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GASTRONOMIA

Se estiver curtindo todas as baladas durante o Carnaval, cuide da alimentação; confira as dicas

Se você estiver curtindo todas as baladas durante o Carnaval, cuide da alimentação e chegue mais saudável na Quarta-Feira de Cinzas; nutricionista recomenda o que comer e beber antes, durante e depois da festa

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Programação já toda confirmada com os amigos, convites e ingressos na mão, figurinos a postos, maquiagem, acessórios, tudo pronto. Mas você já se perguntou o que vai comer (e beber) ao longo da agenda de Carnaval?

O roteiro da folia é tão estimulante quanto enganoso na hora de jogar algo para dentro do estômago no meio da multidão animada.

Tanto riso e tanta alegria podem ser o passaporte para um belo desarranjo ou para aquele mal-estar indesejado, com efeitos colaterais ainda mais graves. Por isso, mesmo quando for brincar na avenida, sempre é bom ouvir a voz da experiência.

A reportagem do Correio B escutou, e compartilha com você, as dicas e recomendações de quem sabe muito sobre o assunto.

Mestra e doutora na área de saúde pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a nutricionista Paula Saldanha Tschinkel é uma voz bem autêntica desse conhecimento, que alia hábitos alimentares e cuidados com o corpo.

Segue a palavra da especialista: “Se for possível, é bom se preocupar com a procedência do que vai comer, observar a higiene, a coloração, o armazenamento, a preservação das características do alimento e se ele está sendo feito no dia, evitando possíveis mal-estares”, afirma.

FAÇA VOCÊ MESMO

“Melhor ainda se você mesmo preparar todo o seu alimento e lanches para levar. Infelizmente, algo irreal em muitos momentos em que o objetivo é se divertir muito e não se preocupar com mais nada. Então, o jeito é ter atenção redobrada e evitar alimentos crus, principalmente neste período”, alerta a nutricionista.

Quando se fala em Carnaval, pensamos automaticamente em dança, festa e diversão, frisa Paula Tschinkel.

“E isso quer dizer gasto calórico, possivelmente bebida alcoólica em conjunto. O primeiro passo é pensar em hidratação, seja com água, água saborizada, Gatorade, água de coco ou outro isotônico que não permita a desidratação”, alerta.

Antes de cair nos braços da folia, ela recomenda “uma refeição do dia”, listando uma série de opções. Por exemplo: macarrão com carne ou frango; batata-doce com queijo e carne, frango ou proteína vegetal; feijão e mandioca com ovo; arroz com ovo; arroz com frango (galinhada); ou mandioca com carne (caldo).

“Ou um lanche”, diversifica a especialista, “como pão integral, de fermentação natural, com proteína animal, carne, frango ou ovo, ou vegetal, leguminosa ou bife vegano, alface, tomate, cenoura e com um pouco de azeite”.

PLANO C

Teria algum plano B ou C para os mais apressados, dra.? “Pode ser uma vitamina na qual colocamos um leite, integral ou vegetal, com uma dose de whey protein ou outra proteína com uma fruta, como abacate, maçã ou mamão.

Assim, conseguimos ter energia para o Carnaval”, afirma a nutricionista, que, no decorrer da conversa, volta e meia repete um mantra: “Durante a festa, o principal é a hidratação”.

Quem gosta de bebida alcoólica, recomenda Paula Tschinkel, uma vez mais, deve intercalar os drinks com água, sucos ou água de coco.

“Assim, os efeitos negativos são minimizados”. É preciso ter cuidado, segundo a especialista, com as batidas, porque muitas vezes elas levam leite condensado no preparo, o que colabora para um possível mal-estar.

“Evite a mistura de bebidas [alcoólicas], que é algo péssimo para a saúde, pois facilmente evolui para ficar bêbado e tonto. E caso opte por bebidas sem álcool, saiba que, ao se acrescentar leite condensado, também é possível passar mal por excesso”, diz Paula Tschinkel.

“Para as batidas, acrescente mais água do que bebida alcoólica. Já ajuda bastante na minimização dos efeitos. Agora, se exagerar é seu objetivo, terá de tomar um sorinho, venoso ou oral, após a folia, que retorna seu bem-estar para melhor”.

FOME NO BAILE

E se a barriga roncar em pleno baile, dra.? “Ficando com fome, opte por sucos, frutas ou banana passa, que é fácil de se carregar, ou outra fruta seca, uvas-passas, açaí e castanhas, que são combinações de energia muito gostosas. Outra opção é a barra de cereal esportiva, que ajuda também em conjunto com a hidratação
adequada”.

E DEPOIS DA FESTA?

Para o cardápio de pós-Carnaval, a nutricionista, que é pesquisadora dos hábitos alimentares no Centro-Oeste, diz que é “interessante”, para quem quiser manter o ponteiro da balança no mesmo lugar, uma maior hidratação com canja, sopa (fria ou quente) ou vitamina de frutas.

“Mas se você sente muito e não pode emagrecer, bora fazer uma refeição completa, como um almoço ou um jantar com ovos e legumes, ou macarrão com legumes e carne. Ou mesmo um lanche saudável imitando o
pré-Carnaval”, libera.

Ainda sobre o controle de peso, Paula Tschinkel também recomenda “cuidado” aos foliões que, além da diversão, desejarem sair da balada em paz com a balança, “pois é muito fácil comer excessos de calorias neste período, com lanches de fast food ou food truck, principalmente aqueles com bastante fritura”.

SEM RESSACA

A especialista refuta as proibições a priori no cardápio da festa.

“Acredito que não é não comer de jeito nenhum, e sim evitar maionese, frituras, bebida alcoólica em excesso e alimentos superapimentados, nos quais você não identifica o sabor real do alimento e pode comer a comida estragada. Também deve-se evitar refrigerantes e excessos de qualquer forma”, recomenda.

“A nutrição acredita na ponderação sempre. Todo excesso é prejudicial à saúde, a ponderação nunca esteve tão na moda como agora. Se passar mal, procure um atendimento especializado para as medidas necessárias. Aproveite, pule, mas cuide também de você. Sempre que possível, tenha um profissional lhe orientando”.

No mais, para qualquer sinal de ressaca ou de congestão, tente um chazinho de caferana, de boldo ou de carqueja. Eles ajudarão muito, sempre, segundo a dra. Paula.

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B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

"Não é influência positiva, é propaganda de misoginia". Especialista em relacionamentos, a Dra. em psicologia Vanessa Abdo explica como a ideologia do movimento afeta nos direitos das mulheres e contribui para o incentivo à violência

13/12/2025 17h00

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz Foto: Divulgação

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O termo “red pill” tem gerado em muitos debates nas redes sociais devido à denúncia de agressão e tentativa de estupro de Thiago Schutz, conhecido como “Calvo do Campari”. O coach foi detido em Salto (SP) no último dia 29 de novembro, após ser denunciado para a Polícia Civil pela namorada. Thiago Schutz é considerado influenciador do movimento “red pill”, por produzir conteúdos e ser autor de livro que aborda o tema.

Mas afinal, você sabe o que significa o movimento “red pill” e por que ele afeta violentamente as mulheres? Para responder a essa pergunta e esclarecer outras dúvidas sobre o tema, conversamos com a doutora em Psicologia Vanessa Abdo.

Sobre o termo

O nome “red pill” (pílula vermelha, em português) vem de um conceito fictício do filme “Matrix” (1999), em que a pílula vermelha seria a escolha para "despertar" e ganhar "consciência" da realidade do mundo.

Com essa narrativa, o movimento red pill passou a criar teorias da conspiração que incentivassem os homens a “acordem para a realidade” e não serem “dominados” pelas mulheres.

“O red pill se apresenta como uma ‘verdade sobre as relações’, mas na prática é um conjunto de ideias que reduz mulheres a objetos, corpos, funções ou serviços e coloca os homens como dominantes e superiores. É uma ideologia que traveste controle e desprezo como se fossem ‘ciência comportamental’. Quando os nossos corpos são objetificados, não tem graça. Isso não é sobre relacionamento, é sobre poder”, afirma a psicóloga Dra. Vanessa Abdo.

Qual a relação do red pill com a misoginia?

“A base do red pill é a crença de que as mulheres valem menos, sentem menos, pensam menos ou merecem menos. Isso é misoginia. O movimento estimula o desprezo pelas mulheres, especialmente as fortes e independentes, justamente porque homens que aderem a esse discurso precisam de parceiras vulneráveis para manter no seu controle. A misoginia não é efeito colateral do red pill, é sua espinha dorsal.”

Por que o red pill é tão perigoso para toda a sociedade, principalmente para as mulheres?

“Porque ele normaliza a violência. Quando você cria uma cultura em que mulheres são tratadas como objetos descartáveis, a linha entre opinião e agressão se dissolve. Esse tipo de discurso incentiva violências físicas, psicológicas, sexuais e digitais, que são camufladas como humor ou “liberdade de expressão”. Uma sociedade que naturaliza o desprezo por mulheres adoece, retrocede e coloca todas em risco.” 

Nas redes sociais, muitos homens fazem uso de um discurso de ódio às mulheres disfarçado de humor. Qual a diferença da piada para a incitação à violência?

“A piada provoca riso, não medo. A piada não tira a humanidade do outro. Quando o ‘humor’ reforça estereótipos, desumaniza mulheres e legitima agressões, ele deixa de ser brincadeira e se torna uma arma. A diferença está na intenção e no efeito. Se incentiva o desrespeito, a dominância ou a violência, não é humor, é incitação.

É importante reforçar que combater a misoginia não é sobre guerra dos sexos, é defesa da vida. Toda vez que normalizamos piadas que objetificam mulheres, abrimos espaço para violências maiores. Precisamos ensinar homens, especialmente jovens, a construir relações baseadas em respeito, não em dominação. E precisamos dizer claramente que humor não pode ser usado como máscara para ódio.”

Na internet, muitas pessoas consideram quem prolifera o movimento red pill como “influenciadores digitais”. Qual a sua opinião sobre isso?

“Influenciadores pressupõem responsabilidade social. Quem difunde ódio e objetificação influencia, sim, mas influencia para o pior. Não podemos romantizar a figura de alguém que lucra reforçando violência simbólica e emocional contra mulheres. É preciso nomear corretamente: isso não é influência positiva, é propaganda de misoginia.”

Sobre o caso de Thiago Schutz, surgiram muitos julgamentos sobre as mulheres que tiveram um relacionamento com ele mesmo cientes do posicionamento que ele adota nas redes sociais. Como você avalia isso?

“Culpar mulheres é repetir a lógica da violência. O discurso misógino desses movimentos é sedutor exatamente porque se disfarça de humor, lógica ou ‘verdade inconveniente’. Relacionamentos abusivos não começam abusivos, eles começam carismáticos. Além disso, mesmo quando uma mulher percebe sinais de risco, ela pode estar emocionalmente envolvida, vulnerável ou acreditar que será diferente com ela. O foco não deve ser questionar as mulheres, mas responsabilizar quem propaga discursos que desumanizam e ferem.”

Como uma mulher pode identificar um homem misógino?

“Existem sinais claros:

* Desprezo por mulheres fortes ou independentes.

* Humor que sempre diminui o feminino.

* A crença de que mulheres devem ser controladas ou colocadas ‘no seu lugar’.

* Incômodo com a autonomia da parceira.

* Falas generalizantes, como ‘mulher é assim’ ou ‘toda mulher quer…’.

Desconfie de homens que desprezam mulheres, especialmente as fortes. Eles precisam que a mulher seja vulnerável para se sentir poderosos.”

Como uma mulher pode identificar que está dentro de um relacionamento abusivo?

“O abuso aparece em forma de controle, medo e diminuição. Se a mulher começa a mudar sua vida, roupas, amizades ou rotina para evitar conflitos, se se sente culpada o tempo inteiro; se vive pisando em ovos, se sua autoestima está sendo corroída, se há chantagem, humilhação, manipulação ou isolamento, isso é abuso. Não precisa haver agressão física para ser violência.”

Como podemos ajudar uma mulher que é vítima de um relacionamento abusivo?

“O principal é acolher, não julgar e não pressionar. Ela já vive em um ambiente de medo e culpa. Oferecer apoio prático, ouvir, ajudar a montar uma rede de proteção, encaminhar para serviços especializados e incentivar ajuda profissional é mais efetivo do que dizer: ‘saia desse relacionamento’. O rompimento precisa ser planejado. Segurança vem antes de tudo.”

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Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Médica-veterinária explica que cães e gatos não têm o mesmo comportamento alimentar dos humanos e aponta possíveis razões para recusarem a ração

13/12/2025 15h30

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento Foto: Divulgação

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Não é raro os responsáveis por pets observarem que seu animalzinho perdeu o interesse pelo alimento oferecido, e a primeira coisa a se pensar é que ele enjoou da ração. Afinal, a ideia de comer a mesma coisa todos os dias, em todas as refeições, não parece muito atrativa para nós, seres humanos. E como os pets, de modo geral, costumam ter uma única fonte de alimento, o desinteresse seria um sinal de que está na hora de trocá-lo.

Para quem se pergunta se o animal de companhia “enjoa” da ração, a resposta, do ponto de vista biológico, é que cães e gatos não precisam de trocas frequentes de alimentos apenas por variedade de sabor. Estudos mostram que os cães têm menos botões gustativos do que os humanos e são muito mais influenciados pelo olfato, pela textura e pela forma como o alimento é apresentado do que pela “novidade” do sabor em si.

Já os gatos são reconhecidamente mais seletivos, especialmente em relação ao aroma, à textura, à crocância e ao formato do alimento, o que ajuda a explicar por que podem recusar determinadas rações com mais facilidade.

“Enquanto os cães têm o olfato e a audição muito apurados em comparação aos seres humanos, o paladar é menos desenvolvido, de modo que eles tendem a aceitar bem uma dieta constante, sem necessidade de trocas frequentes apenas para evitar um suposto “enjoo”. Já os gatos, por serem mais exigentes quanto ao aroma e à textura, podem recusar o alimento quando há mudanças na formulação, no formato ou na crocância”, explica a médica-veterinária Amanda Arsoli.

Outro ponto importante é que os alimentos de qualidade são formulados para oferecer alta palatabilidade, uma combinação de fatores que envolve o aroma, a textura, o sabor e até a forma como é processado e apresentado. Esse conjunto de características estimula o consumo e garante que cães e gatos se alimentem de forma adequada, mantendo sua saúde e vitalidade.

Mas se os pets não costumam enjoar do alimento, por que então podem passar a recusá-lo? Amanda Arsoli explica que a falta de apetite é um sinal de alerta. “A redução ou até a recusa da alimentação pode estar ligada a fatores como estresse, alguma doença, mudanças no ambiente ou na rotina, chegada de outro animal ao convívio ou ainda alterações na formulação do alimento.

Diante de uma recusa persistente, é importante consultar o médico-veterinário de confiança, para que avalie o histórico do animal, realize os exames físicos e laboratoriais necessários e oriente, de forma adequada, sobre a necessidade – ou não – de mudança do alimento”.

Para complementar, Amanda Arsoli lista algumas razões que podem fazer com que o pet passe a recusar o alimento oferecido:

- Armazenamento incorreto, o que pode fazer com que o alimento perca aroma e outras características importantes. O ideal é que a ração seja mantida na embalagem original, pois ela foi desenvolvida para preservar as propriedades do produto. Além disso, a embalagem deve estar bem fechada e em local fresco e arejado, longe da luz, umidade e de produtos químicos;

- O comedouro estar em local inadequado, como ambientes muito quentes ou próximo de onde o animal faz suas necessidades;

- O alimento ficar muito tempo exposto no comedouro, perdendo suas características e atraindo pragas que possam contaminá-lo;

- Em dias muito quentes, o animal pode não ter vontade de comer nos horários de costume. O ideal é oferecer o alimento pela manhã e final do dia, por serem horários mais frescos;

- Oferecer petiscos em excesso, o que pode prejudicar o apetite e fazer com que o pet rejeite a ração.

 

Entender o comportamento alimentar dos pets, ficar atento ao quanto o animal está ingerindo diariamente e manter consultas periódicas ao médico-veterinário são atitudes essenciais para preservar a saúde e o bem-estar de cães e gatos ao longo de toda a vida.

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