Quase invisível aos olhos e indolor na maior parte do tempo, a periodontite é uma das doenças bucais mais prevalentes no mundo. Causada por um desequilíbrio na flora bacteriana da boca, essa inflamação crônica das gengivas pode levar à perda de dentes e estar ligada a doenças como diabetes, problemas cardiovasculares e até Alzheimer.
“O sangramento gengival constante é o primeiro sinal de alerta, mas muita gente o ignora”, explica o Prof. Dr. Márcio Fernando de Moraes Grisi, Mestre, Doutor e Livre Docente pela USP. Segundo ele, a periodontite é um verdadeiro “inimigo silencioso do sorriso”, pois muitas vezes evolui sem dor até estágios irreversíveis.
O cigarro é um dos principais fatores de risco, aumentando em até seis vezes as chances de desenvolver a doença. “O tabagismo reduz a circulação sanguínea, mascara os sintomas e dificulta o tratamento. Já o estresse pode agravar a inflamação, principalmente quando associado ao hábito de fumar”, destaca Grisi. Além disso, condições como diabetes e doenças autoimunes podem tornar o corpo mais vulnerável à infecção.
O impacto da periodontite vai além da boca. Pesquisas indicam que as bactérias e mediadores inflamatórios liberados durante o processo infeccioso podem entrar na corrente sanguínea e afetar outros órgãos. “Hoje sabemos que o tratamento periodontal pode melhorar parâmetros ligados ao coração e ajudar no controle glicêmico de pacientes com diabetes tipo 2”, afirma o especialista.
A prevenção ainda é o melhor caminho. Consultas periódicas, a cada quatro ou seis meses, são fundamentais para identificar precocemente sinais de inflamação. “Muitos pacientes confundem uma limpeza comum com a manutenção periodontal, mas o tratamento adequado exige um exame detalhado, com sondas e radiografias”, orienta Grisi.
Entre as abordagens modernas, o Protocolo GBT (Guided Biofilm Therapy), desenvolvido pela EMS, tem se destacado por unir conforto e precisão. O método guia o profissional em todas as etapas de diagnóstico e profilaxia, desde a motivação do paciente até o controle eficaz do biofilme bacteriano. “Com jatos de água morna e pó de eritritol, o procedimento é praticamente indolor e muito mais confortável, além de proporcionar resultados mais duradouros”, explica o professor.
Mais do que uma questão estética, a periodontite é um alerta sobre como a boca reflete o estado geral de saúde. “Cuidar da gengiva é cuidar do corpo inteiro”, reforça Grisi. “Com informação e acompanhamento profissional, é possível evitar complicações e preservar não só o sorriso, mas a qualidade de vida”.



