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Safra de cana-de-açúcar enfrenta déficit hídrico e prejuízos bilionários em São Paulo e Mato Grosso

Safra de cana enfrenta prejuízos bilionários e déficit hídrico recorde em SP e MS. Produção e produtividade agrícola caem, mas qualidade da matéria-prima (ATR) é beneficiada pela falta de chuvas. Confira os impactos no setor sucroalcooleiro brasileiro

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A colheita de cana-de-açúcar no Brasil passa por um momento crítico, com prejuízos significativos e déficits hídricos que impactaram fortemente a produção.

Segundo o presidente da Datagro, Plinio Nastari, os incêndios que ocorreram entre agosto e setembro nas lavouras de São Paulo resultaram em prejuízos que superam os R$ 10 bilhões, ultrapassando consideravelmente os R$ 6,5 bilhões de crédito disponibilizados pelo governo federal para a recuperação das áreas atingidas.

Mesmo assim, a produtividade acumulada da safra se mantém dentro da média das últimas 10 safras, atingindo 83,2 toneladas por hectare, em comparação com a média histórica de 79,7 toneladas por hectare.

Apesar desse resultado, a produtividade agrícola de setembro mostrou queda em relação ao ano anterior, com uma média de 69,7 toneladas por hectare nesta safra, comparadas às 83,4 toneladas no mesmo período da safra passada.

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Em contrapartida, a qualidade da matéria-prima (ATR) foi beneficiada pela falta de chuvas, alcançando um índice acumulado de 136,7 quilos de ATR por tonelada de cana, ligeiramente superior ao registrado na safra anterior.

Em Mato Grosso do Sul, os dados também revelam desafios. O ATR no mês de setembro subiu 1%, passando de 146,5 para 147,9.

No entanto, a produtividade sofreu queda de 20%, passando de 81,6 toneladas por hectare para 65,5 no mesmo mês. No acumulado anual, a produtividade na região também caiu 10%, de 86,4 toneladas para 77,8.

Esses números refletem um cenário adverso para o setor sucroalcooleiro brasileiro, que lida com as consequências do clima e busca soluções para mitigar os impactos econômicos e ambientais.

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Safra de soja avança na região Sul de Mato Grosso do Sul com plantio acima da média estadual

A safra de soja 2024-2025 em Mato Grosso do Sul atinge 32% da área plantada, com destaque para a região sul. Chuvas recentes e condições climáticas favoráveis impulsionam o plantio, superando a média da safra anterior

04/11/2024 05h00

Reprodução IA

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De acordo com dados da Aprosoja-MS, a semeadura de soja para a safra 2024-2025 em Mato Grosso do Sul alcançou 32% da área estimada em 18 de outubro, com destaque para a região sul, que registrou média de 39,7%. Na região centro, o avanço foi de 20,7%, e na norte, de 17,2%.

A área plantada até o momento é de aproximadamente 1,4 milhão de hectares, segundo a ProSoja MS.

Laguna Carapã lidera o plantio, com 70% da área plantada, seguido por Sete Quedas, Amambaí, Aral Moreira e Coronel Sapucaia, com 65% da área estimada.

No total, a porcentagem de área plantada em Mato Grosso do Sul está 10,1 pontos percentuais acima da safra anterior (2023-2024).

Gabriel Balta, coordenador técnico da ProSoja, ressaltou que todas as regiões estão em estágio fenológico-vegetativo.

Nas regiões sudoeste, nordeste, oeste, norte e sudeste, 96% a 100% das lavouras estão em condições boas, enquanto as condições regulares variam de 0,4% a 4%, sem áreas em condições ruins.

Nessas áreas, o desenvolvimento está entre VE e V3.

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No entanto, as regiões sul-fronteira, centro e sul apresentam desempenho inferior, com 80% a 94% das lavouras em boas condições, 5% a 20% em condições regulares e até 1% em condições ruins.

O estado fenológico nessas regiões também está entre VE e V3.

O clima tem contribuído para o avanço da safra, com chuvas significativas nos últimos dias, principalmente em Paranaíba e São Gabriel do Oeste, que registraram acumulados de 68 mm e 67,8 mm, respectivamente.

A partir do dia 24 de outubro, com a chegada de uma frente fria associada a um ciclone extratropical no sul do Brasil, as previsões indicam chuvas mais intensas nas regiões centro-leste e nordeste de Mato Grosso do Sul. Além disso, o transporte de calor e umidade, associado a cavados, favorece a formação de instabilidades no estado.

Para os próximos dias, as temperaturas devem variar entre 21°C e 23°C de mínima e entre 31°C e 35°C de máxima nas regiões sul, leste e sudeste do estado. Nas regiões pantaneira e sudoeste, a previsão é de mínimas entre 24°C e 27°C e máximas entre 36°C e 38°C. Nas regiões do Bolsão e norte, as temperaturas devem variar entre 22°C e 25°C de mínima e 31°C e 34°C de máxima.

No mercado, a saca de milho é cotada a R$ 46,57 e a de soja a R$ 108,64. Mais informações podem ser acessadas no site da Aprosoja Mato Grosso do Sul.

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Produtores rurais do centro-oeste se mobilizam contra moratória da soja

Produtores rurais do Centro-Oeste enfrentam desafios com a Moratória da Soja e a Lei Anti desmatamento da União Europeia, alegando impactos negativos nas atividades agrícolas e prejuízos financeiros

21/10/2024 05h00

Produtores de soja

Produtores de soja Reprodução IA

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A Moratória da Soja e a Lei Anti desmatamento são considerados grandes entraves pelos produtores rurais do Centro-Oeste brasileiro, que estão declarando guerra às tradings e à União Europeia devido a essas questões.

A onda política de direita consolidada pelos resultados das eleições municipais reforçou a pauta ruralista no maior polo agrícola do país.

Isso levou à aprovação de um projeto de lei na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, que impede a concessão de benefícios fiscais a empresas que aderirem à Moratória da Soja.

O que é a Moratória da Soja?

Criada em 2006, a Moratória da Soja é um acordo entre a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), ONGs ambientais e o governo, que visa impedir a venda e financiamento de soja produzida em áreas desmatadas na Amazônia Legal após 2008.

Esse pacto busca conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, promovendo práticas sustentáveis.

Renovada anualmente desde 2008, a moratória foi, em 2016, renovada indefinidamente.

Apesar de ser reconhecida por ambientalistas como uma medida importante para o combate ao desmatamento, muitos produtores de soja do bioma amazônico se opõem a ela.

Eles alegam que foram excluídos do acordo e que enfrentam prejuízos financeiros significativos. Segundo cálculos da Associação dos Produtores de Soja, desde 2008, os prejuízos anuais alcançam R$ 32 bilhões em Mato Grosso.

A Abiove discorda, afirmando que a moratória impulsionou o crescimento da área de cultivo de soja no bioma amazônico, que aumentou de 14 para 74 milhões de hectares.

Em setembro, a pedido de associações de produtores de Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) instaurou um inquérito para apurar uma possível manipulação de mercado relacionada à moratória.

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A denúncia foi aprovada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.

Lei Anti desmatamento: Mais um Obstáculo

Os produtores rurais do Centro-Oeste também estão se mobilizando contra a Lei Antidesmatamento aprovada pela União Europeia em 2023.

A legislação proíbe a importação de produtos de áreas desmatadas após dezembro de 2020, afetando commodities como café, soja, óleo de palma, madeira, couro, carne bovina, cacau e borracha.

A lei, que entrará em vigor em 2025 para grandes empresas e em 2026 para micro e pequenas empresas, é vista pelos produtores brasileiros como desproporcional e injusta.

Segundo o vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o governo tem trabalhado para demonstrar que o Brasil é um exemplo em energia renovável e no combate ao desmatamento ilegal.

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Maurício Buffon, criticou a legislação europeia, afirmando que as demandas são inviáveis, apesar do Brasil estar preparado para atender às exigências.

Este cenário reflete o crescente embate entre as políticas ambientais internacionais e os interesses do agronegócio brasileiro, que busca conciliar sua expansão com as exigências globais de sustentabilidade.

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