  • Paulo Antunes de Siqueira,
  • Jussara Coimbra Pedra Brum,
  • Jerônimo Rezek Rocha,
  • Celso Chaia,
  • Edson de Souza Teixeira,
  • Gledson Paulino Leal,
  • Rodrigo Bombonato Postinguel,
  • Fernando Bittar,
  • Daniele Costa Morilhas,
  • Gilberto Alves Ferreira,
  • Nilda da Silveira Falcão,
  • Fabiana Soares Katayama,
  • Cecília Barcellos Teixeira,
  • Jayme de Magalhães Júnior,
  • Cristiane Tavares Soares Bigolin,
  • Jander Castellani Dias,
  • Renato Baschi,
  • Aimar Joppert Junior,
  • Darci Marques,
  • Ana Claudia Nacer de Souza,
  • Dr. Marcos Estevão 
  • dos Santos Moura,
  • Dra. Gabriela Ferreira 
  • Calarge Jankauskis,
  • Dr. Euler Simões Corrêa Jorge,
  • Maxwell Aparecido Chaves,
  • Inah Barbosa dos Anjos,
  • Neiva Guerreiro,
  • Assaf Jorge Nesrala,
  • Roberto Assaf Nesrala,
  • Cesar Augusto Pires da Silva,
  • Márcio Augusto de Oliveira,
  • Fabiola Matte Freitas,
  • Joice Mara Medeiros da Silva,
  • Fátima Aparecida Maronha Fujimak,
  • Eugênio Quevedo,
  • Leontina Aparecida de Souza,
  • Idelso Berro,
  • Ana Maria Lima Mendonça,
  • José Wilson Capdeville Bastos,
  • Eliane dos Santos Silva,
  • Albano do Prado 
  • Pimentel Franco,
  • César Chedid,
  • Dr. Benedito de Oliveira Neto,
  • Claudio Augusto Guerra,
  • Luiz Claudio Monteiro,
  • Ana Paula Silva,
  • Pedro Henrique Gomes,
  • Denise Maria Decco,
  • Adriana Queiroz Sobreira,
  • Edgar Buytendorp,
  • Volnei Camargo Borges,
  • Gabriela Gelir Capitânio,
  • Mirella Galando Montilha,
  • Driele Luz Bahia Rodrigues da Silva,
  • João Mitumaça Yamaura,
  • Nilva de Oliveira Neves Inoue,
  • Cecílio Claudiano Yegros Aranda,
  • Patricia de Souza Lima,
  • Alberto Grangeiro da Costa Júnior,
  • Paula Latta Pereira Camargo,
  • Mara Moreira Luna,
  • Rui Pires dos Santos,
  • Lídio Recalde,
  • Vivaldo Batista,
  • Kelei Zeni,
  • Ivone Pessine,
  • Lisete Padilha Rubert,
  • Mariana Moura de Almeida Vieira,
  • Nilma Maria Nascimento Lima,
  • Enio Alberto Soares Martins,
  • Antonio Carlos Silveira Soares,
  • Vitória de Oliveira Pedroso,
  • Cecilia Elizabeth Grotti,
  • Silvia de Lima Moura Figueira,
  • Pedro Valdemar Lopes,
  • Bruno de Brito Curto,
  • Celso Mazzoni Haidamus,
  • Maria das Graças Ribeiro,
  • Antonio Valdir Severo,
  • Juliana Morais Arthur,
  • Amarildo Jonas Ricci,
  • Alberto Henrique 
  • Teixeira de Barros.

*Colaborou Tatyane Gameiro

LITERATURA

"A MORTE FAZ PARTE DA VIDA"

Psiquiatra e escritora, Natalia Timerman, autora de "As Pequenas Chances" (Editora Todavia), em que, na chave da ficção, aborda a morte do pai, conversa com o público hoje na Hámor Livraria; Lorena Gonçalves e Marcos Vitor participam do bate-papo e a entr

21/11/2024 10h00

"Anoto coisas o tempo todo, em cadernos, nos livros que leio, no próprio celular. Mas quando meu pai estava doente não anotei uma única linha", afirma a escritora Natalia Timerman, que já lançou um romance pela Todavia, entre outras publicações Foto: Renato Parada

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O que pensamos e sentimos e como agimos quando perdemos um familiar? E se quem morrer for seu pai? Natalia Timerman passou pela experiência em 2019. E como, nas suas palavras, “não havia mais nada a se fazer”, sentiu-se instada a escrever o que se tornou “As Pequenas Chances”, segundo romance da psiquiatra e escritora paulista, publicado em 2023 pela Editora Todavia, que ganha lançamento em Campo Grande. A autora conversa com o público hoje, na Hámor Livraria, a partir das 19h, com entrada franca.

Lorena Gonçalves e Marcos Vitor participam do bate-papo, em que a prática da escrita como aliada ao processo de luto familiar e sua articulação com o exercício literário devem pautar o encontro, assim como a expressão autobiográfica e as origens judaicas da autora, que para ela representaram o resgate de tradições que até então desconhecia e que a morte do pai, também médico, em decorrência de um câncer, acabou ocasionando.

Natalia tem 43 anos e é mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), onde cursa atualmente doutorado em Literatura. Desde o lançamento, “As Pequenas Chances” vem obtendo seguidas resenhas positivas, pelo modo como sua narrativa confessional alinhava fabulação e reflexão pessoal a partir do mote autobiográfico. “Tem trilhado um caminho bonito”, diz a escritora sobre o livro que já ganhou algumas reimpressões e a levou à Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e a Portugal.

"Anoto coisas o tempo todo, em cadernos, nos livros que leio, no próprio celular. Mas quando meu pai estava doente não anotei uma única linha", afirma a escritora Natalia Timerman, que já lançou um romance pela Todavia, entre outras publicações

Sua produção já publicada inclui “Desterros: Histórias de Um Hospital-Prisão” (Editora Elefante, 2017), a coletânea de contos “Rachaduras” (Quelônio, 2019), que esteve entre os finalistas do prêmio Jabuti, e, também pela Todavia, “Copo Vazio” (2021), seu primeiro romance, em que apresenta a perturbada paixão de Mirela por Pedro, em que “a dúvida e o desalento” se seguem à “felicidade insuportável” do início.

A quatro mãos, com a psicanalista Bel Tatit, publicou “Os Óculos de Lucas” (Brinque-Book, 2022), seu primeiro livro infantil, com ilustrações de Veridiana Scarpelli. Natalia é colunista do portal UOL e colaboradora das revistas Quatro Cinco Um e CULT. Também dá aulas de literatura em cursos livres. Confira, a seguir, o que diz a escritora sobre “As Pequenas Chances”, em entrevista ao Correio B.

Como apresentaria a trama de “As Pequenas Chances”?

“As Pequenas Chances” é um romance sobre a morte de um pai. Um pai médico, cuja filha, narradora do livro, também é médica, um pai que tem um linfoma e entra em cuidados paliativos e morre. É também um livro sobre luto, sobre memória e sobre judaísmo, pois essa filha, que até então não se reconhecia judia, se vê acolhida pelos rituais fúnebres judaicos e decide, depois, empreender uma viagem para as terras de onde vieram seus avós. 

O que motivou o desejo de escrevê-lo e publicá-lo?

Eu anoto coisas o tempo todo, em cadernos, nos livros que leio, no próprio celular. Mas quando meu pai estava doente não anotei uma única linha. Depois que ele morreu, não havia mais nada a se fazer. Por isso escrevi. “As Pequenas Chances” tem um cerne autobiográfico, sustentado por uma ficção, e é um livro que se assume como ficcional. Não pensei se devia ou não publicá-lo, porque o livro já foi concebido como parte do meu percurso como escritora.

O que diria ao leitor?

O leitor encontrará um livro que olha de frente para a dor da perda, mas que não considero um livro triste. É um livro acima de tudo sobre a vida, e a morte faz parte da vida. 

E você? O que espera com a publicação?

O livro foi lançado em outubro de 2023 e tem trilhado um caminho bonito. Me levou à Flip e a diversos outros festivais, foi publicado também em Portugal, de onde voltei há pouco, e já foi reimpresso algumas vezes. 

Como se deu a rotina da escrita?

Eu escrevi a maior parte do livro em uma residência artística para a qual havia ganhado uma bolsa e para onde fui apenas três meses depois da morte do meu pai. Dali, saiu um material denso, bruto, que me emocionou muito ao escrever. Passaram-se três anos antes que eu tocasse naquilo de novo e finalizasse o livro. Esse tempo foi importante, pois me possibilitou distinguir que dor pertencia à narradora e que dor pertencia somente a mim. 

Luto, perda, culpa, vínculos familiares, saudades, suturas. Do ponto de vista pessoal, qual o maior desafio de levar ao papel essa temática?

Escrever sobre a morte de alguém muito amado, se, por um lado, organiza um material doloroso disforme, por outro, revolve esse mesmo material. 
Como o livro parte de eventos autobiográficos, pessoas de verdade estão envolvidas. A Martha, companheira do meu pai, por exemplo, adorou o livro, mas me disse que ela se lembrava de tudo de um jeito muito diferente. Entendi então que eu tinha escrito a minha versão, ou melhor: a versão de uma personagem que viveu coisas que eu não vivi e que se diferencia de mim principalmente porque tem a palavra, o que diante da morte eu não tive. 
Lembro-me do dia do primeiro lançamento, em São Paulo: eu me sentia muito feliz e tinha dificuldade em conciliar essa felicidade com toda a tristeza pela morte do meu pai, que deu origem ao livro. Pareciam coisas incompatíveis, e são, mas o papel da literatura é justamente esse: sustentar contradições.

O que é, afinal, o luto? E por que as pessoas, de modo geral, parecem ter tanta dificuldade com ele? Tanto com o seu próprio processo de enlutamento quanto com o dos outros.

O luto é um longo processo, talvez infinito, de criar uma vida nova depois que se perde algo ou alguém muito importante. A maneira como vivemos, a maneira como consumimos e somos consumidos, desconsidera a morte. Por isso é tão importante falar dela: para que vivamos bem.

Em que medida o fato de ser uma psiquiatra e também o seu percurso de pós-graduação eventualmente afetaram e afetam o processo criativo?

Escrevemos com tudo o que somos, mesmo que não seja sobre nós mesmos. Ser psiquiatra, então, está no cerne da minha escrita, que se embrenha, acho, nos pensamentos, emoções, vergonhas, culpas e segredos das minhas personagens.

Já pensa em um próximo projeto literário?

Minha mãe está muito pouco presente em “As Pequenas Chances”. Meu próximo livro, então, será sobre ela.

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