O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou R$ 800 milhões para a Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense (Copasul), com sede em Naviraí, construir sua primeira indústria de processamento de soja. Com o investimento, a capacidade de processamento no Estado vai saltar das atuais 14,5 mil toneladas para 17,5 mil toneladas diárias,um incremento de 20%
A unidade terá capacidade para processar 3 mil toneladas do grão por dia e deverá produzir 730 mil toneladas de farelo, 185 mil toneladas de óleo degomado e 33 mil toneladas de casca peletizada por ano. A expectativa é que as obras comecem em março e que a fábrica comece a operar em 2026.
O investimento total na planta será de R$ 1 bilhão, já que a Copasul vai aplicar R$ 200 milhões de seu caixa no projeto. O financiamento foi feito diretamente com o BNDES, sem a participação de outra instituição financeira como intermediária. O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do banco, José Luis Gordon, disse que esse tipo de operação reduz as despesas dos clientes e tem sido incentivada pela cúpula.
“Quem tem faturamento de mais de R$ 80 milhões pode vir diretamente ao BNDES pegar seu apoio. Isso diminui o custo de expansão do agro e da industrialização com a agregação de valor”, afirmou Gordon.
Maior investimento da história da Copasul, que completou 45 anos recentemente, o processamento de soja deverá gerar faturamento adicional de R$ 3 bilhões ao ano. Esse aumento equivale a quase 50% das receitas da cooperativa, que foram de R$ 5,8 bilhões no ano passado, quando a central movimentou 1,2 milhão de toneladas de soja, de acordo com o presidente-executivo, Adroaldo Taguti.
A Copasul também vai investir outros R$ 400 milhões para aumentar sua capacidade de armazenagem estática. O financiamento do projeto será com recursos de Banco do Brasil, Caixa e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
A central vai ampliar oito unidades armazenadoras no Estado, além de investir na construção de outra estrutura do gênero no complexo industrial da nova fábrica, em Naviraí. A partir destes investimentos, a cooperativa vai ampliar sua capacidade de armazenagem das atuais 14,3 para 15,2 milhões de sacas.
Em âmbito estadual, o projeto entra em consonância com a visão do Governo de MS de incentivar a agroindustrialização e agregar valor às commodities locais. Conforme destacou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de MS, Jaime Verruckm, “o projeto da Copasul se alinha à estratégia do governo do estado de agregar valor e também da expansão da base de cooperativismo de Mato Grosso do Sul, que nós consideramos um fator primordial para o desenvolvimento do estado”.
Para o presidente executivo da Copasul, Adroaldo Taguti, “o mais importante é a agregação de valor que teremos na soja, que fortalecerá ainda mais o nosso cooperado e vai beneficiar toda a comunidade. Acredito que a Copasul e a comunidade de Naviraí presenciarão um ciclo de prosperidade a partir da implantação da indústria”, projetou.
NÚMEROS E HISTÓRIA
A fábrica vai gerar 150 empregos diretos e cerca de 1.900 indiretos quando estiver em pleno funcionamento. Com isso, a folha de pagamento vai injetar cerca de R$ 4,2 milhões por ano na economia local. O empreendimento vai adicionar cerca de R$ 3 bilhões ao PIB de Mato Grosso do Sul e recolher R$ 230 milhões em impostos anuais para os cofres públicos.
Fundada em 16 de dezembro de 1978, a Copasul, primeira cooperativa de Mato Grosso do Sul, completou 45 anos e tem hoje 24 unidades em 11 municípios, entre silos, centros de distribuição de insumos, escritórios administrativos, revenda de pivôs para irrigação, revenda de combustíveis e lubrificantes para frotas a diesel (TRR), posto de combustíveis, fecularia de mandioca e fiação de algodão.
Por meio da assistência técnica agronômica, a cooperativa atua em uma área superior a 430 mil hectares, que estão distribuídos em 38 municípios de MS.
(COM ASSESSORIA)