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B3 adota novo indicador para o mercado do boi

A B3 adota o indicador de preço da Datagro para contratos futuros de boi gordo, refletindo com precisão o mercado pecuário e promovendo uma gestão de riscos mais eficaz

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A B3, a Bolsa de Valores oficial do Brasil, anunciou uma importante novidade no mercado pecuário ao adotar o indicador do boi da Datagro como referência para a liquidação de contratos futuros de pecuária.

Essa mudança, que foi aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), será implementada nos contratos com vencimento a partir de fevereiro de 2025.

O novo indicador abrange uma amostra que representa mais de 60% do abate nacional, incluindo a praça de São Paulo, um dos principais centros de comercialização do país.

A metodologia utilizada pela Datagro, empresa de consultoria agrícola com atuação global, baseia-se em dados fornecidos por pecuaristas e frigoríficos, garantindo uma referência de preço da arroba do boi gordo nas principais praças de comercialização do Brasil.

Segundo João Otávio Figueiredo, head de pecuária da Datagro, o indicador é uma ferramenta transparente e independente, refletindo de forma precisa a realidade do mercado.

Ouça na íntegra no nosso Spotify:

 

Criado em 2019, o indicador já inclui informações sobre mais de um milhão de cabeças de gado por ano, representando mais de 60% dos bovinos do país.

O volume de contratos de boi gordo quase triplicou entre 2018 e 2024, com 45% dos investidores atualmente sendo pessoas físicas.

Para Marielle Brugnari, head de produtos de commodities da B3, a escolha do indicador da Datagro é essencial para fomentar a negociação dos ativos e ajudar no gerenciamento de riscos.

O indicador do boi da Datagro foi desenvolvido em resposta a uma demanda do setor pecuário, e sua metodologia é atualizada periodicamente.

A Datagro utiliza práticas modernas de coleta, armazenamento, distribuição e auditoria de dados, assegurando a precisão e eficiência das informações fornecidas.

Esses dados incluem o número de animais no lote, o preço da arroba negociada, a data da negociação, o prazo de pagamento e o status de origem e destino dos abates.

A B3, em parceria com a Datagro, mantém um diálogo constante com todos os elos da cadeia produtiva para garantir que o indicador esteja sempre alinhado à realidade do mercado.

Com mais de 40 anos de atuação, a Datagro é uma referência global no setor, fornecendo dados e análises para mais de 50 países.

A empresa é responsável por mais de 130 relatórios mensais em diversos setores, como água, pecuária e clima, auxiliando a tomada de decisões estratégicas de seus clientes.

A B3, por sua vez, é uma das maiores empresas de infraestrutura de mercado financeiro do mundo, conectando e viabilizando o crescimento do mercado financeiro e de capitais, potencializando o desenvolvimento do Brasil junto com seus clientes e a sociedade.

Podcast Correio Rural

Produtores rurais do centro-oeste se mobilizam contra moratória da soja

Produtores rurais do Centro-Oeste enfrentam desafios com a Moratória da Soja e a Lei Anti desmatamento da União Europeia, alegando impactos negativos nas atividades agrícolas e prejuízos financeiros

21/10/2024 05h00

Produtores de soja

Produtores de soja Reprodução IA

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A Moratória da Soja e a Lei Anti desmatamento são considerados grandes entraves pelos produtores rurais do Centro-Oeste brasileiro, que estão declarando guerra às tradings e à União Europeia devido a essas questões.

A onda política de direita consolidada pelos resultados das eleições municipais reforçou a pauta ruralista no maior polo agrícola do país.

Isso levou à aprovação de um projeto de lei na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que impede a concessão de benefícios fiscais a empresas que aderirem à Moratória da Soja.

O que é a Moratória da Soja?

Criada em 2006, a Moratória da Soja é um acordo entre a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), ONGs ambientais e o governo, que visa impedir a venda e financiamento de soja produzida em áreas desmatadas na Amazônia Legal após 2008.

Esse pacto busca conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, promovendo práticas sustentáveis.

Renovada anualmente desde 2008, a moratória foi, em 2016, renovada indefinidamente.

Apesar de ser reconhecida por ambientalistas como uma medida importante para o combate ao desmatamento, muitos produtores de soja do bioma amazônico se opõem a ela.

Eles alegam que foram excluídos do acordo e que enfrentam prejuízos financeiros significativos. Segundo cálculos da Associação dos Produtores de Soja, desde 2008, os prejuízos anuais alcançam R$ 32 bilhões em Mato Grosso.

A Abiove discorda, afirmando que a moratória impulsionou o crescimento da área de cultivo de soja no bioma amazônico, que aumentou de 14 para 74 milhões de hectares.

Em setembro, a pedido de associações de produtores de Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) instaurou um inquérito para apurar uma possível manipulação de mercado relacionada à moratória.

Ouça na íntegra no Spotify:

 

A denúncia foi aprovada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.

Lei Anti desmatamento: Mais um Obstáculo

Os produtores rurais do Centro-Oeste também estão se mobilizando contra a Lei Antidesmatamento aprovada pela União Europeia em 2023.

A legislação proíbe a importação de produtos de áreas desmatadas após dezembro de 2020, afetando commodities como café, soja, óleo de palma, madeira, couro, carne bovina, cacau e borracha.

A lei, que entrará em vigor em 2025 para grandes empresas e em 2026 para micro e pequenas empresas, é vista pelos produtores brasileiros como desproporcional e injusta.

Segundo o vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o governo tem trabalhado para demonstrar que o Brasil é um exemplo em energia renovável e no combate ao desmatamento ilegal.

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Maurício Buffon, criticou a legislação europeia, afirmando que as demandas são inviáveis, apesar do Brasil estar preparado para atender às exigências.

Este cenário reflete o crescente embate entre as políticas ambientais internacionais e os interesses do agronegócio brasileiro, que busca conciliar sua expansão com as exigências globais de sustentabilidade.

PODCAST CORREIO RURAL

Mato Grosso do Sul: o vale da celulose no Brasil

Segundo o Portal Celulose, o Brasil se tornou o maior exportador global de celulose em 2022, com um aumento de 109% na produção de fibras de madeira, que atingiu 25 milhões de toneladas

07/10/2024 05h00

Divulgação/CNA

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Mato Grosso do Sul se destaca como líder na produção e exportação de celulose, sendo o principal produtor da commodity no Brasil.

O estado responde atualmente por 24% da produção nacional, consolidando-se como referência mundial no setor.

De acordo com especialistas, a região poderá receber até quatro novos empreendimentos de celulose até 2032, o que gerará cerca de 100 mil empregos, sendo 24 mil diretos e 69 mil indiretos.

O presidente do Instituto Brasileiro de Árvores (IBA), Paulo Artunghi, afirma que o futuro da expansão da indústria de celulose no Brasil está intimamente ligado a Mato Grosso do Sul.

Entretanto, ele destaca que o grande desafio será adequar a infraestrutura econômica e social à crescente demanda por mão de obra qualificada.

Entre os projetos em andamento, a nova fábrica da Suzano, em fase final de construção em Ribas do Rio Pardo, e a terraplanagem da fábrica da Arauco em Inocência, estão entre os mais promissores.

Esses investimentos reforçam a posição do estado como líder nacional na produção de celulose, com a expectativa de aumentar sua área plantada para dois milhões de hectares nos próximos anos.

Ouça na íntegra no Spotify:

 

Expansão e Investimentos no Setor de Celulose

A Eldorado Brasil, uma das principais empresas do setor, planeja duplicar sua capacidade produtiva na unidade de Três Lagoas.

Além disso, a Braccel, parte do grupo asiático RGE e uma das maiores produtoras de celulose solúvel do mundo, anunciou a construção de uma nova fábrica no município de Água Branca.

O investimento, estimado entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões, deverá gerar 10 mil empregos durante as obras e 3 mil postos de trabalho na operação.

Com essas novas iniciativas, Mato Grosso do Sul reafirma seu papel de destaque no cenário nacional, consolidando-se como o "Vale da Celulose" do Brasil.

Segundo o Portal Celulose, o Brasil se tornou o maior exportador global de celulose em 2022, com um aumento de 109% na produção de fibras de madeira, que atingiu 25 milhões de toneladas.

As exportações cresceram 22%, totalizando 191 milhões de toneladas no último ano.

Projeções para o Futuro do Setor Florestal no Brasil

Os avanços da indústria de celulose no Brasil são atribuídos a décadas de investimentos robustos em tecnologia e pesquisa.

O diretor executivo da IBA, José Carlos Fonseca, ressaltou que o Brasil ampliou sua liderança no mercado global, superando países como o Canadá, que ocupa a segunda posição no ranking da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Até 2028, o Brasil deverá receber R$ 619 bilhões em investimentos no setor florestal, incluindo a expansão de fábricas e a produção de painéis de madeira.

Dentre os maiores investidores privados estão a brasileira Suzano, que completará 100 anos com o Projeto Cerrado em Mato Grosso do Sul, e empresas internacionais como a chilena Arauco.

Com essa trajetória de crescimento, Mato Grosso do Sul se consolida como protagonista da produção de celulose no Brasil, impulsionando o desenvolvimento econômico regional e gerando milhares de empregos para a população.

 

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