Em “The White Lotus”, por trás das repetições na vida em um resort paradisíaco no Havaí está uma crítica bem mais profunda sobre a manutenção de privilégios
Com praias e resorts paradisíacos, o Havaí é um ponto turístico muito procurado, principalmente por aqueles que desejam fugir um pouco da loucura da vida nas cidades grandes. Apesar dos turistas serem um aspecto importante, são as pessoas que trabalham e vivem nesses hotéis de luxo – muitas vezes ignoradas – que são as peças-chaves da série original da HBO Max “White Lotus”. Atualmente com duas temporadas disponíveis na plataforma de streaming, a minissérie foi lançada em 2021 e já foi indicada a diversos prêmios Emmy, incluindo o de Melhor Roteiro em Minissérie, sendo a líder de indicações da premiação no ano de 2022.
O enredo todo se passa em um resort no Havaí e acompanha um grupo de hóspedes e de funcionários em suas atividades cotidianas. Apesar de ser um destino paradisíaco, todos os dias alguma confusão acontece com os personagens ou com o próprio local do resort, o que cria uma série de narrativas paralelas e interessantes na história. Tal fato permite com que cada personagem tenha o seu momento de destaque ao longo da trama, o que torna difícil o trabalho de apontar um protagonista. Mas, se essa fosse uma tarefa necessária, o gerente do hotel Armond (Murray Barlett) e a chefe do spa Belinda (Natasha Rothweel), certamente teriam grande destaque.
Os dois personagens estão envolvidos na maior parte das histórias paralelas que ocorrem na série, uma vez que grande parte da responsabilidade do Resort está nas mãos de Armond – que precisa se desdobrar para atender as demandas dos clientes. Além disso, uma hóspede acaba se afeiçoando a Belinda e sempre a coloca em situações delicadas. Mais do que uma série de comédia, “White Lotus” é uma dura crítica ao privilégio branco e atrai a atenção para a repetição de padrões opressores (de classe, raça, sexualidade etc) que se mantém presente na sociedade atual.
Baseado no livro de Don DeLillo, nova produção da Netflix ironiza as preocupações da modernidade

Publicado em 1985, o livro de ficção “Ruído Branco” – do romancista Don DeLillo – é considerado uma obra prima. O romance venceu o prêmio National Book (uma das premiações mais importantes que contempla o universo literário) em 1985 e, mais recentemente, foi listado pela revista americana “Time” como um dos melhores livros em língua inglesa escritos entre 1923 e 2005. Com um jeito único de contar essa trama tão peculiar, “Ruído Branco” parecia ser um enorme desafio quando se pensava em uma possível adaptação para os cinemas. Porém, o cineasta americano Noah Baumbach decidiu encarar esse desafio, ao lado da Netflix.
O filme – que terá o mesmo título da obra que lhe deu origem – chega como um original na plataforma de streaming no dia 30 de dezembro e tem como protagonistas os atores indicados ao Oscar Adam Driver e Greta Gerwling. A história é passada nos anos 1980 e tem como núcleo principal a família de Jack Gladney, um professor de história que ensina a matéria “Nazismo Avançado” – do qual ele mesmo montou o currículo, apesar de não saber alemão – e que é muito popular entre os alunos da escola em que trabalha. O personagem é casado com Babette, uma instrutora de exercícios para pessoas mais idosas, e os dois nutrem um profundo medo da morte.
Juntos, o casal tem um filho pequeno. E, somando as proles de casamentos anteriores dos dois, a família é composta por quatro crianças. As paranoias e o medo da morte de Jack e Babette irão ser alimentados quando um terrível acidente acontece. Uma batida entre um trem carregando substâncias tóxicas e um caminhão gera uma explosão que espalha na atmosfera gases de extremo risco para os seres humanos. Assim, a família é forçada a sair de sua casa e entrar em uma viagem sem destino, em busca de um local seguro para viver.
Na nova série da Netflix Brasil, Debora Nascimento vive uma voyer com habilidades de hacker que irá se envolver com pessoas muito perigosas

A Netflix Brasil pretende começar 2023 com o pé direito. Logo no primeiro dia do ano já chegarão novidades nacionais na plataforma de streaming. Com Débora Nascimento como protagonista, a produção original se chamará “Olhar Indiscreto” e conta com uma representatividade feminina muito significativa – na frente e por trás das câmeras. A história, criada pela roteirista argentina Marcela Citterio, foi adaptada por Camila Raffanto e tem direção geral de Luciana Oliveira (ambas brasileiras). Além disso, Nascimento também possui várias colegas de elenco importantes na trama, como Emanuelle Araújo, Gabriela Moreyra e Sacha Bali.
O enredo de “Olhar Indiscreto” gira em torno de Miranda, uma mulher com grandes habilidades tecnológicas – sendo capaz de invadir sistemas e câmeras de segurança, por exemplo – que, na verdade, é uma “voyer” (termo que descreve uma pessoa que sente prazer em observar outras pessoas fazendo sexo) incontrolável. Pela janela de casa, e com o auxílio de alguns instrumentos de observação, Miranda consegue ter uma ótima visão do apartamento de sua vizinha Cléo, uma prostituta de luxo que mora no prédio da frente. Assim, a protagonista passa os seus dias observando o trabalho da vizinha e suas intimidades com os clientes que atende em casa.
Porém, os dias de observadora distante irão mudar quando a própria Cleo bate em sua porta e pede para que Miranda cuide de seu cachorro enquanto ela faz uma viagem acompanhada de um cliente especial. A partir daí, a história começa a se desenvolver de uma forma perigosa para a protagonista, que também terá suas habilidades de hacker solicitadas por um dos clientes de Cleo. Miranda, então, vai se envolver em um triângulo amoroso com duas figuras perigosas – um deles até havia se envolvido com tráfico internacional de mulheres. O resultado desse relacionamento não será nada favorável para nenhuma das pontas do triângulo.