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Rafael Cortez: "O CQC foi um divisor de águas na minha vida. Ele me apresentou para o público e principalmente para a comédia"

Como músico, ele gravou o seu primeiro álbum autoral de violão intitulado de 'Solo' em 2005 e em 2011 lançou 'Elegia da Alma'

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Rafael de Faria Cortez (45), mais conhecido como Rafael Cortez, é paulistano e se formou em jornalismo pela PUC - SP. 

Multifacetado, ele é ator, músico e comediante. Rafael ficou bastante conhecido quando passou a integrar o elenco de repórteres do programa "CQC " (Custe o Que Custar) na Band em 2008. 

Em sua vida um momento importante, um divisor de águas.  

Cortez já trabalhou para veículos como "Veja São Paulo", CNT e TV Gazeta. Foi apresentador do programa "Got Talent Brasil" e "Me Leva Contigo" na RecordTV.

Como músico, ele gravou o seu primeiro álbum autoral de violão intitulado de 'Solo' em 2005 e em 2011 lançou 'Elegia da Alma', com 15 composições de violão gravadas durante 7 anos. 

Rafael também participou de peças infantis como "Os Saltimbancos" (2004) e "O Mágico de Óz" (2007). No cinema já atuou no filme "Amor em Sampa", lançado em 2016, e também já gravou áudiolivros de obras célebres da literatura brasileira como "Dom Casmurro" e "O Alienista", ambas do autor Machado de Assis.

Rafael participou do programa de culinária “Super chefs Celebridades” e ficou em último lugar, porque é péssimo na cozinha (risos).  

Na TV atualmente, podemos ver Cortez na TV Cultura no programa Matéria Prima e também no streaming Disney Plus, mas seu principal papel no último mês e mais importante até aqui, é o de pai da Nara de quem ele fala com muita emoção.  

“Eu sou profundamente apaixonado por ela, ela é tão boazinha, tão bonitinha... Eu a amo profundamente. Amo cada coisinha dela. Ela é muito preciosa”, fala.

Tive o prazer de assistir o Rafael Cortez em São Paulo no mês passado e foi um stand up incrível, engraçado e inteligente como tudo que ele faz.

Cortez é a Capa do Correio B+ desta semana. Ele deu uma entrevista para o Caderno que vale a pena ler do início até o final. Rafael fala de seu início, do CQC, como está vivendo a paternidade, sobre TV, entre tantas outras coisas... Confere aí!  

CE: Rafael, você sempre se viu trabalhando com comunicação?

RC: “Desde criança, eu sempre soube que iria ser ator. É realmente algo que eu desejava. E a comunicação está muito ligada ao artista. Um artista que não se comunica bem, se trumbica, como já diria Chacrinha. A minha grande dúvida durante os meus primeiros anos de carreira foi sempre se eu seria um ator, ou um músico, ou um desenhista, ou um performer... O que foi realmente ‘chocante’, no bom sentido, foi eu me descobrir um comediante. Nem nos meus maiores sonhos de adolescência e juventude, foi imaginar que eu me tornaria conhecido por parte do público pela comédia. Essa foi uma grata surpresa.”

CE: E a música? Como aconteceu pra você? Ou sua primeira opção era a música?

RC: “Na verdade, a música veio primeiro. A música foi o meu grande despertar artístico. Eu tive uma infância maravilhosa, mas tive uma adolescência muito ruim por conta de problemas que eu tive na minha casa. E eu estava quase embarcando numa depressão profunda, quando aos 17 anos eu conheci um grupo de apoio que tocava violão. E a gente ia a reuniões de terapia, e eu via os jovens tocando violão. E eu percebia que aquilo era libertador. E eu via que eles ali eram os mais descolados. E aí, eu comecei a estudar violão porque eu queria ser descolado também. Então, o meu primeiro chamado com o violão foi esse, de me libertar, de socializar e me tirar daquela depressão. Só que aí, eu enlouqueci com o violão... Eu comecei a estudar com 17, depois fui para o violão clássico e até os 22 eu fiquei corroído da ideia de ser um profissional. E aquilo foi hipnotizante para mim. Eu só não me tornei um profissional de violão porque eu não passei em um vestibular específico de música, por conta de Física, Química e Matemática. A música, para mim, é uma carreira paralela. Eu não tenho mais aquela aspiração em ser um profissional de música, mas eu nunca deixei de tocar. Tanto que eu tenho seis discos lançados, e não é pouca coisa. De 2005 para cá foram seis discos e eu não paro de pensar em outros.”

 

CE: Você ficou conhecido pelo humor?

RC: “Sim. Especificamente, graças ao CQC. O programa foi um grande divisor de águas na minha vida. O CQC me apresentou ao Brasil como uma figura pública, mas, acima de tudo, e principalmente, me apresentou de fato para a comédia. O CQC foi o casamenteiro entre eu e a comédia. Ele foi o padre. Até então, eu não pensava em fazer comédia. Me colocou em contato com comediantes etc. Em comecei lá em 2008 e em 2009 eu já comecei a fazer stand-up, e foi um encontro maravilhoso, de alma. De lá para cá, já fiz centenas de shows, fui pro México, Japão, Estados Unidos... Realmente, tenho vivido uma carreira de comediante maravilhosa.”

CE: E suas experiências na comunicação até chegar no CQC, como foram?

RC: “As minhas experiências na comunicação com o CQC foram muito importantes para mim. Quando eu tinha 20 e poucos anos, eu trabalhei numa produtora de vídeo e fazia vários programas de televisão para pequenos casais. Lá, eu fui tudo o que se possa imaginar... Cabo man, chefe de estúdio, produtor de convidados, produção de merchandising, produtor executivo, assistente de produtor... Foram anos incríveis. Foi uma aula para mim. Eu pude ver tudo o que acontece no entorno do fazer TV. Antes do CQC, eu também passei anos como produtor teatral, de festinha de criança, passei anos trabalhando em um espaço circense... Eu tenho uma carreira bem bonita na produção cultural de um modo geral, e isso me ajudou profundamente quando eu fui para a frente da câmera. Porque quando eu cheguei no CQC, eu me vi num protagonismo de repórter.”

 

CE: Como aconteceu o convite para o CQC?

RC: “Foi muito incrível. Eu tinha um currículo rodando todo o mercado. E meu currículo como produtor era muito forte. Inclusive, me procuraram para ser produtor e não comediante. Eu aceitei ir até à entrevista, pesquisei sobre o que o programa se tratava e me interessei. Chegando lá, disse que não queria a vaga para produtor, mas queria muito tentar para ser repórter. Eles ficaram surpresos, porque nem estava aberta a vaga de repórter ainda. Eu insisti, me deixaram fazer o teste e aí eu passei.”

CE: O que o CQC mudou quando estreou na Band?

RC: “Tudo na minha vida. Eu sou profundamente grato. Mais do que mudar a minha vida, o CQC lavou a minha alma. Foi o meu redentor. Me redimiu de várias humilhações que eu tinha vivido. Eu comecei a trabalhar na carreira artística com 17 anos e só aos 31 que eu fui reconhecido como um artista. Graças ao CQC. Então, imagina, dos 17 para os 31, quanta água rolou, quanto eu ralei... Quando eu era anônimo, um artista raçudo, ganhei muito mal, fui muito mal tratado por contratante, passei muito perrengue. Então, de repente você se vê em um projeto que o Brasil inteiro ama, que é um sucesso, e os caras passam a te pagar bem, a te prestigiar, aquilo foi redentor, eu lavei a alma mesmo. O CQC resolveu toda a minha vida financeira naquele começo, eu lembro que eu estava quebrado mesmo, e consegui quitar todas as minhas dívidas. Foi graças ao CQC que eu consegui comprar o meu apartamento, que eu descobri uma carreira de comediante, que é o que me sustenta até hoje. Foi um sonho que se realizou. Eu tive o privilégio de viver nessa vida um sonho acordado. Eu cheguei lá e isso ninguém tira da minha história.”

 

CE: Uma reportagem que foi bastante importante pra você...

RC: “Quando eu cobri a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul. Eu fui morar lá para cobrir futebol, que é um tema que eu desconheço, tenho a menor familiaridade, não tenho time etc. Eu morei 46 dias em Johanesburgo e foi o melhor e o pior momento que eu passei no CQC. Eu decidi, já que estava ali, a fazer as melhores matérias da minha carreira.”

CE: Você passou pela Record e pela TV Globo depois do CQC, como foram esses convites e experiências?

RC: “O convite foi muito legal mas eu fui com o pé atrás, porque eu lembro que me procuraram definindo um grande plano de carreira para mim, e essa é a vantagem de ter começado fazendo sucesso mais tarde... Eu comecei no CQC com 31 anos de idade e fui para a Record com 38. E, dessa maneira, você fica mais desconfiado e sensato às promessas... Eu lembro que havia de fato um desenho da emissora para que eu fosse um dos grandes apresentadores da TV aberta, mas eu e o meu empresários ficamos muito desconfiados e não nos deslumbramos com essa possibilidade, o que foi muito bom, porque dois anos depois, nada daquilo havia acontecido e eu simplesmente saí da emissora com dois programas que foram muito legais de fazer. Depois, voltei para a Band. Ir para a Globo em 2016 foi um sonho que eu realizei acordado. Tive dois anos incríveis lá. Fui repórter no ‘Video Show’ cobrindo basicamente o Projac, e eu, que nunca tinha entrado no Projac, me vi trabalhando ali, vendo de perto as novelas, as cenografias, as maquiagens, os figurinos etc, foi incrível. Fiz o ‘Pop Star’ e o ‘Superchefs Celebridades’. Foi demais!”

 

CE: Meu Azar com as Mulheres e Memórias de Zarabatanas. Conta pra gente?

RC: “São os livros que eu escrevi. O ‘Meu Azar Com As Mulheres’ em 2015 é de comédia. Falo sobre namoradas, chefes que eu tive, as clássicas piadas de sogra... Mas, eu acho um livro bem sexista, já está publicado, está aí para quem quiser ler, mas, se eu pudesse reeditar, eu faria muita coisa diferente ou simplesmente não lançaria. É um livro machista e eu não sinto orgulho dele. Mas o ‘Memórias de Zarabatanas’, é de prosa e poesia lançado em 2018 e desse eu tenho um orgulho profundo, acho que é um dos trabalhos mais bonitos que eu já fiz na minha vida. São meus poemas e crônicas, que, juntos, vão contando um pouco da minha biografia. É um livro apaixonante.”

CE: Você cozinha bem? Passou pelo “Super Chef Celebridades”?

RC: “Não. Eu sou péssimo na culinária. Não sei fazer nada. Eu tenho essa coisa de violonista, né... Acho que as minhas mãos são mãos de músico mesmo. Ora muito delicadas, ora muito tensas. A culinária é algo muito manual... Eu tenho medo de usar faca e me gostar, por exemplo. Então, eu já não gosto. Além de achar que a minha mão desliza mal pela comida, porque ela é uma mão instrumento. E eu não tenho dom mesmo, sou péssimo. Quando eu fiz o ‘Super Chef Celebridades’, fiquei em último lugar, porque eu sou ruim mesmo. E lá eu tive aula de tudo o que você possa imaginar... Aprendi a fazer risoto, ovo pochê, massas, assados, cozidos, e eu não lembro de nada.”

 

CE: Você gosta de atuar?

RC: “Olha, eu atuo. E até tenho uma carreira bonita para as poucas coisas que eu já fiz de atuação. Mas, confesso que de todas as artes, é a que mais me intimida, porque eu tenho referências de atores e atrizes muito grandes na minha família. O meu irmão mais velho, que é um ótimo ator, é o Leonardo Cortez. Minha tia materna é uma atriz sem tamanho e temos também o Raul Cortez, que foi primo do meu pai. O nível é alto. Eu atuo também, mas vou com muito mais esmero e cuidado. Eu não sou um ator que relaxa, eu vou sempre muito tenso. Mas me sinto muito orgulhoso, porque ao longo desses anos eu fiz boas peças de teatro infantil onde eu formei um nome legal entre 2004 e 2007, fiz sitcom, fiz longa-metragem que estreia esse ano, e lacrei a vida recentemente ao ser convidado pelo Luiz Fernando Carvalho para fazer um papel na série ‘Independências’, que fala sobre os 200 anos de independência do Brasil.”

CE: E o “Talk Show”?

RC: “É uma matéria-prima e o projeto da minha vida. É a grande realização pessoal. Em 2012, eu tive a ideia de fazer o ‘Talk Show’ e eu só consegui realmente estreá-lo na TV aberta em 2021, ou seja, 11 anos depois. Mas foi e segue sendo o grande projeto da minha carreira. Foi o típico filho que eu desenvolvi e fiquei tentando convencer todo mundo de abraçar. Cheguei a fazer duas temporadas na internet, mas quando foi para a TV, foi quando de fato o sonho se realizou.”

 

CE: Como você vê o crescimento dos streamings?

RC: “Eu vejo com curiosidade. Confesso que quando eu vi esse fenômeno ficando cada vez mais forte, eu achei que seria ruim, por ser de TV aberta, eu achava que fosse roubar o nosso trabalho, mas, com o tempo, pudemos perceber que a gente também pode trabalhar no streaming. Então, se eu tinha uma desconfiança no começo, com o tempo, passei a ter um entusiasmo. O crescimento dos streamings me felicita pela possibilidade de me dar mais trabalhos.”

CE: O “Matéria Prima” é um programa que você idealizou e faz basicamente tudo na TV Cultura, como foi o processo?

RC: “Sim. É um programa que eu concebi, que eu apresento, que eu faço o roteiro final, que eu faço a edição... É um programa de pai, mesmo. Tem uma equipe que trabalha comigo, mas é o meu filho, e eu acompanho tudo de perto. Eu trabalho todos os dias por esse programa e ralo muito por ele. Não tem nada que aconteça no ‘Matéria Prima’ que eu não esteja sabendo. A única coisa nele que não me pertence, é o nome. Que é da TV Cultura há muitas décadas já.”

 

CE: Eu assisti o seu stand up e é muito bacana... É tudo verdade?

RC: “O stand up tem a função de transformar a realidade em algo ainda mais engraçado. A ilustração que eu faço, é de que a gente sempre está com o pé no acelerador. Muitas das coisas que eu falo no meu show são verdadeiras, mas às vezes eu dou uma exagerada para que a coisa fique engraçada. Eu faço muita ‘caricatice’, contando as histórias levando para alguns extremos que eu sei que vão funcionar em termos de comédia.”

CE: Você sempre quis ser pai?

RC: “Sim. Sempre quis, mas tive momentos em que quis mais e em que quis menos. De uns tempos para cá, comecei a ficar com vontade de novo, e a minha esposa e eu resolvemos encarar e deu no que deu, a nossa filha está aí.”

 

CE: Você acabou de ser pai, conta essa experiência pra gente?

RC: “Eu sou profundamente apaixonado por ela, ela é tão boazinha, tão bonitinha... Eu a amo profundamente. Amo cada coisinha dela. Ela é muito preciosa. Estou cansado, sem dúvidas, mas eu acordo pra esquentar uma mamadeira ou trocar uma fralda e não faço isso com raiva e nem nada, ela acorda no meio da noite e a gente fica feliz, porque faz parte do jogo. Todos os dias, desde que a minha filha nasceu, eu choro com ela. Choro de emoção, de gratidão, de felicidade, por achá-la linda e me sentir profundamente abençoado por ser pai dela.”

CE: Sei que todo mundo pergunta isso, mas é inevitável... Novos projetos?

RC: “Uma palestra que eu escrevi esse ano sobre atitude transformadora, em outras palavras, sobre ser cara de pau. Eu acredito que é o meu melhor projeto para o mercado corporativo. Tem muito a agregar pros executivos de vendas e pros times comerciais como um todo, principalmente para as lideranças. Também farei novas ações nas minhas redes sociais, criando conteúdos novos etc, tudo indica que ‘Matéria Prima’ terá uma nova temporada no ano que vem, mas eu quero fazer uma boa reformulação para esse projeto, ainda esse ano já começará tendo um novo cenário, além de um disco que pretendo gravar esse ano ainda... E tem outras coisas que ainda não dá para contar programadas para 2023.”

CE: Uma vontade... Um sonho...

RC: “Uma vontade, de imediato, é sair desse pesadelo, dessa crise econômica que o nosso país está vivendo. Que o Brasil volte a ser o país incrível que por tantas vezes eu vivi em sua plenitude. E um sonho, seria me ver valorizado de novo como um profissional de televisão. Que as pessoas me respeitem mais como apresentador, que me deem mais espaço, que me ouçam mais e que me assistam mais também. Eu já fiz de tudo em TV, exceto uma novela. Isso, eu nunca fiz, por exemplo. E no dia que eu fizer, vou poder dizer que já fiz de tudo na televisão.”

 

Correio B+

Cinema B+: Os primeiros sinais do Critics Choice 2026

A lista de indicações revela forças, silêncios e tendências que devem marcar toda a temporada de premiações. Sinners domina, Wagner surpreende e Cynthia fica de fora.

13/12/2025 14h00

Cinema B+: Os primeiros sinais do Critics Choice 2026

Cinema B+: Os primeiros sinais do Critics Choice 2026 Foto: Divulgação

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As indicações ao Critics’ Choice deste ano chegaram com aquela mistura deliciosa de obviedades confirmadas, surpresas estratégicas e ausências que vão ecoar pelas próximas semanas. Não é exagero dizer que, com essa lista, o jogo realmente começou e já com algumas peças bem posicionadas no tabuleiro.

Sinners no comando absoluto

O grande fato é inescapável: Sinners saiu da largada como o filme da temporada. São 17 indicações, um número que não deixa espaço para debate. Ele entra em tudo: Filme, Diretor, Ator, Roteiro, categorias técnicas, Elenco, Trilha, Canção. Quando uma produção aparece em quase todos os campos possíveis, ela naturalmente assume o posto de eixo gravitacional do ano. É aquele combo que a crítica adora: força dramática, acabamento técnico, ambição estética e performances que sustentam o pacote. Sinners não só lidera, ele estabelece o tom.

Logo atrás, One Battle After Another surge com 14 indicações, enquanto Hamnet e Frankenstein empatam com 11. É um grupo que revela o gosto de 2025/2026: cinema com assinatura, com textura, com direção que guia narrativa e atmosfera. Nada de lugar-comum — mesmo quando lidam com obras literárias ou universos de fantasia, esses filmes chegam com personalidade.

Bugônia cresce, Avatar diminui

Entre os movimentos mais reveladores da manhã está Bugônia entrando em Melhor Filme. Até pouco tempo, muitos tratavam a presença de Avatar: Fire and Ash como automática nas listas amplas, mas a vaga ficou com Bugônia. E isso não é acidental: o filme também aparece em Melhor Atriz (Emma Stone) e em Roteiro Adaptado, o que sinaliza que não é um candidato “alternativo”, mas uma força real na temporada. Avatar, ao contrário, ficou restrito ao espaço inevitável: Efeitos Visuais. Para um projeto concebido como megaevento, é um baque. O Critics’ Choice deixa claro que a escala, sozinha, não define relevância este ano.

Wagner Moura atravessa fronteiras

Um dos momentos simbólicos — e históricos — da lista é a indicação de Wagner Moura em Melhor Ator por O Agente Secreto, somada à presença do filme em Melhor Filme em Língua Estrangeira. Não é comum um protagonista de um filme internacional furar a bolha das categorias principais de atuação. Quando isso acontece, desloca a conversa. A indicação reforça tanto a força do filme quanto o impacto da performance. É um marco real para a presença latina nas premiações americanas e abre caminho para que O Agente Secreto circule mais amplamente na temporada.

Melhor Ator: a categoria mais competitiva do ano

A lista de Melhor Ator deixa claro que a corrida está mais apertada do que parecia. Além de Wagner, aparecem nomes que já estavam no radar e outros que chegam para consolidar suas chances:

• Joel Edgerton, por Train Dreams • Ethan Hawke, por Blue Moon • Mais Michael B. Jordan, Lee Byung-hun, George Clooney, entre outros
Com tantos filmes fortes aparecendo também em categorias de topo, essa é uma daquelas disputas que pode mudar semana a semana. Train Dreams, por exemplo, cresceu muito: entrou em Filme, Ator e Roteiro Adaptado e isso automaticamente fortalece Edgerton. Já Hawke, vindo de um filme mais isolado, depende do carinho dos votantes.

A categoria perfeita com o buraco mais comentado: Melhor Atriz

O grupo de indicadas a Melhor Atriz está impecável no conjunto, mas não sem um peso: a ausência de Cynthia Erivo por Wicked: For Good. Com seis vagas, deixar de fora a protagonista de um filme indicado em várias categorias, inclusive Melhor Filme, não passa despercebido. O Critics’ Choice abraça Amanda Seyfried, Emma Stone, Rose Byrne, Chase Infinity e outras grandes performances, mas o silêncio em torno de Erivo fala alto. Ela era tratada como nome praticamente garantido, e essa esnobada agora se torna um fantasma que a temporada precisará exorcizar — ou confirmar — nas próximas rodadas.

Direção: del Toro dentro, outros nomes fortes de fora

Na categoria de Direção, o espaço para Guillermo del Toro por Frankenstein já era esperado: o filme é um projeto de paixão e chegou com a marca emocional e visual que os votantes costumam prestigiar. Mas sua entrada implica ausências significativas: diretores que vinham sendo tratados como fortes na temporada ficaram de fora. Isso reforça uma tendência do ano: a crítica está priorizando obras com assinatura estética e emocional muito clara e sendo mais seletiva com continuações de franquias ou com cinema político mais direto.

Coadjuvantes e roteiros mSinners é o candidato mais completo. • One Battle After Another, Hamnet e Frankenstein consolidam o “centro de prestígio” da temporada. • Bugônia deixa de ser aposta lateral e entra no jogo grande. • Wagner Moura rompe a barreira da atuação internacional. • Cynthia Erivo vira a grande ausência que todos vão vigiar. • Vários filmes médios, autorais e arriscados entram onde era mais difícil — roteiro, coadjuvante, técnica — e ganham fôlego real. É uma lista que, mais do que premiar, define quem está autorizado a continuar a conversa até o Oscar.

E, como sempre, quem fica de fora da conversa sofre mais do que quem perde o troféu. Na segunda teremos as indicações ao Golden Globes e aí sim, os finalistas para o Oscar já ficarão mais evidentes mostram onde a crítica está arriscando.
As categorias de coadjuvante e de roteiro ajudam a desenhar o segundo plano da temporada:

• Amy Madigan e Ariana Grande ganham força em Atriz Coadjuvante. • Jacob Elordi conquista espaço com Frankenstein. • O elenco de Sinners aparece em categorias diversas, reforçando a força coletiva do filme.

Em roteiro, o Critics’ Choice faz escolhas que deixam clara a intenção de ampliar a conversa:


- Weapons e Sorry Baby entram em Original, abrindo espaço para filmes fora do eixo óbvio. • Train Dreams, Bugônia, Hamnet e Nenhuma Outra Escolha formam um Adaptado sólido e variado. Quando um filme vai forte em roteiro, automaticamente fortalece seus nomes de atuação — é o caso de Train Dreams e Bugônia. O que a lista diz, no fim das contas o Critics’ Choice deste ano não só acende a temporada: ele revela um movimento coletivo. 

Sinners é o candidato mais completo. • One Battle After Another, Hamnet e Frankenstein consolidam o “centro de prestígio” da temporada. • Bugônia deixa de ser aposta lateral e entra no jogo grande. • Wagner Moura rompe a barreira da atuação internacional. • Cynthia Erivo vira a grande ausência que todos vão vigiar. • Vários filmes médios, autorais e arriscados entram onde era mais difícil — roteiro, coadjuvante, técnica — e ganham fôlego real. É uma lista que, mais do que premiar, define quem está autorizado a continuar a conversa até o Oscar. E, como sempre, quem fica de fora da conversa sofre mais do que quem perde o troféu. Na segunda teremos as indicações ao Golden Globes e aí sim, os finalistas para o Oscar já ficarão mais evidentes.
 

CULINÁRIA

Motivo de discórdia na ceia natalina, uva-passa traz benefício à saúde

Item obrigatório para uns ou dispensável para outros no cardápio das ceias natalinas, a uva-passa, embora divida opiniões, traz benefícios à saúde; especialista destaca seu valor nutricional e versatilidade no preparo de receitas

13/12/2025 09h00

Além de saudáveis, as uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações, combinadas com maçã, queijos, castanhas e carnes

Além de saudáveis, as uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações, combinadas com maçã, queijos, castanhas e carnes Divulgação

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Todo ano ocorre o mesmo debate nas famílias brasileiras: a inclusão – ou não – da uva-passa nas receitas natalinas. Enquanto uns defendem o toque agridoce que ela agrega aos pratos, outros nem querem ouvir falar da fruta desidratada no cardápio.

Segundo uma pesquisa realizada pela Ticket, marca de vale-refeição e vale-alimentação, 37% das pessoas trabalhadoras no Brasil afirmam que colocariam uva-passa em tudo na ceia de Natal. Outros 43% se dizem indiferentes à fruta, enquanto apenas 20% declaram não gostar. A nutricionista Bárbara Tonsic ressalta que, para além do gosto pessoal, a uva-passa tem, sim, seu valor do ponto de vista nutricional.

“Por ser uma fruta desidratada, ela tem maior concentração de açúcar, sendo uma boa fonte de energia. Além disso, é rica em fibras solúveis, como os frutoligossacarídeos, que favorecem a saúde intestinal. Substâncias como o ácido tartárico ainda auxiliam na fermentação por bactérias boas, contribuindo para o equilíbrio da microbiota”, especifica Bárbara.

A uva-passa também se destaca por oferecer vitaminas e minerais importantes, como vitaminas do complexo B, vitamina A, cobre, ferro, cálcio, potássio e magnésio. Bárbara alerta, entretanto, que o consumo deve ser moderado.

“Por conta da alta concentração de carboidratos, ela pode não gerar saciedade tão facilmente e, nesse caso, é comum ultrapassar a quantidade recomendada”, pontua a nutricionista, que também é professora da área em um curso de ensino superior.

Claras e escuras

Outro ponto que gera curiosidade é a diferença entre as passas escuras e claras. Segundo a professora, as escuras têm maior teor de resveratrol e flavonoides, compostos antioxidantes conhecidos por seus benefícios contra o envelhecimento. Já as claras ou verdes têm menores quantidades desses compostos, mas continuam sendo uma boa opção.

E quanto aos pratos que podem ser enriquecidos com o sabor da uva-passa? Além do tradicional arroz natalino, a especialista sugere outras opções como salpicão, farofas, bolos, tortas e até caponatas.

“As uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações no cardápio natalino. Combinações como uva-passa com maçã ou abacaxi, queijos salgados, castanhas e carnes, como frango ou cordeiro, fazem bastante sucesso”, sugere Bárbara.

Corredores

A professora destaca ainda que o consumo regular de uva-passa pode trazer benefícios à saúde, principalmente por sua ação antioxidante e por melhorar o funcionamento intestinal.

Além disso, pode ser uma opção prática para corredores que precisam repor energia durante treinos ou provas mais longas.

“A verdadeira questão é saber combinar os pratos à sua mesa natalina e aproveitar tanto o sabor quanto os benefícios do alimento. Ame ou odeie, a uva-passa tem muito a oferecer”, reforça a nutricionista.

Benefícios da uva-passa:

> Redução de risco da diabetes tipo 2;
> Prevenção do câncer;
> Prevenção do infarto;
> Diminuição da pressão arterial;
> Prevenção da prisão de ventre;
> Melhora a saúde dos ossos;
> Controle de peso;
> Eliminação de radicais livres;
> Prevenção da anemia;
> Proteção à saúde do coração;
> Promove a saúde dos dentes.

*SAIBA

A origem da uva-passa vem da Roma Antiga, onde era utilizada nas celebrações como símbolo de fartura, alegria e prosperidade.

RECEITA Salpicão com uva-passa

Além de saudáveis, as uvas-passas dão um toque agridoce que cai muito bem em receitas clássicas ou até mesmo em inovações, combinadas com maçã, queijos, castanhas e carnes

Ingredientes:

> 2 peitos de frango cozidos e desfiados;
> 1 xícara (chá) de uva-passa;
> 395 g de milho-verde;
> 395 g de ervilha;
> 2 cenouras descascadas e raladas;
> 1/2 xícara (chá) de azeitona verde sem caroço e picada;
> 1/2 xícara (chá) de maionese;
> 1/2 xícara (chá) de creme de leite;
> Sal, pimenta-do-reino moída, salsa picada e batata-palha a gosto.

Modo de Preparo:

Em um recipiente, coloque o frango, a uva-passa, o milho-verde, a ervilha, as cenouras e a azeitona e misture;

Adicione a maionese e o creme de leite e mexa para incorporar;

Tempere com sal, pimenta-do-reino e salsa;

Leve à geladeira por 1 hora;

Finalize com a batata-palha e sirva em seguida.

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