Correio B

Música

Seu Jorge apresenta-se em Campo Grande nesta quarta-feira, no Bosque Expo

Com a carreira musical engolida pelo sucesso internacional nas telas, Seu Jorge faz apresentação no formato "baile-show" nesta quarta-feira, no Bosque Expo, com ingressos a partir de R$ 160

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Com uma carreira musical de grande sucesso, mas que vem sendo engolida por um talento em frente às câmeras que arrebata os diretores e o público, Seu Jorge faz apresentação em Campo Grande nesta quarta-feira, no Bosque Expo. Ganhador de três prêmios do Grammy Latino, o músico – e astro de filmes e séries – transita entre diversos ritmos, promovendo um verdadeiro baile-show. Os ingressos variam de R$ 160 a R$ 3,2 mil (mesa completa para oito pessoas).

Seu Jorge vem consolidando, aos 23 anos de carreira e 53 anos de idade, a fama nacional e internacional graças, especialmente, à boa repercussão de sucessivos filmes e séries em que integra o elenco. Após ser o protagonista de “How to Be a Carioca”, lançada em no dia 18 no streaming Star+, ele está no elenco de mais uma série prestes a estrear – “Anderson Spider Silva” vai ao ar a partir do dia 16 de novembro, no Paramount Plus. Em agosto, estreou mundialmente “Asteroid City”, seu mais recente longa-metragem, dirigido por Wes Anderson, em que figura ao lado de Scarlett Johansson e Tom Hanks.

Mas o cantor, compositor e multi-instrumentista de MPB, R&B, samba e soul, revelado no fim dos anos 1990 no grupo Farofa Carioca, segue conquistando fãs com sua certeira verve de hits. Sempre promovendo um baile no palco, Seu Jorge faz questão de colocar o público para dançar ao som de, entre outras canções, “Carolina”, “Burguesinha”, “Mina do Condomínio”, “Pessoal Particular”, “Quem Não Quer Sou Eu”, “Zé do Caroço”, “Amiga da Minha Mulher” e “Tive Razão”.

Segundo o músico, “a escolha do repertório é algo natural, mas faço questão de escolher as músicas mais dançantes e que também tocam o coração das pessoas”. O artista se define como um cantor e compositor popular que gosta de inúmeros gêneros musicais, mas com paixão pelo samba. “O samba é nossa verdade, nossa particularidade, é nossa medalha de ouro, nosso baluarte, nosso estandarte brasileiro”.

MAIS FILMES QUE DISCOS

Com 14 discos – entre os de estúdio e ao vivo – e mais de duas dezenas de filmes, Seu Jorge, volta e meia, faz flertar o mundo da música com o das telas. Em 2004, por exemplo, gravou em Roma o videoclipe da música “Tive Razão”, com participação dos atores Willem Dafoe e Bill Murray. Lançou no mesmo ano o álbum “Cru”, na França e na Inglaterra, que ganhou contação cinco estrelas das revistas Rolling Stones, Elle France e Vogue France, além de ter rendido ao músico diversas participações em programas televisivos.

Pouco afeito a entrevistas, e ainda mais recluso após o nascimento de Samba, seu quinto filho, no mês de janeiro, Seu Jorge não respondeu às perguntas encaminhadas pelo Correio B. O músico declarou, no mês de agosto, a uma publicação carioca que gosta “muito” do mundo do set e reconhece que o trabalho como ator vem dominando a agenda. “É minha profissão também. Dou valor à carreira que construí no cinema”, afirma.

“Ela é muito forte e presente na minha vida, mas o cinema tomou a mesma grandeza. Não é só para mim, mas na percepção das pessoas também. Aliás, o público tem visto mais filmes novos meus do que lançamentos musicais. Faz um tempo que eu estou para lançar dois discos prontos e não consigo janela. Trabalho é o que não falta”, revela Seu Jorge na entrevista.

Sobre “Asteroid City”, mais um filme de Wes Anderson em que atua, o músico conta que o diretor fechou um hotel para o elenco permanecer com todos juntos. “E ele sempre organizava uma mesa enorme para o jantar. Em uma noite dessas, peguei o violão e levei um som. O Wes me chamou: ‘Pelo amor de Deus, hoje é terça-feira, tem vinho. Se você começar a cantar, ninguém mais vai parar. Toca só sexta e sábado’”.

Após 10 anos morando na Califórnia, ele voltou a morar no Brasil – em Barueri (SP) – e diz que foi a Covid-19 que motivou o regresso. “Na pandemia tive tempo de pensar sobre minha vida. E me veio à cabeça que, se tivesse entrado na conta das vítimas da Covid-19, não seria enterrado no meu país. Foi quando vi que era hora de voltar para casa, para minha terra, minhas lutas. Preciso do Brasil, ainda mais agora, com um bebê pequeno”, diz.Samba nasceu em janeiro deste ano. “Aprendi um monte de coisas com minhas filhas, e uma delas é que passa rápido. Desta vez, eu não quero deixar passar nada. Esse é um dos motivos de eu fazer esse estúdio em casa e estar mais presente”, afirma Seu Jorge. Segundo ele, o caçula já foi mordido pelo bichinho da música. “É um garoto cheio de saúde, não chora para nada, brinca muito. Sinto que o Samba veio para dar novo significado à minha vida aos 53 anos. Nós passamos os primeiros cinco meses sem babá, firmamos um vínculo forte”, orgulha-se.

“Canto o dia inteiro ‘Sem Samba Não Dá’, do Caetano. Ele fica todo serelepe”, prossegue o pai coruja, que tem o hábito de fazer tricô e crochê e acalenta o projeto de fazer um cueiro, “umas coisas de enxoval de berço e toalhinha de praia também” para Samba, responsável por tornar a rotina do músico mais doméstica. “Não vou a muitos lugares, até porque não é justo com a [esposa] Karina [Barbieri]. Ela está há seis meses amamentando, 24 horas por dia, extremamente dedicada. Eu procuro acompanhar o relator”.

Após ficar três anos e meio sem fumar, Seu Jorge retomou o cigarro por causa de um filme em que seu personagem é fumante. “Estou nessa batalha, tentando reduzir, parar de novo”, afirma. Sobre as drogas, o músico e ator compara o contexto que encontrou nos EUA com o brasileiro: “Vivi em uma sociedade que está bem adiantada nesse debate, principalmente na Califórnia. Sou a favor da descriminalização no caso do Brasil, porque temos um quadro de violência e encarceramento acintoso, com prisões indiscriminadas e seletivas”.

SERVIÇO

As portas do Bosque Expo serão abertas às 20h, e Seu Jorge sobe ao palco às 22h. Conforme a organização do evento, há três opções de ingressos, todos com direito a open bar com água, refrigerante e cerveja Spaten.
A mesa completa para oito pessoas varia de R$ 3.200 aR$ 3.600, já os valores para mesas compartilhadas começam em R$ 440. No caso dos bistrôs para até quatro pessoas, o valor a ser desembolsado começa em R$ 1.200. Os ingressos para a área premium podem ser adquiridos por R$ 199 (inteira) e R$ 160 (meia).

Vendas pelo site www.seujorgecampogrande.com.br e na Loja Mr. Suits, localizada na Rua Rio Grande do Sul, 654, ou na 067 Vinhos, no Shopping Campo Grande. Estudantes com carteirinha, professores da rede municipal e estadual, doadores de sangue, radialistas e jornalistas, maiores de 60 anos, pensionistas, aposentados e pessoas com deficiência e seus acompanhantes contam com descontos nos ingressos.

Diálogo

Tão logo entregue a prefeitura de Três Lagoas ao seu sucessor, dizem que... Leia na coluna de hoje

Por Ester Gameiro ([email protected]) - Felpuda

04/12/2024 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Lya Luft - escritora brasileira

Há gente que, em vez de destruir, constrói; 
em lugar de invejar, presenteia; em vez de envenenar, embeleza; em lugar de dilacerar, reúne e agrega”.

FELPUDA

Tão logo entregue a prefeitura de Três Lagoas ao seu sucessor, dizem que o tucano Ângelo Guerreiro vai arregaçar as mangas para vir, em 2026, como uma locomotiva em alta velocidade pelos trilhos políticos em direção à Assembleia Legislativa de MS. Ele pretende tentar conquistar uma das 24 cadeiras, voltando àquela Casa depois de oito anos, período em que administrou o município três-lagoense e que estaria encerrando com porcentual considerado ótimo. É esperar para ver!

Diálogo

Onde?

Pesquisa da Fecomércio-MS apontou tendências para os gastos com o 13º salário. Neste ano, entre os 44,27% que terão o benefício natalino, a maioria informou que pretende pagar contas (27,48%), seguidos dos que vão poupar (13,34%).

Mais

Outros 11,63% pretendem comprar móveis e eletroeletrônicos, ao passo que 10,83% pagarão dívidas atrasadas. A pesquisa entrevistou 1.931 pessoas em oito municípios de MS, com nível de confiança de 95% e margem de erro entre 5% e 6%.

DiálogoPatrícia Faracco

 

DiálogoStephanie Kopenhagen

Artilharia

Quando assumir o mandato 2025-2028, a prefeita Adriane Lopes deverá receber petardos, com maior intensidade, vindos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. As críticas serão mais contundentes, principalmente por parlamentares que apoiaram a candidata derrotada no segundo turno. Há quem diga que não será bate-assopra, mas artefatos de mil megatons políticos. O marido da prefeita, deputado Lídio Lopes, deverá suar muito para tentar impedir ou rebater os disparos.

Cancelada

O simbolismo marqueteiro de Lula em sua posse, quando, entre os convidados para subir a rampa, estavam representantes dos povos originários, parece ser coisa do passado. Ele, que teria encontro com indígenas hoje, em Antônio João (MS), cancelou 
mais uma vez a agenda. Preferiu, porém, participar, amanhã (5), da inauguração de uma indústria em Ribas do Rio Pardo. Para a tchurminha “não capitalista”, o dirigente petista adiou sine qua non.

Encontro

O Agroecol 2024, maior evento de agroecologia de MS, será realizado desta quarta até sexta-feira, na UFMS, em Campo Grande. 
Com o tema “Água e clima: direito à vida”, o evento busca promover diálogo entre os principais participantes da agroecologia em Mato Grosso do Sul, além de contar com a participação de representantes de outras regiões do Brasil e da América do Sul.

ANIVERSARIANTES

Lenirce Aparecida Avellaneda Furuya, 
Dr. Renzo Siufi, 
Dra. Aline Sacchi Soriano,
Benedito Rodrigues da Costa, 
Jaqueline Assis Domingos 
Matto Grosso,
Bertholdo Figueiró Filho,
Emy Marsiglia Ocampos Oruê, 
José do Patrocínio Filho,
Nilo Carvalho e Sá,
Honório Jacometto, 
Antonio Zito de Araujo Melo,
Carlos Antônio Prado,
Ruth de Jesus Pacheco Duarte,
Ernesto Rocha Neto,
Jefferson Vaz Duarte,
Luiz Orro de Campos,
Silvana dos Reis Hildebrand, 
José Fernando Barbosa Martins,
Paulo Cesar de Oliveira,
Arivaldo Paulatti,
Francisca Geraldina Martins,
Dr. Valdir Shigueiro Siroma, 
Dr. Juvenal Balbino Bogarim Insfran, 
Priscilla Bogamil Quirino Arruda, 
Dr. Mauro Corrêa Lima, 
Dra. Yara Delamare Espíndola, 
Dr. Sérgio Corrêa, 
João Maximiano da Costa,
Marcelo Martins de Souza,
Raul Guilherme de Mesquita Boesel,
Geraldo Mattos Lima,
Ana Rúbia Rosa da Cunha,
Luiza Helena Andrade Morello,
Lindaura Santos Machado,
Lenir Castro Cabral,
Dra. Maria Cristina de Andrade Fuser,
Alípio Siqueira Thomaz,
Niley Peçanha Coelho,
Alaor Alves Moreira,
Maristela Gomes da Silva Carrato,
Silas Alves da Silva,
José Milagres da Silveira,
Geny Ratier Pereira Martins, 
Dr. Adolfo Adami, 
Flávia Rachel Nunes,
Dra. Hevelyn de Souza Martins Lopes,
Carmen Lúcia Luna Barion,
Martinha da Silva Freitas, 
Cyra de Almeida Virgilio,
Helida Santos da Silva,
Jorge Carlos Heller Netto,
Guilherme Augusto Vieira Aleixo,
Tânia Conceição Magalhães,
Gabriela de Souza Santos,
Ines Auxiliadora Mongenot 
Santana Santos,
Juscelino Xavier Mendes,
Patrícia Rodrigues Nogueira,
Rafaela Jari Assis,
Lilianne Nunes Luz,
Manoel Elias Barboza Foscaches,
Lisie de Oliveira Moura,
Claudio Leandro Andrade,
Wanessa Talita Cavallaro,
Sérgio Pedrossian Cortada de Abrantes, 
Romano Deluque Junior,
Paolla Nunes Oliva,
Israel dos Santos,
Milton Akio Taira,
Silvio Cação de Moraes,
Edson de Barros Ferra,
Izabella Alves Cândido,
Eunice Lopes da Silva,
Aparecida Chaves,
Eunides Rodovalho Batista,
Andressa Dias de Oliveira,
Dr. Hélio Ferreira Bonfim,
Bernarda Zarate,
José Edson Américo,
Manoel Inácio Dias,
Neide Honda,
Íria Pereira de Oliveira,
Isaura Noda Gonçalves,
Júlio César Camargo,
Nadeje Ribas Gonçalves,
Isolina Nogueira Guimarães,
Dra. Mirella Marques Brum Scudeler, 
João Alberto Heemann,
Rafael de Souza Carrelo,
Alan Corbetta,
Kriscia Cavalcante Nakasone,
Ana Eloir da Silva Morilha,
Marcos Roberto de Oliveira Villanova Vidal, 
Geraldo Herance,
João Batista Sales de Lima,
Janes Monteiro Leite Neto,
Marta do Carmo Taques,
Marco Aurelio Cândido Castro Sá,
Fábio Stradiotti,
Nelson Passos Alfonso,
Dr. Sergio Luiz do Nascimento Delgado,
José Osiel de Oliveira,
Edmilson Cristaldo Gomes.

*Colaborou Tatyane Gameiro.

DOCUMENTÃRIO

Documentário apresenta imagens inéditas destruição no Pantanal

Com direção de Sandro Kakabadze, "Fogo Pantanal Fogo", que tem sessão de estreia na segunda-feira (9/12), em São Paulo, apresenta imagens inéditas da destruição provocada pelos incêndios deste ano no Pantanal da Nhecolândia e em outras regiões do bioma;

03/12/2024 10h00

Imagens do documentário

Imagens do documentário "Fogo Pantanal Fogo" que foram registradas na Fazenda Santa Sofia, na região da Nhecolândia, em Corumbá (MS) Foto: Divulgação

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A estreia será em São Paulo, na segunda-feira (9/12), às 20h, no Cine Marquise. Mas logo depois todos os demais interessados poderão assistir de graça, pelo YouTube, “Fogo Pantanal Fogo”. Com imagens inéditas da destruição no Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá, o documentário inédito do cineasta Sandro Kakabadze apresenta ao público novas percepções sobre a escalada das queimadas no bioma, tanto em território sul-mato-grossense quanto no estado de Mato Grosso.

O fenômeno de origens múltiplas acentuou-se a partir de 2020, ano em que a gravidade dos incêndios causou forte comoção, com a perda de 26% do bioma e uma devastação sem precedentes da flora e da fauna da maior planície alagável do planeta. 

Com produção do Documenta Pantanal em parceria com a Âmbar Filmes e apoio da Associação Onçafari, Acaia Pantanal, Instituto Homem Pantaneiro, SOS Pantanal e MapBiomas, o média-metragem registra a repetição do drama vivenciado quatro anos atrás a partir de filmagens realizadas entre junho e outubro deste ano, fazendo um retrato imersivo das severas queimadas registradas em meio à maior seca histórica do Pantanal.

A sessão de estreia contará com a presença de Kakabadze e do fotodocumentarista Lalo de Almeida, que contribui com o diretor, cedendo imagens e registrando depoimentos sobre sua experiência de também retratar as queimadas de 2024. 

“Fogo Pantanal Fogo” estará disponível gratuitamente no canal do YouTube do Documenta Pantanal instantes depois da sessão de segunda-feira. Impactante, o documentário repete a fórmula consagrada em mais de 50 filmes de curta, média e longa metragens dirigidos por Kakabadze.

Nessas produções, o cineasta percorreu 23 estados do País ouvindo relatos de populações locais, ambientalistas, cientistas, instituições do terceiro setor e entidades governamentais para documentar as transformações que o meio ambiente do Brasil vem sofrendo, não só pela ação humana, que recrudesceu a prática do desmatamento e de incêndios criminosos, como também pela acelerada ascensão da emergência climática e do aquecimento global.

“Inicialmente eu pretendia fazer um filme sobre o desmatamento no Pantanal, mas durante a pesquisa percebemos a iminência dessa nova onda de queimadas, e tanto eu quanto a Mônica Guimarães e a Teresa Bracher [coordenadoras do Documenta Pantanal] entendemos que o tema mais urgente seria um filme sobre as diferentes facetas do fogo no Pantanal”, explica Kakabadze.

“As queimadas tiveram uma primeira onda em maio, começamos a gravar em junho e elas se agravaram de agosto a outubro. Infelizmente, temos certeza de que haverá outras mais. Desde que comecei a filmar no Pantanal, não tenho memória de uma seca tão severa quanto essa. Minha percepção foi confirmada pelos satélites do MapBiomas, que fazem esses registros desde 1985 e comprovam que essa é a maior seca a devastar o Pantanal”, detalha. 

TRÊS PARTES

Estruturado em três partes, “Fogo Pantanal Fogo” primeiro volta suas lentes para o cerco fechado de três dias de queimadas com um poder avassalador de destruição, fazendo uma imersão na desafiadora rotina dos brigadistas do Prevfogo, grupo estruturado pelo Ibama que atua no combate a incêndios florestais e a queimadas não autorizadas e na indução de mudanças da cultura do uso do fogo na agricultura.

Na segunda parte, Kakabadze aborda as diferentes formas como as queimadas têm início, enfatizando não só o impacto da emergência climática e das queimadas criminosas como, também, revelando o potencial aparentemente menos ofensivo de práticas culturalmente aceitas décadas atrás, como o manuseio do fogo para repelir abelhas e pernilongos durante a coleta de mel silvestre e de iscas para pescas, ações que podem deflagrar focos de grandes queimadas, como exemplifica o filme.

Retratando um balanço desolador, a terceira parte de “Fogo Pantanal Fogo” registra as consequências da passagem devastadora do fogo para a vegetação nativa e para a fauna pantaneira, em um cenário onde o verde é substituído pela predominância de um rastro misto de negro e de cinza deixado pelo fogo. As imagens que ilustram esta página fazem parte do média-metragem e foram registradas na Fazenda Santa Sofia, no Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá (MS).

CORRESPONDENTE  DE GUERRA

Nascido na Geórgia, na Europa Oriental, Kakabadze se graduou em Jornalismo pela Universidade Estatal de Moscou. Atuando como repórter de TV, cobriu pautas sociopolíticas como a Guerra Russo-Georgiana, conflito ocorrido em seu país que, ao longo de cinco dias de agosto de 2008, deixou um saldo de 800 mortos. 
Em consequência desse episódio, Kakabadze partiu para a Inglaterra, onde atuou como correspondente internacional e realizou suas primeiras experiências de filmagem.

Estimulado por essa nova linguagem, fez mestrado em Documentário na Goldsmiths University of London, se especializando em direção, direção de fotografia e montagem. Durante sua permanência em Londres, conheceu sua atual companheira, a arquiteta Terra Capobianco, e com ela veio morar no Brasil em 2013, ano em que também conheceu a cineasta Eliane Caffé e começou a trabalhar com a diretora, colaborando com ela em dois longas-metragens: “A Margem da Paisagem” (2013) e “Era O Hotel Cambridge” (2016).

Fascinado com os personagens desse último, Kakabadze começou a produzir documentários que retratam a realidade de refugiados vivendo no Brasil e o dia a dia de moradores de ocupações coordenadas por movimentos sociais de luta por direito à habitação. 

A guinada do diretor para a temática socioambiental se deu quando ele começou a produzir filmes para o MapBiomas, parceria que hoje acumula mais de 30 títulos e que possibilitou a aproximação de Kakabadze com o Documenta Pantanal.

“Em 2022, por causa desses trabalhos que fiz para o MapBiomas, Mônica e Teresa [coordenadoras do Documenta Pantanal] me convidaram para fazer o filme ‘A Seca no Pantanal – 2019 – 2022’, um média-metragem de 40 minutos. Durante o processo, pude perceber como a seca afeta completamente o ecossistema. Os tipos de animais, por exemplo, logo começam a mudar”, destaca. 

“A população de cervos, que não precisam tanto de água, rapidamente cresce. A população de jacarés, completamente dependente da água, diminui. Até o tamanho deles é impactado, porque há também menos peixes, seu alimento natural”, completa.

Lançado em 2022, o primeiro longa-metragem de Kakabadze, “A Margem do Ouro”, foi rodado na bacia do Rio Tapajós, a maior região produtora de ouro do Brasil. Exibido na 46ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o filme conquistou o Prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) de Melhor Diretor Estreante. Em agosto de 2024, também foi laureado com uma Menção Honrosa do Júri da Mostra Ecofalante de Cinema, o mais importante evento sul-americano dedicado ao cinema socioambiental.

“Em 10 anos de atuação como documentarista no Brasil, com seu olhar sensível, Sandro já deixou um número expressivo de produções e importantes contribuições para a nossa filmografia, sobretudo no contexto de filmes dedicados à discussão de pautas socioambientais e de preservação. ‘Fogo Pantanal Fogo’ é a terceira produção que ele desenvolve em parceria com o Documental Pantanal. Para nós, é uma honra poder contribuir para a continuidade dos trabalhos de um jovem diretor tão comprometido em retratar os desafios que temos enfrentado”, afirma Mônica Guimarães.

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